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"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

OS SANTOS ANJOS DA GUARDA.

02 de Outubro1


Parece não haver festa alguma que mais interesse a cada um dos fiéis em particular, como é a festa do Anjo da Guarda. A sua excelência, o seu valimento junto de Deus, e o seu Ministério; os importantes serviços que nos faz, os que nos têm feito, e os que nos pode fazer; numa palavra, a justiça, o dever, o interesse, a religião, o agradecimento, tudo, diz São Bernardo, exige de nós um tributo anual de homenagem, louvor e solenidade.

É este o objeto que a Igreja, governada sempre pelo Espírito Santo, e sempre atenta ao bem espiritual de seus filhos, teve presente na instituição desta festividade.

O arquiduque Fernando de Áustria, que foi depois imperador, movido da sua devoção ao Santo Anjo da Guarda, suplicou com o maior interesse ao Papa Paulo V, que tornasse esta festa geral em toda a Igreja. Sua Santidade assim o fez, para satisfazer a tão piedosos desejos, expedindo para este fim uma Bula, que avivou mais a devoção dos fiéis. Porém, a instituição da festa não foi a instituição, nem do culto, nem da devoção aos Santos Anjos; esta e aquele eram tão antigos como a própria Igreja.

Quando Jesus Cristo ensinou aos fiéis, que cada um em particular tinha um Anjo como guarda da sua pessoa, ensinou-lhes também o culto, o respeito, a confiança, o amor que lhes deviam; o reconhecimento a tão grande como útil Ministério.

Dentro mesmo da Sinagoga, era já conhecido o culto dos Anjos em geral; porém, o do Anjo da Guarda em particular parece ter nascido com a Igreja; e pelo que dizem os Santos Padres, conhece-se quão familiar era a todos os fiéis a devoção ao Santo Anjo da Guarda desde aqueles primitivos tempos.

Se nos quatro ou cinco primeiros séculos não se edificaram templos em honra dos Anjos da Guarda, foi precisamente para não dar ocasião aos gentios para crerem que os cristãos tributavam adoração aos gênios, como eles faziam. Mas, logo que a Igreja não teve já que temer as calúnias dos pagãos, e quando logrou plena liberdade para instruir os fiéis, não ficou encerrada dentro do coração a devoção aos Anjos da Guarda. Em todas as partes se lhes edificaram templos, erigiram altares, e fizeram festas, experimentando-se todos os dias os proveitos desta utilíssima devoção.

Devemos confessar, diz São Jerônimo, que nenhuma coisa contribui tanto para se formar um alto conceito da dignidade da nossa alma, como o que Deus fez por ela, e especialmente o ter destinado um Anjo Custódio a cada uma desde o princípio do seu nascimento.

Geralmente julga-se do valor das coisas pelo cuidado e estimação que se têm delas. É verdade que basta o Sangue de Jesus Cristo para nos dar uma ideia do que vale a nossa alma. Este infinito preço de uma Redenção superabundante enche de admiração, deixa extática e suspensas as inteligências celestes, de modo que elas não podem deixar de amar, diz São Bernardo, e até mesmo de respeitar aqueles por cujo resgate Deus entregou o Seu Unigênito Filho.

Entre todas as obras da Onipotência, pode-se dizer que nenhuma custou tanto a Deus como o homem; e por isso, não é de admirar que Ele cuidasse tão particularmente desta sua obra, a ponto de destinar um Anjo para sua guarda. O Senhor, diz o Profeta, além da providência geral que se estende a todas as criaturas entregou-te ao cuidado dos Seus Anjos, para que te guardassem e fizessem sempre companhia em todos os teus caminhos.

Há muitos caminhos escabrosos, sendas árduas e perigosas, diz São Bernardo; tropeça-se nelas com muitos maus passos; nascem os perigos, por assim dizer, conosco mesmo; tudo são precipícios, tudo são despenhadeiros nesta carreira. O Demônio arma-nos laços desde o berço.

A quantos perigos não está exposto o menino, antes que se lhe desenvolva o uso da razão? Não basta toda a ternura de seus pais; toda a vigilância da mais cuidadosa ama, é muito limitada para as prevenir. Que faz então o Senhor? Encarrega a um dos Seus espíritos celestiais, que cuide daquele menino desde o primeiro instante do seu nascimento.

