“De modo algum parece que se deva tolerar ali (nas universidades) aqueles de quem há suspeita de que pervertem a juventude: muito menos ainda, os que são abertamente hereges. E até os estudantes de quem se veja que não poderão emendar-se facilmente, deveriam absolutamente ser despedidos... Conviria que quantos livros heréticos se achassem – mediante diligente pesquisa – em poder de livreiros e de particulares, fossem queimados... Outro tanto se diga das obras dos hereges que não sejam heréticas, como as que tratam de gramática ou retórica, ou de dialética, de Melanchton, etc., que parece deveriam ser inteiramente relegadas em ódio à heresia de seus autores, porque não convém nem nomeá-los, e menos ainda que a eles se afeiçoem os jovens, em cujo espírito se insinuam os hereges por meio de tais obrinhas... mais vale estar a grei sem pastor, do que ter por pastor um lobo... Quem chamar os hereges de ‘EVANGÉLICOS’, conviria que pagasse alguma multa, para que não folgue o Demônio de que os Inimigos do Evangelho e da Cruz de Cristo tomem um nome contrário as suas obras. Aos hereges se há de chamar por seu nome, para que cause horror até nomear os que são tais e cobrem o ‘veneno mortal’ com o véu de um nome de salvação...”.
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Fonte: Santo Inácio de Loyola, “Obras Completas”, BAC, Madrid, 1952, Carta 111, p. 880.