Padre Beto excomungado já admite namorar 
e fundar talvez uma nova igreja
    
 04.05.2013
 
 Religioso, que sofre processo de excomunhão, revela seus planos agora que está fora do mundo católico Padre Roberto Daniel, o padre Beto, de Bauru, a 350 km de São Paulo, 
disse nesta sexta-feira, em entrevista ao portal do DIÁRIO, que não 
descarta se relacionar com mulheres, agora que está 
fora da Igreja Católica — o religioso sofre processo de excomunhão, após
 declarações polêmicas que questionam os dogmas da religião.
 “Não entrei virgem no seminário, mas estou bem sozinho desde o início. 
Agora, fora da Igreja, penso sim em me envolver, por que não?”, disse o 
presbítero, de 47 anos.
 Sobre fundar uma nova igreja, o bauruense também não descarta a possibilidade, embora não pense nisso agora. “Mas se me chamarem para abençoar um casamento entre gays, estou à disposição”, sacramentou.
 Beto reafirmou suas posições, as quais levaram a diocese de Bauru a aplicar o pior castigo possível a um católico. “Sou a favor da união de casais homossexuais e bissexuais. Espero que o Brasil não seja o último país a legalizar isso, assim como foi o último a acabar com a escravidão.”
 Professor universitário, radialista, além de colunista do jornal BOM 
DIA Bauru, Beto quer seguir trabalhando e aproveitando os espaços que a 
sociedade lhe oferece. “Eu quero é levar as pessoas à reflexão. Não 
descarto entrar para o cenário político, mas se não me enquadrei na 
Igreja, que dirá em uma estrutura político-partidária como o Congresso 
Nacional”, destacou.  Com Daniel Pires.
 Homossexualidade
 Para o padre Beto, a Igreja Católica é hipócrita quando diz que aceita a pessoa, mas não   sua condição sexual. “Isso é castração”, rebate.
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A punição de padre Beto
                    
                        
                        Publicado em
                        2 de maio de 2013
                     
  
 
Dom Frei Caetano Ferrari e o Conselho de
 Presbíteros da Diocese de Bauru tiveram de juntos tomar uma dolorosa 
decisão de punir o padre Beto com excomunhão, por desobediência e ensino
 de falsas doutrinas no campo da fé e da moral, depois de advertido 
muitas vezes e por longos quatro anos.
É uma difícil decisão que tiveram de 
tomar porque infelizmente o padre Beto preferiu ficar consigo mesmo, e  
com o mundo, ao invés de ficar com a Igreja e seu Pastor.
Sabemos que é muito duro lutar contra a 
heresia porque é uma luta contra os próprios irmãos, que não querem 
seguir  o caminho da verdade e de Deus. São Paulo nos lembra bem o múnus
 do Bispo, quando se despediu dos bispos de Éfeso, em lágrimas:
“Cuidai de vós mesmos e de todo o 
rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para 
pastorear a Igreja de Deus, que ele adquiriu com o seu próprio sangue. 
Sei que depois da minha partida se introduzirão entre vós lobos cruéis, 
que não pouparão o rebanho. Mesmo dentre vós surgirão homens que hão de 
proferir doutrinas perversas, com o intento de arrebatarem após si os 
discípulos.” (At 20,28-29)
Em todos os tempos, como hoje, a Igreja 
teve de lutar contra os seus filhos rebeldes, soberbos, orgulhosos e 
prepotentes, que se acharam melhores, mais sábios e doutos que a Santa 
Mãe Igreja e seu Sagrado Magistério, assistido e guiado infalivelmente 
pelo Espírito Santo. Foram muitos, em todos os tempos, e lhe deram muito
 trabalho e sofrimento.
Diz o Catecismo da Igreja que:
“Para manter a Igreja na pureza da fé 
transmitida pelos apóstolos, Cristo quis conferir à sua Igreja uma 
participação em sua própria infalibilidade, ele que é a Verdade (§889). 
“O ofício pastoral do Magistério está, assim, ordenado ao cuidado para 
que o Povo de Deus permaneça na verdade que liberta.”(890)
Os hereges impenitentes separam a 
caridade da verdade e se esqueceram do que ensinou Bento XVI na “Caritas
 in veritate”: “Caridade sem verdade é sentimentalismo”; ou como ensinou
 Santo Agostinho: “Não se imponha a verdade sem caridade, mas não se 
sacrifique a verdade em nome da caridade”.
O cajado (báculo) do Bispo não é um 
enfeite litúrgico, mas o sinal sagrado de sua vigilância sobre o Rebanho
 que “o Senhor conquistou com seu sangue”. Se o Pastor não usar o cajado
 contra o lobo, este mata as ovelhas.  São Tomás de Aquino dizia que 
falsificar a doutrina é muito pior do que falsificar a moeda; enquanto a
 moeda falsa destrói a economia, a heresia mata a alma e leva para o 
inferno.
Ao apresentar o Catecismo da Igreja, em 
1992, pela Constituição Apostólica “Fidem depositum” o Papa João Paulo 
II disse em sua introdução: “Guardar o depósito da fé é a missão que o 
Senhor confiou à Sua Igreja e que ela cumpre em todos os tempos”. E nós 
sabemos que isso nunca foi fácil à Igreja; houve muitos cismas, 
apostasias  e heresias.
Hoje a Igreja é desafiada, profanada e 
ofendida  de muitas formas porque sustenta e ensina o que Cristo 
ordenou; enquanto essas mazelas vêm de fora do Rebanho, são 
compreensíveis porque “o mundo jaz no Maligno”, mas não podemos 
suportá-las quando acontecem dentro do redil do Senhor.
Um Padre não é ordenado para ensinar 
suas “opiniões pessoais”, e sim para propor o que a Santa Igreja ordena.
 Ele é mantido à custa da Igreja e do dinheiro do povo, então, deve ser 
coerente com a fé da Igreja. Se ele não quiser ser católico e Padre é 
decisão dele. Mas que tenha, ao menos, o respeito para com a Igreja que o
 alimentou com “o leite e a carne” das ovelhas.
Caro Dom Caetano, todos sabemos o quanto
 dói a um pai ter de corrigir severamente a um filho para que não morra,
 o coração fica ferido; mas esperemos na fé e na oração que o filho 
volte arrependido à casa paterna. A excomunhão não é irreversível, pode 
ser levantada se o filho volta arrependido à Igreja.