BLOG CATÓLICO PARA OS CATÓLICOS.

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"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

domingo, 2 de novembro de 2025

A IGNORÂNCIA RELIGIOSA É A ESTRADA LARGA DA PERDIÇÃO.


E, em coisas de Religião,

uma grande parte

de homens de nosso tempo

deve ser considerada ignorante”

(São Pio X, Carta Encíclica “Acerbo Nimis”, de 15/4/1905).

O Senhor Deus no Antigo Testamento já dizia, pela boca do profeta Oséias: “... o Senhor vai entrar em juízo com os habitantes desta terra, porque não há verdade, nem há misericórdia, nem há conhecimento de Deus nesta terra... O meu povo calou-se, porque não teve ciência... E o povo (insensato e) sem entendimento será castigado…” (4, 1-14). Lendo-se o capítulo todo veremos a multidão de desgraças que procede de tal ignorância.

Vejamos outra consequência resultante da falta de conhecimento da Lei de Deus. O Senhor Deus, pela boca do profeta Jeremias, diz: “(para os castigar) deixei a Minha Casa, abandonei a Minha herança; entreguei a que era as delícias da Minha Alma, nas mãos dos seus inimigos... porque não há ninguém que considere no seu coração (a Minha Lei)” (12, 7-11).

O Papa São Pio X ensina: “Por isso, o Nosso Predecessor Bento XIV justamente escreveu: 'Afirmamos que a maior parte dos condenados às penas eternas padecem sua perpétua desgraça, por ignorarem os Mistérios da Fé, que necessariamente se devem conhecer e crer, para se ser contado no número dos eleitos' (Instit. XXVII, 18)” (Carta Encíclica “Acerbo Nimis”, de 15/4/1905).

Foi a ignorância uma filha perniciosa, que nasceu da primeira culpa, e depois, passou a ser mãe, de quem nascem muitos e muitos pecados abomináveis; e não há pior, nem ignorância mais perniciosa do que aquela, que muito contente de si mesma, não busca o seu desengano. Tal acontece a muitos católicos, que, vivendo na cegueira dos seus erros e na falta dos seus deveres, não sabem, nem procuram saber a sã doutrina para a praticarem e se salvarem; e vivem muito satisfeitos. Tendo todos dois caminhos a seguir, um que conduz ao Céu pela Doutrina Cristã, o outro que leva ao Inferno pela ignorância das obrigações, muitas almas cristãs se deixam iludir, caem em muitas culpas, e depois no fogo eterno, porque não procuram saber os seus deveres. O mundo todo está cheio destes ignorantes na Doutrina Cristã, porque não sabem no perigo em que vivem.

Diz Deus Espírito Santo: “Filho meu, ouve os Meus discursos, e inclina o teu ouvido às Minhas palavras. Nunca às percas de vista; conserva-as no íntimo do teu coração, porque são vida para os que as acham, e saúde para toda a carne” (Prov. 4, 20-22). Portanto, irmãos, tratemos de ouvir e de aprender tudo o que a Santa Madre Igreja Católica nos ensina através da Doutrina Cristã.

Aos desavisados, Santa Joana d'Arc ensina: “Quanto a Jesus Cristo e à Igreja, parece-me que são uma só coisa, e que não há questionamento sobre isto” (in Actes du Procès).

São Francisco de Sales ensina: “A Doutrina Cristã propõe-nos claramente as verdades que Deus quer que creiamos, os bens que quer que esperemos, as penas que quer que temamos, o que quer que amemos, os Mandamentos que quer que guardemos e os Conselhos que deseja que sigamos. E tudo isso se chama a Vontade significada de Deus, porque Ele nos significou e manifestou que quer e exige que tudo isso seja crido, esperado, temido, amado e praticado” (Traité de l'Amour de Dieu, 2, VIII, c. 3).

No capítulo sétimo, do Livro da Sabedoria, diz o Sábio: 'Desejei a inteligência e ela me foi dada; invoquei a Deus, e veio a mim o espírito da Sabedoria, e a preferi aos reinos e aos tronos e julguei que as riquezas nada valiam em sua comparação; nem pus em paralelo com ela as pedras preciosas; porque todo o ouro em sua comparação é uma pouca de areia, e a prata é como lodo a sua vista' (7, 7). A verdadeira sabedoria, em que havemos de pôr os olhos, é a perfeição, que consiste em nos unirmos com Deus por amor, conforme aquilo do Apóstolo: 'Sobre toda as coisas porém tende caridade, que é vínculo da perfeição' (Col. 3, 14), e nos ajunta e une com Deus... e assim diz o Profeta Jeremias: 'Não se glorie o sábio na sua sabedoria nem o forte em sua fortaleza, nem o rico em suas riquezas, mas só nisto se glorie o que se quiser gloriar, em saber-Me e reconhecer-Me a Mim' (9, 23-24). Este é o maior dos tesouros, conhecer, amar e servir a Deus: este é o maior negócio que podemos ter: antes não temos outro, porque para Ele fomos criados e para isso viemos à Religião: este é o nosso fim, e este há de ser o nosso paradeiro, nosso descanso e nossa glória... Certamente (diz S. Fulgêncio, Abade) no dia do Juízo não nos perguntarão o que lemos, mas o que fizemos, nem se falamos bem, mas se honestamente vivemos (De Imit. Christi, I, 3; S. Luc. X, 20)” (Santo Afonso Rodrigues, “Exercício de Perfeição e Virtudes Cristãs”, Tomo I, Tratado 1º, cap. I; versão do Castelhano por Fr. Pedro de Santa Clara, ed. da Federação das Congregações Marianas do Estado de São Paulo, 1926).

