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Devotíssimo de Nossa Senhora de Fátima |
Dedicatória
Dedico esta tradução
à
Nossa Senhora do Rosário de Fátima
In
Memoriam
Ao meu nobre e querido irmão, o
Prof. João Carlos Cabral Mendonça, pessoa que tive a graça de
conhecer na, então, União Sacerdotal São João Maria Vianney, hoje
conhecida como Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney.
É ele o autor desta preciosa tradução
para o português do original alemão, de autoria de Karl Wagner.
Esta obra em alemão, foi escrita para comemorar os 50 anos dos
Estigmas do Padre Pio de Pietralcina, por isso, o título do original
alemão:
Festausgabe
Zum Goldenen Jubiläum
1918 – 1968
Pater Pio trägt 50 Jahre
die heiligen Wundmale
Que em todas as coisas seja Deus
glorificado em virtude de Jesus Cristo, Senhor Nosso. E que Nossa
Senhora, a Mãe de Jesus, que é Deus, abençoe esta obra que
disponibilizo para todos os católicos via Internet.
Peço apenas aos internautas, uma Ave
Maria em sufrágio pela alma do Prof. João Carlos.
Salve
Maria!
PREFÁCIO
O Deus de infinita majestade,
na Sua imensa misericórdia e amor, agraciou, por meio do Seu Divino
Filho Jesus Cristo, o Seu simples e humilde servo, o Pe. Pio, com os
sinais visíveis das suas chagas recebidas na cruz.
Este pequeno escrito se
destina a glorificar as maravilhas divinas nele operadas e a
testemunhar o nosso agradecimento por ter Cristo, Nosso Senhor,
presenteado através do Pe. Pio, a humanidade pecadora com
inumeráveis milagres da graça.
Milhões de pessoas o veneram
como um santo. O número de curas maravilhosas e conversões
surpreendentes se eleva aos milhares: a maior parte delas ocorrem
muito longe de San Giovanni Rotondo,
em todas as partes do mundo. Diariamente o Pe. Pio perde cerca de 100
g de sangue e, contudo, toma menos de 50 g de alimento. Os seus
devotos estão convencidos de que ele é o maior taumaturgo do nosso
tempo.
Eu gostaria de salientar que
os fatos relatados neste livrinho constituem uma pequena
parte daqueles que
se deram nos últimos cinquenta anos.
Deus nos concedeu, no Pe. Pio,
uma das mais preciosas graças: ele reza de modo todo especial pelos
que o visitam, pois estes acreditam na ação da misericórdia divina
e, também, testificam que agora se querem transformar e dar a Deus o
que Lhe compete.
Imaginemos ter alguém ouvido
dizer que há, na Terra Santa, um grande pregador que opera muitos
milagres, mas ele mesmo vive na cruz. Assim acontece com o Pe. Pio.
Os momentos mais preciosos são os passados durante a sua Missa, nos
quais torrentes de graças procedem dele. O santo capuchinho está na
cruz nas últimas vascas da agonia e cresce em santidade a cada
segundo, pois oferece um sacrifício ininterrupto. Ele reza muito
particularmente, por nós, porque devido à sua idade avançada, não
pode estar tão perto de nós como antes, e Deus não lhe nega
nenhuma graça que ele pede por nós. Diz o Pe. Pio: “As
pessoas vêm aqui; todos querem somente graças materiais, e eu tenho
as mãos cheias de graças espirituais e imperecíveis, especialmente
o Amor, e este quase ninguém quer! Dentre duzentas pessoas que
chegam aqui, talvez uma deseja graças espirituais, e estas ela
recebe com toda a certeza”.
Assim ele se exprime sobre o sofrimento: “A
compreensão de que os sofrimentos são graças é muito simples e,
contudo, muito profunda. Cumprir os deveres de cada dia com uma
centelha só de amor vale mais do que os mais custosos sacrifícios
feitos sem ele. Quem se pôs em ordem interiormente terá tudo o mais
por acréscimo. Deus sabe tudo e sei tudo d'Ele. Onde vocês o
encontram? No tabernáculo, a cada momento. Não me venerem, mas a
Cristo em mim”.
Portanto, o Pe. Pio conhece tudo em Deus. Ele é uma hóstia viva,
oculta Nosso Senhor em seu corpo, e Cristo nele, desce do céu à
terra e acende nos corações o fogo sagrado do amor. O santo
capuchinho fala às almas e elas o compreendem, pois só Deus pode
compreender o que ele lhes fala. A esse respeito, disse ele: “Eu
não poderia saber o que já não tivesse conhecido antes”.
Nenhum milagre passageiro, nem também do tipo do Tabor apresenta o
Pe. Pio tão evidentemente como o dos estigmas de Nosso Senhor Jesus
Cristo. Desde 1918, o sangue das suas chagas nunca cessou de correr.
Queira a Rainha do céu e da
terra derramar copiosas graças para que, através do Pe. Pio, muitas
almas ainda se salvem.
Viena, na festa da Assunção
de Nossa Senhora, 1968.
Karl Wagner
INTRODUÇÃO
Para que você me entenda bem
nos tempos atuais, deve pôr de lado tudo o que é terrestre e
considerar a realidade apenas com os olhos espirituais. Ainda existem
realmente milagres? Claro que sim! Se nós percorrermos o mundo com
um olhar sem preconceito, verificamos que há muitos milagres.
Contudo, somos demasiadamente mesquinhos para reconhecê-los:
atribuímo-los à sorte ou ao acaso. Ora, ambos não existem para
Deus, como diz o Pe. Pio. Precisamos de milagres? Sim, e até mesmo
com muita necessidade! O maior mal no mundo é o ateísmo! E como
sofre acerbamente a humanidade com inumeráveis enfermidades! Se
lançarmos os olhos sobre Lurdes, vemos que lá ocorreram mais de 4
mil curas milagrosas
(tirado do livro de Alfred Hoppe sobre Lurdes). Consideremos então:
o sofrimento temporal de 4 mil doentes incuráveis num momento,
extinto! Quantas lágrimas enxugadas, quantos corações humanos
consolados! E se os confessionários pudessem falar ficaríamos
surpresos com os milagres operados por Deus nas almas imortais. Se
alguém tem na família um doente incurável que sarou num instante,
certamente não dirá: “Nós não precisamos de milagres!”, mas
agradecerá ao Deus onipotente por isto. Infelizmente, há homens e
muitas vezes também bons católicos que se opõem totalmente aos
milagres e dizem: “Não precisamos deles!” Não invejariam,
então, o restabelecimento miraculoso do doente incurável e de todos
que se converteram por meio de tais acontecimentos extraordinários e
a salvação das suas almas, o que, afinal, é, com toda a certeza, o
mais importante. Deus faz os milagres corporais justamente com o fim
de converter as almas, para abalar e estimular os homens.
Já no Antigo Testamento, no
tempo oportuno, Deus enviava os Seus profetas. Quão terríveis são
os nossos tempos em que precisamos de Lurdes, onde, por 3 vezes, a
Mãe de Deus exortou a humanidade à penitência. A sua voz não foi
ouvida. Ela apareceu mais uma vez em Fátima e disse com tristeza que
os homens deixassem de ofender mais a Deus já demasiadamente
ultrajado. Os homens, seus filhos, mais uma vez não deram atenção
às instâncias de sua Mãe celeste. Ora, se uma mãe adverte o filho
e lhe pede que seja bom e honrado, e nada disso adianta, só resta a
ela chorar em silêncio. Chorou pelos filhos durante 4 dias e noites
em Siracusa!
Esta é a linguagem mais estarrecedora, com a qual antes as pedras
amoleceriam do que os pecadores.
Dizia o Pe. Pio que devemos
rezar muito, pois, pelo contrário, não haveria mais lugar no
inferno para os homens. Que assustadoras são estas palavras para
toda a humanidade! Pensemos na infinita misericórdia de Deus como o
mundo, especialmente o nosso tempo, ainda não experimentou igual.
Devemos também considerar que Deus é a sabedoria eterna e permite
tudo isto; e já que a Igreja reconheceu Lurdes e Fátima, temos
ainda fundamento para duvidar a respeito? Afinal, também São Paulo
Apóstolo se converteu por meio dum milagre emocionante. Como se pode
afirmar que alguém ama a Jesus e Maria se não dá atenção a estes
acontecimentos? O santo Evangelho nos deveria bastar, mas
infelizmente ele não é suficiente para muitas pessoas, pois quase
não se vai mais aonde ele é ouvido. A Fé é algo sobrenatural, e
justamente no Pe. Pio o céu está tão perto da terra como em nenhum
outro lugar. Por isso, nos últimos tempos, Deus nos dá, através
destes lugares de aparições, a possibilidade de reencontrarmos os
verdadeiros valores e podermos alcançar o céu, o nosso eterno
destino. Mesmo os sábios e pesquisadores, que estudaram até a
exaustão, vieram ter com o Pe. Pio no qual, por um momento as leis
da natureza foram suspensas e se realizaram os milagres divinos. Onde
a ciência termina, aí a fé começa,
porque a sabedoria deste mundo é realmente loucura diante de Deus.
Hoje se ouve frequentemente
dizer que os homens são sequiosos de milagres. Pelo contrário, não
o são, porque se tornaram avessos a eles. Negam os milagres somente
porque não querem viver de outro modo. Se os reconhecessem deveriam
reconhecer Aquele que os operou: Deus. E a cada milagre está anexo o
sangue do nosso Redentor. Finalmente, nesta introdução, quero dizer
ainda o seguinte: “Quem crê não precisa de esclarecimentos, e
quem não crê não é capaz de ser esclarecido”.
NOTÍCIA BIOGRÁFICA
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S. Pio de Pietrelcina |
O Pe. Pio nasceu em
Pietrelcina (Itália); seu nome de batismo é Francesco Forgione.
Quando menino já era extraordinariamente agraciado e fazia
penitências voluntárias, como os pastorinhos de Fátima. Nunca se
entreteve com brinquedos; enquanto os meninos da sua idade, seus
parentes, brincavam, ele rezava em silêncio num canto. Na escola,
aprendia com grande diligência. Era muito piedoso, e o seu maior
anseio era receber a Jesus na Santa Comunhão. Aos 13 anos —
segundo cremos — já ocorreu algo milagroso com ele. Prova disto é
o fato seguinte: Uma senhora — eu conheço pessoalmente a irmã
dela — foi ao Pe. Pio e este lhe perguntou: “Diga,
a senhora me conheceu primeiro ou eu a senhora?”
Ela respondeu: “Eu,
Pe. Pio!” O Padre
sorriu modestamente: “Não,
eu a conheci antes. A senhora sabe que, quando eu tinha 13 anos, Deus
me mostrou todas as almas que viriam a mim? Entre elas se achava a
senhora”. Ele é,
de certo modo, responsável por todas estas almas. Os muitos livros
existentes em alemão sobre o Pe. Pio provam este fato, como muitos
que eu presenciei no local (em San Giovanni Rotondo). Ouçamos um
relato daquele mesmo ano:
Uma senhora enviava
frequentemente ao Pe. Pio presentes em víveres e uma vez lhe mandou
um saquinho com castanhas. Ao recebê-lo de volta vazio, ela decidiu,
na sua simplicidade, não lavar mais o saquinho, como sendo uma
futura relíquia.
Num Domingo, à tarde, foi ao
celeiro e se aproximou com uma vela acesa dum barril de pólvora que
o marido tinha guardado lá. Houve uma terrível explosão e a
senhora caiu sem sentidos.
A casa ficava num lugar
afastado e, na ocasião, ela estava só. Quando, depois de algum
tempo, voltou a si, reuniu todas as forças e arrastou-se de quatro
até a cozinha, banhada de sangue e com dores atrozes. Lá se lembrou
de que tinha o saquinho de castanhas vazio: com as últimas forças
apertou-o contra as suas feridas e ficou instantaneamente curada.
Este foi o primeiro fato
miraculoso realizado por Deus através do Pe. Pio, ainda com 13 anos.
Não se sabe se ele teve conhecimento disto.
Com 15 anos, ele entrou na
Ordem dos capuchinhos. Aí, apesar da sua saúde fraca, fazia grandes
sacrifícios: rezava frequentemente durante a metade da noite, porque
sabia não haver nada de grande sem sacrifício e que toda a força
provém da renúncia. “Quem
quiser ser meu discípulo, tome cada dia a sua cruz”,
disse o Senhor. Só isto, porém, era pouco para o Pe. Pio que,
espontaneamente, assumiu mais sobre os seus ombros. Era generoso, e
Deus não se deixa vencer em generosidade. Também o demônio fez
pressão sobre ele, como no caso do cura d’Ars. Para que o Pe. Pio
a suportasse e, a fim de o fortalecer, Deus o distinguiu com
aparições celestes. Um dia ele ouviu uma voz do sacrário: “Tu
serás flagelado, coroado de espinhos e crucificado como São
Francisco”
(extraído dum livro sobre o Pe. Pio). Pouco tempo depois, o jovem
religioso foi acometido por uma febre violenta, sendo necessário
chamar o médico. Quando este quis medir a temperatura, o termômetro
estourou. Completamente pasmado, o médico tomou outro termômetro
que também se espatifou. Em apuros, o médico usou um termômetro
usado para medir a temperatura da água para banho, que indicou a
temperatura de 48,5º C. Isto sucede com frequência, mesmo
atualmente. Os maiores cientistas, até hoje, não encontraram uma
explicação para o caso, e o Pe. Pio, por humildade, se cala a
respeito. Naquele tempo ele já tinha vivido os tormentos da
crucifixão com Nosso Senhor, de modo misterioso.
Um dia o santo capuchinho não
pôde mais comer e os seus superiores esperavam a sua morte, a cada
dia. 36 dias depois, os pais foram chamados, pois o seu filho estava
prestes a morrer. Quando o pai chegou e viu o filho, disse: “Eu
não deixo o meu filho morrer aqui; se ele tem que morrer, que seja
em casa. Vou levá-lo para lá”.
