Coroação
de Nossa Senhora de Fátima, a 13 de Maio de 1946
O
Grande retorno de Nossa Senhora de Boulogne
(1943
- 1948)
Em
1938, para comemorar o terceiro centenário da consagração da
França à Virgem Maria pelo rei Luiz XIII, na cidade de Boulogne,
várias reproduções da imagem de Nossa Senhora de Boulogne, foram
enviadas em visita a algumas centenas de paróquias do norte da
França. Uma delas foi levada a Lourdes, cidade da Imaculada, e aí
ficara.
Alguns
anos mais tarde, em 28 de março de 1943, os bispos da França
consagraram todas as dioceses da França ao Imaculado Coração de
Maria, para fazer eco à consagração do mundo, por Pio XII, em 31
de outubro de 1942. Foi então que o padre Ranson S.J. organizou o
grande retorno de Nossa Senhora de Boulogne, de Lourdes até o
santuário no norte da França. O sucesso foi extraordinário, a tal
ponto que rapidamente se decidiu fazer peregrinar quatro imagens
idênticas, por caminhos diferentes. As imagens eram recebidas nas
cidades e aldeias por multidões de fiéis. Era uma gigantesca missão
mariana centrada na conversão pessoal e na consagração ao
Imaculado Coração de Maria. O prodigioso percurso durou sessenta
meses.
Devemos
assinalar a surpresa dos meios da ação católica: “O grande
retorno a Reims, dizia o diretor, atingia ambientes que nunca jamais
a ação católica tinha atingido. Apresenta-se para nós muitos
problemas” - “Há anos, afirmava outro responsável, tentamos
apresentar o problema religioso nos meios mais descristianizados.
Nossos esforços foram vãos. Nossa Senhora do grande retorno passa
e, de modo inacreditável, em alguns dias torna-se o único assunto
das conversas, não somente de católicos, mas também entre homens e
mulheres que pensávamos estar bem afastados de nossa fé. Todo mundo
trabalha, faz guirlandas, arcos de triunfos”.
Manifestamente
a Virgem Maria preparava os corações para um projeto ainda mais
glorioso.
Um Projeto iniciado em Berlim, Alemanha.
Em
maio de 1945, quando a guerra terrível enviada por Deus para
castigar o mundo acabava, os vigários das paróquias católicas de
Berlim tiveram a ideia de conduzir uma imagem da Virgem de região em
região, para consolidar a paz recentemente conseguida. Naturalmente
pensaram em fazer peregrinar uma imagem daquela que tinha prometido:
“Se escutarem meus pedidos, a Rússia se converterá e haverá
paz.”(Fátima, 13 de julho de 1917).
Durante
dois anos o projeto dos párocos de Berlim passou de repartição em
repartição. Finalmente, foi o plano de um jovem religioso belga,
padre Demontiez O.M.I., que tomou corpo: em 13 de maio de 1947, uma
imagem de Nossa Senhora de Fátima, partiu da Cova da Iria, para ir
presidir o Congresso Marial de Maastricht, dos Países Baixos e
começou a viagem através das fronteiras da Europa e do mundo
inteiro.
Ninguém
poderia ter imaginado o formidável movimento de oração, de
penitência, de conversões e maravilhas de toda espécie que a
Virgem Maria provocaria à sua passagem.
As
Marés Humanas
No
começo foram multidões imensas que ficavam à espera de Nossa
Senhora. Nada era mais desproporcional aos resultados que os meios de
publicidade empregados. Bastava uma palavra do clero e todo o povo de
uma cidade, às vezes de uma região inteira, se deslocava para
trazer suas homenagens à Rainha da paz.
Desde
sua partida da Cova da Iria, os fiéis se apressavam em cercá-la, e
as primeiras conversões começavam a acontecer.
Na
Espanha contava-se em certas cidades até 100 ou 200 mil fiéis para
aclamar a Virgem. Os bispos vinham recebê-la, os chefes políticos
das aldeias saldavam-na, o exército apresentava armas. Onde ela
passava cinemas e teatros se fechavam e o dia era feriado para que
todo mundo pudesse aclamar a Senhora.
A
acolhida da França foi mais reservada, o governo chamado da
“liberdade” se mostrava irritado por aquela manifestação pouco
adequada ao laicismo que tinha vindo ao poder.
