Blog Católico, para os Católicos

BLOG CATÓLICO, PARA OS CATÓLICOS.

"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

domingo, 17 de março de 2024

SÃO JOSÉ, SUSTENTÁCULO DAS FAMÍLIAS.


UMA CARTA A SÃO JOSÉ


Em fins do século XVII, no nobre e miserável arrabalde de Viena, chamado Laimgrube, que se tornou mais tarde um dos mais ricos da capital da Áustria, vivia em uma mísera cabana o célebre músico Paulo Merten, em companhia de sua filha Josefina, de dezesseis anos, muito hábil na arte do bordado. As últimas guerras, sustentadas pelos vienenses contra os turcos, os haviam empobrecido. Merten e sua filha, ficando sem trabalho, iam muitas vezes para a cama com frio e em jejum.

Um dia em que a sua miséria parecia chegada ao cúmulo, Josefina, não podendo mais contemplar o desfalecimento e aflição do pai, disse-lhe:

– Pai, deixa que eu vá procurar um emprego, assim poderei enviar-te os meus lucros.

– Mas ele respondeu:

– Queres também deixar-me, ó filha minha? Quem então me assistirá? Não, jamais permitirei.

– Mas, caro pai – replicou Josefina – já não tenho outro meio para auxiliar-te; algum tempo atrás escrevi ao marido da madrinha, recentemente falecida, e até agora não recebi resposta alguma.

– Não é para admirar – respondeu o pai, – é o mesmo que ter escrito ao Diabo.

O pobre Paulo Merten, fora de si com as privações sofridas, não sabia mais o que dizer.

– Ó meu pai! Que sombrios pensamentos te dá a miséria! Exclamou a menina, com as lágrimas nos olhos. – Antes, encomendemo-nos ao caro Padroeiro São José, para que nos alcance do Senhor auxílio e emprego.

– Julgas na verdade – replicou o pai com amargura – que o pobre Carpinteiro tenha tanto poder no Céu? Pois bem, escreve-lhe, se te agrada, e veremos que proveito terás.

– São José é poderosíssimo no Céu – respondeu suavemente Josefina, – escrever-lhe-ei e a minha rolinha branca, à qual não posso dar hoje nem uma migalha de pão, servir-me-á de mensageiro. – Assim dizendo, sentou-se à mesinha de seu pai, e em uma folha de papel escreveu a seguinte mensagem:

“Deus Te salve, José! Tem piedade de nós em nossa grande aflição. Não temos trabalho nem meio de subsistência; pede a Nosso Senhor me faça encontrar um emprego, pois meu pai está passando fome. Tua fiel Josefina Merten, costureira, filha do músico. Laimgrube, Rua Maria Helfer, número 13”.

Isto feito, dobrou a cartinha, prendeu-a ao pescoço da rolinha, e esta logo alçou o voo. Passara-se apenas uma hora, e eis um elegante senhor batendo à porta do senhor Merten.

– Mora aqui a senhorinha Merten?

– Sim, senhor – respondeu bruscamente o pai, lançando ao visitante um olhar perscrutador. – Que deseja?

– Chamo-me José Carlos Hirte, e sou um joalheiro desta cidade. Moro aqui perto e recebi uma mensagem de São José de quem sou muito devoto. Venho em seu nome para responder à carta que lhe foi escrita por vossa filha. Tenho muito trabalho e esta menina poderá fazê-lo. Além disso, ingressei no coro da Igreja dos Carmelitas e necessito de lições para aperfeiçoar-me. Quereis aceitar a incumbência?

– Oh, com muito prazer! – exclamaram Josefina e seu pai.

– Bem! – continuou o senhor Hirte, – por enquanto, aceitai esta oferta – e, assim dizendo, colocou cinco ducados na mesinha.

– Ó pai, – exclamou a menina – vês com quanta bondade recebeu São José a minha carta? Como faremos para agradecer-lhe?

– É assim, senhorinha, – acrescentou o senhor Hirte; – fazei sempre assim e jamais estareis sem auxílio. Enviar-vos-ei por meu empregado todo o necessário para o trabalho e espero tornar a ver-vos em breve. E vós, senhor, quereis vir amanhã à minha casa para iniciar as lições? Eis o meu endereço: não é possível extraviar-se, pois na fachada da casa está pintada uma grande imagem de São José.