Este Anjo Tutelar, a quem a Igreja chama Anjo Custódio, vela perpetuamente para desviar daquela tenra criatura tudo o que a pode prejudicar, e para desfazer os perniciosos intentos dos espíritos malignos, sempre inclinados, a fazerem-nos o mal.

De que funestos acidentes não somos preservados pela assistência dos nossos Anjos, naqueles primeiros anos da infância? São eles, diz Santo Hilário, que conjuram os malefícios; são eles, diz São Bernardo, que livram os meninos de mil perigos, e quem os sustém nas quedas.

Sendo tão grandes os benefícios que recebemos dos Anjos da Guarda nas diferentes conjunturas da vida, que obrigações não lhes devemos pelos auxílios que nos prestam em tudo que toca ao negócio da salvação?

Conhecendo o Senhor, diz São Gregório Nisseno, a perversa intenção dos espíritos malignos, que fazem os maiores esforços para que ninguém ocupe os lugares que eles perderam no Céu, pela sua soberba; e conhecendo não menos a nossa debilidade e fraqueza, depois do primeiro pecado, quis tornar inúteis todos estes artifícios do Inimigo da nossa salvação. E como? Dando-nos um Anjo Tutelar a cada um.

Deus concedeu-nos, diz Santo Hilário, estes Anjos da Guarda para que nos guiassem no caminho da nossa salvação”. Atenta a nossa fraqueza, muito dificultoso seria evitar todas as ciladas do Inimigo da nossa eterna felicidade. Porém, os Anjos bons não só inutilizam os esforços dos anjos maus, não só nos livram de mil perigos, senão que insensivelmente nos desviam de muitas ocasiões em que, segundo a nossa atual constituição, preveem que infalível e funestamente cairíamos.

Aos Santos Anjos devemos, depois de Deus, dizem os Santos Padres, a maior parte dos bons pensamentos, e de muitas reflexões salutares, que tanto contribuem para a nossa salvação. Aqueles imprevistos auxílios do Céu em acidentes e situações perigosíssimas, aqueles milagres da Divina Providência, tão felizes como inesperados, são ordinariamente efeitos da proteção dos Anjos da Guarda. Que amor, que agradecimentos, que veneração não lhes devemos!

Vê, Moisés, diz-lhe o Senhor, Eu vou enviar um dos meus Anjos, que caminhe diante de ti, que te sirva de guia na carreira, e te conduza à terra que Te prometi. Respeita-o, ouve a sua voz, guarda-te de o desprezares; isto é, segundo a Versão dos Setenta, sê dócil aos seus conselhos, e faze tudo quanto ele te ordenar; porque tudo o que te disser, o diz em meu Nome. Se deres crédito às suas palavras, fazendo o que te manda, serei Inimigo dos teus inimigos, e afligirei os que te afligem. O meu Anjo caminhará continuamente diante de ti, e te fará entrar na terra prometida.2

Neste Ministério do Anjo Tutelar dos Israelitas, cifra-se a instrução, a missão e o destino dos nossos Anjos da Guarda. Também são figura bem expressa dos ofícios que eles cada dia nos prestam, os que o Anjo São Rafael prestou a Tobias.

Não houve discípulo mais dócil nem mais agradecido ao seu Guia do que o jovem Tobias. – Meu pai, com que coisa poderemos agradecer dignamente a este fiel condutor e a este bom amigo o que lhe devemos? Ele me conduziu são e robusto à tua casa, livrando-me de mil perigos na viagem. O caminho era largo e penoso, podia perder-me a cada passo e muitas vezes a minha vida corria perigo. Se me vejo restituído com tanta felicidade à casa de meu pai, depois de Deus, devo-o a este amável condutor. Mas não pararam aqui os seus benefícios: ele mesmo em pessoa foi receber o dinheiro de Gabelo; ele me obteve a mulher com quem me casei; lançou dela o Demônio que tanto tempo havia, a estava atormentando e cujo lastimoso estado trazia toda a minha família em contínuo pranto e perpétuo luto; ele me livrou daquele formidável peixe, que ia já para me tragar; a ti te fez ver a luz do Céu; numa palavra, por ele estamos na maior felicidade.