Contudo, os organizadores conseguiram fazer passar a imagem em certas
cidades e ela recebeu uma acolhida calorosa: Hendaye, Bayonne,
Lourdes, e daí rapidamente para a fronteira belga.
A
Bélgica foi mais entusiástica, de novo foram centenas de milhares
de peregrinos que aclamaram a Virgem de cidade em cidade, para chegar
finalmente ao Congresso de Maastricht, onde os cardeais e bispos da
Bélgica, Holanda e Luxemburgo beijaram a branca imagem.
Daí
a Senhora passou para a Holanda e depois para Luxemburgo. Nesse
pequeno país que não contava mais de 250.000 habitantes, houve
100.000 comunhões em honra da Virgem peregrina.
Paris,
e novamente a Bélgica, foram as novas etapas, antes do retorno a
Portugal.
O
mesmo entusiasmo das multidões se deram nos outros “caminhos”.
Estados Unidos, Canadá, América do sul,
África,
Ásia e Oceania.
É
preciso notar ainda uma nova peregrinação espanhola em 1948, onde a
Virgem reuniu 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) fiéis em
Madri.
Houve quinze curas milagrosas, durante uma missa celebrada para
13.000 doentes.
Um
ponto capital deve ser destacado: essas manifestações não eram a
expressão de um simples entusiasmo exterior e superficial. Em toda
parte houve confissões, comunhões, Rosários, horas de reparação,
consagrações individuais ao Imaculado Coração de Maria.
Ligas
de oração, ou de penitências foram fundadas para prolongar a
irradiação de sua visita.
Como
por ocasião do grande retorno à França, a Virgem Maria realizava
apostolado realmente sobrenatural, indicando os meios para de novo
recristianizar o mundo.
O
Misterioso Prodígio da Peregrinação Mundial:
AS
POMBINHAS DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
Um
dos mais belos adornos da peregrinação mundial, foi certamente o
gracioso prodígio das pombas brancas, misteriosamente atraídas
pelas imagens benditas de Nossa Senhora de Fátima.
A
primeira cidade que viu o fenômeno foi a mais revolucionária de
Portugal, Bombarral.
“Decorria
o ano de 1946, e Portugal celebrava o terceiro centenário de sua
Consagração a Nossa Senhora da Imaculada Conceição, Rainha e
Padroeira de Portugal (1646), proclamada pelo rei D. João IV. Surgiu
a ideia de levar a imagem de N. Sra. da Conceição, de Vila Viçosa
até Lisboa. Em 1946, a Imagem de N. Sra. de Fátima já era grande
atração para muitos peregrinos. Então, foi pedido que aquela sua
representação fosse, igualmente, a Lisboa para que, no dia 8 de
dezembro de 1946 se encontrasse com a imagem da Imaculada Conceição
de Vila Viçosa, quando uma grande Celebração festiva seria
realizada pelos 300 anos da Padroeira de Portugal.
Nesta
comemoração da Consagração de Portugal a N. Sra. da Conceição,
N. Sra. de Fátima foi coroada no dia 13 de maio pelo Cardeal legado
(representando o Papa, para a solenidade), Dom Aloisio Masella,
diante de 800 mil fiéis. Encerrava-se, assim, o Congresso Mariano de
Évora - cidade onde, 300 anos antes, fora pronunciado o voto - e, em
seguida, a procissão solene, de mais de 400 km, teve início, em
homenagem à Virgem Peregrina.
Esta
viagem triunfal, que se estendeu de 22 de novembro a 24 de dezembro,
atraindo multidões, foi marcada por um evento insólito.
A
Imagem de Nossa Senhora de Fátima, a caminho de Lisboa, passando
pelo oeste, atravessou Bombarral, a 1º de Dezembro de 1946. Cinco
pombas brancas, lançadas ao ar por D. Maria Emília Coimbra e sua
filha Teresinha Campos, pousaram, uma após a outra, aos pés da
Imagem, voltando-se para ela com atitudes surpreendentes. A partir de
então, muitas pombinhas foram soltas e muitas delas se refugiavam
aos seus pés, aí permanecendo, noite e dia, sem procurar alimentos,
sem bicar ou debicar a estátua ou as flores que a ornavam, sem serem
perturbadas pela multidão, virando-se para os oradores, para o
Santíssimo ou para o Crucifixo - quando estes eram colocados sobre o
Altar -, seguindo a estátua sempre que era transportada, em
automóveis ou aviões, quando rumava para os outros continentes. Sua
delicadeza e reverência precediam a imagem, e as aves a aguardavam,
postando-se nos locais onde seria colocada.