Dito isto, saudou-os e despediu-se.

De que modo acontecera esse inesperado socorro? É fácil explicá-lo. A rolinha, enfraquecida pelo longo jejum e cansada por motivo do insólito peso, não pudera voar muito longe, e procurou refúgio em um lugar próximo. Quis o acaso, ou melhor, estabeleceu a Providência de Deus, que a rolinha entrasse pela janela aberta de um quarto onde se achava o senhor Hirte, que, podem todos imaginar, surpreendeu-se ao ver o inesperado hóspede com uma cartinha ao pescoço. Tomando a misteriosa carta, leu-a e, comovido pela confiança daquela menina, resolvera atendê-la.

Algum tempo depois, o rico comerciante, em vista das boas qualidades de Josefina, pediu-a em casamento; e assim aconteceu que a pobre Josefina Merten se tornou a honrada e estimada senhora Hirte. Esta, em sinal de gratidão a São José, mandou executar uma belíssima pintura na casa onde vivera na pobreza; perene testemunho do poder do glorioso Patriarca.


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Fonte: Pe. Tarcísio M. Ravina, da Pia Sociedade de São Paulo, “São José – Na Vida de Jesus Cristo, na vida da Igreja, no Antigo Testamento, no Ensino dos Papas, na Devoção dos Fiéis, nas Manifestações Milagrosas”, 6ª Parte, pp. 210 – 212; Edições Paulinas, Recife, 1954.



quarta-feira, 13 de março de 2024

ATO DE CONSAGRAÇÃO AO GLORIOSO PATRIARCA SÃO JOSÉ.

 


Prostrados aos vossos pés eis-nos aqui, gloriosíssimo José. Injustiça seria não reconhecer os benefícios sem número que de Vós havemos recebido, e negra ingratidão deixar de manifestar-Vos o nosso reconhecimento. E que faremos nós, e que Vos daremos, pobres e sem méritos como somos? Pois isso é o que viemos oferecer-Vos. Nada valemos, nada podemos, mas o que temos, nossa vida, nossas forças, nossa atividade e quando menos, nosso bom desejo, isso Vos oferecemos; de agora em diante, nos propomos consagrar-nos inteiramente a vosso serviço, e não somente nós, senão que trabalharemos quanto estiver em nossas forças para que sejais de todos conhecido e amado; para que se propague vossa devoção; para que sejam, cada dia mais, os que Vos honrem e participem de vossas graças. Somos fracos e inconstantes, bem o sabemos e choramos, mas por isso mesmo vimos a Vós, para que intercedais por nós e nos alcanceis de Deus a graça e a perseverança nela. Lembrai-Vos que ninguém recorreu a Vós, que fosse rejeitado; acolhei-nos a nós, aceitai-nos por vossos servos agora, e por vossos companheiros e filhos no Céu. Amém.


Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai.


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Fonte: “DEVOTO JOSEFINO – ou, Coleção Completa das Devoções mais Usadas em Honra do Glorioso Patriarca São José”, pelo Padre Eusébio Sacristán Villanueva, Missionário Filho do Imaculado Coração de Maria, pp. 61-62. Sétima Edição. Editora “Ave Maria” Ltda. São Paulo/SP. 1945.


sábado, 9 de março de 2024

VIA SACRA II

(Como rezada na Igreja de Nossa Senhora do Terço)


Oração Preparatória

Meu Senhor Jesus Cristo, que seguiste, com amor infinito, o caminho do Calvário, e aí morrestes num patíbulo de infâmia, dai-me a graça de Vos acompanhar, e de unir as minhas lágrimas ao vosso Sangue precioso… Tenho ardente desejo de consolar o vosso Coração tão bom e tão amargurado pelos nossos pecados e de me associar à vossa dolorosa Paixão e Morte… Quem me dera sofrer e morrer por Vós, que sofrestes e morrestes por mim!… Ó Jesus, eu Vos amo de todo o meu coração; arrependo-me sinceramente de Vos ter ofendido e prometo, com a vossa graça, nunca mais Vos tornar a ofender. Dignai-Vos, meu querido Senhor, conceder-me as indulgências com que vossos Vigários enriqueceram este santo exercício, e recebei-as em satisfação dos meus pecados, e em sufrágio das Almas do Purgatório. – Ó Maria, Rainha dos Mártires, dai-me o amor e a dor, com que acompanhastes ao Calvário, o vosso inocentíssimo Jesus. Amém.


