Do Abade Isquirião, séc. III, Egito
Os Santos Padres profetizaram a respeito da última
geração: “Que fizemos nós?” perguntaram. Um deles, o grande Abade Isquirião,
respondeu: “Nós cumprimos os Preceitos de Deus”. Interrogaram então: “E aqueles
que virão depois de nós, que farão?” Respondeu: “Chegarão à metade daquilo que
fizemos”. Continuaram a perguntar: “E aqueles que virão depois desses, que
farão?” Respondeu: “Os homens daquela geração não terão absolutamente obra
nenhuma; mas sobrevirá a eles uma tentação, e os que forem encontrados fiéis
naquele tempo, serão maiores do que nós e do que os nossos Pais”
De Santa Teresa de Jesus
“Estando certa vez em oração, muito recolhida e envolta em suavidade e
quietude, senti-me rodeada de Anjos e muito próxima de Deus. Comecei a rogar a
Sua Majestade pela Igreja. Veio-me a compreensão do grande proveito que certa
Ordem Religiosa traria nos últimos tempos e da força com que seus filhos
haveriam de sustentar a Fé.
Eu estava em oração perto do Santíssimo Sacramento, quando me apareceu
um Santo, cuja Ordem está um tanto decaída. Tinha nas mãos um grande livro, que
abriu, dizendo-me que lesse umas palavras escritas em letras grandes e muito
legíveis: Nos tempos vindouros, esta Ordem florescerá; haverá muitos
mártires.
De outra vez, estando no coro durante as Matinas, vi diante dos meus
olhos seis ou sete religiosos dessa mesma Ordem – ou assim me pareceu – com
espadas nas mãos. Isso significava, penso eu, que eles hão de defender a Fé;
porque mais tarde, quando eu estava em oração, meu espírito foi arrebatado, e
eu parecia estar num enorme campo onde muitos lutavam; os combatentes dessa Ordem se batiam com grande ânimo. Seus
rostos estavam formosos e muito abrasados; eles deixaram muitos caídos,
vencidos, e outros mortos. Tive a impressão de que a batalha era contra os
hereges.
Tenho visto algumas vezes este glorioso Santo, que tem
me dito algumas coisas e agradecido minhas orações pela sua Ordem, prometendo
me encomendar ao Senhor. Não nomeio as Ordens, para que as outras não fiquem
ofendidas; se o Senhor quiser que se saiba, Ele mesmo as nomeará. Mas cada
Ordem, ou cada membro, tinha de fazer com que, através de si, o Senhor os
fizesse tão ditosos que pudessem servir à Igreja num momento de tão grande
necessidade. Felizes as vidas que por isso se sacrificarem!”
[1] Fonte: Coleção “Fontes da Vida Religiosa”, Vol. 5 - “Apoftegmas: A Sabedoria dos Antigos
Monges”, por J. P. Migne, “Patrologia Graeca”, T. 65, colunas 71- 440;
tradução do grego e notas de D. Estêvão Tavares Bettencourt, O.S.B., p. 157;
Edições “Lumen Christi”, Rio de Janeiro, 1979.