Dizem que Pe. Pio no confessionário está em estado iluminativo. Ou melhor dizer: Deus o deixa parcialmente participar de Sua Onisciência. Ter um penitente a infelicidade de silenciar ou diminuir sua culpa por falsa vergonha, é coisa que nunca acontece, ao confessar-se com o Pe. Pio. A alma aparece descoberta ante os olhos do abençoado Sacerdote e, com aviso severo, chama ele a atenção do infeliz: “Traem teus lábios palavras blasfemas”. A omissão da Missa Dominical, Pe. Pio não deixa passar com facilidade. Pecadores inveterados nos vícios, como os borrachos (bêbados) ou os que vivem desonestamente (adúlteros/fornicadores), trata-os com máxima severidade. Não concede indiscriminadamente a absolvição, mas exorta primeiro o penitente a que se corrija sinceramente. E dá-lhe um prazo. Neste prazo o penitente deve mostrar sua sinceridade. Sem verdadeiro arrependimento e propósito firme, de romper com os maus costumes, não pode contar com a absolvição.
Fustiga (repreende) particularmente o espírito atrevido da época atual, nomeadamente a maneira despudorada da moda feminina, como o trajar calças a qualquer hora e em lugares impróprios. Vigia, em união com seus Confrades, para que senhoras indecentemente vestidas não penetrem no sagrado recinto. Promulgou Deus suas Leis em tábuas de pedra, para todos os homens e todas as épocas, e não em tábuas de borracha elástica, que a gente pudesse esticar conforme os seus apetites. (Para Deus não existem loucuras da moda). Há somente um sol; e todos os relógios do mundo orientam-se de acordo com ele. Assim devem os homens orientar-se segundo o Deus verdadeiro e vivo. Padre Pio fica indignado quando se defronta com senhoras indecorosamente vestidas. Dando-se isso na igreja, então, ele dá ordem de afastarem tais pessoas. Da mesma forma homens e mulheres só podem entrar na Casa de Deus vestindo mangas (compridas). Rapazes e homens têm de comparecer com calças compridas, se não quiserem ouvir o aviso de se retirarem do sagrado recinto. Sempre que o Pe. Pio não dá a absolvição, fechando aos penitentes a portinhola (do confessionário), algumas pessoas perguntam com leve queixume: porque trata certos penitentes com tanto rigor? Então, com voz trêmula, responde: “Sabes, por ventura, que tormentos tenho de suportar, quando me fecho em frente de alguém? É O TODO PODEROSO SENHOR QUE ME OBRIGA. Eu próprio não chamo a ninguém, nem tão pouco a ninguém repilo. É OUTRO QUE NOS CHAMA E REPELE, e cujo instrumento inútil eu sou”. Talvez o Padre Pio tenha na memória a palavra do Apóstolo, que diz: “Não sou eu que vive, mas é Cristo, o Senhor, que vive em mim”.
_________________________
Fonte: Karl Wagner, “ BERICHT ÜBER PATER PIO - Meus Encontros com o Padre Pio”, Cap. “Coisas que Impressionam”, pp. 34-35. Tradução de Fr. Faustino Wessolly, O.F.M., Viena, 1966.