Quem não descobre em toda a série desta misteriosa e dulcíssima história os Ministérios, os importantes serviços que recebemos dos nossos Anjos da Guarda, em todo o decurso da nossa peregrinação terrena? Perigos evitados, funestos acasos impedidos, malícia do Demônio descoberta e confundida, negócios de importância terminados com felicidade, êxito feliz nas empresas mais árduas e nos projetos mais espinhosos; eis em resumo uma parte do muito que devemos aos Anjos da Guarda.

Que poderemos, pois, dar-lhes que seja correspondente ao que lhes devemos, aos benefícios de que nos têm cumulado, aos serviços que nos têm feito, e aos muitos que devemos esperar nos façam ainda? Já São Bernardo no-lo ensina, quando admirado da inefável bondade de Deus, na designação dos Anjos Tutelares, exclama: “Ó caridade! Ó excesso de amor! Ó bondade verdadeiramente incompreensível! Pois, logramos a ventura de estar continuamente debaixo do amparo daqueles espíritos Bem-aventurados, de ter inseparavelmente um deles ao nosso lado, de o merecer por Guia durante o decurso da nossa vida”.

Que veneração, que respeito, que devoção, que confiança não te deve inspirar esta amável, esta doce verdade?

A presença do teu Anjo deve infundir-te respeito. Como ousaria eu fazer diante dele o que não me atreveria a fazer na presença do mais vil dos homens? Se a presença dos grandes do mundo contém os mais rudes, e até os mais libertinos e ousados, que compostura não deve infundir no meu coração e na minha alma a presença contínua daquele a quem o Salvador do mundo declarou maior e mais respeitável do que todos os grandes da terra?

A sua benevolência deve inspirar-te devoção, prossegue o mesmo Santo Padre. Quanto não se desvela por nós o nosso bom Anjo! Que ofícios não nos faz? Que serviços não nos presta neste desterro!

Preserva-nos de mil perigos, livra-nos de inúmeros males, procura-nos todo o gênero de bens, apresenta as nossas orações ao Senhor, obtém-nos mil benefícios e mil graças, defende-nos de toda a sorte de inimigos, estorva e evita as nossas quedas espirituais e corporais; e quando, mau grado os seus desvelos, caímos em pecado, ajuda-nos a levantar; está sempre vendo a Deus, e nunca nos perde de vista; cheio de Deus, ocupado em Deus, não está menos cheio, menos ocupado em nós, nem menos atento a tudo que nos toca: observa e guia todos os nossos passos, encaminha-nos quando nos extraviamos, alumia-nos e ilustra-nos em nossas dúvidas; e depois de nos ter assistido e favorecido por tantos meios durante a nossa vida, quanto não nos , protege e assiste na hora da morte! Que reconhecimento lhe devemos por tantos e tão singulares benefícios!

A sua guarda deve inspirar-te confiança, continua o mesmo São Bernardo. Todos estes benefícios são, por certo, a prova mais segura da sua vontade; e se a esta se ajunta o poder, que confiança não deveremos depositar no nosso Anjo da Guarda? Onde o bom desejo mais certo, ou valimento mais eficaz e mais seguro? O que até aqui tem feito por nós, é a maior prova do que está pronta a fazer.

Atento a todas as nossas necessidades, solícito em nos socorrer, e encarregado por ofício de nos governar em tudo, como deixará de corresponder à nossa confiança, ou como poderá negar-nos a sua proteção todas as vezes que dela necessitarmos?

Devemos, pois, aos nossos Anjos estas três coisas: respeito e honra, porque estamos na sua presença; amor e devoção, porque nos amam com ternura; recurso e confiança, porque são mais zelosos do nosso bem e da nossa salvação, do que nós mesmos.

Amemos, pois, ternamente os nossos Anjos da Guarda, por serem moradores da pátria celestial, de que também esperamos ser algum dia coerdeiros e concidadãos, e por serem Guias e Tutores nossos, destinado pelo Pai das Misericórdias para nos assistir e dirigir em tudo.

Que poderemos temer com tais protetores? Não receemos nem que os nossos inimigos os vençam, nem que os seus artifícios os iludam, nem que nos desencaminhem por não saberem guiar-nos. São nossos amigos fiéis, nossos Guias seguros e experimentados, nossos poderosos protetores; que temos, pois, a temer?