A morrer crucificado

Teu Jesus é condenado,

Por teus crimes, pecador.

Por teus crimes, pecador.


I ESTAÇÃO

Jesus é condenado à morte

V. Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos.

R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Ó meu Jesus, por aquela injusta sentença de morte, tantas vezes confirmada por minhas culpas, livrai-me da sentença de eterna morte, que tantas vezes tenho merecido. (Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai)

V. Compadecei-Vos de nós, Senhor.

R. Compadecei-Vos de nós.

V. As almas dos fiéis defuntos por misericórdia de Deus descansem em paz.

R. Amém.

Com a Cruz já carregado,

Dos bandidos vai ao lado,

A morrer por teu amor.

A morrer por teu amor.


II ESTAÇÃO

Jesus com a Cruz às costas

V. Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos.

R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Ó meu Jesus, que voluntariamente tomastes aos ombros a pesadíssima Cruz fabricada pelos meus pecados, fazei-me conhecer a gravidade deles, para que os chore e deteste enquanto me durar a vida. (Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai)

V. Compadecei-Vos de nós, Senhor.

R. Compadecei-Vos de nós.

V. As almas dos fiéis defuntos por misericórdia de Deus descansem em paz.

R. Amém.

Sob o peso constrangido

Cai Jesus desfalecido,

Pela tua salvação.

Pela tua salvação.


III ESTAÇÃO

Jesus cai pela primeira vez

V. Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos.

R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

O enorme peso de minhas culpas Vos fez cair, ó meu Jesus, debaixo de vossa Cruz. Eu as aborreço e detesto; peço-Vos perdão e a graça de não tornar a ofender daqui para o futuro. (Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai)

V. Compadecei-Vos de nós, Senhor.

R. Compadecei-Vos de nós.

V. As almas dos fiéis defuntos por misericórdia de Deus descansem em paz.

R. Amém.

Vendo a Mãe Imaculada,

Vê também a aguda espada

Transpassar-lhe o Coração.

Transpassar-lhe o Coração.


IV ESTAÇÃO

Jesus encontra sua Mãe Santíssima

V. Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos.

R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Aflitíssimo Jesus! Virgem dolorosíssima! Se, por minhas culpas passadas, tenho sido a causa de vossas penas e de vossas dores, espero, com o auxílio Divino, que não será assim no resto de minha vida, mas fielmente Vos amarei até a morte. (Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai)

V. Compadecei-Vos de nós, Senhor.

R. Compadecei-Vos de nós.

V. As almas dos fiéis defuntos por misericórdia de Deus descansem em paz.

R. Amém.

Já sem força, em sangue o rosto,

Um auxílio que é imposto,

Vem prestar-Lhe o Cireneu.

Vem prestar-Lhe o Cireneu.


V ESTAÇÃO

Jesus é ajudado pelo Cireneu

V. Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos.

R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Ó que afortunado foi o Cireneu, amado Jesus, que Vos ajudou a levar a vossa Cruz! Também eu serei feliz, se Vos ajudar a levá-la, sofrendo, paciente e voluntariamente, as cruzes que, no decurso de minha vida, me enviardes. Vós, porém, meu Jesus, concedei-me para isto a vossa graça. (Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai)

V. Compadecei-Vos de nós, Senhor.

R. Compadecei-Vos de nós.

V. As almas dos fiéis defuntos por misericórdia de Deus descansem em paz.

R. Amém.

Eis a face, ensanguentada,

Por Verônica enxugada,

Que no pano apareceu.

Que no pano apareceu.


VI ESTAÇÃO

A Verônica enxuga o rosto de Jesus

V. Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos.