O Pe. Guardião se recusou a isso, porque o filho dele era membro da
Ordem; por fim, o Pe. Provincial permitiu. Então, pai e filho
voltaram para a casa. Na cidade de Benevento, deveriam fazer
baldeação e esperar pelo próximo trem. Com grande surpresa do pai
o Pe. Pio lhe pediu, após 40 dias de completo jejum: “Pai,
faça o favor de me comprar limonada; estou com sede”.
O pai comprou o suco, ele bebeu e exclamou: “Agora
já estou novamente fortalecido e são. Compre também papel;
gostaria de escrever ao Pe. Provincial que estou curado”.
O Pe. Pio come pouquíssimo,
menos que o suficiente para sustentar uma criança de um ano e,
frequentemente, se esquece de comer durante um dia inteiro.
Em 1910, ele foi ordenado
sacerdote e fez o serviço militar, onde teve que suportar muitas
dificuldades. A 20 de setembro de 1915, recebeu os estigmas de Cristo
de modo invisível, e exatamente 3 anos depois, visivelmente. O Pe.
Pio era sempre o primeiro a entrar na igreja e o último a sair dela.
COMO SURGIRAM OS ESTIGMAS
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S. Pio mostrando os estigmas |
Sabemos deste fato com muita
exatidão, já que o próprio Pe. Pio o descreveu ao seu diretor
espiritual. A carta foi entregue a uma alma piedosa que a devia
passar adiante; contudo, a missiva estava aberta. A portadora pensou
que isto seria manifestação da vontade de Deus, e leu a carta. O
Pe. Pio escreveu: “Pai
amado, eu estava só no coro após a Santa Missa para fazer a ação
de graças. Então experimentei um grande sentimento do meu nada. Era
tão intenso que pensei que se ele continuasse, eu iria morrer. A
este sentimento se seguiu um outro, de paz profunda... Levantei os
olhos para a cruz e vi procederem dela 5 raios incandescentes até
mim, os quais traspassaram as minhas mãos, meus pés e meu coração.
A seguir não soube mais de nada”.
Neste momento, o Pe. Pio
prorrompeu num grito de dor, ficou desacordado e deitado com as mãos
cruzadas. O Pe. Guardião, que se mantinha perto dele, ao ouvir isto,
acudiu apressado e viu o Pe. Pio jazendo no pavimento. Pensou que
algo de grave tivesse acontecido. Quando os irmãos de hábito
quiseram levantá-lo, irradiou-se dele um halo de santidade tão
seráfico que mal tiveram coragem de levantá-lo. Após o terem
levado para a sua cama, na cela, perceberam o que havia sucedido.
Antes de conceder ao Pe. Pio esta graça tão dolorosa, de ser um com
Cristo, Deus o iluminou até o fundo da sua alma para ficar
consciente do seu próprio nada. Tudo isto se passou numa
Sexta-feira.
No dia seguinte, chegou uma
professora da aldeia — a portadora da carta — ao convento, até a
presença do Pe. Pio. Ele estava na sacristia e escondia as suas
mãos.
Ela lhe apresentou o dinheiro
das espórtulas para Missas, e assim ele foi obrigado a estender a
mão para tomá-lo. Então disse à professora: “Por
que não veio ontem? Assim me teria servido de Maria!”
Então desceram a estrada que vai do convento a um lugar mais abaixo
e rezaram juntos o “Angelus”. “Aí
eu beijei a mão do Pe. Pio pela primeira vez”,
contou ela, que ainda vive e gravou tudo isto na fita magnética do
Dr. Abresch.
A notícia do evento
miraculoso se espalhou com a rapidez do vento, por toda a região, e
hoje todo o mundo sabe dele. De perto e de longe, os fiéis se
apressavam a ir até lá, querendo ver o Padre e falar com ele. Desde
aquele momento, as chagas do santo capuchinho não deixaram mais de
sangrar nem absolutamente se alteraram, embora passados já 50 anos.
Vejamos os estigmas mais de
perto. Nas mãos e nos pés têm mais de 2 cm de lado a lado, de modo
que se pode atravessá-los com o polegar e o indicador. A chaga do
coração tem 7 cm de comprimento e 5 de largura, à maneira duma
cruz invertida; todos os tecidos estão destruídos até o coração.
Um dos médicos mais afamados,
o Dr. Festa, antes incrédulo, após um longo exame, emitiu o
seguinte julgamento: “As
chagas deste sacerdote agraciado por Deus são exatamente como os
cruéis ferimentos do nosso Divino Redentor. Não é possível
explicá-las naturalmente, visto contrariarem as leis da natureza no
seu conjunto; pois cada uma das chagas nem sara nem se inflama.
Quando se removem as ligaduras, o sangue brota como fogo cheio de
fragrância. O Pe. Pio foi examinado sem cessar durante 14 anos. Do
ponto de vista da ciência, não se pode esclarecer como uma ferida
não cicatrizada não aumenta nem diminui. Embora os lugares feridos
nas mãos sejam lavados regularmente com sabonete de qualidade
inferior, e estejam em contato permanente com as luvas de lã, eles
nunca chegam a infeccionar-se nem ficam curados. De mais a mais, o
Pe. Pio foi submetido a uma operação no peito; a ferida do corte
cicatrizou normalmente; a chaga, porém, sangra sem cessar”.
Durante a noite o estigmatizado veste luvas de algodão branco. De
manhã elas estão cheias de sangue; ele mesmo as lava no seu quarto.
As chagas do lado esquerdo sangram muito. A perda de sangue
diariamente corresponde a uma xícara de chá. O Pe. Pio traz sempre
uma tira de linho em volta do peito.
Uma senhora perguntou-lhe,
certa vez, se as chagas também doíam. Respondeu ele: “A
senhora acha que Nosso Senhor mas deu como ornamentos?”
Outra quis saber: “Diga-me
Padre, como elas doem?”
Ele explicou: “Exatamente
como se a senhora tomasse um prego de 4 quinas, atravessasse a palma
da mão com ele e o deixasse cravado e, além disso, o torcesse”.
Podemos assim avaliar o que o Pe. Pio sofria. Durante a Missa e a
Quaresma, os seus sofrimentos são maiores ainda.
O que significam os estigmas
para o Pe. Pio? São a maior distinção que Deus concede a um homem.
Nós, porém, devemos considerar especialmente que ele é um
sacerdote. E, para nós, o que querem dizer as suas chagas? São uma
comovente advertência e recordação de Cristo, Nosso Redentor. Uma
vez que os homens se esqueceram precisamente de Cristo crucificado,
assim Nosso Senhor Se revelou novamente no Seu servo, o Pe. Pio, para
poderem os homens reconhecer o preço imenso pelo qual Cristo
resgatou as almas.
O Pe. Pio poderia dizer com
São Paulo Apóstolo: “Não
sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”.
Que diz o santo capuchinho a respeito das grandes dores que padece
diariamente? Ele usa de belas palavras que nós mal podemos
compreender: “São
chamas do divino amor: eu as sofro de bom grado”.
Ele sabe que, através do seu sofrimento, pode salvar muitas almas.
Suas intenções prediletas são os pecadores, e sofre muito pela
conversão deles.
O Pe. Pio é um devoto
fervoroso da Mãe de Deus: todos os dias obtém d'Ela inúmeras
graças. Ele próprio é um mestre de humildade; seu gênio é
despretensioso e simples, procurando evitar tudo o que dá na vista.
O fato de as pessoas terem ânsia de ir a ele, em suas inquietações
e aflições, principalmente na doença e nas necessidades
espirituais, é provado pelos inumeráveis peregrinos que recorrem ao
santo capuchinho, que é um predileto de Deus e um intercessor em
todos os casos. Ele conhece o sofrimento humano, e por isso o seu
coração bondoso comoveu frequentemente o Coração do Divino
Mestre. Muitas provas de gratidão o testemunham. Por conseguinte,
não é de admirar que o Pe. Pio receba muitas cartas; contudo, as
trazidas pelos peregrinos chegam, em muitos dias ao número de dez
mil. Ele, evidentemente, não pode ler todas estas cartas; apesar
disso, frequentemente, como atestam os fatos, ele sabe o conteúdo
delas. Pode-se escrever para ele em alemão, e a resposta vem em
alemão; há lá vários padres que dominam as mais diversas línguas.
As cartas mais importantes são apresentadas ao Pe. Pio, as de menos
importância vão para a sua cela e, muitas vezes, ficam ali como
feixes de lenha amontoados. De noite ele reza diante delas e, muitas
vezes, olha todos os pedidos ali contidos. Todas recebem resposta;
mas é preciso, para o porte de volta, acrescentar um comprovante de
resposta (à venda em todas as agências do correio). Muitas pessoas
se regozijam por ter conseguido, junto de Deus, na pessoa do Pe. Pio,
um intercessor em diversos casos.
PREDIÇÃO DUMA ALMA
AGRACIADA SOBRE O PE. PIO
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S. Pio com seus devotos |
O Salvador falou à
bem-aventurada Lucietta Fiorentino, moradora da aldeia de San
Giovanni Rotondo, membro da Ordem Terceira de São Francisco e filha
espiritual do Pe. Pio, presenteada com extraordinários dons da
graça: “Pede ao
Pe. Pio permissão para escrever o que Eu te digo”.
Este diário foi aberto após a morte da bem-aventurada Lucietta e
obteve, em 1963, o “Imprimatur” eclesiástico. A resposta do Pe.
Pio foi: “Sim,
escreva apenas o que não lhe for muito cansativo”.
Disse Nosso Senhor a ela: “Desapega-te
de todas as criaturas e ama somente a Mim”.
Respondeu Lucietta: “Quando
examino a minha consciência, percebo que a ninguém me apego a não
ser ao Pe. Pio; então pergunto: Amado Salvador, como fazer neste
caso?” Jesus:
“Você deve amar o
Pe. Pio em relação a Mim. Ele é o guia que a une a Mim; recebe
tudo de Mim, está unido da maneira mais profunda ao Meu Coração, e
por isso deve acreditar nele, amá-lo, respeitá-lo. Os mistérios
que você observa nele e ao seu redor são incompreensíveis para
vocês. Nem você nem os outros no mundo podem entender isto
plenamente. Somente no céu tudo ficará patente”.
Só quem pode compreender
inteiramente o Pe. Pio e o seu modo de pensar, faz o que Deus quer.
Prefere a uns, rejeita outros. Nós porém não devemos criticar os
seus atos, porque vêm de Deus.
Disse ainda Nosso Senhor à
bem-aventurada Lucietta: “Pode
lembrar-se do que Eu lhe revelei em 1906, quando você estava
doente?”
Lucietta: “Sim,
posso! De longe virá um sacerdote, comparado simbolicamente a uma
grande árvore. Vou plantá-la aqui neste convento; seus ramos e
folhas se estenderão sobre o mundo. Quem crer, virá refugiar-se
debaixo desta árvore, pois ela é tão bela, tão opulenta, com
frutos tão maravilhosos que ele alcançará seguramente a salvação
da sua alma!”
O Salvador prosseguiu: “Todos
os que o seguem vão conseguir a salvação. Mas ninguém lhe dá o
devido valor. Um dia vão reconhecê-lo. Sou Eu Quem opera nele. Nele
encontrei todos os requisitos pressupostos e Me uni a ele. Aquilo que
o Meu servo, o Pe. Pio, diz e pensa, é querido por Mim. Quem,
falsamente, diz algum mal dele, a si mesmo se prejudica. Por outro
lado, fazem bem os que se recomendam a ele, lhe pedem graças e o
veneram! A sua alma se deve espelhar neste Pai espiritual, pois eu
opero nele. Eu vou engrandecer este meu filho e difundir o perfume da
sua fama! Ele tem a capacidade de dar toda a espécie de graças.
Quem o invoca, procede como se invocasse um santo, no qual eu me
comprazo. Ele tem as mãos cheias de dons espirituais. Vive em mim e,
por conseguinte, é uma hóstia viva. Só no céu vocês chegarão a
saber quem é o Pe. Pio”.
A MISSA DO PE. PIO
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S. Pio no Altar |
O Pe. Pio celebra a Missa
diariamente, na maior parte das vezes, às 5 horas da madrugada. À 1
hora, as pessoas já estão diante das portas da igreja e esperam
rezando até que elas se abram. Eu mesmo presenciei isto
frequentemente. Às 4 horas da madrugada, já se encontra lá uma
grande multidão. Ouve-se rezar em várias línguas. Muitos vieram de
longe e não se pouparam o grande sacrifício de levantar cedo, para
poderem estar mais perto do altar do Pe. Pio. Às 4 h. 30 min., a
igreja é aberta; muitas vezes, em poucos instantes, ela fica lotada
de peregrinos buliçosos. Também o Pe. Pio faz um grande sacrifício,
pois todos dias ele se prepara durante 3 horas para a Missa. Às 4 h.
45 min., ele chega à sacristia cambaleando e cheio de dores. Neste
tempo, experimenta diariamente, dum modo misterioso, os sofrimentos
do Horto das Oliveiras. Também agora o Pe. Pio não tem descanso.
Altos dignitários, muitos sacerdotes e homens de todas as classes
sociais esperam por ele e lhe expõem os seus pedidos. O santo
capuchinho dá somente alguns passos, deixa-se cair sobre um
banquinho e reza. Poucos minutos mais tarde, levanta-se de novo e,
fortalecido, vai à mesa dos paramentos, reveste-se com eles e se
prepara a fim de renovar o Sacrifício de Cristo na cruz.
Frequentemente, ele tem lágrimas nos olhos. À pergunta: “Por
quê?”, responde
com uma voz soluçante: “Não
sou digno de celebrar o Santo Sacrifício da Missa, eu sou o
sacerdote mais indigno que há”.
Que comovente! Um homem com 81 anos chora. Às 5 horas, pontualmente,
vai ao altar, abrindo caminho através da multidão em burburinho.
Vê-se que cada passo, movimento e ação lhe causam grande dor.
