Quarto Dia
Jesus Cristo,
Rei da Sociedade Civil.
Prostrados perante o Sacrário ou diante de uma imagem de Nosso Senhor, persignar-se e rezar: Senhor meu Jesus Cristo. Deus e homem verdadeiro, Criador e Redentor meu, por serdes Vós quem sois, sumamente bom e digno de ser amado, e porque Vos amo e estimo sobre todas as coisas, pesa-me, Senhor, de todo o meu coração de Vos ter ofendido, pesa-me também, por ter perdido o Céu e merecido o Inferno, e proponho firmemente ajudado com o auxílio de vossa divina graça, emendar-me e nunca mais Vos tornar a ofender, espero alcançar o perdão de minhas culpas, pela vossa infinita misericórdia. Amém.
Oração ao Eterno Pai,
para todos os dias da Novena.
Eterno Pai, Pai das misericórdias e Deus de toda consolação! Vós gerastes o vosso Unigênito em vosso seio, antes da aurora, entre resplendores de santidade; Vós lhe dissestes: Tu és meu Filho. Pede-me, e Eu te darei as nações em herança e em tua possessão as extremidades da terra. Vós O constituístes herdeiro de todas as coisas e soberano Rei de toda a criação.
Infinitas graças Vos damos, Senhor, todos nós que fomos resgatados pelo seu preciosíssimo Sangue. Mas, ai! Muitos, muitíssimos homens não O reconheceram ainda por seu Rei; muitos indivíduos, muitos povos e nações se têm manifestado contra sua autoridade soberana. Senhor! Atendei aos direitos reais do vosso Divino Filho; ponde os seus inimigos como escabelo de seus pés. O seu império efetivo estenda-se de mar a mar; rojem a fronte no pó da terra os seus inimigos; ofereçam-Lhe presentes e adorem-No os reis de Tharsis e da Arábia, e todos os reis da terra e todas as nações Lhe prestem vassalagem.
Fazei, Senhor, que em todos os confins da terra ressoe o hino jubiloso de triunfo: Christus vincit, Christus regnat, Christus imperat: Cristo vence, Cristo reina, Cristo impera para todo o sempre. Assim seja.
CONSIDERAÇÃO
Às mais amplas e dilatadas regiões que as do lar doméstico e da cidade, se estende a soberania de nosso Senhor Jesus Cristo, Rei da Nação, do Estado, da sociedade civil. Mais ainda: a nova festa de Cristo Rei, segundo as intenções do Sumo Pontífice e os antecedentes históricos, têm especialmente em mira o Reinado Social de Jesus Cristo. E com muita razão. Não se funda talvez a sociedade civil na mesma natureza humana, que dela precisa para seu completo desenvolvimento? Pois, quem há de ser o seu fundador senão o mesmo Deus, Criador e Aperfeiçoador do mesmo homem?
Por outra parte, a autoridade civil é elemento indispensável de toda sociedade; e esta autoridade não pode ser senão um raio da autoridade divina, única verdadeiramente soberana. Non est potestas nisi a Deo. Não há autoridade alguma que não proceda de Deus.
O ser mais ampla esta autoridade na sociedade civil que em outras sociedades inferiores incompletas, faz com que brilhe com mais fulgor a sua origem divina. Logo, o Deus Encarnado, Jesus Cristo, é o verdadeiro soberano de toda sociedade, chame-se Monarquia ou República. Se não precedesse o mandato do Rei divino, nenhum título jurídico suficiente poderiam apresentar os reis e as autoridades humanas para nos mandar.
Compete então a Jesus Cristo perfeitíssimo direito para dominar, mesmo sobre as coisas materiais, para absorver toda a soberania temporal e assumir o governo político dos povos? Assim é que, Jesus Cristo é o Príncipe dos reis da terra, é o Rei dos reis e Senhor dos que dominam. Não quer, porém, exercer este direito de propriedade sobre as coisas temporais, e delega nas autoridades legítimas o domínio político que Lhe compete. Meu reino não é deste mundo, declarou Jesus perante o presidente Pilatos.
Nada terá que ver, portanto, a política com Jesus Cristo? Devagar, entendamo-nos bem: “Ainda que o governo de Jesus Cristo não é político, a política e os políticos hão de estar, contudo, sujeitos ao governo soberano de Jesus Cristo. Os seus direitos são antes espirituais que políticos; mas ainda assim devem informar a política e dirigir os políticos”.1 O rei e o presidente de uma república e todas as autoridades, como tais, hão de ser e manifestar-se católicos. Muito bem o entendeu e praticou o católico monarca Afonso XIII (que Deus o guarde), quando consagrou pública e oficialmente a Espanha ao Sagrado Coração de Jesus no Cerro de los Angelus, e o Céu não tem deixado de o recompensar!
O mesmo Estado, como tal, tem que professar a Religião Católica. Se mostra-se indiferente ou neutro com respeito à Igreja, é injusto: se a persegue, é tirano e déspota; e suas decisões devem ser combatidas por todos os meios lícitos.