R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Benigníssimo Jesus, que Vos dignastes imprimir o vosso Santíssimo Rosto, naquele pano com que a Verônica vo-lo enxugou; imprimi, Senhor, eu vo-lo rogo, na minha alma, a contínua memória de vossas acerbíssimas dores. (Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai)

V. Compadecei-Vos de nós, Senhor.

R. Compadecei-Vos de nós.

V. As almas dos fiéis defuntos por misericórdia de Deus descansem em paz.

R. Amém.

No caminho vez segunda,

Com que mágoa e dor profunda,

Cai por terra o Salvador.

Cai por terra o Salvador.


VII ESTAÇÃO

Jesus cai pela segunda vez

V. Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos.

R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

As minhas repetidas culpas Vos fizeram cair em terra novamente, ó meu Jesus. Ajudai-me, Senhor, a pôr em prática os meios eficazes para não tornar a recair nos meus pecados. (Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai)

V. Compadecei-Vos de nós, Senhor.

R. Compadecei-Vos de nós.

V. As almas dos fiéis defuntos por misericórdia de Deus descansem em paz.

R. Amém.

Das Matronas piedosas,

Filhas de Sião chorosas,

É Jesus consolador.

É Jesus consolador.


VIII ESTAÇÃO

Jesus consola as filhas de Jerusalém

V. Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos.

R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Meu Jesus, que consolastes as piedosas filhas de Jerusalém, que choravam ao ver-Vos tão atormentado, consolai minha alma com vossa misericórdia, na qual somente quero confiar e à qual prometo sempre corresponder. (Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai)

V. Compadecei-Vos de nós, Senhor.

R. Compadecei-Vos de nós.

V. As almas dos fiéis defuntos por misericórdia de Deus descansem em paz.

R. Amém.

Cai terceira vez prostrado

Pelo peso redobrado,

Dos pecados e da Cruz.

Dos pecados e da Cruz.


IX ESTAÇÃO

Jesus cai pela terceira vez

V. Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos.

R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Pelos tormentos por Vós sofrido, ó meu Jesus, ao cairdes pela terceira vez em terra, sob o peso da Cruz, peço-Vos que façais não torne eu a cair em pecado. Sim, amado Senhor, antes morrer, que tornar a pecar. (Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai)

V. Compadecei-Vos de nós, Senhor.

R. Compadecei-Vos de nós.

V. As almas dos fiéis defuntos por misericórdia de Deus descansem em paz.

R. Amém.

Já do algoz as mãos agrestes,

As sangrentas pobres vestes,

Vão tirar do bom Jesus.

Vão tirar do bom Jesus.


X ESTAÇÃO

Jesus é despido de suas vestes

V. Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos.

R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Ó meu Jesus, que fostes despojado de vossas vestes e amargurado com fel, despojai-me do afeto às coisas terrenas e fazei-me que aborreça tudo o que é mundano e pecaminoso. (Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai)

V. Compadecei-Vos de nós, Senhor.

R. Compadecei-Vos de nós.

V. As almas dos fiéis defuntos por misericórdia de Deus descansem em paz.

R. Amém.

Sois por mim à Cruz pregado,

Duramente torturado,

Com cegueira e com furor.

Com cegueira e com furor.


XI ESTAÇÃO

Jesus é pregado na Cruz

V. Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos.

R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Por aquelas angústias que provastes, ó meu Jesus, ao serem vossas mãos e pés cravados na Cruz com duros cravos, fazei que eu crucifique a minha carne e o meu espírito, numa mortificação contínua e perfeitamente cristã. (Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai)

V. Compadecei-Vos de nós, Senhor.

R. Compadecei-Vos de nós.

V. As almas dos fiéis defuntos por misericórdia de Deus descansem em paz.

R. Amém.

Por meus crimes padecestes,

Meu Jesus, por mim morreste,

Quanta angústia, quanta dor.

Quanta angústia, quanta dor.


XII ESTAÇÃO

Jesus morre na Cruz

V. Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos.