‘Para
surpresa de todos, as aves permaneceram ali por horas e dias, sem se
moverem e sem se assustarem com as manifestações de louvor e o
barulho feito pela multidão. Muitos fiéis chegavam a alimentar as
aves, que segundo relatos da época elas recusavam os alimentos e
água, por vezes como se curiosamente jejuassem em penitência a
Nossa Senhora de Fátima.
No
dia 6 de Dezembro de 1946, uma pomba se coloca sobre a coroa de Nossa
Senhora, simbolizando assim o Espírito Santo e logo após ela se
volta ao altar e permanece de asas abertas, como se estivesse em ato
de adoração’.
As
pombinhas, de noite e de dia, nas celebrações e vigílias, sob os
cânticos e as aclamações, sob chuva e foguetes, durante todo o
percurso, jamais deixaram a Imagem até chegar a Lisboa, no dia 8 de
dezembro, data em que outros pássaros se associaram a elas. O
fenômeno foi registrado pela imprensa daqueles dias. Foram as pombas
de Bombarral, as primeiras a manifestarem a sua presença carinhosa
junto à Imagem de Nossa Senhora de Fátima. E isto marcou
profundamente o espírito do povo português: o Cardeal de Lisboa
expressou o seu assombro na mensagem radiofônica, divulgada por
ocasião do Natal de 1946 e todos os jornais do país refletiram a
sua emoção. O Padre Miguel de Oliveira assim escreveu na edição
de 7 de dezembro, da publicação Novidades, quase inteiramente
dedicada às pombinhas de Nossa Senhora:
‘Ao
término de alguns séculos, não faltarão espíritos fortes que
sorrirão da nossa ingenuidade e questionarão como teria sido
possível, em pleno século XX, que uma lenda típica da Idade Média
fosse criada. Porém não se trata de uma lenda, ó homens do futuro!
Trata-se de uma realidade que nossos olhos contemplam, esta é a
história autêntica, testemunhada por centenas e centenas de
milhares de pessoas’.
O
que mais impressionava as testemunhas era a atitude religiosa
daquelas pombinhas. Por exemplo, foram vistas se voltarem para o
púlpito na hora do sermão, colocarem-se umas à direita, outras à
esquerda do Ostensório na exposição do Santíssimo Sacramento. Em
Lisboa, em 6 de dezembro, durante a missa solene, uma das pombas, foi
ficar em cima da coroa da Virgem, e aí ficou com as asas abertas
viradas para o altar o tempo todo que durou as 3 mil comunhões.
O
fenômeno das pombas se manifestou também durante a peregrinação
mundial: no Congresso Mariano de Madri (1948) e em muitas dioceses da
Espanha, na França,
em diversos países da África,
nas peregrinações da América do Sul, (sobretudo na Colômbia, em
1950).
Citemos
aqui um fato impressionante que se realizou na capital francesa,
Paris, em 8 de dezembro de 1952. Uma grande reunião de informações
sobre o Exército Azul tinha sido organizada no Parque de Exposições
para lançar o movimento na França. Hamish Fraser (1913-1986) devia
tomar a palavra na presença de Monsenhor Rupe, bispo auxiliar de
Paris. O orador fora comissário nas brigadas comunistas durante a
guerra na Espanha. Foi ele quem comandou o pelotão que, depois de um
simulacro de julgamento, condenou Cristo Rei à morte e fuzilou sua
imagem numa praça de Madri.
Pois ele tinha se convertido ao catolicismo e se tornado um ardoroso
apóstolo das mensagens de Fátima.
