Blog Católico, para os Católicos

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"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

"Gosto de Carnaval", confessa Padre Fábio de Melo.

 


Exibido: 07/02/13


O Bom e o Mau Exemplo do Padre


"Colocamos o bom exemplo no fim das virtudes eclesiásticas, não porque lhes é inferior sob o ponto de vista de sua importância, mas  porque as recorda e encerra todas, e é como que o seu resumo completo.

Todas as virtudes se encontram no santo Padre: por isso, o santo Padre edifica a todo o mundo pelo bom exemplo, que dá.

Pelo contrário, o mau Padre, e até o tíbio e relaxado, tem falta de algumas virtudes essenciais, ou praticam muito imperfeitamente as fracas virtudes, que possuem; do mesmo modo sua vida ou é escandalosa ou muito pouco edificante.

É impossível possuir ou não possuir virtudes, sem edificar os povos pelo bom exemplo, ou levá-los ao mal pelo escândalo. Eis o que fazia dizer a Massillon estas notáveis palavras: “O exemplo é o primeiro dever de nosso estado; sem ele, ou todas as nossas funções se tornam inúteis, ou são uma ocasião de queda e de escândalo para os povos, que o Senhor nos confiou em Sua cólera”.

É preciso insistir sobre a indispensável necessidade, que todo o Padre tem, de edificar os povos pelo espetáculo de suas virtudes? Não basta um momento de reflexão para ver as muitas e poderosas razões, que fazem ressaltar esta necessidade?

Lembraremos somente as principais.

Devemos edificar por uma vida verdadeiramente santa: Por que? Porque nosso divino Salvador nos dá por missão guiar os povos e ser sua luz: Vos estis lux mundi. Que é uma luz debaixo do alqueire? Que é um guia que corre para os abismos?

Devemos edificar: Ainda por que? Porque a luz, que estamos encarregados de apresentar aos homens, deve descobrir-lhes a santidade da nossa vida e o resplendor das nossas boas obras: Sic luceat lux vestra coram hominibus ut videant opera vestra bona.

Devemos edificar os fiéis, porque assim no-lo recomenda formalmente o grande Apóstolo e em termos, que não admitem réplica; ponderemos bem todas as  suas palavras: In omnibus teipsum praebe exemplum bonorum operum, in doctrina, in integritate, etc. Exemplum esto fidelium in verbo, in conversatione, in charitate, etc.

Devemos edificar, porque a Igreja em seus Concílios, os Santos por sua doutrina e por seus exemplos, recordam-nos incessantemente esta rigorosa e fundamental obrigação.

Que coisa mais terminante que estas palavras do santo Concílio de Trento, que todos nós conhecemos: Habitu, incessu, sermone, ALIISQUE OMNIBUS REBUS nihil nisi grave, moderantum ac religione plenum (sacerdotes) prae se ferant.

In incessu, já o tinha dito Santo Agostinho, de quem o Concílio de Trento parece ter copiado as palavras, statu, habitu et omnibus motibus vestris, nihil fiat quod cujusquam offendat aspectum, sed quod deceat vestram sanctitatem.

“Todo pastor, que escandaliza, diz o mesmo Santo, causa a morte às ovelhas , que deve apascentar”: Omnis qui male vivit, in conspectu eorum quibus praepositus est, quantum in se est, occidit oves.

“A vida dos padres, dizia em 1537 um Sínodo de Tours, é o livro dos leigos”: Liber laicorum vita clericorum.

Devemos edificar, porque nossa missão essencial é salvar almas, e salva-las-emos muito mais pelo exemplo de uma vida santa, do que por nossos talentos e por nossas pregações.

Devemos edificar, porque para um Padre, não edificar, é escandalizar e escandalizar é arruinar, é aniquilar o Sacerdócio; é fazer-se auxiliar do Demônio e destruir o edifício da salvação dos povos, que Jesus Cristo erigiu por Seu Evangelho, por Seus trabalhos, por Suas fadigas, por Seus suores e por Seu Sangue.

Devemos edificar, enfim, porque se damos o exemplo dos vícios em vez do das virtudes, autorizamos os pecadores a continuar suas desordens, e condenamo-nos à vergonha de não poder dar-lhes uma repreensão. Como clamar contra os intemperantes, se eles podem dizer: Nosso pastor faz como nós? Como fulminar o impudico, se ele pode dizer: Certo padre é meu modelo? Como atacar o avarento, se ele pode dizer: Meu cura entesoura? Como censurar o amante apaixonado do jogo, se ele pode dizer: Os padres passam nele os dias e as noites?

O santo Padre pode estigmatizar todos os vícios, porque sabe-se que não é escravo de nenhum; pode pregar as virtudes sem excepção de uma só, porque sabe-se que as pratica todas.

Para glória de Deus, queridos colegas, para honra de nosso Sacerdócio, conservemos a santa liberdade da palavra; não alienemos nunca o direito, que sempre devemos ter, de combater o vício e preconizar a virtude...

… Desgraçado ele (o Padre), se deixa de falar como Deus, para falar como homem!..."

Fonte: Abade H. Dubois, "O Padre Santificado", pp. 11, 261-279; Trad. do Francês pelo Pe. M. J. Valente; Livraria Internacional de Ernesto e Eugênio Chardron, Porto/Braga, 1878.


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