R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Ó meu Jesus, que depois de três horas de tormentosa agonia, expirastes na Cruz por meu amor; fazei que eu morra, antes que torne a cair em pecado. E se me cumpre ainda viver, viva só para Vos amar e fielmente Vos servir. (Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai)

V. Compadecei-Vos de nós, Senhor.

R. Compadecei-Vos de nós.

V. As almas dos fiéis defuntos por misericórdia de Deus descansem em paz.

R. Amém.

Já da Cruz Vos despregaram

E a Maria Vos deixaram,

Que terrível aflição.

Que terrível aflição.


XIII ESTAÇÃO

Jesus morto nos braços de sua Mãe Santíssima

V. Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos.

R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Ó Maria, Mãe dolorosíssima, que espada de dor transpassou o vosso Coração, ao verdes morto em vossos braços a Jesus, vosso adorado Filho! Alcançai-me, Senhora, que sempre deteste o pecado, causa da Sua morte e de vosso tão grande sofrimento, e que no futuro viva como verdadeiro cristão, para poder salvar a minha alma. (Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai)

V. Compadecei-Vos de nós, Senhor.

R. Compadecei-Vos de nós.

V. As almas dos fiéis defuntos por misericórdia de Deus descansem em paz.

R. Amém.

No sepulcro Vos puseram,

Mas os homens tudo esperam,

Que os salvou vossa Paixão.

Que os salvou vossa Paixão.


XIV ESTAÇÃO

Jesus encerrado no sepulcro

V. Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos.

R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Convosco quero estar, ó meu Jesus, e estar sempre como se eu mesmo fosse morto; mas, se determinais que viva, quero viver só para Vós e gozar convosco no Céu os frutos da vossa Paixão e Morte dolorosíssima. Amém. (Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai)

V. Compadecei-Vos de nós, Senhor.

R. Compadecei-Vos de nós.

V. As almas dos fiéis defuntos por misericórdia de Deus descansem em paz.

R. Amém.

Meu Jesus, por vossos passos,

Recebei em vossos braços,

A mim, pobre pecador.

A mim, pobre pecador.


ORAÇÃO FINAL

Ó Deus, que pelo precioso sangue de vosso Unigênito Filho, quisestes santificar o estandarte da Cruz vivificante: concedei-me que, os que na honra da mesma Santa Cruz se alegrem, alegrem-se também sentindo por toda parte a vossa proteção. Pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor. Amém.

Pelas intenções do Santo Padre, o Papa. (Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai)


quarta-feira, 6 de março de 2024

SÃO JOSÉ NA VIDA DA IGREJA. 1ª PARTE.


São José Imagem de Deus


A vida temporal de São José e as fadigas a que esteve sujeito por amor do Divino Menino, confiado a seus desvelos, terminaram neste mundo com a morte do Santo. Ele continua, porém, a exercer a sua atividade na Igreja, Corpo Místico de Jesus Cristo. Com a sua grande dignidade, seus admiráveis exemplos de virtude e sua poderosíssima intercessão: eis os meios pelos quais o Santo vive ainda na terra animando, purificando, consolando e santificando os fiéis.

A glória extraordinária que agora goza no Céu é proporcionada a seus méritos e à generosa gratidão de seu Filho que, segundo a intensidade do grande amor do Santo, lhe dá uma medida cheia, suma e superabundante em Seu reino.

Jesus Cristo concedeu ao servo fiel amplo poder sobre todos os Seus tesouros e elevou o trono do Pai adotivo até junto ao da Mãe Imaculada. Mas esse triunfo, embora tão grande, não teremos a consolação de vê-lo senão no além.

Todavia, um raio dessa glória, podemos contemplá-lo ainda nesta vida, e é o efeito produzido na Igreja, no reino de Deus na terra, imagem e preparação do reino dos Céus; por ele podemos ter uma ideia do poder, do amor, da Bem-aventurança gozada por São José.

Consideremos agora o que o Santo opera neste mundo e a honra que lhe é tributada pelos fiéis. Comecemos pela dignidade e glória de que São José goza por suas relações com Jesus Cristo; relações que, tornando mais resplandecentes suas heroicas virtudes, enchem a alma dos fiéis de profunda veneração para com Ele, servindo-lhes de estímulo para imitar-lhe os exemplos.