No
momento em que ia começar a falar, uma pomba desceu do alto da sala
fez um giro em cima do estrado, pousou sobre a sua cabeça, enquanto
ele se levantava. Ficou aí uns 12 minutos, apesar dos flashs das
máquinas fotográficas. Ora, eis as palavras que Hamish Fraser tinha
resolvido dizer na Conferência:
“Sei
que a oração pode converter os comunistas. Sei que a oração pode
converter a Rússia. Que a Rússia se converta ou não, que
haja uma terceira guerra mundial ou não, que a Igreja de Jesus
Cristo volte as catacumbas ou não, isto depende de uma resposta a
uma pergunta: ‘Estamos preparados para
fazer o que nos pediu a Mãe de Deus pessoalmente?’
Se respondermos a esta pergunta dizendo sim, a Rússia se converterá
e haverá paz e poderemos olhar o futuro de frente. Se hoje o Corpo
Místico de Jesus Cristo está crucificado, não são os comunistas
os principais responsáveis, pois os soldados de Stalin que estão a
beira de enfiar os cravos na carne do Corpo Místico da Igreja não
são os agentes do Kremlin, mas de nossa apatia, de nossa letargia,
nossa falta de lealdade e de coragem. Assim que nós, católicos,
começarmos a aceitar plenamente nossas responsabilidades, o
comunismo se tornará tão ineficaz, quanto a heresia ariana. Na
minha fraca e humilde opinião, Fátima é o acontecimento mais
significativo do século, talvez o mais significativo da história,
do protestantismo para cá”.
Enviando
uma de suas brancas pombas para ficar na cabeça do orador, a Virgem
de Fátima estava aprovando o magnífico discurso que ele ia
pronunciar.
Vozes
de Fátima
Sua
Eminência, o Cardeal Cerejeira, Patriarca de Lisboa, chamou-as de
“ANJOS DISFARÇADOS”. Eu ouvi em Aymonte, na
Espanha, ao falecido Cardeal Segura afirmar: “Las palomas
escapam al natural”.
S.
Excia. D. Agnelo Rossi nomeou-as: “PAGENS DA VIRGEM”.
Muitos milagres de conversões as pombas provocaram.
Dizia
um médico: “A Imagem atrai-me, mas, as pombas convertem-me”.
Afirmava
outro: “Diante desta visão, é forçoso mudar de vida”.
Investigava-se
um terceiro: “Serei eu pior do que estes animais? Vamos mudar de
vida”.
Há
também uma pobre Madalena, a quem uma irmã enviara uma pena das
pombas de Fátima pelo correio. Voltou arrependida.
O
Dedo de Deus está na Imagem Peregrina
de
Nossa Senhora de Fátima
Nossa
Senhora Missionária
É
preciso falar agora da atração dos não católicos pela Virgem de
Fátima.
Durante
a peregrinação mundial, Nossa Senhora de Fátima chamou os não
católicos, não para praticarem os seus cultos aos seus deuses, mas,
para se voltar a Ela, única medianeira junto ao único mediador,
Nosso Senhor Jesus Cristo.
Em
Patna, na Índia, o governador da província, brâmane,
entrou na Igreja e rezou diante da imagem da Virgem.
Numerosos
países da Ásia, da África e da Oceania, governadores e prefeitos,
pagãos e protestantes, autorizaram e facilitaram procissões que
muitas vezes faziam pela primeira vez naquela cidade onde os
católicos são uma pequena minoria. Dirigiam a Nossa Senhora
homenagens e a oração oficial de seus administrados.
Na
África do Sul, todas as raças e religiões se juntaram na hora das
procissões mariais. Em Untata, uma delegação de anglicanos veio
solicitar ao bispo que fizesse parar a procissão diante da catedral
deles. A autorização não foi dada, para não dar apoio à religião
falsa, mas conseguiram que o cortejo passasse pela frente. No momento
em que a procissão passou, eles abriram as portas da catedral e
assistiram a passagem da Virgem, unindo-se aos cantos e orações,
seguindo o cortejo com flâmulas nas mãos.
Dois
Casos Particulares:
os
Muçulmanos e os Protestantes.
A
acolhida triunfal dos muçulmanos.
A
Virgem Maria exercia uma atração especial sobre os muçulmanos. Do
Marrocos espanhol ao Cairo, a branca imagem foi objeto de toda
espécie de homenagem. Os corais muçulmanos pediam favores em seguir
as procissões; os imans ensinaram os seus cânticos aos cristãos da
cidade sem missionário, arcos de triunfo foram erguidos diante das
mesquitas adornadas.