O Pe. Pio reza a Missa no
altar-mor, para que os peregrinos o possam ver dos 3 cantos da
igreja. Com grande recolhimento e reverência recita as orações ao
pé do altar. Nota-se que ficar em pé por muito tempo, bem como as
chagas o fazem sofrer; muitas vezes segura a testa como se quisesse
afrouxar a coroa de espinhos. Depois sobe ao altar e quer beijá-lo,
mas grandes dores o impedem. Ele sofre e repara por terríveis
pecados que Deus lhe mostra incessantemente. Durante o Glória e o
Credo fica, muitas vezes, em êxtase e se tem a impressão de que ele
pode ver tudo o que fala. Tudo o que o Pe. Pio diz nas orações se
espelha nos traços de seu rosto: as mais das vezes, um grande
sofrimento; porém raramente alegria. Ao ir para o meio do altar ele
se inclina e reza. Então, se percebe pela primeira vez que ele
chora. Tem um pequeno lenço das lágrimas, com que as enxuga. Com
grande devoção e amor, lê o Santo Evangelho. Durante o Ofertório,
levantada a patena, ele frequentemente cai em êxtase; nesta ocasião
fala, muitas vezes, a meia voz com alguém que ninguém vê. Ao mesmo
tempo coloca as numerosas intenções das pessoas sobre a patena.
Neste estado, se detém por muito tempo. Na Segunda parte do Santo
Sacrifício, sucede o mesmo. Quando o Pe. Pio se volta para o povo
(p. ex., no “Dominus vobiscum”), veem-se claramente as suas mãos
traspassadas e sangrando. Suas dores e também as causadas por ficar
longo tempo em pé, aumentam cada vez mais; são agudas,
causticantes, lancinantes. Seus olhos ficam encovados no rosto, e
suas feições como as do Redentor moribundo na cruz. assim contam
repetidas vezes os sacerdotes que o ajudam no altar, como também os
que o veem mais de perto.
Agora se deu o sinal da
Consagração. No momento em que pronuncia as palavras dela, um
aspecto mortal perpassa todo o seu corpo. Ele luta e se estorce nas
dores mais atrozes, o sangue fresco escorre das chagas das suas mãos.
O Pe. Pio não contempla a morte de Cristo, ele a experimenta dum
modo misterioso no seu próprio corpo. Muitas pessoas gritam, soluçam
e imploram: “Meu
Jesus, misericórdia!”,
pois temem que ele possa morrer.
Percebe-se isto mais
claramente, de modo especial, na Quaresma. O mais comovente é o
seguinte: o Pe. Pio, ao renovar incruentamente o Sacrifício de
Cristo na cruz acrescenta tudo à sua total oblação, até mesmo o
sangue do seu coração. Este se avoluma em todos os sentidos, e isto
principalmente torna os presentes alvoroçados. Por isso se ergue
frequentemente, entre eles, uma voz sufocada pelas lágrimas: “Eu
creio!” O que o
Pe. Pio não teria proposto sofrer e reparar por estas almas, para a
sua conversão? Também muitos acatólicos se converteram nesta
ocasião.
A Consagração dura até 5
minutos. Depois o santo capuchinho fica um pouco mais tranquilo, mas
as dores não o abandonam. Então ele reza o Pai-Nosso com grande
devoção. Na Comunhão, ao bater no peito e rezar: “Senhor
eu não sou digno”,
sua voz falha; lágrimas brilham nos seus olhos, e isto dura até ele
bater no peito pela segunda e terceira vez. Aí recebe a sagrada
Hóstia, o Corpo de Cristo. Em seguida, cai novamente em êxtase;
nesta ocasião o seu semblante adquire um aspecto quase transfigurado
e recebe as alegrias e delícias do céu, enquanto isto é possível
a um homem mortal. Este fato constitui uma compensação por toda a
carga de seus sofrimentos até então, e também vigor e forças para
enfrentar o dia pesado de trabalho que o espera. Fica neste estado
durante muito tempo, e com grande devoção recita as orações
finais da Missa. A seguir, cansado, é reconduzido à sacristia. Aí
tira os paramentos e põe as luvas de lã para absorverem o sangue e
as sagradas chagas não serem profanadas por olhares curiosos. Logo
depois volta ao claustro e faz a sua ação de graças.
Do lado de fora se detêm os
peregrinos, vindos de longe, com lágrimas de comoção nos olhos.
Eles se converteram e exclamam, a meia voz, na igreja, na maior parte
das vezes, à maneira italiana: “Ah,
meu Deus, como eu vos conheci tão tarde! Procurava descanso e não o
encontrava!” Aí,
de fato, acharam o descanso e a paz das suas almas. Depois vão
arrependidos ao confessionário.
A Missa do Pe. Pio, que dura
em geral uma hora, é comovente. Um dos muitos sacerdotes, como
consta num livro sobre o santo estigmatizado, declarou que não
poderia sobreviver a mais uma Missa do Pe. Pio. Depois disto, aquele
sacerdote celebrou a sua Missa com tanto decoro e devoção como
nunca o fizera antes.
Após o Pe. Pio ter recebido
os santos estigmas visíveis, o sangue das chagas nas suas mãos
gotejava sobre a toalha do altar durante a celebração, de sorte que
ele se desculpava continuamente com o Pe. Guardião. Agora, porém,
ele recebeu a graça da coagulação imediata do sangue, logo que se
dirige da sacristia para o altar. São tão preciosos os momentos da
Missa celebrada pelo Pe. Pio que, quanto mais sofre, mais graças
provêm através dele. Quem assistiu à sua Missa recebe uma bênção
para toda a vida. Durante o Santo Sacrifício, as pessoas podem,
silenciosamente, confiar a ele as suas intenções.
Visto que já tem 81 anos,
devem reconduzi-lo à sacristia numa cadeira de rodas. Ele celebra a
Missa sentado, e ela não demora mais tempo que antes; muitas vezes
não é mais capaz de celebrá-la. O santo capuchinho sofre
visivelmente não tanto como antes nem tem êxtases com tanta
frequência. Ele já disse: “A
terra poderia existir sem o sol, mas não sem a Missa”.
A SANTA CONFISSÃO
|
S. Pio ouvindo confissão |
“Os pecados a quem
perdoardes ser-lhes-ão perdoados e a quem os retiverdes ser-lhes-ão
retidos” (Jo. 20,
23).
Todos os fatos relativos à
Confissão não foram narrados pelo Pe. Pio — evidentemente, ele
guarda o sigilo sacramental — mas os seus penitentes o fazem
espontaneamente, com profunda comoção. Ele cumpre os seus deveres
sacerdotais com um zelo heroico e uma caridade que vai ao extremo. É
o bom pastor, para quem o Divino Mestre serve de modelo; os seus
esforços e a sua caridade não conhecem limites.
O Pe. Pio é um mártir do
confessionário. O oneroso encargo de ouvir confissões exigiu dele,
em certos dias de festas religiosas, 18 horas diárias. Um homem de
nervos fortes não poderia suportar por muito tempo uma carga física
e espiritual tão pesada. Contudo, o Pe. Pio constitui uma rara
exceção causada pela graça de Deus. Houve tempos em que a polícia
teve que intervir, para pôr em ordem a multidão impetuosa. Sobre
estes fatos, ele mesmo informa numa carta ao Prof. Cácaro, em 1919:
“Quanto à saúde
vou bem, mas estou ocupado dia e noite em ouvir centenas de
confissões. Não tenho um momento de tempo livre, mas, viva Cristo,
que me assiste poderosamente na minha tarefa”.
Agora ele ouve confissões
apenas durante poucas horas no dia, muitas vezes em tempo nenhum,
pois assim os seus superiores e a sua saúde enfraquecida o permitem.
Uma vez que já chegou aos 81
anos, querem poupá-lo a fim de que o seu coração bondoso possa
ainda bater por nós.
O confessionário, no qual ele
ouve as confissões das senhoras, se acha na igreja. Como na maior
parte das igrejas dos capuchinhos, ela é simples e sem ornatos.
O confessionário para os
homens fica num canto da sacristia; é ainda mais simples, pois
consta apenas duma poltrona para o confessor e dum genuflexório para
os penitentes. Uma cortina o esconde dos olhares curiosos.
Cada uma das ovelhas que
chegam deve animar-se para uma dura prova de paciência. Por isso
aquele convento foi chamado também “Casa da paciência”, porque
ali o mais impaciente deve aprender a aguardar pacientemente. Assim,
o tempo de espera dura, segundo a estação do ano, de 5 a 18 dias
para os homens e de 8 a 35 dias para as senhoras.
O Pe. Pio trata cada penitente
de modo diverso. A muitos ele recebe com braços abertos e os saúda
com grande carinho. Para ele, não vale a condição social, mas
apenas a alma que ele vê diante de si à luz de Deus. Com as almas
sinceras e retas, ele se comporta com uma comovente doçura,
despedindo-se assim do penitente: “Vai,
Jesus te ama!”
Contudo, muitas vezes o santo estigmatizado deve usar de palavras
duras, rudes e assustadoras. Outros, ao contrário, ele, a princípio,
repele, seguramente para tornar a vê-los melhor preparados para a
absolvição. O seu sorriso bondoso e conquistador e também o seu
aspecto sombrio valem para todos: cultos, altas personalidades, e aos
peregrinos simples e sem instrução. Frequentemente, o Pe. Pio trata
os grandes pecadores arrependidos, aos quais ele desculpa em parte a
sua ignorância dos mandamentos de Deus, melhor do que a um cristão
farisaico que aparenta estar convencido de sua perfeição.
Seguem agora alguns exemplos
da vida real.
Dizem que o Pe. Pio estaria no
confessionário, quase em estado de iluminação, ou, noutras
palavras, Deus de certa maneira fá-lo-ia participar de Sua
onisciência. Um penitente tivera a infelicidade de calar ou
diminuir, por falsa vergonha, a sua culpa. Mas, de modo nenhum
conseguiu êxito diante do Pe. Pio. Sua alma ficou sem camuflagem aos
olhos do santo sacerdote, que o repreendeu severamente: “Nos
seus lábios há palavras blasfemas!”
O Pe. Pio não perdoa
facilmente a infração do preceito dominical. Para com os pecadores
reincidentes, de vida viciosa, beberrões, fumantes inveterados, os
que pecam continuamente contra a castidade, ele procede com
severidade. Ademais, não lhes concede facilmente a absolvição, mas
os exorta seriamente a mudarem de vida, dando-lhes um tempo de prova,
no qual eles devem comprovar as suas disposições. Sem o devido
arrependimento e propósito de romperem com os seus maus hábitos,
não podem contar com uma ulterior absolvição por parte do Pe. Pio.
Existe apenas um sol e todos
os relógios deste mundo, na sua totalidade, se orientam conforme
este único sol. Assim os homens se devem orientar segundo o Deus
único, vivo e verdadeiro. O santo capuchinho fica muito irritado,
quando senhoras vão ter com ele em trajes reprováveis; se isto
acontece na igreja, ele encarrega alguém de fazê-las sair
imediatamente do lugar santo. Senhoras e também homens só podem
ingressar na igreja se, no mínimo, trajarem mangas três quartos;
rapazes e homens devem estar de calças compridas, se não quiserem
ser postos para fora da Casa de Deus. Nos casos em que o Pe. Pio não
deu absolvição aos penitentes e, por assim dizer, fechou-lhes a
portinhola do confessionário na cara, perguntaram-lhe algumas
pessoas, num tom de leve censura, por que tinha sido tão severo.
Então o Padre, em outras ocasiões tão bondoso, retrucou com a voz
embargada pelas lágrimas: “Você
sabe também quanta dor me custa fechar a portinhola para alguém?
Mas é Deus que me obriga a isto; eu mesmo não despeço nem rejeito
ninguém. Há outro, do qual sou instrumento inútil, que chama e
manda embora as almas”.
Talvez o Pe. Pio pensou nas palavras do Apóstolo São Paulo ao
dizer: “Não sou
eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim!”
Um dia aproximou-se dele um
moço distinto, querendo confessar-se. O Pe. Pio lançou-lhe um olhar
penetrante e lhe disse em voz alta: “Porco!”
Abalado e profundamente envergonhado, saiu da sacristia humilhado
diante de todos. Uma vez que ele jamais usara de tal expressão, um
sacerdote perturbado perguntou: “Padre,
por que o senhor disse palavra tão chocante?”
Replicou o Pe. Pio: “Se
eu não lhe lançasse em rosto esta palavra, ele estaria eternamente
condenado. Vive em concubinato, e isto é uma espantosa e terrível
abominação diante do Senhor. Esta humilhação lhe fez bem e dentro
de alguns dias ele voltará. No confessionário, eu não lhe poderia
dizer aquilo e assim deveria deixá-lo ir sem arrependimento, nem
propósito, nem absolvição”.
Após alguns dias, ajoelhou-se, profundamente comovido e chorando,
quem fora tão duramente repreendido diante do Pe. Pio. O santo
sacerdote, com um suave sorriso e os braços abertos recebeu o filho
pródigo de volta: “Veja,
agora o Salvador tem uma grande alegria com você”.
Um dia, um espírita veio a
San Giovanni Rotondo. Queria falar com o Pe. Pio, não para se
confessar, mas para saber dele o que tinha acontecido em sua família,
pois nela reinava uma inquietação tão grande que não se podia
encontrar nenhum momento de repouso. Depois do meio dia veio ao
convento e encontrou-se com o Pe. Pio que lhe disse: “Para
conversa fiada eu não tenho tempo; se quer confessar-se, venha à
sacristia”. O
homem, completamente confundido, foi ao confessionário; após a
confissão disse: “Contou-me
coisas como se ele mesmo as visse”.
O Pe. Pio lhe perguntara: “Que
mais ainda?” A
resposta do homem foi: “Não
me lembro mais de nada!”
O santo estigmatizado replicou: “Já
fez a experiência: tudo recai sobre você. Quem se aproxima do fogo
e não se queima com ele? Quem se aproxima de Cristo e não sente o
Seu amor?” Neste
momento, o penitente viu, em lugar do Padre, Jesus Cristo com uma
veste de nazareno, branca como a neve, de cabelo repartido,
resplandecendo maravilhosamente. O homem ficou sem fala. A visão se
dissipou vagarosamente; então disse o Pe. Pio: “Vá
em paz e não peque mais”.