Quanto a nós compete-nos somente ser dóceis às suas inspirações, pontuais em obedecer-lhes, fiéis em servi-los, e prontos aos seus piedosos impulsos e chamamentos.

Podemos viver seguros de que estamos debaixo da proteção de Deus, enquanto estamos debaixo da tutela do Anjo da Guarda.

Enfim, continua São Bernardo, sempre que nos combata alguma tentação violenta, sempre que nos achemos em ocasiões perigosas, sempre que nos sucedam contratempos ou adversidades, sempre que se nos ofereçam dúvidas, sempre que esteja turvado o coração e a alma aflita; quando se nos ofereça algum negócio, alguma viagem onde haja que temer dificuldades, riscos e perigos, invoquemos com fervor e com toda a confiança o nosso Anjo da Guarda.

Se queremos granjear a benevolência daquelas pessoas de quem temos necessidade, imploremos o favor dos seus Anjos da Guarda, porque ninguém como eles poderá inclinar-lhes o ânimo para nós.

Não há Santo no Céu, que não tivesse particular devoção aos Anjos da Guarda.

Lembremo-nos, enfim, que em todas as partes encontramos Santos Anjos, prontos a assistir-nos e socorrer-nos em todas as nossas necessidades, em todos os nossos trabalhos.

Eles nos amam como irmãos, diz Santo Agostinhos; em tudo nos ensinam, em tudo nos assistem, e estão como em uma santa impaciência por nos ver ocupar no Céu aquelas sedes de que se tornaram indignos os anjos rebeldes: Sedes Paradisi per nos repleri spectantes.

Acudamos, pois, ao nosso Anjo da Guarda, conclui São Bernardo, em todas as tentações, em todos os perigos, em todas as desgraças, em todos os negócios espinhosos, em todas as nossas dúvidas; em todas as nossas empresas imploremos a sua proteção, peçamos-lhe que nos assista; e digamos-lhe em todas as ocasiões em que corramos algum perigo: “Senhor, salvai-nos, que perecemos”.3



Resumo Litúrgico

A festa dos Santos Anjos da Guarda separou-se da de São Miguel, com a qual andou durante muito tempo confundida. Celebrava-se já no século XVI na Espanha e foi estendida à Igreja universal por Clemente X em 1670, e pelo mesmo Pontífice fixada no primeiro dia livre depois da festa de São Miguel, quer dizer, no dia 2 de Outubro. Vivendo já na posse da glória, os Anjos têm por missão primária adorar a Divindade.4 E por isso, a Santa Igreja nos faz pedir a Deus,5 a graça de juntarmos com as deles as nossas vozes para O louvar. Mas os Anjos, como do nome se depreende, são mensageiros de Deus incumbidos de velar por nós6 e de executar os Mandamentos do Senhor.7 Por este motivo se chamaram Anjos da Guarda. Tem-se geralmente como certo que todas as Comunidades cristãs, países, famílias, Dioceses, igrejas e agremiações religiosas possuem o seu Anjo da Guarda particular. É doutrina certa que todo o batizado tem o seu. A Santa Igreja aplica a cada um de nós o que do seu povo disse Deus no Antigo Testamento: “Enviarei o meu Anjo, que vá diante de ti e te guarde e introduza na terra que te preparei”.8 O nosso Anjo da Guarda tem por ofício proteger-nos e defender-nos, a fim de que, debaixo da sua proteção e ao abrigo das ciladas do inimigo, possamos alcançar a terra prometida da vida eterna.9 Este companheiro fiel merece da nossa parte aquela veneração e sentido reconhecimento que se devem tributar a um Santo que goza já da visão beatífica do Céu.10 Para nos encorajar nesta prática, instituiu a Santa Igreja esta festa dos Santos Anjos da Guarda.

Intróito, Gradual, Aleluia, Hino,.11

Anjos do Senhor, bendizei todos ao Senhor, vós que sois poderosos para executar as Suas ordens e atender à palavra dos Seus Mandamentos.12

O Senhor deu ordens aos Seus Anjos a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos. Levar-te-ão nas mãos com medo que tropeces nas pedras do caminho.13

Bendizei todos ao Senhor, exércitos e ministros do Senhor que fazeis a Sua vontade.14

Vamos cantar aos Anjos tutelares dos homens, que o Pai celeste deu por companheiros à nossa natureza enfermiça, para que não sucumbíssemos às insídias do Inimigo.