São José foi dado à terra para exprimir visivelmente as adoráveis perfeições de Deus Pai, e os escritores ascéticos chamam-no imagem do Divino Pai. Imagem verdadeira, preciosa e elevada que exprime nobreza e exatamente a essência da vocação e grandeza do Santo, escolhido por Deus para Pai do Redentor.

O Eterno Pai é o tipo e princípio de toda paternidade no Céu e na terra, pelo qual todo pai terrestre é uma cópia e um representante do Pai Celeste. Mais que todos, o foi São José.

São José é imagem do Eterno Pai por sua autoridade. – A autoridade é o distintivo do pai, que tem o direito de mandar, quer por ser o princípio da vida, quer pela sua superioridade, necessária em toda sociedade ordenada. Estes dois poderes têm origem em Deus Pai que, sendo princípio gerador, constitui pessoa distinta das duas outras da Augustíssima Trindade.

Mas Deus que, em Sua infinita bondade, prodigaliza em abundância, graças e favores às almas, as devotas, quis conferir tal princípio a São José, de modo único entre todos os homens, apesar de não ser o glorioso Santo, pai natural de Jesus Cristo, mas somente Chefe da Sagrada Família, porque verdadeiro Esposo de Maria.

São José era pai legal de Jesus e tinha sobre Ele os poderes comunicados por Deus, reconhecendo-O pai segundo a Lei e Chefe da Sagrada Família. De fato, circuncida o Menino, impõe-Lhe o Nome, oferece-O a Deus no Templo, recebe diretamente do Céu as ordens para o governo da Família e é reconhecido por Jesus e Maria como vigário do Pai Celeste. Eis porque o Filho de Deus e Salvador nosso se lhe submeteu humildemente e lhe cumpriu as ordens com pontualidade, não só como menino, mas também como jovem e homem: porque nele via a imagem do Divino Pai, em suas ordens a vontade de Deus, e, obedecendo ao Santo, podia dizer: Eu faço sempre o que meu Pai quer.

Com muita justeza disse o piedoso e douto Faber, Sacerdote do Oratório na Inglaterra, convertido da heresia à fé católica: “Em Belém, no Egito, em Nazaré, esse Santo é como a sombra, a figura do Eterno Pai, e nisto se acha à altura de sua santidade: de maneira figurada que lhe é comunicada a Paternidade de Deus. É o Pai nutrício de Jesus e, aos olhos dos homens, é tido por seu verdadeiro pai; exerce essa autoridade, cumpre para com Ele todos os deveres da afeição e solicitude paternas.

Em sua natureza humana, Jesus Cristo é subordinado a São José. A São José, são dados em custódia Jesus e Maria, dois inefáveis tesouros de Deus: ele mesmo é um tesouro precioso a velar sobre os tesouros de Deus”.

São José é imagem do Eterno Pai, por sua pureza. – O Pai Celeste gerou o seu Unigênito, antes do tempo, com um ato infinitamente puro e santo. De fato, o Pai conhece perfeitamente a Si mesmo e, deste conhecimento, procede o vivo Esplendor de Sua glória, a subsistir na própria natureza divina, e é o seu Filho, o Verbo.

Mas, em toda paternidade humana, existe sempre uma perfeição e uma imperfeição. A perfeição, consiste no comunicar a vida ao filho; e a imperfeição, na perda da virgindade e integridade do pai. A Divina Natureza, porém, na qual subsistem o Pai e o Filho, exigia, como predisseram os Profetas, que o Salvador e Redentor nosso, nascesse da mãe sem pai; e por isto, ensina a fé, que São José não foi pai natural de Jesus, mas somente reconhecido como tal pela Lei, isto é, pai putativo, como dizemos. Daí procede uma nova semelhança de nosso Santo com o Eterno Pai, que quis comunicar a seu fiel servo tudo quanto possível.

São José é imagem do Eterno Pai no amor. – Assim como amamos as nossas ideias que, originando-se de nossa mente, são uma coisa toda nossa, é fácil imaginar quanto Deus ame com infinito amor o seu Filho, Imagem perfeita de Sua própria substância, e possa repetir-lhe a todo instante: Tu és o meu Filho amado, hoje Te gerei. Também, quando do Céu fez ouvir Sua voz às multidões, chamou ao Salvador: Meu Filho amado.