No
Moçambique o fervor muçulmano foi tal que houve numerosas
conversões ao catolicismo. Na cidade de Têtê, os maometanos que
normalmente nunca descobrem a cabeça, aceitaram tirar o turbante
para poder assistir a missa.
Na
Etiópia, em Addis-Abeba nada se tinha previsto para receber Nossa
Senhora e os prudentes tinham mesmo aconselhado a não irem àquele
país muçulmano. Foi um triunfo inaudito e o Nêgus, o chefe do país
em pessoa, fez homenagem à Virgem. Mas o país muçulmano onde houve
mais fervor à Rainha da Paz foi certamente no Paquistão. A Virgem
foi escoltada por elefantes e milhares de muçulmanos seguiram a
procissão.
Pode-se perguntar se aparecendo em 1917 numa localidade que tem um
nome árabe, Fátima, a Mãe de Deus não quis atrair para Ela os
olhares dos povos muçulmanos.
A situação geográfica da Rússia e sua influência sobre os países
maometanos, leva de fato a pensar que a conversão da Rússia levará
à conversão dos muçulmanos.
Conversão
dos Protestantes
Nos
Estados Unidos, os protestantes se precipitaram em multidões para
junto da imagem de Nossa Senhora.
Assim na cidade de Buffalo (estado de New York) que não contava
senão algumas dezenas de milhares de católicos, mais de 200 mil
pessoas vieram venerar a imagem, “a maior reunião da cidade”,
segundo a nota de um relatório policial.
Em
Flora, no Illinois, um proprietário protestante de um jornal local
organizou um altar diante de seu escritório para aí entronizar
Nossa Senhora e fez pregar o dia todo aos transeuntes a mensagem de
Fátima, episódio imprevisto nesta cidade que só contava na época
200 católicos.
Para
satisfazer a curiosidade americana, o grande magazine Life, numa
tiragem de 8 milhões de exemplares, que era considerado o bastião
inexpugnável do protestantismo, publicou sobre Fátima, a 3 de
janeiro de 1949, um artigo muitíssimo exato com numerosas
fotografias, tal que nenhum jornal católico Francês jamais
publicou.
Lá
também, a passagem da Virgem de Fátima através da América do
Norte, não foi um simples fogo de palha sem amanhã, mas despertou
obras duráveis. Citemos:
–
o
terço diário recitado na rádio por Mons. Legêr, bispo de
Montreal, seguido por um milhão de ouvintes.
–
“A
Hora do Rosário”, organizada pelo Padre Peyton e retransmitida
todas as sextas-feiras para a maior parte das cadeias de rádios
norte-americanas.
–
“A
Sociedade da Reparação”, fundada pelo Padre Ryan, S.J., de
Baltimore;
–
O
“Exército Azul” fundado pelo Padre Colgan e John Haffert, cuja
finalidade era despertar um movimento de oração e penitência em
favor da conversão da Rússia.
Grande
movimento de conversão se realizou então nos Estados Unidos. O
cônego Barthas escreveu:
“Como
não atribuir a Nossa Senhora de Fátima as milhares de conversões
de comunistas e protestantes, obtidas pelo seu grande apóstolo nos
Estados Unidos Mons. Fulton Sheen (1895-1979)? Também tantas
conversões de comunistas influentes nos países Anglo Saxônicos,
principalmente, sobretudo quando eles, tais Douglas Hyde ou Hamish
Fraser, declaram haver sua volta ao catolicismo à intercessão de
Nossa Senhora de Fátima?
É
verdade esta aproximação dos heterodoxos para junto de Nossa
Senhora de Fátima não era ainda o retorno dos povos ao único
rebanho, não era a hora, pois a Rússia ainda não tinha sido
consagrada ao Imaculado Coração de Maria. Mas era uma prefigura.
No
dia 18 de Abril de 1951, a Imagem Peregrina de Fátima era recebida
no porto da Bahia. Desde então, depois de recebida no Santuário do
Rio Grande confiou aos Padres Capuchinhos, a Imagem peregrinou pelo
Brasil numa trajetória de milagres da graça e também de curas
extraordinárias divulgadas pelo Correio Rio-Grandense de Caxias do
Sul.
