Blog Católico, para os Católicos

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"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

SÃO PEDRO DAMIÃO, CARDEAL E DOUTOR DA IGREJA.


Pedro nasceu em Ravena. Sendo ainda criança de leite, foi abandonado por sua mãe, que estava descontente por ter um grande número de filhos. Foi recolhido semimorto e tratado por uma pessoa da casa, que o entregou à sua mãe, depois de a ter chamado aos sentimentos de humanidade.

Tendo perdido seus pais, viu-se reduzido a uma dura escravidão, sob a tutela de um dos seus irmãos. Foi então que deu um raro exemplo de religião para com Deus e de piedade filial. Tendo achado casualmente uma moeda, em vez de a utilizar para alívio da sua própria indigência, levou-a a um Sacerdote, pedindo que oferecesse o Santo Sacrifício por alma de seu pai.

Um outro dos seus irmãos, chamado Damião, recebeu-o com bondade e instruiu-o nas letras, nas quais fez progressos tão rápidos, que se tornou objeto da admiração dos próprios mestres. Nesta nova situação, a fim de submeter os sentidos à razão, trazia um silício oculto sob os vestidos e entregava-se a jejuns, vigílias e orações.

Estando no ardor da juventude e sentindo os estímulos da carne, ia de noite apagar essas chamas rebeldes nas águas geladas de um rio; depois ia visitar os templos e recitava todo o Saltério.

Desejando levar uma vida mais perfeita, entrou no Mosteiro de Avelane, na Diocese de Gubbio, da Ordem do Monges de Santa Cruz de Fontavelane, fundado pelo Bem-aventurado Ludolfo, discípulo de São Romualdo. Tendo falecido o seu Abade, a comunidade de Avelane escolheu-o para esta dignidade. Desenvolveu de tal modo esta família monástica com novas casas que fundou e santos regulamentos que lhe deu, que é considerado com razão o segundo pai desta Ordem e o seu principal ornamento.

Prestou muitos serviços à Diocese de Urbino; socorreu o Bispo Theuzon numa causa importante e auxiliou-o com seus conselhos e trabalhos a bem administrar o seu bispado. A contemplação das coisas divinas, as macerações do corpo, elevaram tão alto a sua reputação, que o Papa Estêvão IX, apesar da resistência do Santo, nomeou-o Cardeal da Santa Igreja Romana e Bispo de Óstia.

Combateu até à morte com um zelo intrépido a heresia Simoníaca e os Nicolaítas. Depois de ter expurgado este duplo flagelo da igreja de Milão, reconciliou-a com a Igreja Romana. Impediu que Henrique IV da Alemanha se divorciasse de sua esposa. Reformou o Cabido de Velletri. Tendo-se demitido do Cardinalato e da dignidade Episcopal, em nada diminuiu o cuidado que tinha em aliviar o próximo. Foi um grande propagandista do jejum de sexta-feira, em honra da Cruz do Salvador, e do Ofício breve de Nossa Senhora, assim como do seu culto no dia de Sábado.

Finalmente, depois de uma vida ilustre pela santidade, doutrina e milagres, quando voltava da legação de Ravena, a sua alma voou para Jesus, em Faenza. O seu corpo, conservado nesta cidade entre os cistercienses, é honrado com grande número de milagres, concorrência e veneração do povo. O seu Ofício e Missa foram estendidos à Igreja Universal pelo Papa Leão XII, que lhe deu o título de Doutor.


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Fonte: Pe. Croiset, S.J., “Ano Cristão – ou Devocionário para Todos os Dias do Ano”, traduzido do Francês, revisto e adaptado às últimas reformas litúrgicas, pelo Pe. Matos Soares, Professor do Seminário do Porto, Vol. II – Fevereiro, pp. 321-322. A. Campos – Livraria Católica, São Paulo, 1923.


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