(Começa
no dia 29 de Novembro)
V.
Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
R.
Apressai-Vos, Senhor, em me socorrer.
V.
Glória ao Pai, e ao Filho e ao Espírito Santo.
R.
Assim como era no princípio, agora e sempre e por todos os séculos
dos séculos. Amém.
Oferecimento
Imaculada
Virgem Mãe de Deus, Rainha dos Céus e da terra, minha terna Mãe,
eu Vos ofereço e consagro esta novena, destinada a promover o Vosso
culto, a celebrar as Vossas glórias e aumentar a devoção para
convosco. Dignai-Vos aceitá-la, ó Mãe Virgem, e acolher todos os
que recorrem a Vós, e abrasai o meu coração no amor divino, para
que de hoje em diante os meus pensamentos, palavras e obras não
tenham outro fim senão concorrer para Vos dar glória e a Vosso
divino Filho. Assim seja.
6º
Dia
As
Provas deste Privilégio:
2º)
A Tradição.
a)
Nos três primeiros séculos. À Sagrada Escritura, faz
eco a Tradição.
Nos
três primeiros séculos da Igreja, esse insigne privilégio era
professado implicitamente no paralelo feito frequentemente entre Eva
e Maria, na absoluta pureza e santidade da Virgem Santíssima, na
veracidade da Maternidade divina. Estas três grandes verdades,
professadas explicitamente, continham, como em gérmen, a doce
verdade da imunidade de Maria Santíssima à culpa original.
Continha
a Imaculada Conceição o conhecidíssimo paralelo Eva-Maria, tanto
pela razão da semelhança quanto da oposição que existira entre
elas. Pela razão da semelhança, quer dizer: Como Eva saíra
pura e imaculada das mãos de Deus, assim também Maria, nova Eva,
devera ter saído pura e imaculada, cheia de graça, das mãos de seu
Criador. Tanto mais que a primeira Eva haveria de dar a todos os seus
descendentes a morte, enquanto a segunda Eva iria dar a todos a vida.
Pela razão da oposição: Aquela que era, com efeito,
destinada por Deus para reparar a culpa de Eva, como poderia ter
incorrido na mesma culpa?
Continha
a Imaculada Conceição a verdade da absoluta pureza e santidade de
Maria, exaltada de mil modos pelos Padres da Igreja. Pois exigiam, de
fato, que jamais culpa alguma, tanto atual como original, houvesse
maculado ou tivesse podido macular a alma de Maria.
Continha
a Imaculada Conceição a verdade fundamental da divina Maternidade
de Maria, a qual é inconciliável com qualquer mácula moral, pois,
a ignomínia da Mãe haveria de refletir-se sobre o Filho.
b)
Do século IV em diante. No quarto século, o insigne
privilégio começa a ser professado de modo explícito,
especialmente na Igreja Oriental. Santo Efrém, o Sírio, canta assim
a imaculada pureza de Maria: “Tu e tua Mãe sois os
únicos totalmente belos, pois em ti, ó Senhor, não existe nenhuma
mácula e nenhuma mácula existe em tua Mãe”.
Esta
profissão explícita se torna, com o correr dos séculos, mais
frequente, até que, nos séculos XI e XII, começa a atrair a
atenção dos teólogos da Igreja Latina, com o que se inicia o
período das discussões que terminam, depois, por eliminar todos os
obstáculos e por fazer resplandecer em pleníssima luz o insigne
privilégio. Nem deve causar surpresa o fato de que um privilégio
tão luminoso haja sido posto em dúvida ou, mesmo, negado, no
decurso dos séculos, por homens insignes pela piedade e pela
doutrina, movidos por algumas razões contrárias que lhes pareciam
insolúveis, embora tenham sido depois solucionadas. Tal oposição
foi providencial, pois serviu para despertar a atenção dos fiéis e
fazer resplandecer cada vez mais fúlgida a verdade. “Um eclipse
do sol”, escreve com graça Santo Antônio M. Claret,
“chama a atenção de todos os habitantes de um hemisfério; ao
contrário, quando não há nenhum eclipse, pouquíssimos levantam os
olhos para o rei dos astros. Ó quantos e quantos levantaram os olhos
da mente, contemplaram a beleza de Maria, eleita como o sol, e
verificaram que a opinião contrária não era mais do que uma lua
passageira, satélite da terra, mais vizinha de nós do que dela, e
que nada havia de presunção em sua beleza por si mesma, embora
fosse pouco entendida por nós. Ó quantos cânticos de louvor temos
ouvido e dos quais teríamos ficado privados se não tivesse havido
tais oposições! Aconteceu o que se passa com um viajante que, em
marcha à hora de meio-dia, cansado e fatigado, chega a um vale
verdejante e fresco, coberto de rosas, lírios e violetas; vê uma
fonte de água abundante e cristalina, que corre de uma rocha, pára,
refresca o rosto, bebe a água e senta-se à margem do regato, e
observa que, no meio do mesmo, existem alguns seixos que parecem opor
obstáculo a seu curso; mas não é assim: a água, de fato, não se
detém por isso e aqueles seixos são a causa de certo murmúrio que
dão origem a uma sinfonia mais doce e mais grata aos ouvidos que as
composições musicais mais melodiosas. Se não houvesse aqueles
seixos, a água correria silenciosamente por seu álveo.