Diz
S. S. o Papa Pio XII em seu discurso radiofônico aos peregrinos de
todo o mundo, no encerramento simbólico do Ano Santo em Fátima, em
13 de Outubro de 1951:
“Não
é já, ou não é só o Anjo do Senhor, é a Rainha dos Anjos que,
saindo nas suas Imagens taumaturgas e Peregrinas, dos mais célebres
Santuários da Cristandade, e nomeadamente deste Santuário de Fátima
– onde o Céu nos concedeu nomeá-La Regina Mundi – percorre em
visita jubilar todos os seus domínios. E à sua passagem na América
como na Europa, na África e na Índia, na Indonésia e na Austrália,
chovem as bênçãos do Céu, multiplicam-se as maravilhas da graça
por tal forma, que apenas podemos crer no que os olhos veem…
Espetáculo singular e singularmente impressionante, que faz conceber
as mais risonhas esperanças…”.
S.
Excia. o Sr. Bispo de Madrid, descrevendo a Missão de 9 dias por
ocasião da visita da Imagem de Fátima na capital da Espanha,
exclama:
“Eu
dou os meus 25 anos de apostolado aqui, por estes nove dias. Ela
queria missionar Madrid, o que é dizer-se, missionar a Espanha toda.
Eu devia permanecer o resto de minha vida de joelhos, para agradecer
a Fátima…”.
“Não
hesito em qualificar de milagrosa a peregrinação de Nossa Senhora
de Fátima, através do mundo, porque, está acompanhada desde o
começo e em todo o país, de circunstancias que não tem explicação
natural. E não sei se há na história acontecimento comparável”.
Leopoldo,
Patriarca, Bispo de Madrid.
3
de Junho de 1948.
Já
sobem aos centenares, as cartas de Párocos e Bispos, assegurando que
nenhuma Missão deixou tantos frutos espirituais e tantas saudades
como a Passagem de Fátima.
Diante
destas afirmações e, certos de que Fátima é a revelação Divina
desta hora do povo, que há de redimir-se e diante da longa
experiência
e dos resultados surpreendentes que a Divina Missionária do século
vinte deixa por toda a parte, não temos outra alternativa senão
esta, de percorrer os caminhos com a Senhora do Bom Caminho, certos
de que não se perderá nunca Aquela que não se perdeu nos atalhos
do Egito.
Foram
vistos rebeldes voltarem ao bom caminho, descrentes comovidos,
blasfemadores emudecidos, anticlericais a proclamarem: “Isto
esmaga-nos…”.
E um herege resolver-se dizendo: “Diante
disto, eu também vou mudar de vida…”.
Ora
bem. A pregação de uma Missão, é uma graça extraordinária, e a
renovação dos costumes pela conversão, o que se obtém pela
pregação da Palavra de Deus, seguida de uma sincera Confissão e
fervorosa Comunhão.
Fátima
é sinônimo de Confissão e Comunhão. Se os confessionários
pudessem falar, eles nos diriam onde está o maior milagre de Fátima.
Conclusão
A
Virgem de Fátima restauradora de Portugal não manifestou somente
seu poder neste país, quis também mostrá-lo no mundo inteiro pelas
maravilhas que acompanharam suas peregrinações de país em país.
Era um insistente convite a realizar seus pedidos sem demora. Nunca
aliás um acontecimento tão espetacular como esta peregrinação
especial se tinha visto em toda a história da Igreja, manifestando a
importância maior das aparições de Fátima.
Seria
desejável que as mais altas autoridades da Igreja prestassem atenção
a isto. Quando a Virgem peregrina de Fátima chegou a Roma em
setembro de 1959, acolhida pelo prefeito de Roma e por uma multidão
imensa, vindas a Nossa Senhora que visitava a sua diocese. Chegara
Ela, de um périplo triunfal pela Itália durante o qual os bispos
tinham solenemente consagrado o país ao Imaculado Coração de
Maria.
Contudo, a peregrinação mundial e a aproximação do ano de 1960,
suscitava interesse do mundo inteiro e um fervor mariano crescente.
Mas as promessas da Virgem continuam: “Nunca será tarde demais
para recorrer a Jesus e a Maria”.
Traduzido
da revista Le Sel de la Terre, nº 53, pág. 157.
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