Este homem contava que, à tardinha frequentemente tinha feito as
mesinhas se moverem a fim de saber o número certo da loto. E agora
se havia convertido de tal modo que não queria mais voltar para a
sua fábrica, uma vez que tinha sido tantas vezes amaldiçoado lá;
ele pensava que o Pe. Pio gostaria de auxiliá-lo para ser despedido
e receber uma indenização. O santo capuchinho lhe disse:
“Concedo-lhe de
bom grado esta graça”.
E assim também sucedeu.
Uma mãe, cujo marido já
estava morto, tinha três filhos: dois deles eram missionários, o
terceiro tinha morrido em casa, em consequência de suas feridas
recebidas na guerra. Sozinha, lutava agora com o seu destino;
praguejava e blasfemava contra Deus, e depois se afastou da fé. Ao
passar um procissão pela cidade, ela, por curiosidade, olhou da
janela para fora e pareceu-lhe que a imagem da Mãe de Deus, levada
em procissão, lhe lançara um olhar severo. Abalada até o fundo da
alma com aquilo, decidiu começar uma nova vida. Algum tempo depois,
fez uma confissão geral ao Pe. Pio e pediu-lhe a graça de morrer em
breve. Assim respondeu ele: “Senhora,
o seu tempo de vida ainda está longe do fim”.
Ela retrucou, chorando: “Padre,
agora eu me domino, mas não sei se vou recair de novo, praguejando e
blasfemando contra Deus. Alcance-me a graça de antes morrer que
pecar”. Estas
palavras impressionaram profunda e visivelmente o Pe. Pio que lhe
obteve esta graça, pois ela morreu dentro de oito dias.
Uma senhora chegou a San
Giovanni, e quando lhe falavam a respeito do Pe. Pio, pensava: “Eu
não creio que ele sabe tudo, ao menos nada sobre os peregrinos aqui
presentes”. Numa
certa manhã, ela comprou numa loja algumas lembranças religiosas;
pediu à vendedora pressa, pois, como julgava, estaria, naquele mesmo
dia, na fila dos penitentes do Pe. Pio. Foi o que aconteceu. Após a
confissão, disse-lhe ele: “Você
tem alguma coisa na bolsa. Não a roubou, nem tomou, mas ela não lhe
pertence”. E, com
estas palavras, fechou a portinhola. A senhora quis ainda perguntar,
o que significava aquilo, mas era já muito tarde. Pensava que talvez
algo não tivesse ficado em ordem durante a compra. Dirigiu-se à
loja e contou o caso à vendedora. Tudo foi examinado e nenhum engano
se verificou. De repente, a vendedora perguntou à senhora se ela
ainda tinha a nota recebida há pouco tempo. Ela estava intacta na
bolsa. Quando a vendedora abriu a nota de 1.000 liras dobrada,
achou-se junto outra nota bancária de 500 liras. Nem a vendedora nem
a freguesa sabiam disto, mas o Pe. Pio sabia! A senhora, por fim,
ficou convencida de que o santo capuchinho sabia tudo.
Um casal sem filhos, já em
idade avançada, fez uma peregrinação a San Giovanni Rotondo; ambos
eram muito bons e caritativos. Quando o marido chegou ao
confessionário, o Pe. Pio disse com grande surpresa dele: “Por
causa das boas obras de vocês, eu lhes obtive a graça de serem
abençoados com um filho”.
Com isso, a alegria do homem foi enorme. Realmente, nove meses
depois, a senhora se tornou mãe dum sadio bebê.
Três senhoras se encontravam
numa hospedaria em San Giovanni. Na mesa havia uma cestinha com
laranjas e junto um cartão com o preço. Uma das senhoras afirmou
que o preço era bem alto e por isso uma outra aconselhou a tomarem
duas laranjas, pagando só por uma. No dia seguinte esta última
estava na fila dos penitentes do Pe. Pio e, depois da confissão dos
pecados, perguntou ele: “E
o belo conselho que deu sobre as laranjas?”
Um senhor de Roma declarou ao
Pe. Pio no confessionário que frequentemente era muito orgulhoso. O
estigmatizado respondeu com voz impressionante: “Os
anjos foram orgulhosos só por um instante e por isso Deus os
precipitou no mais profundo abismo. Se você continua a proceder
assim, cairá num cárcere donde nunca mais sairá — ou seja, no
inferno!” O homem
tomou isto a sério.
Passando o Pe. Pio pela
sacristia, perto dum estudante, disse-lhe: “Se
você continuar a viver como até agora, será eternamente
condenado”. O
jovem ficou perturbado, mas retrucou com sua altivez costumeira:
“Então eu devo
deixar que me falem com tanto atrevimento?”,
e voltou para a casa no próximo trem. Dia e noite sua consciência o
torturava, pois ouvia repetidamente a palavra do Pe. Pio: “Será
eternamente condenado!”
14 dias depois, chegou a San Giovanni cheio de arrependimento, fez
uma confissão geral, e se converteu.
Um homem, que esperava pela
confissão, disse aos outros, a meia voz: “Quando
me confesso, nunca digo todos os pecados; afinal, o vigário não
precisa saber tudo”.
Com o Pe. Pio, ele fez o mesmo e o sento capuchinho fez-lhe a
seguinte pergunta: “E
os outros pecados?”
O homem ficou calado e o Pe. Pio acrescentou: “Ah,
você se envergonha de confessar os seus pecados?. Mas não teve
vergonha de cometê-los!”
Então o Padre começou a contar-lhe os pecados um após o outro, e
advertiu-o de outros que o homem esquecera há muito tempo,
acrescentando ainda: “Você
se confessou 5 vezes sacrilegamente; Deus é mais misericordioso com
você do que com Judas. Vá, prepare-se bem e depois venha ter
comigo!” O homem
só pôde chorar e, mais tarde, fez uma confissão geral.
Pessoas que vinham ao
confessionário sem convicção íntima, mas somente para pedir
conselhos, ou para receber os sacramentos nas festas de preceito,
como é costume, eram frequentemente despedidas pelo Pe. Pio.
Dizia-lhes em rosto que não tinham nem arrependimento nem propósito
e que ali não podiam fazer representação teatral. Isto produzia
sempre uma conversão completa. Ele não dava absolvição àqueles
que, da mesma ou semelhante maneira, tinham pecado contra o sexto
mandamento, enquanto não houvesse o devido arrependimento e o sério
propósito. Dizia ser justamente por causa dos pecados contra a
castidade que há tanto sofrimento no mundo, e tantas almas se
perdem.
O Pe. Pio exigiu dum senhor de
Florença, que se confessara pela primeira vez com ele, a promessa de
não cometer mais um certo pecado. Um ano mais tarde, este homem
voltou a confessar-se com o santo capuchinho. Este, para a maior
admiração dele disse: “Você
cometeu novamente aquele pecado, embora me prometesse que não o
faria mais!”
Pode-se imaginar o espanto do homem ao reconhecer que o Pe. Pio ainda
sabia daquilo, apesar de nesse meio tempo, inúmeros penitentes
haviam estado com ele.
Um dia, dois homens discutiam
diante do confessionário do Pe. Pio para ver qual deles poderia
chegar até ali primeiro, embora a ordem na fila estivesse numerada.
Quando o Padre, que certamente nada poderia saber desta disputa,
chegou ao confessionário, mandou sair o homem que já estava ali e
lhe disse com ar brincalhão: “Você
não é o primeiro da fila, mas o que espera lá fora”.
Uma senhora de Viena
demorou-se muito tempo em San Giovanni. Aí encontrou uma conhecida
de Milão que gostaria de se confessar com o Pe. Pio, mas
infelizmente o seu vestido era muito curto. A vienense emprestou-lhe
um vestido suficientemente comprido. No confessionário o santo
capuchinho deitou uma olhada zombeteira sobre a milanesa e falou:
“Devolva primeiro
o vestido emprestado, volte depois a Milão e mande fazer lá um
vestido comprido como este e para usá-lo também em casa. Então
pode ousar vir confessar-se comigo — mas não ser atriz de teatro!”
A seguir, fechou a portinhola, e ela retirou-se dali envergonhada.
Uma senhora, que rezava sem
cessar durante a Missa, viu, quando seus olhos se fixaram no altar, a
imagem do crucifixo no missal. “Ah!”,
pensava ela, “se,
na hora da minha morte, o Senhor me disser como ao bom ladrão: Hoje
estarás comigo no paraíso!”
Enorme foi a sua surpresa quando ela, cinco dias depois, ajoelhou-se
no confessionário e o Pe. Pio a informou: “Se
você fizer tudo o que eu lhe disse agora, então, como você desejou
há cinco dias atrás, o Senhor também dirá para você, na hora da
morte, o que disse ao bom ladrão: Hoje estarás comigo no paraíso!”
Depois que um homem
arrependido tinha confessado os seus pecados, perguntou-lhe o
estigmatizado: “E
o caso da carteira roubada você não quer confessar?”
Tomado de assombro, o homem disse: “Que
carteira?”
Retorquiu o Padre: “Parece-me
que você absolutamente não pensa mais nisso. Durante a campanha da
França, você entrou numa casa; lá encontrou uma carteira de
dinheiro com 75.000 francos. Você não precisava de dinheiro e,
portanto, não tinha o direito de levar a carteira!”
O homem procurou justificar-se: “Padre,
eu não sabia de quem era”.
O Pe. Pio, porém, acrescentou: “É
estranho! Você também não sabia de quem era a casa. Por que não a
levou consigo?” O
homem não soube responder a isto. O santo capuchinho lhe mandou
empregar aquele dinheiro pouco a pouco, em boas obras, “pois”,
disse, “você está
em condições de o fazer”.
O homem recusou: “Eu
não quero fazer isto”.
E o Pe. Pio decidiu: “Então
não lhe dou a absolvição!”
O homem retirou-se do confessionário sem nada ter conseguido. Alguns
dias depois, voltou arrependido e prometeu reparar o prejuízo e
depois recebeu também a absolvição.
Muitos jovens faziam ao Pe.
Pio perguntas sobre a sua vocação. Alguns deles, por exemplo, eram
orientados por ele. Um rapaz perguntou-lhe: “Eu
posso ser médico?”
O Padre confirmou: “Vai
ser, certamente! A medicina é uma vocação muito bela!”
Por outro lado, ele respondia
negativamente à mesma pergunta feita por outro jovem e lhe fez ver
uma vocação diferente. Um outro pediu conselho ao Pe. Pio nestes
termos: “Eu
gostaria muito de ser sacerdote”.
O santo sacerdote confirmou-o no seu propósito: “Sim,
o Senhor o chamou, será padre, sem dúvida; não padre secular, mas
religioso”.
Realmente, este jovem tinha intenção de entrar numa Ordem
religiosa. Um rapaz volúvel perguntou no confessionário: “Padre
devo ser sacerdote ou casar-me?”
A resposta foi: “Case-se;
é melhor não ser sacerdote do que ser um mau padre!”
A uma moça com desejo de
entrar num convento, disse o Pe. Pio: “É
a sua vocação, deve segui-la!”
Ela, porém, respondeu: “Minha
mãe não deixa!”
Seu pai tinha falecido há muito tempo. O Padre retrucou com decisão:
“Ela a deixará
ir, pois Deus a chama; eu rezarei por você!”
Quando a moça voltou para a casa, a mãe defendia cada vez mais o
seu ponto de vista. Meio ano depois, morreu, e a filha pôde seguir a
sua vocação. Não seria isto a resposta do céu? Podemos
reconhecer, em muitos casos, que nós nunca devemos criar
dificuldades aos que são chamados por Deus, pois muitas vezes morrem
os pais ou o filho.
O Pe. Pio ordenou, certa vez,
a uma senhora que não tinha mais nada a dizer na confissão: “Vá
depressa ao tanque lá em baixo, olhe para dentro e volte para cá!”
Ela viu no tanque o seu filho que tinha assassinado há 19 anos e
lançado num tanque. Profundamente abalada, confessou o seu grande
pecado ao Padre.
Um assassino, cuja consciência
não o deixava em paz, estava um dia diante do Pe. Pio no
confessionário e esperava encontrar novamente a tranquilidade da
alma. Confessou diversas faltas da sua vida, mas, apesar da sua
melhor vontade, não teve a coragem de declarar o seu mais terrível
pecado, o assassínio cometido. Então se calou e o Padre também.
Ambos sabiam do pecado mais grave. Após algum tempo de silêncio, o
santo capuchinho deixou o confessionário, tomou o penitente pelo
braço e o levou para junto dos homens, sentados nas fileiras de
bancos perto do confessionário. De repente, o homem soltou um grito
tão lancinante que caiu desmaiado por alguns instantes. Então o Pe.
Pio levou-o novamente ao confessionário. Depois da absolvição, o
homem saiu dali com o rosto iluminado e declarou às pessoas ali
presentes que o Pe. Pio lhe tinha obtido a graça de ver a quem tinha
assassinado, sentado no banco. Esta visão lhe trouxe à consciência
o horror do seu delito, de sorte que teve ânimo de se arrepender e
de confessar o seu grave pecado.
A uma senhora, vinda de longe,
disse o Pe. Pio, após a confissão: “Não
é obra de caridade fraterna o fato de você ter levado secretamente
café puro à sua amiga no hospital; o médico proibiu-lhe beber
café, pois isto realmente lhe faz mal”.
Com estas palavras a senhora ficou completamente desconcertada.
Uma senhora, no
confessionário, pediu ao Padre rezar por ela para poder voltar à
sua casa própria e assim poder viver do aluguel, pois agora não
passava duma empregada. Replicou ele: “A
sua e a minha casa estão no cemitério! Você nunca voltará à sua
casa própria. Não foi a todos que Deus determinou fossem ricos.
Quanto mais rico alguém é, tanto maior é também a sua
responsabilidade. A custo, os ricos entram no céu; o Salvador já
disse isto”.