Oh! A Doutrina Cristã é quem nos ensina a servir a Deus, e que dirige nossos passos pelo caminho da paz da consciência, como diz São Bernardo de Claraval, Doutor da Igreja. Assim como o nosso corpo sem respiração não pode viver, também a nossa alma sem conhecimento de Deus e da Sua Doutrina não pode subsistir na Graça do mesmo Deus, e salvar-se, como diz São Basílio.

São Paulo nos diz: 'Se alguém ignora as suas obrigações, será ignorado; se alguém desconhece a Deus ou a Sua Doutrina, será de Deus desconhecido' (cfr. I Cor. 14, 3-38)” (R. Pe. Fr. Manuel da Madre de Dios, O.C.D., “Práticas Mandamentais ou Reflexões Morais sobre os Mandamentos da Lei de Deus, e os abusos que lhes são opostos”, 1871).

E é bem certo, que o Demônio nenhuma coisa procura tanto, como impedir o conhecimento da Doutrina e coisas santas; porque desta ignorância se aproveita para introduzir a maldade; e deste modo ganha imensas almas para o Inferno. Ai! Quantas almas eles assim caçam e levam ao Inferno! Eles obrigados por Deus chegaram a confessar de uma vez, que agradeciam muito a alguns Prelados, Pastores e chefes de famílias o pouco cuidado que tinham em ensinar a Doutrina Cristã; porque daí resultava colherem muitas almas para o Inferno; assim o declararam, quando se celebrava um Concílio Provincial em França.

Pode ser que algum espírito esclarecido de nossa época não acredite nesta história, por isso, vem em nosso auxílio um grave testemunho:

Conta Thomás de Cantimpré que, em 1248, um Sacerdote foi encarregado de fazer um discurso ao Clero de Paris, reunido em Sínodo. Este Sacerdote era muito ignorante e, estando na presença de seu auditório, se confundiu completamente. Então o Demônio veio em sua ajuda e lhe sugeriu que pronunciasse as seguintes palavras: 'Os Príncipes das Trevas saúdam os Príncipes da Igreja, e nós lhes agradecemos vivamente pela negligência em instruir ao povo, pois, as almas estagnadas na ignorância, seguem o caminho do mal e chegam ao Inferno'. Linguagem semelhante bem se poderia dirigir a certos pais” (Sermons de S. Alphonse de Liguori, Analyses, Commentaires, Exposé du Système de as Prédication, par le R. P. Basile Braeckman, de la Congrégation du T. S. Rédempteur, Tome Second. Jules de Meester – Imprimeur – Éditeur, Roulers, pp. 464-472).

Deus Espírito Santo continua a nos dizer: “Ensina ao justo, e ele se apressará em aprender” (Prov. 9, 9).

Santo Efrém, Doutor da Igreja, estando a orar, ouviu uma voz que lhe disse: “Parte e come”. Que ei de comer, respondeu ele, ou quem o há de dar a mim? “Vai a Basílio, ouviu outra vez, vai a Basílio, e ele te ensinará e dará o pão”. Partiu Efrém, e achou São Basílio a ensinar doutrina, e então, conheceu qual o pão que devia procurar. Almas cristãs que me ouvis, novos e velhos, pequenos e grandes, vinde todos à doutrina, e procurai quem vos instrua nas coisas de Deus; não fiqueis, nem andeis mais nessa ignorância e no risco de vos perderdes; atendei-me e acreditai-me, que talvez só por falta de doutrina andareis em Pecado Mortal, e assim ireis sem remédio ao Inferno.

Deus Espírito Santo nos ensina: “Filho, se Me deres atenção, aprenderás, e, se aplicares o teu espírito, serás sábio. Se Me ouvires receberás a instrução, e, se fores amigo do ouvir, serás sábio” (Eclo. 6, 33-34).

"Imenso é o número, e aumenta de dia para dia, daqueles que ignoram a Religião inteiramente, ou que não têm da Fé Cristã, senão um conhecimento tal que lhes permite, no meio da luz da Verdade Católica, viver à maneira dos idólatras. Ah! Que avultado número e não somente entre as crianças, mas ainda entre os adultos e os velhos, que não conhecem absolutamente nada dos principais Mistérios da Fé, e que, ouvindo o Nome de Cristo, respondem: 'Quem é... para que eu creia Nele?' (S. Jo. 9, 36). Por isso, não consideram como vício conceber e alimentar ódios contra outrem, realizar os contratos mais iníquos, exercer profissões desonestas, emprestar dinheiro com usura e praticar outras ações não menos condenáveis. Por isso, ignorando a Lei de Cristo, que proíbe não somente fazer coisas vergonhosas, mas também pensar nelas e desejá-las conscientemente, muitas pessoas, ainda que, talvez por uma outra causa, se abstenham de prazeres vergonhosos, acolhem todavia no seu espírito os piores pensamentos, que nenhuma noção religiosa afasta, multiplicando assim as iniquidades indefinidamente. E estes vícios, Nós o repetimos, encontram-se não somente nas populações dos campos ou na porção miserável do povo, mas também, e talvez mais frequentemente, entre os homens de uma condição mais elevada, compreendendo neste número aqueles a quem a ciência incha, e que, apoiados numa vã erudição, se julgam autorizados a ridicularizar a Religião e 'blasfemam de tudo quanto ignoram' (Jud. 10)" (Papa São Pio X, Carta Encíclica "Acerbo Nimis", de 15 de Abril de 1905; cfr. D. Santiago José Garcia Mazo, "O Catecismo da Doutrina Cristã Explicado ou Explicações do Catecismo de Astete", p. 36, 6ª Edição, Porto, 1905).


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