“A
razão
não
pode admitir um efeito sem causa. Este é
uma resultante fatal de qualquer ato, seja da ordem lógica,
ontológica
ou metafísica.
Querer o contrário
é
ir de encontro aos mais claros princípios
da sã
filosofia e da razão
reta e sensata. O assunto em questão
é
de palpitante valor real e espiritual. Afeta o composto humano e de
uma maneira muito especial a sua forma substancial: a alma.
Pavorosamente
a ignorância
religiosa campeia qual soberana rainha, principalmente entre os
homens…
A
ignorância
religiosa é
a nuvem cinza e negra, interceptora sinistra da operação da Graça
no coração da criatura... compromete,
totalmente, a salvação,
porque afasta a criatura de Deus, impedindo
os impulsos da alma para os problemas de além – túmulo...
desequilibra as faculdades da alma, tornando-a campo aberto e vasto
para a ação perniciosíssima dos inimigos espirituais.
A
ignorância
religiosa leva
a criatura ao lamaçal purulento da descrença, acarretando a desonra
da dignidade humana pela prática das maiores abominações... é
a negação
completa dos ideais espirituais, portanto, a maior inimiga de Deus e
da alma... despreza
os anseios da alma, dando rédeas soltas ao corpo bruto e mau.
A
ignorância
religiosa opondo-se
ao conhecimento do Altíssimo é a fonte calamitosa, na qual se
embriaga o materialismo e seu cortejo de iniquidades e desastres
morais... é
a expressão
claríssima
do efeito, eternamente, lamentável
do Pecado Original... é
a infelicidade, porque desvia o ser humano do seu Princípio e do seu
Fim, isto é, de Deus.
A
ignorância
religiosa neutraliza
as aspirações da alma no aglomerado dos preconceitos, na confusão
dos falsos juízos e na avalanche lamentável dos erros, os mais
mesquinhos e atrevidos contra a Moral e contra a Religião Divina...
é
a ave negra e vaticinadora das desgraças
do espírito
no
transe para a eternidade... é
a mais clara prova do abaixamento moral de um indivíduo.
A
ignorância
religiosa é
a escravidão da alma pelo reinado dos princípios degradantes do
Demônio, do Mundo e da Carne... é a executora deplorável das
iniquidades sociais, nacionais e universais… é
o abismo fatal onde são
algemados os espíritos
orgulhosos.
A
ignorância
religiosa é
a manifestação patente da fraqueza do espírito humano, incapaz dos
voos
divinais pelas atmosferas espiritualísticas em ordem à glorificação
deslumbrante do espírito...
transforma
o homem em inimigo feroz do Bem, da Moral, da Religião
e do Eterno... é
a aniquilação das faculdades da alma, desejosa, por essência, da
Divindade e dos problemas transcendentais.
A
ignorância
religiosa faz de uma nação,
de um povo, um antro de perversos pela falta dos princípios
da Moral divina, única
capaz de dirigi-los, no mar agitado da vida social... é
a barreira em relação às aspirações da alma humana... expõe a
alma à derrota espiritual nas lutas aguerridas desta vida,
preparando-lhe, portanto, a condenação eterna.
A
ignorância
religiosa é
o germe das desordens mundiais, levando os dirigentes da humanidade a
abusarem dos seus poderes e incitando os súditos às revoltas e às
loucuras... sustenta
o domínio
de Satã
na alma... inutiliza
a capacidade das faculdades da alma de encaminharem-se para a
eternidade feliz, e por ela aprisionada aos erros e ao vil
materialismo.
A
ignorância
religiosa é
a estrada fácil
dos vícios
odiosos... é
a positiva e cabal prova do orgulho descomedido e infernal... derruba
as solidíssimas organizações em qualquer ramo do viver humano,
porque não admite a autoridade, que tem como princípio Deus.
A
ignorância
religiosa é
a manifestação mais clarividente da decadência de uma raça, de um
povo e de uma nação... é
a nuvem negra da demência,
ofuscando, aparentemente, a Grandeza e a Majestade Divina, para o
homem poder entregar-se ao desequilíbrio
moral... ostenta
como mesquinho e desprezível o homem, entregue à sua louca
fantasia.
A
ignorância
religiosa dissemina
a discórdia e a desordem, porque não reconhecendo um Princípio
eterno, ou desconhecendo sua eterna Vontade, não sente base para se
submeter a seu semelhante… da
ocasião
para as cenas de selvageria, efeito patente da falta de consciência,
por ela desorientada na apreciação
dos direitos humanos...
é a flagrante oposição entre o bem e o mal, entre a Verdade e o
erro, entre a honra e a desonra, entre a dignidade e a indignidade,
entre o pecado e a virtude.
A
ignorância
religiosa é
o vulcão
do Inferno, em erupção
perversa, desfigurando a excelsitude da alma e tornando o homem
objeto de abominação
diante de Deus e da filosofia reta... é
a detestação completa da espiritualidade ... é um flagrante
incontestável da incerteza do ser humano.
A
ignorância
religiosa abala
e destrói os alicerces da Moral, na revolução tola e trágica da
inteligência e da vontade, nascidas dos desejos ardentes da carne
infame... é igual
à escura
noite da iniquidade, opõem-se ao claro dia da verdade e da
santidade... é
a real prova comprovada de um coração
inimigo das coisas celestes.
A
ignorância
religiosa é
a consequência fatal das perversões do homem... é
a conclusão
real
da ignorância,
da estupidez ou da ma vontade do individuo... obscurece
o céu anil da verdade
com
as nuvens tempestuosas dos conceitos loucos sobre as magnificências
do espírito.
A
ignorância
religiosa inocula no homem a baba peçonhenta
de Lúcifer,
revoltoso nas suas indignas investidas contra as comunidades das
almas amantes do Altíssimo...
é
o brilho transitório das inteligências desviadas do caminho de
Deus, dos Ensinamentos celestes, iludindo os inexperientes em tais
problemas, excitando os ingênuos, dominando os principiantes, na
grande tempestade do agitadíssimo mar das pesquisas
espiritualísticas ... assegura
o império
do mal, entre os seres humanos.
A
ignorância
religiosa fantasia para o homem um mundo de ilusões
agradáveis,
sob a capa de verdade... é
o germe das desgraças humano-social-espirituais... desviando o homem
de Deus, o coloca na senda perversa do mal.
A
ignorância
religiosa expulsa da mente humana toda a ideia de responsabilidade
moral… é
a causa principal das calamidades humano-sociais... enfraquece a alma
humana, que é aspirante das grandezas do Altíssimo.
A
ignorância
religiosa inutiliza
os benéficos efeitos das graças celestes... é
um mar agitado, em cujas ondas, é
envolvido um grande número
de corações
covardes para a única
e verdadeira luta, a salvação
da alma... é
o máximo
expoente das tramas de Satã
contra as almas imortais... é
a via larga da perdição
eterna... pelos seus desastrosos efeitos, desonra a alma, combate a
Santa Madre Igreja, sendo condenada por Deus” (Mons.
Luiz Gonzaga de Moura, “Voando nas regiões dos Pensamentos”).
Não
há exemplo de ignorância
religiosa mais
palpável, mais esbarrável, do que a imodéstia
no vestir de muitos católicos,
isto
sem falar na despudorada moda neo-pagã que inunda a sociedade
civilizada desde o século passado.