Uma vienense perguntou, certa
vez, ao Pe. Pio se ela iria viver ainda muito tempo; do contrário,
empregaria todo o seu dinheiro em fins caritativos. A isto, disse
ele: “Não se
arrancam todas as penas de um ganso, enquanto ele vive!”
Mais tarde, a senhora foi parar num asilo e agora está contente, por
poder acrescentar alguma coisa ao seu passadio com as suas economias.
A proprietária duma pequena
pensão dava comida muito escassa aos seus hóspedes, embora cobrava
muito por isso. Uma vez, quando se foi confessar ao Pe. Pio, ele a
despediu com estas palavras: “Você
é como o demônio atrás do dinheiro, não tem nem arrependimento
nem propósito; fora!”
Então, em consequência disto, ela se converteu.
Um padre, no confessionário,
de repente, começou a chorar alto e disse com a voz entrecortada de
lágrimas: “Sim,
agora eu me lembro disso!”
O Pe. Pio lhe dissera um pecado de que ele já se esquecera e ainda
não havia confessado.
Outro sacerdote, certa vez,
declarou, entre outras coisas, que tinha cometido um pecado por
pensamento. “Não”,
respondeu o estigmatizado peremptoriamente; “o
senhor o repeliu”,
e lhe revelou exatamente o pensamento que tivera. O padre ficou
surpreendido com a delicadeza das palavras do Pe. Pio.
Um sacerdote celebrava a Missa
sempre bem depressa e com muito relaxamento; ora, em San Giovanni, o
ajudante lhe chamou a atenção sobre isso. O padre tomou a sério a
advertência e informou o próprio Pe. Pio a respeito. Este lhe
perguntou: “O
senhor ao menos agradeceu ao ajudante por esta graça?”
“Não”,
respondeu ele. A isto, retrucou o Pe. Pio: “Então
repare logo esta desatenção”.
E o sacerdote assim o fez.
Certa pessoa perguntou ao Pe.
Pio, se a Srta. N. poderia ser atriz, pois desejava seguir essa
profissão. Ele recusou: “É
um perigo muito grande de pecado. Se alguém se mantém de pé 99
vezes e cai apenas uma, mesmo assim se deve desaconselhar com um
não”.
Destas palavras, se deve reconhecer a gravidade dum pecado.
Uma família tinha ganho uma
criança depois de pedir ao Pe. Pio e por sua intercessão, embora, a
juízo dos médicos, isto teria sido impossível. Passados muitos
anos, quando aquele filho devia submeter-se a uma prova difícil, o
seu pai, no confessionário, pediu ao santo sacerdote suas orações
naquela intenção. O Padre sorrindo, deu esta resposta: “Eu
creio que ele é mais meu filho do que seu, porque rezei mais por ele
do que você para ele nascer”.
Uma vez, perguntou o Pe. Pio a
um jovem por que quase nunca ia à Missa. Ele procurou justificar-se,
porque devia fazer trabalhos importantes. A isto, o Pe. se
entristeceu e perguntou: “O
que poderá você dizer, um dia, ao eterno Juiz? Você não poderá
levar consigo para lá o que ganhou. Não se preocupa com a sua pobre
alma?” Estas
palavras penetraram como uma espada no seu íntimo, e ele se
converteu.
Outro penitente foi repelido
pelo Pe. Pio só com estas palavras: “Ponha
primeiro as suas coisas em ordem!”
Ele sabia muito bem que o homem, depois de remover o escândalo duma
união ilegítima, voltaria e, recebida a absolvição, encontraria
paz interior.
Um homem contou que o Padre,
no confessionário, lhe tinha posto diante dos olhos a sua inimizade
com um vizinho e o exortou a se reconciliar o mais breve possível
para Deus também lhe perdoar. O penitente ficou profundamente
abalado pelo fato de o Pe. Pio saber da sua inimizade, embora ele
nunca estivesse com o Padre nem muito menos lhe tinha falado a
respeito.
Durante a confissão perguntou
o santo capuchinho a um homem de Modena se ele não mais se lembrava
da terrível blasfêmia proferida quando, durante a limpeza do carro,
lhe caiu da mão a chave inglesa. “Ninguém
ouviu”, foi a
resposta. “Mas
Deus ouviu”,
afirmou o Pe. Pio. O homem empalideceu: O Padre sabia tão exatamente
de tudo como se ele mesmo estivesse presente.
Em consequência da idade
avançada e das grandes dores, ele passou a ficar muito menos tempo
no confessionário até que o deixou completamente.
A COMUNHÃO
|
S. Pio ministrando a comunhão |
Durante a sua Missa, o Pe. Pio
distribuía a Sagrada Comunhão somente para as crianças que a
recebiam pela primeira vez, provenientes de todo o mundo e às que
ele encontrava ali durante o ano. Às 9 h. 30 min., dava para o povo,
junto ao altar-mor. Diz-se que seu rosto também se iluminava ao
distribuir a Santa Hóstia. É preciso que nos preparemos para a
Comunhão como se ela fosse a primeira ou a última; todavia não
devemos ter medo. Um senhor disse, uma vez, ao Pe. Pio: “Padre,
eu não sou digno de receber a Comunhão”.
Retrucou-lhe o santo capuchinho: “O
que você fala sobre dignidade? Quem é realmente digno? Ninguém!
Tudo é graça e misericórdia!”
Que grande amor de Deus deve
ter este sacerdote! Eu mesmo experimentei isto muitas vezes durante
os nove meses que lá estive. Quando segura a Sagrada Hóstia nas
mãos e diz: “Senhor,
eu não sou digno...”,
tinha uma fisionomia transfigurada, como se ele próprio visse Nosso
Senhor. E o que ele nos diz? “Oh,
como nós homens nos admiraremos um dia de que este Salvador que,
invisível, se esconde na Santa Hóstia é o mesmo que virá sobre as
nuvens com grande poder e glória para julgar os vivos e os mortos!”
O Pe. Pio, na distribuição
da Comunhão frequentemente deixou de lado pessoas cuja alma não
estava em bom estado; pois cada um sabia por si mesmo, advertido pela
consciência, o motivo disto.
Uma senhora com cerca de 40
anos ajoelhou-se no último lugar da mesa da Comunhão. Quando o Pe.
Pio chegou até ela e disse-lhe severamente: “Fora,
saia daqui!”
Chorando e com uma palidez mortal, ela deixou a igreja. Por que
exatamente o Padre mandou-a sair? Ela sabia e contou que tinha vindo
ali por ser um lugar de peregrinação mariana. Tinha-se confessado a
um padre e declarou até os pecados que fizera: era casada e apesar
disso tinha muitas vezes cometido adultério com um amigo da sua
juventude. Acrescentou que, de coração, sentia muito ter ofendido a
Deus e queria agora corrigir-se seriamente. Na verdade, porém, não
tinha absolutamente a intenção de renunciar ao seu amigo da
juventude. Por isso havia feito confissões sacrílegas, sem ter nem
arrependimento necessário nem o firme propósito. Aquele sacerdote
não podia olhar na sua alma e assim devia contentar-se com as
palavras dela. Mas o Pe. Pio tinha penetrado o seu íntimo. Durante
todo o dia ela lutou consigo mesma e, por fim, decidiu-se a começar
uma nova vida. Arrependida dirigiu-se ao confessionário e foi à
mesa da Comunhão chorando. Aí, então, o Pe. Pio lhe deu Jesus
sacramentado, pois o seu estado de alma já estava em ordem.
Um moço, certa vez, se
ajoelhou à mesa da Comunhão. Quando o Pe. Pio passou por ele pôs
novamente a Sagrada Hóstia na âmbula e disse: “Deve
primeiro confessar-se, saia, saia!”
A um homem bem idoso, na fila
para a Comunhão, falou: “Vá
embora, há uma hora você tomou alimento sólido!”
Com efeito, naquele tempo, se exigiam três horas de jejum antes da
Comunhão.
Atualmente, o Pe. Pio, devido
à sua idade avançada e debilidade, não dá mais a santa Comunhão.
A BÊNÇÃO SACRAMENTAL DO PE. PIO
|
S. Pio dando a bênção final na Missa |
Quando a sua saúde lhe
permite, o santo capuchinho dá a bênção do Santíssimo
Sacramento, as mais das vezes, às 16 h. 30 min. A igreja está
superlotada. Ao chegar ao altar, percebemos um brilho nos seus olhos;
tem-se a impressão de que ele vê Jesus. Com lágrimas nos olhos e
uma expressão de súplica na face, ele fala muitas vezes a meia voz
com alguém que ninguém vê. Ao rezar as orações prescritas,
especialmente em que se pede a conversão dos pecadores, sua voz fica
embargada; ele soluça, muitas vezes chora alto. Também quando
invoca a Mãe de misericórdia, nós presenciamos o mesmo. O fato
seguinte abalou-me profundamente. Quando, em 1957, eu me ajoelhei
perto do Pe. Pio e ele fez a oração pedindo graça e misericórdia
pelos nossos últimos instantes, prorrompeu num pranto alto. Pensemos
agora: o Pe. Pio teme pelos seus últimos momentos; soluça e chora!
Durante a incensação do Santíssimo, ele inclina a cabeça até o
degrau do altar. Ele viu frequentemente o Senhor e sabe que diante
d'Ele, nós não somos nada. Sobe cansado os degraus do altar com os
seus pés traspassados. Tem um olhar penetrante, a expressão de seu
rosto é de súplica e dor. Quando toma nas mãos o ostensório,
lágrimas se comprimem nos seus olhos; fala com o Salvador em voz
baixa. Durante a bênção, na qual o Pe. Pio apresenta ao Senhor
todas as intenções trazidas a si oralmente ou por escrito, ocorrem
frequentemente fatos na igreja ou fora dela, pelo mundo, pois o santo
capuchinho é um predileto de Deus. Visto que o Senhor é
infinitamente rico, o Pe. Pio pode haurir em grande abundância deste
manancial de graças e distribuir benefícios a mancheias. Por este
motivo, não nos devemos admirar se, por sua intercessão, acontecem
fatos singulares e pedidos miraculosamente satisfeitos. A bênção
com o Santíssimo dura aproximadamente um minuto. Ele a torna tão
lenta e venerável que raramente se vê outra semelhante. Quando
deixa o altar e olha mais uma vez para Jesus sacramentado, que ele
tanto ama, e de quem se deve despedir novamente, podem-se ver
frequentemente os seus olhos brilharem. Quem assistiu alguma vez a
alguma bênção dada pelo Pe. Pio fica profundamente impressionado.
Agora, já muito alquebrado
para poder dar a bênção, ele apenas assiste a ela, as mais das
vezes, no coro.
PE. PIO OLHA PARA O ALÉM
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Olhar penetrante de S. Pio |
O Pe. Pio não só vê as
almas dos vivos, mas também as olha no além. Muitos casos o
comprovam.
Certa vez, quando eu mesmo
estava no confessionário, perguntei-lhe humildemente se ele não me
podia dizer onde se achava o meu irmão falecido. Seu rosto se
iluminou e ele sorrindo respondeu o seguinte: “Já
está lá no céu junto do Senhor”.
Uma informação destas é naturalmente muito agradável.
Um jovem advogado queria
saber, um dia, depois da confissão, onde estava o seu avô, morto há
quatro anos. Para sua surpresa, disse-lhe o santo estigmatizado:
“Bem, o seu avô
era médico. Em vista do bem que fez, no exercício da sua profissão,
ele já está no céu, na eterna visão de Deus”.
Então perguntou o penitente sobre o seu outro avô. Para melhor se
fazer entender, é preciso primeiro um esclarecimento prestado pelo
jovem. “Meu avô,
disse este, era um
homem indiferente. Pensava assim: que adianta eu ir à Missa do
domingo? Saio com gosto para contemplar a natureza e rezo lá fora ou
em casa, mas aqueles que falam assim, realmente não o fazem; por que
devo confessar-me se não roubei nada, nem matei ninguém?”
A esta pergunta o Pe. Pio empalideceu e com voz trêmula, muito
excitado, proferiu estas terríveis palavras: “Não
posso absolutamente olhar para ele; tão horrivelmente desfigurado
está, retorcendo-se nas chamas eternas”.
Um homem tinha abandonado sua
esposa e dois filhos e vivia há um ano com outra mulher. Ficou
canceroso e já estava perto da morte. Aconselhado a receber os
santos sacramentos, concordou. Quando a esposa legítima recebeu a
notícia da morte, perguntou ao Pe. Pio no confessionário onde
estava a alma dele. Ele ficou pálido e começou a tremer e a chorar:
“Eu lhe digo
porque sei que é capaz de suportar: a alma do seu marido está
eternamente condenada. Ele calou muitos pecados quando recebeu os
últimos sacramentos, sem ter nem arrependimento nem propósito e
assim pecou contra a misericórdia de Deus. Dizia sempre: agora eu
quero gozar a vida, e quando for velho, então me converterei a
Deus”. Ora, não
só o Pe. Pio, mas também os pastorinhos de Fátima e muitos santos
viram os condenados no inferno. Deus não deixa que zombemos d'Ele:
Hoje se está bem de saúde — amanhã enfarte ou desastre — e
logo a morte!
Caro leitor, se você não crê
no demônio nem no inferno, deveria ir até o Pe. Pio; lá
provavelmente você pensaria de outra maneira.
Das três cruzes plantadas no
calvário, o homem deve, necessariamente, escolher uma: a de Cristo
inocente, ou a do ladrão penitente salvo ou a do ladrão revoltado e
muito provavelmente condenado.
Um senhora conhecida minha
perguntou ao santo sacerdote no confessionário pela sua irmã
falecida, mas ele se calou. Três semanas depois, ele disse
espontaneamente a ela na confissão. “Sua
irmã já está no céu”.
Ela replicou: “Pe.
Pio, o senhor acaso rezou ou até sofreu pela minha irmã? Seus
sofrimentos diários são tão terríveis!”
Ele ficou silencioso. Então disse a senhora: “Padre,
alcance-me a graça de poder sofrer pela minha irmã o mesmo que o
senhor sofreu por ela”.
O santo estigmatizado respondeu com voz séria: “Minha
cara senhora, não sabe absolutamente o que diz. Se devesse tomar
sobre si estas dores, a senhora morreria”.