Todos
sabemos que a dúvida do Apóstolo São Tomé foi motivo para o
Senhor dar prova mais claras de sua ressurreição”.
3º)
A Razão.
Depois
da Sagrada Escritura e da Tradição, demos a palavra à razão. Esta
nos demonstra que Deus podia
preservar a Virgem da culpa original e que era conveniente
que o fizesse, de tal modo que o contrário (ou seja, o contrair a
Virgem a culpa original) teria sido uma coisa de todo inconveniente
e, portanto, moralmente impossível por parte de Deus.
A
razão nos demonstra, pois, que Deus podia
preservar a Virgem Santíssima da culpa original, visto tal
preservação não
apresentar nenhuma repugnância.
Não repugna de modo algum com relação a Deus, o qual é Onipotente
e pode fazer tudo que não é contraditório. Não repugna de modo
algum com relação ao Filho, pois que não derroga em nada à sua
pureza singularíssima (tendo Ele sido concebido de modo virginal),
nem à universalidade de sua redenção (continuando Ele a ser
Redentor de todos e também, antes de um modo mais sublime, de
Maria). Não repugna em nada com relação ao Espírito Santo, pois
Este podia muito bem, melhor do que purificá-la da culpa já
contraída, preservá-la do contágio dessa culpa. É bem verdade que
se trata de um privilégio singular, extraordinário, inaudito,
porém, tudo, não é, porventura, singular, extraordinário,
inaudito em Maria? Sua lei é a exceção.
Mas
a razão, além de demonstrar-nos a nenhuma repugnância da
Conceição Imaculada, demonstra-nos ainda sua múltipla
conveniência. Demonstra sua conveniência por parte de Deus Pai, o
qual estava, por assim dizer, obrigado a isentar a Virgem, sua filha
predileta, da culpa original, pois que um dia haveria de ter em comum
com Ele o próprio Filho divino. Demonstra sua conveniência por
parte do Filho, o qual a teria um dia por Mãe e a ignomínia de
Maria se teria refletido necessariamente sobre o Filho. – Demonstra
sua conveniência por parte do Espírito Santo, o qual a teria um dia
por Esposa. Era conveniente, portanto, que Ela fosse preservada do
contágio da culpa original, que a aurora de sua vida estivesse em
harmoniosa relação com seu meio-dia.
Ademais,
quem tiver de tratar de um negócio importante junto a um grande
personagem deve ser, antes de tudo, uma pessoa grata ao mesmo, pois,
de outra forma, seu aparecimento o irritaria. No entanto, a Virgem
Santíssima estava destinada a tratar junto a Deus do importantíssimo
negócio de nossa reconciliação com Ele. Devia ser, portanto, uma
pessoa que lhe fosse grata. E não o teria sido se, mesmo por um só
instante, houvesse estado sujeita à culpa original.
Com
toda razão, portanto, o Sumo Pontífice Pio IX, satisfazendo às
ardentes aspirações de todo o orbe católico, no dia 8 de Dezembro
de 1854 definiu solenemente, como dogma de fé, a imunidade de Maria
em relação ao Pecado Original. À voz do Pontífice fazia eco,
apenas quatro anos depois, a própria Virgem. Aparecendo, com efeito,
em Lourdes no ano de 1858, a Santa Bernadete que perguntava qual era
seu nome, respondeu sorrindo: “Eu sou a Imaculada
Conceição”. Como se
quisesse dizer: Eu sou aquela que o Vigário de meu divino Filho
definiu, faz pouco, como Imaculada!
Era
a sanção trazida do Céu à definição feita sobre a terra pelo
Vigário de Cristo. E os milagres contínuos, espantosos, que a
Virgem realiza em Lourdes em favor de quem a invoca sob esse belo
título, mostram claramente quanto ele lhe seja caro ao Coração e
quanto lhe agrade ser exaltada por motivo daquele singular
privilégio.
Conclusão
Maria
é, portanto, a Imaculada! Sua alma, desde o primeiro instante de sua
infusão no corpo, se nos apresenta toda circundada de lírios, toda
embalsamada por unguentos deliciosos do Céu! E é a nossa Mãe, que
foi assim agraciada com um privilégio tão grande, tão glorioso!…
A glória da Mãe irá refletir-se espontaneamente sobre seus filhos…
Exultemos!
Mas, ao mesmo tempo, tenhamos o mais profundo horror ao pecado. O
privilégio insigne concedido por Deus a Maria nos mostra a
inexprimível aversão Dele ao pecado, aversão que O levou a
preservar sua Mãe mesmo daquela culpa que se contrai por necessidade
de natureza.
