Blog Católico, para os Católicos

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"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

segunda-feira, 4 de abril de 2022

AQUELE QUE AMA JESUS, DEVE ACOMPANHÁ-LO NA ESCALADA DO GÓLGOTA, SOFRENDO COM ELE.


Maria – Jesus sobe ao Calvário. Vem, meu filho. Vamos juntos subir com Jesus. Se O amas, não poderás abandoná-Lo. Seria acaso digno de Jesus o nosso amor, se nós O abandonássemos nas Suas dores, quando justamente O desprezam e ultrajam todos os homens?

Nenhum socorro Lhe podemos dar. Mas, ao menos, tomaremos parte nos Seus sofrimentos, misturaremos as nossas lágrimas ao Seu Sangue Divino; dar-Lhe-emos a consolação de ver que estamos prontos a sofrer por Seu amor tudo o que Ele ordenar.

O Servo – Ó Maria, ó Coração generoso da Virgem Mãe, é só no sofrer que se pode testemunhar o seu amor a Jesus? Porventura, na calma e na paz não poderemos amar a Jesus?

Maria – Filho amado, na paz e na tranquilidade é fácil testemunhar esse amor. Não se lhe pode, porém, julgar da sinceridade e firmeza senão nos tempos da tribulação.

Disse Jesus: “O que não carrega a sua cruz e não me segue, não é digno de ser meu discípulo”.1

Deves, portanto, ter no número dos dias felizes, os que tiveres ocasiões de suportar algo por amor de Deus.

Muitos são os cristãos que só amam o Divino Benfeitor, tendo em mira os Seus benefícios, e nisso só parecem com os amigos da terra, que não sabem amar sem o interesse à frente. Afirmam amar a Jesus de todo o coração, entretanto, não têm coragem de “velar ao menos uma hora com Jesus no Jardim das Agonias”.2

Protestam que acompanharão Jesus “por toda parte, até a morte”, mas o medo dos sofrimentos logo enfraquece neles o amor e só de longe é que acompanham a Jesus.

Tu, porém, meu filho, não faças assim. Se amas a Jesus, a Sua Cruz amarás. E se O amas de todo o coração, também de todo o coração abraçarás as cruzes que Ele te enviar.

O que não precisa de ser forçado a conduzir a Cruz, como Simão de Cirene, e de bom grado toma parte no amargo fel que Jesus sorveu sem queixa, no Calvário, esse então é o que ama verdadeiramente.

O fogo” da tribulação “prova o ouro”3 do amor; purifica-o; aperfeiçoa-o. Entre lágrimas viveu Jesus. Como então quererias tu viver em delícias?

Um homem cristão no rigor do termo, é um homem “formado sobre Jesus”, vivendo, sofrendo, morrendo na Cruz.4 Tão amável o achas tu quando meditas os sofrimentos que suportou por teu amor! O! Quão amável deverias achar o sofrimento que o faz tão digno das tuas afeições! Jesus só te manda o sofrimento, filho amado, pela razão sábia do Seu imenso amor por ti!

Vê a Cruz. Toda ela é Jesus. Toda é só Amor, aquele Amor que veio pregar ao mundo. Amar e sofrer são como uma só coisa, como os dois braços da mesma cruz!

Homens que foram resgatados pelo altíssimo preço da Cruz, devem ver este objeto sagrado como o símbolo de sua partilha e sua glória.

Jesus só entrou na glória pelos caminhos do martírio”.5 Ele não criou para mim nem para os Santos, caminho diverso do que seguiu. Por este caminho, portanto, é necessário que prossigas, se queres entrar na Bem-aventurança.

O Servo – Ó Virgem Mãe de um Deus tão bom! Se tanto padecestes, em tanta estima O concebendo, bem convencido estou de que amáveis a Deus acima de todos os Mártires! Valei-me, Senhora, no vencer essa sensibilidade e delicadeza que se opõem à graça. Valei-me, Senhora, no vencer esse horror natural que voto à Cruz.

Valei-me, enfim, para que o meu coração, o meu espírito, o meu eu inteiro prove a Deus, que de fato O amo!

A mais Santa fostes Vós dentre as Virgens, não obstante a mais atormentada entre todas! Aquiesço, ó Mãe do Céu, em participar dos vossos sofrimentos, contanto que do vosso amor eu participe.

Fazei que ame a Cruz de Jesus, que ache delícias na Cruz de Jesus, para que na minha morte, Jesus Crucificado seja a minha força e o meu conforto!

Maria – Em verdade, filho, como poderias tu, no momento da morte, abraçar confiante o Crucifixo se porventura houvesses vivido como um inimigo da Cruz?6

Diante da morte, ninguém se arrepende de ter vivido na Cruz, mas de não ter sempre vivido nela! A maior vantagem para um cristão é parecer com Jesus, no que sobretudo Jesus mais deseja que Lhe pareça.

Se exposto te vires, filho, ao ridículo dos homens, aos desprezos, aos maus tratos, às perseguições sangrentas, submete-te com paciência e constância. Se Eu te visse assim, então, meu filho amado, Eu veria em ti uma encantadora imagem de Jesus.

Amar-te-ia então, ainda mais do que te ama, esta Mãe a quem tanto diriges as tuas preces e as tuas lágrimas.

Amar-te-ia, Eu, tua Mãe celestial, mais ainda do que O faço agora, porque mais digno se faz do Meu amor, quem mais porfia no parecer-se com Jesus!

O Servo – Oh! Minha Mãe! O motivo que de agora em diante me valerá de estímulo, consolando-me em todo o sofrer, será o pensamento de que conduzo a Cruz com Jesus e por Jesus.

Mais do que isso, entretanto, muito me alegra e consola o pensamento de que essas disposições que me ensinais, Senhora, atrairão sobre mim de modo especial a proteção constante, a caridade imensa Daquela que “encerrou em Seu seio virgem Aquele a quem os Céus não puderam conter!”


_________________________

Fonte: Imitação de Maria, obra modelada pela Imitação de Cristo, por um Religioso Anônimo, Liv. III, Cap. I, pp. 187-191. IV Edição, Editora Vozes Ltda, Petrópolis/RJ, 1956.

1.  Luc. 14, 27.

2.  Mat. 26, 40.

3.  Eclo. 2, 5.

4.  Filip. 3, 10.

5.  Luc. 26, 16.

6.  Filip. 3, 18.


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