Não se obteriam respostas
escritas a estas perguntas, porque o Pe. Pio frequentemente dizia
brincando: “Eu não
sou agência de informações do céu”.
Certa vez, uma senhora muito curiosa chegou ao confessionário com
uma lista inteira, querendo saber onde estavam todos os seus parentes
falecidos. Ele respondeu sorrindo: “Já
que é tão curiosa, dê um passeio à eternidade: lá poderá saber
onde estão eles”.
Um dia, duas senhoras foram
visitá-lo. Quando ele passou por elas no passeio do convento, disse
a uma: “Deve viver
como se estivesse no convento, pois tem três votos e eles são
válidos por toda a eternidade”.
Pode-se imaginar o espanto desta senhora que tinha saído do convento
há alguns anos. Por meio de declarações falsas e exageradas, fora
realmente dispensada dos votos, mas só diante dos homens, mas não
de Deus! Mais tarde, quando conheceu um homem, mandou a sua amiga ao
Pe. Pio, perguntando se podia ficar noiva. Respondeu ele em tom muito
severo: “Será que
ela já se esqueceu inteiramente do que eu lhe disse? Ela tem três
votos e estes valem por toda a eternidade!”
No entanto, a maldade humana não tem limites; apesar disso ela ficou
noiva. No mesmo dia teve um ataque de apoplexia e tornou-se
inteiramente paralítica. Diante disso, o seu noivo declarou: “Eu
me caso com você mesmo paralítica”.
Ambos enviaram mais uma vez a amiga ao Pe. Pio para participar-lhe
que iam casar-se; quando a senhora se aproximou do santo capuchinho,
este lhe disse automaticamente: “Não
é bastante para ela o que sofreu no dia do noivado?”
E não permitiu mais conversa consigo. O dia do casamento foi também
o da morte. Então a outra senhora se dirigiu ao Padre para pedir-lhe
que celebrasse uma Missa pela falecida. Contudo, ainda antes de expor
a sua intenção, todo excitado, exclamou ele do confessionário:
“Ponha o dinheiro
na bolsa; eu não posso nem olhar para ela, horrendamente deformada,
rodopiando nas chamas eternas!”
Certa vez, estavam muitos
homens reunidos com Pe. Pio no passeio do convento. De repente,
apareceu entre eles um homem, como se tivesse brotado da terra.
Estava vestido com um traje de camponês, como se vestia um homem de
30 anos, aproximadamente. Todos se admiraram com isto. O homem falou
com o Pe. Pio e ambos entraram no pátio do convento. Quando o santo
capuchinho voltou perguntaram-lhe de onde aquela pessoa tinha vindo.
Ele explicou: “Há
já 19 anos que aquele homem está morto!”
Depois descreveu exatamente o lugar e a casa onde tinha falecido, bem
como o tipo de morte, ou seja, durante um ataque de apoplexia, caíra
no fogo. Deus, porém, no Seu Amor e Misericórdia, permitiu-lhe
pedir ajuda de suas orações.
Um jovem se havia suicidado,
porque zombavam muito dele no exército, por causa da sua piedade. À
pergunta dos seus familiares se ele se tinha salvo, respondeu o Padre
com tristeza: “Por
causa das orações de seus pais e da grande misericórdia de Deus,
ele se salvou, mas está bem no fundo do Purgatório e precisa do
nosso auxílio”.
Quando um homem lhe perguntou
qual a sua maior dor, disse: “Minha
maior dor é o pecado e os filhos da perdição que se condenam em
grande número”.
Retrucou-lhe o homem: “Padre,
então, são de fato muitos os que se perdem?”
Antes tinha respondido: “Como
flocos de neve no inverno”,
e agora diz: “Como
uma torrente caudalosa!”
Com o crescimento da população
aumenta também o número dos falecidos; diariamente, aproximadamente
400.000 pessoas fazem a viagem para o além: quão poucos estão
preparados para ela! Podemos aprender com o Pe. Pio que nós fomos
criados não só para nos salvar, mas para sermos, por meio de
Cristo, um só com Ele.
OS SANTOS ANJOS DA GUARDA
|
S. Pio amava as crianças |
Todos sabemos que a Igreja
venera os santos Anjos da guarda e instituiu uma festa especialmente
em sua honra.
O Pe. Pio é um grande devoto
dos santos Anjos, especialmente de São Miguel Arcanjo. Dizem que ele
vê o seu próprio Anjo e também os das outras pessoas (ademais,
lemos isto a respeito de muitos outros santos). Muitas pessoas
encontraram em respostas escritas a observação de que tinham
enviado ao Pe. Pio o seu Anjo da guarda para apresentar-lhe por meio
deste as suas intenções. A muitos de nós falta a fé no Anjo da
guarda, porque perdemos a simplicidade de coração.
Um homem, cego havia alguns
anos, pediu ao Padre quisesse rezar por ele, para não estar sempre
tropeçando e caindo; o seu tato ainda não estava bem adestrado para
se orientar. De bom grado o estigmatizado deu-lhe a seguinte
resposta: “De
agora em diante, você não tropeçará nem cairá mais, pois Deus me
permitiu dar-lhe dois Anjos da guarda para isso. Eles o vão dirigir,
guiar e conduzir. Você sabe, os santos Anjos são muitíssimos
rápidos e sempre à disposição”.
E continuou a falar: “Quando,
na Missa, tenho uma dor tão grande que mal posso folhear o missal
são os Anjos que me ajudam a fazê-lo”.
Assim ouvimos de sua própria boca que ele os via.
Certo dia, dois cônjuges,
ambos professores, ao voltarem para a casa, encontraram o seu
filhinho com febre. Usaram de todos os medicamentos caseiros sem
resultado. À meia-noite, disse o marido à esposa: “Durma
com a criança e eu vou dormir noutro quarto”.
Quando ele ia deitar-se, enviou o seu Anjo da guarda ao Pe. Pio; eram
exatamente 5 minutos antes de uma hora da madrugada. Às 3 horas,
acordou. O seu primeiro pensamento foi sobre o filho. Foi dar uma
olhada e encontrou a criança curada. Muito alegre com isto acordou a
esposa para informá-la do fato. Ela respondeu: “Já
podia pensar nisto, porque antes de ir para a cama, mandei o meu Anjo
da guarda ao Pe. Pio”.
Então o marido declarou ter feito o mesmo. Algumas semanas depois o
homem foi ter com o Padre para agradecer-lhe pessoalmente. Quando o
santo capuchinho, rodeado de muita gente, o viu na sacristia, disse
com humor, apontando-o com o dedo: “Certa
noite eu não tive descanso com você”.
O professor, embaraçado, desculpou-se, mas o Padre retorquiu
bondosamente: “Por
que pedir desculpas? Eu sempre fico alegre quando os anjos vêm,
mesmo que seja de noite”.
O homem queria agradecer, mas ele recusou: “Vá
ao Tabernáculo ou então à Mãe de Deus”.
Cheio de embaraço e acanhado, pois todos ali olhavam para ele,
disse: “Posso
perguntar-lhe: que Anjo da guarda chegou primeiro ao senhor, o meu ou
o da minha esposa?”
Sorrindo o santo capuchinho deu a seguinte resposta: “O
seu veio ter comigo 5 minutos antes de uma, o da sua esposa um pouco
mais tarde”.
Outra vez, quando o Pe. Pio
passava pela sacristia, disse um homem, radiante de alegria: “Padre,
tenho uma grande alegria por ter vindo aqui e poder conhecê-lo”.
Com grande surpresa para ele respondeu o Padre: “Eu
já o conheço há 5 meses”.
O homem ficou admirado, pois era a primeira vez que vinha a San
Giovanni Rotondo. Então o santo capuchinho lhe declarou e disse
exatamente o dia e a hora: “Há
5 meses você percorreu um certo trajeto com o seu carro. De repente
você adormeceu no volante. Andou mais 14 km dormindo e depois
acordou. Lembra-se disso?”
O homem espantado, confirmou a narração e o Padre prosseguiu,
sorrindo: “O meu
santo Anjo da guarda tomou o volante no seu lugar; ele se cansou
nisto, pois, do contrário você não estaria mais com vida”.
Todos os que ouviram o caso ficaram comovidos.
O próprio Pe. Pio dizia que
se podem confiar as intenções ao Anjo da guarda, pois ele mesmo as
podia entregar, quando não nos é possível assistir à Missa; com
isto a Fé e a Caridade são fortificadas; realmente, não basta
somente crer, mas também amar.
Um homem jazia num hospital,
perto da morte; vivia em concubinato e, além disso, tinha saído da
Igreja Católica. Frequentemente a sua irmã enviava o seu Anjo da
guarda ao Pe. Pio, pedindo a conversão do irmão. Ela mesmo rezava
nesta intenção. Durante o trabalho doméstico, ela ouviu, de
repente, a voz enérgica do Padre: “Ajoelhe-se
e reze pelo seu irmão!”
Ela, profundamente comovida, rezou confiantemente durante uma hora.
Após o meio dia ela soube que seu irmão, arrependido, tinha voltado
à Igreja. Pouco tempo depois ele morria.
Um menino de quatro anos tinha
uma úlcera tão maligna que os médicos não sabiam mais o que
fazer. Com toda a confiança colocaram uma estampa do Pe. Pio sobre a
úlcera e enviaram o Anjo da guarda ao santo capuchinho. Na manhã
seguinte, a criança estava completamente curada. Disse esta depois
que o homem bom e forte, representado na estampa, tinha estado junto
de si.
Outro menino, na presença do
pai, caiu num poço com 18 metros de profundidade sem água, mas onde
havia só caixas de cerveja.
Inconsciente e com muitas
fraturas de ossos, foi retirado e levado ao hospital. Os médicos não
tinham mais esperança. Com a colocação duma estampa do Pe. Pio
sobre ele, voltou a si de repente. Fizeram-se muitas orações
fervorosas por ele e o Anjo da guarda foi enviado várias vezes ao
Pe. Pio. O menino ficou são lentamente. Todos que conhecem este
caso, chamam a esta criança de “o menino do milagre”.
Um jovem sacerdote de Praga
informou que, pela intercessão do Pe. Pio, um trabalhador, afetado
duma dor irremediável na espinha dorsal, ficou subitamente curado.
Ele tinha mandado o seu Anjo da guarda ao Pe. Pio. Sem demora, ocorre
o milagre. O operário está novamente apto para o trabalho. O jovem
padre, pároco de São Pedro e São Paulo, ficou profundamente
impressionado, pois o milagre sucedeu há bem pouco tempo.
Um jovem sofreu um ataque
cardíaco; durante sete horas, todos os socorros foram frustrados. A
mãe se ajoelhou e enviou o seu Anjo da guarda ao Pe. Pio. Neste
momento parou o ataque. É assim que Deus atende depressa à
intercessão do santo capuchinho. 5 senhoras pernoitavam num aposento
comum em San Giovanni Rotondo. Antes de se deitarem — já eram 23
horas — uma delas fez a proposta: “Vamos
ajoelhar-nos e enviar o Anjo da guarda ao Pe. Pio para pedir-lhe a
bênção”. Dito
e feito. No dia seguinte, ele se aproximou e, vindo ao
confessionário, disse a uma das cinco: “Ontem
à noite, às 23 horas, numa só vez todos os cinco Anjos da guarda
estavam junto de mim”.
Quão grande foi a surpresa das senhoras!
Uma senhora conterrânea do
Pe. Pio queixou-se a ele de que tinha procurado um documento durante
horas a fio e não o encontrara. Humildemente, respondeu ele: “Seria
melhor que me pedisse por meio do seu Anjo da guarda”.
Um senhor subia de elevador
num grande edifício. De repente, aquele parou e faltou energia
elétrica. Todas as tentativas foram inúteis. Após 20 minutos,
lembrou-se que podia mandar o seu Anjo da guarda ao Pe. Pio e assim
fez. Imediatamente o elevador se pôs em movimento. No momento em que
ele desceu, o elevador novamente parou de funcionar.
Há muitos anos, o marido duma
senhora lhe era infiel e raramente vinha à sua casa. Por escrito e
através do Anjo da guarda, ela pediu ao Pe. Pio que a auxiliasse com
suas orações, e recebeu medalhas milagrosas bentas e enviadas por
ele. A senhora costurou-as na roupa do marido, rezando sem cessar por
ele. Depois de alguns dias o homem já rompia com a amante, voltava
arrependido para junto de sua esposa legítima, à qual desde então
ficou fiel.
Um homem pouco dotado com bens
materiais, queria vender o único terreno que tinha e oferecer o
dinheiro da venda para a Igreja. Enviou então o seu Anjo da guarda
ao Pe. Pio, perguntando se devia fazer aquilo. Então, ouviu muito
claramente um voz interior que lhe dizia: “Deus
não quer o seu dinheiro, mas o seu coração!”
CURAS E CONVERSÕES
|
S. Pio com D. Marcel Lefebvre |
Na maior parte das vezes, os
nomes e os lugares não são mencionados com pormenores, em
consideração às circunstâncias familiares e aos especiais tipos
de graças de que se poderia ter conhecimento.
Um menino de quatro anos,
filho duma família operária de Viena contraiu, de repente, uma
doença incurável da pele. Em todo o seu corpo apareciam úlceras
grandes e pequenas; o menino jazia numa clínica, abandonados pelos
médicos. Sua mãe encontrou-se na rua com uma amiga que perguntou a
causa da sua tristeza. Tendo ela respondido, a amiga referiu os fatos
milagrosos sucedidos com o Pe. Pio e deu-lhe o conselho de recorrer a
ele e fazer uma viagem a San Giovanni, com o filho sem esperança de
vida. Consolada com a nova esperança, a mulher contou o fato ao seu
marido que só mostrou escárnio e desprezo em relação àquilo.
