Uma
pesquisa realizada pela Agencia Senado confirma resultados de consultas
anteriores: os brasileiros se opõem à realização do aborto quando a
mulher não deseja levar adiante a gravidez. A sondagem de
opinião pública foi realizada à luz da reforma do Código Penal,
atualmente em debate em Brasilia, e que poderia ampliar as cláusulas em
que o crime do aborto não é penalizado no país. A pesquisa realizada no
último 23 de Outubro revelou que 82% dos consultados rejeita a
legalização do aborto.
“Atualmente,
a legislação brasileira permite a realização de aborto em casos de
estupro ou quando a continuidade da gravidez trouxer risco de morte à
mulher. O Supremo Tribunal Federal também autorizou a interrupção da
gravidez quando for comprovada a ocorrência de anencefalia – doença
caracterizada pela má formação total ou parcial do cérebro do feto. O
Código Penal deve estabelecer os casos nos quais o aborto pode ser
realizado com amparo legal”, indica a nota da Agência Senado.
“Segundo
82% dos entrevistados na pesquisa do DataSenado, a lei não deve
permitir que uma mulher realize o aborto quando ela não quiser ter o
filho”, destaca a nota de imprensa da agência.
Mídia e meias verdades
Para
o perito em demografia da organização pró-vida “Human Life
International”, o boliviano Mario Rojas, o resultado da resposta do
público diante destas “circunstâncias concretas” não é de surpreender:
“Não é raro que isto aconteça nas sociedades em que a mídia fala com
meias verdades sobre o aborto, afirmando que a sua realização é uma via
legítima e eficaz para diminuir a mortalidade materna”.
“Está
amplamente documentado que a mortalidade materna não tem relação alguma
com o fato do ser ou não legalizado, a relação direta está vinculada ao
nível de educação da mulher e os serviços obstetrícios de antes,
durante e depois da gravidez”, assinalou.
Um
estudo citado pelo perito da Human Life International foi realizado no
Chile com informações recolhidas durante cinqüenta anos. Ele confirma
que um maior acesso ao aborto não produz uma diminuição na taxa de
mortalidade materna.
A
pesquisa “Nível de educação das mulheres, instalações da saúde materna,
legislação sobre o aborto e mortalidade materna: um experimento natural
no Chile desde 1957 até 2007″, foi publicada no dia 4 de maio no PLOS
One, a maior revista científica do mundo e foi liderado pelo Dr. Elard
Koch.
Uma
das descobertas mais importantes dessa pesquisa foi que, ao contrario
do que dizem as hipóteses sustentadas pelos abortistas, desde que o
aborto foi declarado ilegal no Chile, no final da década de 1980, a taxa
de mortalidade materna diminuiu de 41.3 até 12.7 por cada 100.000
crianças nascidas vivas. Isto significa uma redução de 69,2 por cento.
O
Dr. Elard Koch, epidemiologista e principal autor do estudo, destacou
que “definitivamente, a proibição legal do aborto não está relacionada
com as taxas globais de mortalidade materna”.(JS)
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