Daí, quem não vê que o laicismo, o prescindir de Deus, de nosso Senhor Jesus Cristo na vida social e política é, como diz o Papa, a “peste dos nossos tempos?” Quem não vê a monstruosidade das doutrinas liberais que, em último caso, querem excluir a Jesus Cristo e à sua Igreja da vida política e social? A ambos estes grosseiros erros assesta um golpe mortal a Encíclica do Sumo Pontífice Pio XI.
Oração
Amabilíssimo Salvador nosso, Jesus Cristo! Humildemente prostrados diante do vosso trono de amor, queremos prestar-Vos juramento de fidelidade e obediência. Vós mesmo proclamastes a vossa divina Realeza perante o presidente romano: É verdade o que dizes: Rex sum ego – Eu sou Rei. De boa mente reconhecemos os vossos direitos reais: Ave, Rex Judeorum! – Salve, Rei dos Judeus, de todos os homens e de toda a Criação! Hosana ao Filho de Davi! Bendito O que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel! Hosana nas alturas! Ao insensato clamor dos ímpios: Não queremos que este reine sobre nós! Respondemos: Adveniat Regnum tuum! – Venha a nós o vosso Reino!
Reconhecemos em particular e proclamamos à face do mundo que sois Rei soberano das Nações.. Sede o centro do nosso coração e o belo ideal da nossa vida. Queremos amar-Vos e assinalar-nos em tudo o que for para vosso serviço e glória, ó Rei eterno e Senhor universal.
Senhor, Rei divino! O mais formoso filho dos homens, a graça se derramou nos vossos lábios: cingi a vossa espada, ó Rei poderosíssimo, e com a vossa Majestade e formosura caminhai, avançai prosperamente e reinai sobre todas e cada uma das sociedades civis. Avassalai o mundo inteiro e reinai em nossa querida pátria com especialíssima veneração. Fazei, Senhor, que todas as gentes, tribos e nações, desfilem perante o vosso trono régio cantando: Tu solus sanctus, Tu solus dóminus, Tu solus Altissimus, Jesu Christe! – Vós sois o único Santo, o único Senhor, o único Altíssimo, Jesus Cristo nosso divino Rei. Assim seja.
RESOLUÇÃO APOSTÓLICA
Influir quanto pudermos, com a oração e a ação, para que a nossa estremecida nação Brasileira reconheça prática e oficialmente a soberania social de Jesus Cristo. Valer-nos de quantos direitos e faculdades nos concedam as leis, para que os Governos e Parlamentos e todos os organismos do Estado acatem sempre os direitos de Deus.
– Rezar 3 Pai Nossos, 3 Ave Marias e 3 Glória ao Pai, em honra das três insígnias com que o amantíssimo Coração do nosso Rei se apresentou a Santa Margarida Maria entre esplendores de divina Realeza.
Oração à Rainha Imaculada,
para todos os dias.
Virgem Imaculada, Nossa Senhora, ao mesmo tempo que aclamamos a Jesus Cristo Rei, todos nós Vos aclamamos e veneramos também a Vós, sua augusta Mãe, sereníssima Rainha dos Céus e da terra. Compartilhais a sua realeza humano-divina e fostes constituída por Ele mesmo Rainha soberana dos Anjos e dos homens. Ocupais no Céu um trono especial à direita do trono do vosso divino Filho, vestida de sol, como manto luminoso, pisando a lua como régio escabelo de vossos pés, coroada de estrelas como de diadema real.
Promovei, Senhora, o reinado efetivo de Jesus Cristo sobre toda criatura; apressai o advento do vosso mesmo reinado neste mundo, para que se apresse também o do vosso Filho: o reinado universal, público e privado, individual e social do Santíssimo Coração de Jesus Cristo. Assim seja.
Oração Final,
para todos os dias.
Dábit illi Dóminus Deus sédem Dávid Patris ejus, et regnábit in domo Jácob in aetérnum, et regni ejus non erit finis. Alleluia.
V. Data est mihi omnis potestas.
R. In caelo et in terra.
Oremus: Omnípotens sempiterne Deus, qui in dilecto Filio tuo, universorum Rege, omnia instaurare voluisti, concéde propitius, ut cunctae familiae Gentium, peccati vúlnere disgregatae, ejus suavissimo subdantur imperio. Qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti, Deus per omnia saecula saeculorum. Amen.
– O Senhor Deus lhe dará o trono de Davi seu pai, e reinará eternamente na casa de Jacó e seu reino não terá fim. Aleluia.
V. Foi-me dado todo poder.
R. No Céu e na terra.
Oremos: Onipotente e sempiterno Deus, que quisestes restaurar todas as coisas em vosso querido Filho, Rei do universo, concedei-nos propício que todas as famílias das Gentes desagregadas pela ferida do pecado se submetam ao seu suavíssimo império. Que convosco e o Espírito Santo vive e reina, Deus por todos os séculos dos séculos. Assim seja.
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1. P. Bover, S.J.
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