Alguns dias uma tarde, as duas amigas se encontram de novo e a mãe
apreensiva falou sobre a conversa que tivera com o marido. A amiga
confortou-a novamente dizendo que fosse só com a criança para se
poupar auto-repreensões, na pior das hipóteses. Após uma discussão
entre o casal, consentiu o marido, somente para satisfazer o desejo
de sua esposa; esta, assumindo toda a responsabilidade, retirou o
menino da clínica e viajou com ele para San Giovanni. Chegando lá,
tinha primeiro que ir à igreja. Esta se achava lotada, embora não
houvesse então nenhuma cerimônia religiosa. O Pe. Pio, cercado de
seus penitentes, acabava de sentar-se no confessionário.
Impressionada, pensou a senhora: “Ele
deve ser, de fato, um homem inteiramente extraordinário”.
Teve um desejo íntimo de ser abençoada por ele, com o menino. Mal
tinha pensado nisso, o Padre se inclinou para fora do confessionário
e abençoou-a de lá. Com isto começou a chorar e cobrou novo
alento. Quatorze dias depois, ela foi confessar-se ao Pe. Pio, pois
dominava a língua italiana. Após a confissão, queixou-se a ele da
sua grande dor. De repente, ele falou com um ser invisível e,
virando-se para ela, disse: “Primeiro
se tomam os grandes e depois os pequenos. Quando chegar à sua casa,
um homem perguntará pelo seu filho e, então, a senhora lho dará.
Pode ir agora”. O
sentido destas palavras era naturalmente incompreensível para ela.
Profundamente triste, empreendeu a viagem de volta para a casa.
Pensava mesmo que o seu marido, tendo falado mal do Pe. Pio, iria
morrer primeiro e depois ela mesma, pois o santo capuchinho tinha
tido: “Primeiro se
tomam os maiores, depois os menores”.
O marido — a quem ela devia entregar o menino — assim pensava —
já devia estar morto. Quando se aproximavam da fronteira austríaca,
o menino pediu-lhe que abrisse um pouco a roupinha, pois fazia muito
calor no trem. Para a sua maior surpresa, a mãe viu que não havia
mais úlceras grandes no filho. Chegados à fronteira austríaca, as
pequenas também tinham desaparecido por completo. Na sua excessiva
alegria telegrafou ao marido indicando-lhe o momento da sua chegada.
Quando ela desceu, a primeira pergunta do marido foi sobre o filho.
Visto que ela chorava de comoção, supôs o homem ter sido a viagem
inútil e novamente deu vazão às suas palavras de sarcasmo. A
esposa tentou em vão acalmá-lo. Em casa ela descobriu a parte
superior do corpo da criança. O marido não acreditava nos seus
olhos; começou a gaguejar e a soluçar e só encontrou estas
palavras para dizer: “Eu
creio em Deus, eu creio!”
Profundamente transformado, foi o primeiro a fazer uma viagem de
agradecimento até o Pe. Pio. A notícia desta cura miraculosa
espalhou-se logo por toda a vizinhança. Um dia bateram à porta.
“Quem sabe talvez
se não é o homem que quer o menino”,
pensou a senhora consigo. Era o porteiro da clínica. O médico chefe
queria informações sobre o menino, se ele ainda vivia, pois se
tratava de uma doença desconhecida e não diagnosticada. Pediu à
mãe o favor de apresentar o menino na clínica. Quando a parte
superior do corpo da criança foi mostrada ao médico chefe, este
ficou sem fala. Chamou todos os médicos, que sabiam do caso, e lhes
expôs a história do doente e também o parecer dos médicos,
segundo o qual a doença do menino era incurável. Ele fazia
perguntas sobre o que acontecera com o menino, quem o tinha curado,
de que modo, etc. Todos os médicos ali presentes não podiam
explicar a cura. O médico chefe expressou-se verbalmente dizendo que
também ele se curvaria diante do poder capaz de debelar uma
enfermidade incurável. Então a senhora relatou que tinha procurado
o Pe. Pio com o menino e, pela intercessão deste diante do Deus
Todo-Poderoso, se seguiu a cura. O incrédulo médico chefe, retornou
imediatamente para Deus e em seguida, toda a sua família. Tomou a
sério a mensagem da Mãe de Deus em Fátima e rezava diariamente o
terço com os seus. As palavras misteriosas do Pe. Pio tinham-se
cumprido maravilhosamente.
Em Turim, vivia uma senhora
com 5 filhos pequenos. Seu marido tinha sido vítima dum acidente
mortal. Pouco tempo mais tarde, os médicos diagnosticaram um câncer
nela, que escreveu a uma amiga, em San Giovanni Rotondo, pedindo
solicitasse a intercessão do santo capuchinho na sua próxima
confissão. “Vou
recomendá-la a Deus”,
respondeu ele. A amiga informou-a disso. Como, porém, o estado da
enferma piorasse cada semana, escreveu novamente: “Diga
ao Pe. Pio que tenha piedade de mim, por causa de meus 5 filhos
pequenos”. Como
resposta, disse ele: “Para
mim, basta você falar uma vez. Eu a recomendei ao Senhor, é
suficiente!” O
estado da pobre mãe continuou a piorar, de modo que ela teve de ser
levada a uma clínica. Já estava perto da morte. Recorreu novamente
ao Pe. Pio em pensamento, que tivesse compaixão dela em vista dos 5
filhos pequenos. No mesmo instante, sentiu uma nova vitalidade a
ponto de poder levantar sozinha da cama. Neste momento, uma Irmã
entrou no quarto, a qual foi testemunha de sua alegre exclamação:
“Estou curada!”
Os médicos foram obrigados a constatar o fato. Cheia de alegria e
gratidão voltou para junto de seus filhos com o vivo desejo de
agradecer pessoalmente ao Pe. Pio pela cura. Contudo, faltavam-lhe
meios financeiros para a longa viagem. Tendo noticiado sua cura à
sua irmã, residente na América do Norte, a qual lhe prometeu ir ao
Pe. Pio com ela. A miraculada disse a ele diante do confessionário:
“Padre, eu lhe
agradeço a sua milagrosa intercessão junto a Deus!”
Logo em seguida sua irmã pediu a ele que se apiedasse dela, pois há
já sete anos sofria duma enfermidade dos pés. Ouvindo isto, o Padre
sorriu discretamente e, alguns dias depois, os pés estavam
perfeitamente curados. Radiantes de felicidade, elas voltaram para a
casa.
Uma família cristã na
América do Sul tinha três filhos e a mãe fora vítima de
tuberculose pulmonar. Com o desemprego do marido, a miséria deles
chegou ao extremo. A família pôs toda a sua confiança na ajuda
divina e não cessava de rezar. Numa noite a senhora viu em sonho um
capuchinho que lhe disse: “A
oração de vocês foi ouvida por Deus. Você não terá mais
hemoptise e ficará boa. Seu marido arranjará emprego e as crianças,
em breve, encontrarão um bom educandário”.
Tudo isto se realizou. A mulher, sumamente feliz foi depressa ao
convento capuchinho mais próximo e procurou pelo sacerdote com os
santos estigmas; disseram que aquele Padre vivia na Europa, na Itália
e mostraram-lhe uma fotografia dele. Logo ela reconheceu o Pe. Pio.
19 anos depois, tendo já os filhos se casado, morreu o marido. Eles
agora brigavam por causa da herança. Isto causou grande dor à mãe,
tanto mais porque não sabia como a disputa se havia insinuado. Certa
noite, sonhou que, ao escovar o casaco do seu falecido marido, caiu
dum bolso uma estampa do Pe. Pio. Então se lembrou que ele a tinha
ajudado miraculosamente há 19 anos atrás e fez uma viagem a San
Giovanni. Quando o santo estigmatizado lhe abriu a portinhola do
confessionário, disse num tom cheio de censura: “Realmente
levou muito tempo, 19 anos para agradecer!”
A mulher, sem fala, começou a balbuciar desculpas, na sua excitação.
O Padre, porém, lhe respondeu humildemente: “Não
precisa dizer nada. Aliás, eu sei de tudo. Quando voltar à sua
casa, a questão da herança já estará resolvida
satisfatoriamente”.
De fato, assim se deu.
No ano de 1958, um jovem moço
desapareceu sem vestígio de Bozzano; a polícia também não o
encontrou. Os pais estavam desesperados e pediam o socorro do céu,
dia e noite. Cinco dias depois, mal podiam fechar os olhos de mágoa.
De noite, porém, a mãe foi vencida pelo sono. Viu, em sonho um
capuchinho que lhe disse: “Seu
filho se acha na maior necessidade. Vá logo em seu auxílio, senão
será tarde demais”.
A senhora quis também se informar onde o moço se achava, e a
resposta do sacerdote capuchinho foi a seguinte: “Saiam
para o campo e lá vão encontrar o seu filho”.
Logo depois, ela despertou, acordou o marido e o informou do sonho.
Eram 2 horas da madrugada. Eles nada omitiram do que era possível e
saíram juntos para o campo. Numa depressão de terreno, perto dum
antigo celeiro, perceberam a voz queixosa do filho já exausto. Tinha
caído nas mãos de assaltantes, que, depois de lhe roubarem tudo o
que tinha, o amarraram a uma estaca donde era impossível ele se
livrar. Em agradecimento, fizeram uma peregrinação ao Monte São
Miguel Arcanjo (Monte Gargano). Então lhes falaram sobre o Pe. Pio
de quem nada tinham ouvido. Viajaram até San Giovanni para ver o Pe.
Pio que estava sentado no confessionário. Então a senhora
reconheceu ser aquele que vira em sonho.
Quando o Sr. Abresch veio a
San. Giovanni Rotondo pela primeira vez, aconteceu-lhe o mesmo que ao
centurião em Cafarnaum. Ele queria solicitar a cura da sua mulher,
mas notou imediatamente que não se deviam pedir graças sem primeiro
haver confissão. Antes, ele tinha sido protestante e, depois, se
tornou católico somente porque sua esposa, de outro modo, não se
teria casado com ele. Então recebeu uma breve instrução para se
converter. Agora, se dirigia ao Pe. Pio para a confissão e este lhe
disse: “Deve
lembrar-se que, na última vez, se confessou bem”.
Ele pensou que deveria fazer uma confissão desde o tempo de sua
infância, pois não conhecia ainda a expressão “confissão
geral”. Na vez seguinte, o Padre o interrompeu com estas palavras:
“Você se
confessou bem, ao voltar da viagem de núpcias. Deixemos todo o resto
e comecemos de lá”.
Na ocasião, sua esposa o enviou para confessar-se, mas ele não
queria. Então disse para ela: “Vá
ao Padre que o instruiu; ele o conhece e vai ajudá-lo”.
Esta confissão foi de tal modo que ele pôde responder a todas as
perguntas do Padre com um sincero sim ou não. Contudo, nas
confissões feitas mais tarde, omitiu muitas coisas; só ele e Deus
sabiam se tinham sido boas, mas o Pe. Pio também sabia e lhe disse
desta vez: “Depois
desta confissão, andou caminhando pelas ruas e cantou um hino a
Satã”. O Sr.
Abresch ficou espantado: tinha sido assim mesmo. A esposa, que fora a
causa da viagem do marido até o Pe. Pio, viu perto dele uma
fotografia de São Pio X, do qual o Padre era muito devoto, e pensou:
“Se você levar
consigo esta fotografia ao Pe. Pio, este ficará muito alegre”.
O senhor Abresch escreveu numa papeleta: “Peço,
de modo especial, um grande amor a Deus, a fidelidade até o último
sopro de vida e a cura de minha esposa”.
Então, colou a papeleta entre a fotografia e o cartão. Depois da
absolvição, disse o santo capuchinho: “Os
Anjos descem até aqui e você pode entoar o canto divino”.
Então, declarou o que estava escrito na papeleta, embora nada
tivesse visto. Falou ainda que não mais o compreendiam, mas as almas
sim, pois é a linguagem do céu. O Sr. Abresch estava felicíssimo
e, após a sua volta, ninguém mais o podia conter. Sua esposa queria
saber se ele havia também rezado por ela, pois tinha um fibroma no
útero, do qual devia ser operada. O Sr. Abresch opinou: “Nós
dois viajamos daqui para ter com o Pe. Pio e você mesma lhe pedirá
a sua cura”.
Assim fizeram. Primeiro, ela informou ao Padre somente que os médicos
lhe tinham aconselhado a operação. Disse ele: “Então,
se deixe operar”.
Retrucou a senhora: “Se
eu não for operada, nunca mais poderei ser mãe”.
Aí o Padre não aceitou decidido: “Nada
de bisturi, pois ficaria arruinada por toda a vida! Tenha confiança
em Deus!” Deu-lhe
a bênção com que ela sentiu enjoo. Após o seu regresso a
Bolonha, por ocasião dum exame médico, nada mais foi encontrado;
meio ano depois não se constatava nenhuma gravidez. O Sr. Abresch
fez os seus agradecimentos ao Pe. Pio pela cura e participou-lhe que
mandaria outra vez sua esposa sozinha visitá-lo. O santo capuchinho
recusou: “Não,
ela não deve vir; quando viajam dois, o trajeto é penoso!”
Cheio de felicidade, o marido telefonou à esposa. “Prepare
o enxoval do bebê!”
Ela não acreditava, pois, devido ao fibroma, o seu fluxo de sangue
era irregular. Certa manhã, porém, exclamou, radiante de alegria:
“Agora o Pe. Pio
esteve comigo, mostrando-me uma caminha de criança com um vivo bebê
nela!” No último
mês de gravidez o Sr. Abresch, com a sua esposa, foi ter com o
doutor que, por sua vez, lhe mostrara o atestado da operação a
fazer; então disse: “O
que se segura com as mãos é mais certo do que aquilo que se vê com
os olhos”.
Declarou o Sr. Abresch: “Senhor
doutor, eu não sei se acredita em Deus, mas quero contar-lhe o que
sucedeu neste meio tempo. O seu diagnóstico foi certo, sem dúvida,
pois todos os médicos comprovaram o mesmo”.
E o menino recebeu o nome de Pio.
Também ficou conhecida a
conversão repentina do líder anticatólico Rosatelli. Certa vez,
ele entrou numa loja em San Giovanni e, sem nada dizer, encarou um
quadro do Pe. Pio com um olhar sombrio. Alguns dias depois, apareceu
de novo, e cumprimentou a todos com a saudação da Ordem Terceira.