Enfim,
oremos! Rezemos à Virgem Santíssima para que, não tendo podido
imitá-la com entrar neste mundo sem a mancha da culpa, possamos ao
menos imitá-la no sair deste mundo sem pecado.
Pai
Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai.
Oração
Virgem
Imaculada, que agradastes ao Senhor e fostes sua Mãe: por piedade
volvei benigna os olhos para nós, os infelizes, que imploramos o
vosso poderoso patrocínio.
A
Serpente maligna, contra quem foi lançada a primeira maldição,
teima em combater e tentar os míseros filhos de Eva.
Eia,
bendita Mãe, nossa Rainha e Advogada, que desde o primeiro instante
da vossa Conceição esmagastes a cabeça do Inimigo! Acolhei as
súplicas que, unidos a Vós num só coração, vos pedimos que
apresenteis diante do Trono do Altíssimo, para que nunca nos
deixemos cair nas emboscadas que se nos preparam; para que todos nós
cheguemos ao porto da salvação; e, no meio de tantos perigos, a
Igreja e a Sociedade, cantem de novo o hino do resgate, da vitória e
da paz. Assim seja.
V.
Toda sois formosa, ó Maria.
R.
Toda sois formosa, ó Maria.
V.
E mácula original não há em Vós.
R.
E mácula original não há em Vós.
V.
Vós sois a glória de Jerusalém.
R.
Vós sois a alegria de Israel.
V.
Vós sois a honra do nosso povo.
R.
Vós sois a Advogada dos pecadores.
V.
Ó Maria.
R.
Ó Maria.
V.
Virgem prudentíssima.
R.
Mãe clementíssima.
V.
Rogai por nós.
R.
Intercedei por nós a Nosso Senhor Jesus Cristo.
V.
Vós fostes, ó Virgem, imaculada em vossa Conceição.
R.
Rogai por nós ao Pai, cujo Filho destes à luz.
Oremos
Ó
Deus, que pela Imaculada Conceição da Virgem Maria, preparastes a
vosso Filho digna morada: nós vos rogamos que, pois a preservastes
de toda a mancha, pela previsão da morte de seu mesmo Filho, nos
concedais por sua intercessão, que também puros até Vós
cheguemos. Pelo mesmo Cristo, Senhor nosso. R.
Amém.
Ladainha
de Nossa Senhora
(Atualizada)
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo, ouvi-nos.
Jesus
Cristo, atendei-nos.
Pai
celeste que sois Deus, tende piedade de nós.
Filho,
Redentor do mundo, que sois Deus,
Espírito
Santo, que sois Deus,
Santíssima
Trindade, que sois um só Deus.
Santa
Maria, rogai por nós.
Santa
Mãe de Deus,
Santa
Virgem das Virgens,
Mãe
de Jesus Cristo,
Mãe
da Igreja,*
Mãe
de misericórdia,*
Mãe
da divina graça,
Mãe
da
esperança,*
Mãe
puríssima,
Mãe
castíssima,
Mãe
imaculada,
Mãe
intacta,
Mãe
amável,
Mãe
admirável,
Mãe
do bom conselho,
Mãe
do Criador,
Mãe
do Salvador,
Virgem
prudentíssima,
Virgem
venerável,
Virgem
louvável,
Virgem
poderosa,
Virgem
clemente,
Virgem
fiel,
Espelho
de justiça,
Sede
de sabedoria,
Causa
da nossa alegria,
Vaso
espiritual,
Vaso
honorífico,
Vaso
insigne de devoção,
Rosa
mística,
Torre
de Davi,
Torre
de marfim,
Casa
de ouro,
Arca
da aliança,
Porta
do céu,
Estrela
da manhã,
Saúde
dos enfermos,
Refúgio
dos pecadores,
Conforto
dos migrantes,*
Consoladora
dos aflitos,
Auxílio
dos cristãos,
Rainha
dos anjos,
Rainha
dos patriarcas,
Rainha
dos profetas,
Rainha
dos apóstolos,
Rainha
dos mártires,
Rainha
dos confessores,
Rainha
das virgens,
Rainha
de todos os santos,
Rainha
concebida sem pecado original,
Rainha
elevada ao céu,
Rainha
do sacratíssimo rosário,
Rainha
da família,*
Rainha
da paz,
Cordeiro
de Deus, que tirais os
pecados do mundo, perdoai-nos Senhor.
Cordeiro
de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos Senhor.
Cordeiro
de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.
V.
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.
R.
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Oremos:
Senhor Deus, nós Vos suplicamos que concedais aos vossos servos
perpétua saúde de alma e de corpo; e que, pela gloriosa intercessão
da Bem-aventurada sempre Virgem Maria, sejamos livres da presente
tristeza e gozemos da eterna alegria. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.
________________________