Breve Meditação15

Os Filhos dos reis só saem acompanhados das pessoas encarregadas de os guardar e defender no caso de ser preciso. Ora todos os cristãos, pelo Batismo, se tornaram filhos do Rei do Céu. É por isso, que Deus dá a cada um, um companheiro fiel, encarregado de o guardar, conduzir e dirigir. Esse companheiro é o Anjo da Guarda. Devemos, neste dia, agradecer à bondade divina este benefício assinalado; e ao mesmo tempo dar graças a esses espíritos Bem-aventurados pela solicitude com que velam por nós e nos acompanham desde o berço até ao túmulo. Foi esse o fim, que a Igreja se propôs, ao estabelecer a festa de hoje.

Meditação

I. Admiremos a bondade de Deus, que destinou um príncipe da Sua corte para velar por cada um de nós. O Anjo da Guarda está sempre a nosso lado, de dia e de noite; defende-nos contra o Demônio e as tentações; inspira-nos santos pensamentos; desvia-nos do mal; intercede por nós junto de Deus. Agradeçamos a deus ter-nos dado um guia tão fiel e tão caritativo, e vejamos nessa graça uma prova da estima que tem pela nossa alma. Agradeçamos aos nossos Anjos da Guarda as finezas que nos dispensam; e peçamos-lhes que continuem a dispensá-las até a morte.

II. Devemos ter por eles o mais profundo respeito e dirigir-lhes orações todos os dias. Não maltratemos nem escandalizemos pessoa alguma; lembremo-nos das palavras do Senhor, que nos proíbe escandalizar as criancinhas, porque os seus Anjos veem sempre a Face de Seu Pai. Esses Anjos hão de vingar o dano que fizermos aos que estão sob a sua guarda. Se trabalhamos na conversão de algum pecador, peçamos ao seu Anjo da Guarda que nos ajude. Honremos os nossos Anjos da Guarda. “Não faças na sua presença o que não farias diante de uma pessoa de respeito” (São Bernardo).

III. Consideremos os Anjos da Guarda como os melhores amigos, que temos neste mundo. São fiéis e nunca nos hão de abandonar em caso de necessidade. São infinitamente esclarecidos, devemos consultá-los nas dúvidas; não nos desviarão do bem. São poderosos para nos socorrer; têm mais poder, mais espírito e mais força do que os homens, que nos merecem confiança. Ouçamos o que inspiram. Ah! Se tivéssemos um pouco mais de fé, nada recearíamos, sabendo que os Anjos velam por nós.

Oração

Ó Deus, que, por uma inefável providência, Vos dignastes enviar os vossos Anjos para nossa guarda; concedei às nossas orações a graça de sermos sustentados pela sua proteção, e a alegria de sermos na eternidade companheiros da sua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo… Amém.



Ladainha dos Santos Anjos da Guarda16

(Para uso privado)


Senhor, tende piedade de nós.

Jesus Cristo, tende piedade de nós.

Senhor, tende piedade de nós.


Jesus Cristo, ouvi-nos.

Jesus Cristo, atendei-nos.


Deus Pai, Criador dos Anjos, tende piedade de nós.

Deus Filho, Redentor do mundo, Senhor dos Anjos, tende piedade de nós.

Deus Espírito Santo, Vida dos Anjos, tende piedade de nós.

Santíssima Trindade, que sois um só Deus , Delícia dos Anjos, tende piedade de nós.


Santa Maria, rogai por nós.

Santa Mãe de Deus, rogai por nós.

Rainha dos Anjos, rogai por nós.


São Miguel, rogai por nós.

São Gabriel, rogai por nós.

São Rafael, rogai por nós.

Todos os Santos Anjos e Arcanjos, rogai por nós.


Santos Anjos da Guarda, rogai por nós.

Santos Anjos da Guarda, que contemplais sem cessar o rosto do Pai Celestial, rogai por nós.

Santos Anjos da Guarda, que nunca vos afastais do nosso lado, rogai por nós.

Santos Anjos da Guarda, que estais junto de nós com amizade celestial, rogai por nós.