São José é apenas uma sombra do Eterno Pai. Mas a voz com que tantas vezes, por seu intermédio, o Pai Celeste chamou Jesus, não era um puro som, mas uma expressão do amor, ardente no coração do Santo: amor maior que o amor de todos os pais a seus filhos.

O Pai Celeste, querendo substituir-Se na terra por um homem, nos encargos para com o Seu “Filho dileto”, devia infundir-lhe certamente um profundíssimo afeto paternal, superior a toda a nossa imaginação. Por isso, é certo que, assim como Deus escolheu José para seu Vigário e lhe comunicou a Sua autoridade, devia infundir-lhe no coração, na medida da capacidade de nossa natureza, um grande amor ao Filho, tanto mais quanto faltava ao Santo a paternidade natural.

E José demonstrou claramente com as obras e sacrifícios por Jesus, quão grande e intenso era esse amor, cuja solicitude e operosidade chegaram a consumir-lhe a vida. Se pode existir alma capaz de verdadeiro amor, é justamente a dos Virgens, porque livres de todo laço com as criaturas, erguem-se e unem-se a Deus. Tudo isso se deve aplicar a São José.

Ó dignidade e amor incomparável! Como no palácio do Pai Celeste tem que nascer e ocultar-se o Sol e a Lua, assim no de São José resplandeceram o “Sol de justiça”, Jesus, e Maria, serena e bela como a lua. Disto, ninguém, exceto São José, pode gloriar-se, porque só a ele concedeu tal honra o Pai Celeste: Sou Eu o Senhor e não cedo a outros a minha glória.

São José está associado a Deus no nome, na missão, na autoridade e no amor ao Verbo Encarnado. Jesus está no Céu à direita de Deus Pai que o gera desde toda a eternidade e na terra com São José, que O nutre e sustenta. O Pai, contemplando o Verbo Encarnado, Lhe diz: Tu é o meu Filho amado em Quem pus as minha complacências; e São José, contemplando no seio puríssimo de sua Santa Esposa o Verbo Encarnado, cheio de fé, no êxtase de amor, pode dizer-Lhe em verdade: Reconheço-Te por meu filho e Tu me chamas de pai. Que espírito celeste poderá dizer essas palavras ao Filho de Deus e exercer para com Ele tão honrosa missão?

Deus honra o ilustre Patriarca dividindo somente com ele, o título de Pai: favor singular, que supõe em São José uma graça única, pois, assim como no Céu só existe uma Pessoa divina honrada com o título de Pai do Verbo Encarnado, na terra existe somente uma pessoa com o título de “Pai do Verbo”.

São José é pois honrado, com uma paternidade tal que, faz desaparecer todas as paternidades da ordem natural. É Pai de um Filho, que está acima de todos os homens e de todos os Santos; e com razões mais fortes que Adão, pode alegrar-se de ser o Pai dos viventes, sendo o Pai de Jesus, Vida das vidas, Vida vivificante, Vida pela qual vivem todas as coisas que possuem vida.

Merece, com direito maior que o de Abraão, ser chamado Pai dos crentes, sendo o Pai do Autor da fé, por Ele comunicada a todos os povos da terra. É Pai d’Aquele que traz escrito nas vestes: Rei dos reis e Senhor dos senhores.

Honremos a São José por sua dignidade, mas não esqueçamos que também nós trazemos a imagem de Deus gravada em nossa fronte e em nosso coração. Não desonremos, não degrademos a nossa dignidade rebaixando-nos ao nível dos animais irracionais, em especial com pecados torpes. Consolem-nos as palavras de São Paulo: Se nos salvarmos, se formos santos, teremos no Céu a aparência da idade perfeita de Jesus cristo, e gozaremos de suas próprias delícias para sempre.


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Fonte: Rev. Pe. Tarcísio M. Ravina, da Pia Sociedade de São Paulo, São José – na Vida de Jesus Cristo, na Vida da Igreja, no Antigo Testamento, no Ensino dos Papas, na Devoção dos Fiéis e nas Manifestações Milagrosas; 2ª Parte, pp. 111-116. Edições Paulinas, Recife, 1954.


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