Santos Anjos da Guarda, nossos fiéis exortadores, rogai por nós.

Santos Anjos da Guarda, nossos sábios conselheiros, rogai por nós.

Santos Anjos da Guarda, que nos preservais de muitos males do corpo e da alma, rogai por nós.

Santos Anjos da Guarda, nossos defensores poderosos contra os ataques do inimigo maligno, rogai por nós.

Santos Anjos da Guarda, nossa proteção para o tempo das tentações, rogai por nós.

Santos Anjos da Guarda, que nos ajudais quando tropeçamos e caímos, rogai por nós.

Santos Anjos da Guarda, que nos consolais na aflição e no sofrimento, rogai por nós.

Santos Anjos da Guarda, que favoreceis e levais as nossas orações diante do Trono de Deus, rogai por nós.

Santos Anjos da Guarda, que nos ajudais através das vossas inspirações e estimulações para progredirmos no bem, rogai por nós.

Santos Anjos da Guarda, que, apesar das nossas faltas, não vos afastais de nós, rogai por nós.

Santos Anjos da Guarda, que vos alegrais com a nossa emenda e o nosso aperfeiçoamento, rogai por nós.

Santos Anjos da Guarda, que vigiais junto de nós e rezais por nós quando descansamos, rogai por nós.

Santos Anjos da Guarda, que também nunca nos abandonais na agonia, rogai por nós.

Santos Anjos da Guarda, que consolais as almas do Purgatório, rogai por nós.

Santos Anjos da Guarda, que conduzis os justos ao Céu, rogai por nós.

Santos Anjos da Guarda, com os quais um dia esperamos louvar e contemplar Deus eternamente, rogai por nós.

Príncipes arautos do Céu, rogai por nós.


Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.


Jesus Cristo, ouvi-nos.

Jesus Cristo, atendei-nos.


Senhor, tende piedade de nós.

Cristo, tende piedade de nós.

Senhor, tende piedade de nós.


Pai Nosso…


Louvai o Senhor, todos os Seus Anjos,

Vós, que cumpris poderosamente a Sua Vontade.

Por tua causa, Ele ordenou aos Seus Anjos, para te protegerem em todos os teus caminhos.

Ó Deus, na presença dos Anjos queremos Louvar-Vos.

Queremos adorar-Vos e louvar o vosso Nome.

Senhor, ouvi a nossa oração, e chegue até Vós o nosso clamor.


Oremos: Deus Eterno e Onipotente, Vós que na Vossa bondade indizível unistes a todos os homens desde o seio materno, para a proteção do corpo e da alma, um Anjo particular; concedei-nos a graça de seguirmos fielmente o nosso Santo Anjo e amá-lo muitíssimo, para que um dia possamos, através da Vossa graça e sob a sua proteção, chegar à Pátria Celestial, e lá, com ele e com todos os Anjos, contemplar a Vossa Face Divina. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.


____________________________

1.  Pe. Croiset, S.J., “Ano Cristão”, Vol. X, pp. 22-27, 02 de Outubro, Festa dos Santos Anjos da Guarda; Tradução do Francês pelo Pe. Matos Soares, Porto, 1923.

2.  Êxod. 23, 20-33.

3.  Mat. 8, 25.

4.  Intr., Ofert.

5.  No Prefácio da Missa.

6.  Epist., Grad.

7.  Ofert.

8.  Epist.

9.  Orat., Secr., depois da Com.

10.  Evang.

11.  Missal Quotidiano e Vesperal, por Dom Gaspar Lefebvre, beneditino da Abadia de São André, Intróito da Missa (Gradual, Aleluia, Hino e Oração) da Festa dos Santos Anjos da Guarda (2 de Outubro), p. 1634-1637. Desclée de Brouwer & CIE, Bruges (Bélgica). 1952. Sl. 102, 20-21.

12.  Salm. 102, 20.

13.  Salm. 90, 11-12.

14.  Salm. 102, 21.

15.  “Vida dos Santos – com uma Meditação para cada dia do Ano”, pelo Pe. João Estevam Grossez, S.J., Segunda Parte, 2 de Outubro, pp. 199-200. Edição Portuguesa, “União Gráfica”. Lisboa. 1928.


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