Ora, ele não era um inimigo qualquer da Igreja, mas um líder. Sua
irmã, pouco tempo atrás, lhe mandara de presente um santinho do Pe.
Pio para o trazer consigo. Por isso, ele pediu satisfação a ela:
“Por que você me
dá isto? Não sabe que eu entreguei a minha alma ao demônio?”
Contudo, tomou a estampa e a trazia sempre consigo. Desde então, não
teve mais descanso e teve que ir ao Pe. Pio. Quando se ajoelhou no
confessionário, o Padre lhe disse: “Você
é um inimigo de Deus!”
Ele confirmou. O Padre continuou: “Que
você quer aqui, então? Se se quer confessar deve rasgar o seu
documento de filiação à seita — sou eu que devo fazê-lo ou você
mesmo?”
Imediatamente, o homem rasgou o documento. E o santo capuchinho
prosseguiu: “Agora
vamos à confissão. Fique calmo!”
Então lhe disse tudo o que já tinha feito. O novo penitente ficou
tão espantado que, na igreja, se ajoelhou diante do altar de São
Francisco; aí sucedeu como se uma voz poderosa lhe falasse: “Você
fez muito mal na sua terra natal. Por causa da sua propaganda, a
Ordem Terceira se dissolveu; você deve fazê-la reviver!”
Ao chegar à casa, reavivou novamente a Ordem Terceira. Em vista
disso, perdeu o seu emprego. Pediu, então, ao Pe. Pio que o ajudasse
a encontrar outro. O santo capuchinho mandou-lhe escrever que tivesse
um pouco de paciência. Pouco depois, obteve um emprego melhor
remunerado em Nápoles.
O dom de penetrar nos
corações, que o Pe. Pio tinha, era frequentemente muito eficaz: a
ele se atribuem numerosas conversões.
Certa vez, um senhor foi
aconselhado a ficar na fila dos que aguardavam o Padre na sacristia,
com a fotografia do filho gravemente doente na mão. Quando o Pe. Pio
passou por lá, disse em voz alta: “Meu
filho está gravemente doente, reze por ele, Padre, é o meu filho
único!”
Perguntou-lhe o Padre: “Por
que você me mostra só este, e não também o do outro lado do seu
casamento?” De
fato, até a sua esposa legítima nada sabia a respeito desse filho.
Sem demora, o homem se converteu.
Durante umas férias de verão,
uma senhora disse ao Sr. Abresch: “O
senhor deve acompanhar o meu filho ao Pe. Pio. Ele foi sempre normal
e, agora, tem até que deixar a escola. Está muito inquieto. Muitas
vezes ele me disse que lhe parecia ser necessário praguejar. Meu
marido é ateu e não pode saber que eu vim ter com o Pe. Pio”.
Quando ela apresentou o filho ao Padre, este lhe disse: “Esta
é a experiência da mãe que de tal modo educou o filho!”
A senhora exclamou: “Portanto,
a culpa é minha; eu fiz sempre as mesinhas se movimentarem; um dia
eu perguntei: Quem é você? A resposta foi: Satã! Com isto, fiquei
tão assustada que derrubei a mesa. Desde então, o meu filho, que
estava sentado num canto e fazia os seus deveres escolares, ficou tão
mudado”. O Pe.
Pio deu o seguinte conselho: “O
rapaz deve primeiro fazer a primeira Comunhão!”
Quando o marido desta senhora soube que ela estivera com o santo
capuchinho, em companhia do filho, não se indignou, mas declarou que
desejava também ir até o Pe. Pio. O rapaz recebeu a santa Comunhão
e frequentou, daí em diante, a escola e, mais tarde, também a
Universidade e se tornou dentista, como o seu pai. Em breve, foi
visitar o Pe. Pio com uma jovem e perguntou-lhe se podia casar com
ela. “Sim”,
foi a resposta.
Já se demonstrou repetidas
vezes que o Padre conhecia também os pensamentos das pessoas. Um
dia, chegou a San Giovanni Rotondo um engenheiro, filho espiritual do
santo capuchinho. O Pe. Pio lhe disse: “Você
praguejou duas vezes, embora tivesse começado as primeiras
sextas-feiras!”
Ele tentou justificar-se: “Padre,
desta vez o senhor se enganou, pois eu nunca rogo praga”.
Mas o santo capuchinho sabia melhor o fato: “Quando
você descia de Rolo no seu carro, um pneu estourou. Você colocou
alguma coisa debaixo, mas ela não funcionou e abaixou novamente.
Então, você praguejou duas vezes”.
O sacerdote modesto e simples, que desconhecia o termo “macaco”,
sabia tudo. O engenheiro teve que confirmar isto: “Sim,
é verdade! Chovia e, por duas vezes, o meu carro derrapou. Eu não
disse a praga do meu íntimo, pois não queria praguejar de modo
nenhum. Foi só uma excitação”.
Um pequeno grupo de jovens da
Ação Católica, entrou numa loja em San Giovanni Rotondo e contou
que um deles não pertencia ao seu grupo, por ser incrédulo; contudo
lhe tinham pago a viagem, para que viesse com eles. Quando o grupo
voltou à loja, após a visita ao Pe. Pio, o incrédulo se havia
convertido tão bem que saltava de alegria. O que tinha acontecido?
Quando ele, como fizeram os companheiros, quis beijar a mão do
Padre, este a retirou depressa. “Por
que eu não posso, Padre?”,
perguntou. “Se
você quer beijar a minha mão, tire primeiro esta estampa imunda da
carteira e a queime!”
O jovem moço saiu e queimou as estampas embaixo duma árvore diante
da igreja. Tendo voltado para junto do santo capuchinho, este lhe
disse: “Agora você
pode beijar a minha mão. Mas você tem em casa outras semelhantes;
acabe também com elas!”
com estas palavras ele se converteu.
Em San Giovanni, a esposa do
Dr. Lotti, médico já falecido, tinha o costume de colocar um
santinho do Pe. Pio debaixo do travesseiro. Uma vez, ela disse ao
Padre: “Se o
senhor não estiver contente comigo, basta puxar as minhas orelhas”.
Ele retrucou: “Não,
eu lhe dou sacudidelas com o travesseiro”.
Após a morte do seu marido, quando voltava de Foggia para casa, viu
um homem muito parecido com o seu finado esposo. Na confissão
seguinte, advertiu-a o Padre: “Você
não teve bons pensamentos naquela ocasião, mas, graças a Deus, os
repeliu logo”. A
senhor Lotti contou que, à vista daquele homem, lhe tinham passado
maus pensamentos pela cabeça.
Uma jovem senhora, com 24 anos
de idade disse zombando: “Onde
está, então, o sangue dos estigmas? Certamente o Padre deve usar
batom como eu; pois ele tem a cor do sangue!”
No mesmo instante ela contraiu uma grave inflamação em volta da
boca.
Um homem de Manfredônia,
cidade vizinha de San Giovanni Rotondo, viajava para casa de caminhão
juntamente com outros homens ímpios. Quando chegou à estrada que
passa perto de San Giovanni, o homem assim se expressou: “Se
o barbudo estivesse em minhas mãos, eu o faria em pedaços”.
Imediatamente foi acometido por uma cólica renal durante uma hora.
Quem fala mal do Pe. Pio é
severamente castigado; quem detrai dele pode sofrer o que
experimentou o cardeal N.N.: teve o pé cortado em pedaços por 5
vezes, pedaço por pedaço.
Uma senhora vinda da Alemanha
morou muito tempo em San Giovanni Rotondo. O seu quarto estava no
último andar duma construção, ao qual se chegava por uma escada de
ferro em caracol. Numa noite desencadeou-se uma terrível tempestade
com relâmpagos e trovões contínuos. Cheia dum medo angustiante, a
senhora se revolvia na sua cama. De repente, lhe veio ao pensamento
colocar velas bentas acesas nos quatro cantos do leito. Assim fez,
mas isto contribuiu pouco para acalmar a sua inquietação. Então,
pulou da cama com o intuito de descer a escada de ferro para ir até
os seus conhecidos. Quando já estava perto da porta, uma voz
enérgica se opôs: “Não
pela escada, não pela escada, será a sua morte!”
Espantada, novamente voltou ao quarto e deitou-se na cama. Cansada
pela excitação adormeceu. De manhã assistiu à Missa do Pe. Pio;
logo em seguida, se informou se era ele quem a tinha advertido de não
usar a escada. Ele confirmou e motivou o seu aviso: a escada estava
em contato com um para-raios.
Certo dia, um seminarista
recebeu um telegrama com a notícia de que o seu avô se achava
prestes a morrer. Os Superiores sabiam que o jovem não poderia mais
ficar no Seminário, porque o seu avô custeava os seus estudos.
Enviaram um telegrama ao Pe. Pio e ao mesmo tempo mandaram o moço
para casa. Quando este chegou lá, o avô estava de pé, no quintal,
rachando lenha. Naturalmente, foi grande o seu espanto com isso. O
avô contava, então, ao neto que, na tarde anterior, já ia morrer;
de repente, lhe voltou uma força vital de modo que se pôde levantar
imediatamente. O jovem voltou ao seminário e lá todos ficaram
admirados com o caso. Então, lhe disseram que, nas férias, devia
fazer uma viagem até o Pe. Pio e agradecer-lhe pessoalmente. Assim
fez. O santo capuchinho lhe falou: “Não
se esqueça de agradecer a Deus por esta graça durante toda a sua
vida. O Senhor me permitiu prolongar a vida de seu avô por dez anos,
em atenção às boas obras dele. Você será sacerdote”.
Tudo se cumpriu a seu tempo. Três semanas após a ordenação
sacerdotal — decorridos já dez anos — morreu o avô.
Um fato profundamente
emocionante ocorreu um pouco antes do fim da Segunda guerra mundial.
Um homem foi preso por um certo motivo e apresentado ao Conselho de
guerra que o condenou a cavar a própria sepultura para, depois, ser
ali fuzilado. Quando se ocupava em abrir a cova veio-lhe à mente
toda a sua vida. Lembrou-se de sua esposa que tinha predileção por
um santo que a tinha ajudado. Mas ele não o conhecia. Cheio de
angústia pela morte próxima, exclamou: “Ó
santo, vós sabeis em quem eu penso, minha esposa o venerava tanto!
Eu vos prometo começar uma nova vida cristã, cheia de boas obras!”
De repente, caiu na cova uma estampa do Pe. Pio. Era aquele a quem
sua mulher tinha tanta devoção. No mesmo instante, soou uma voz:
“Corra, corra!”
Contudo, ele nada fez: pensava que seria logo fuzilado pela guarda. O
medo e uma palidez mortal se estampavam no seu rosto. Então, ouviu
ainda as palavras insistentes: “Fuja,
fuja!” Aí, fugiu
como podia para um bosque próximo, sem que ninguém atirasse nele.
Ali, passou a noite inquieto. Na manhã seguinte, viu duas pessoas
idosas no campo. Dirigindo-se a elas, perguntou-lhes em que região
se encontrava. Recebeu, então a alegre notícia de que a guerra
terminara naquele dia. Sumamente feliz, voltou para junto de sua
esposa. Logo que foi possível, viajaram até o Pe. Pio. Este disse
ao homem: “Não se
esqueça de agradecer a Deus durante toda a sua vida e de cumprir o
que prometeu. O Senhor me permitiu tornar-me invisível para o
ajudar, do contrário não haveria mais auxílio para você”.
Um homem hoteleiro que tinha
um hotel perto do mar, era católico fervoroso e não permitia que as
mulheres andassem seminuas por ele. Isto era sempre causa de
incidentes desagradáveis. Certa vez, uma delas, durante uma
discussão, teve o atrevimento de lhe dar um tapa no rosto. O
hoteleiro, porém, estava cansado de lutar. Foi a San Giovanni para
perguntar ao Pe. Pio se devia alugar o hotel ou continuar com ele.
Contudo, não lhe foi possível uma conversa com o santo capuchinho.
Este, porém, saiu para fora, em direção do homem, colocou a mão
sobre a face, que tinha recebido o tapa e lhe disse: “Fique
com o seu hotel e o leve à frente; você vai receber uma grande
recompensa de Deus com isso”.
Surpreso, feliz e reconfortado, ele voltou para o seu lar.
Uma senhora, cujo marido
estava muito doente em casa, procurava, por todos lados chegar até o
Pe. Pio para lhe pedir as suas orações. Mas não o conseguiu e fez
o pedido em pensamento. Quando ele, mais tarde, andava pelo passeio
do mosteiro, ela se postou bem atrás do Padre e lhe apresentou o
pedido em pensamento. Ele apontou o dedo na direção dela e disse
sorrindo: “Quando
quer parar de gritar aos meus ouvidos? Da direita, da esquerda, de
frente e por trás! Bem, vá para a casa, o seu marido está curado”.
Ao chegar lá, a senhora verificou a realização do fato.
Um homem estava para morrer
duma inflamação no cérebro. Segundo o prognóstico dos médicos,
ele só tinha uma hora de vida. Sua esposa não se cansava de
invocar, em pensamento, a ajuda do Pe. Pio e colocou uma estampa
deste sob o travesseiro do moribundo. Subitamente, o homem abriu os
olhos e não sabia o que tinha acontecido antes, a saber, que
estivera inconsciente. Num instante ficou perfeitamente curado. Em
agradecimento, o casal viajou a San Giovanni Rotondo. Quando o Pe.
Pio vira a senhora, disse-lhe: “Oh,
como a sua grande confiança me ajudou a ir tão rapidamente a seu
encontro e também ajudá-la eficazmente”.
Um pai foi com o filho, doente
mental, ao Pe. Pio, que prometeu rezar pela saúde do seu filho.
Quando voltaram à casa, o rapaz tropeçou na entrada, caiu e teve
uma hemorragia nasal. Logo em seguida, ficou completamente curado.
Uma senhora foi ter com o Pe.
Pio. Ela sofria dum tumor e perguntou-lhe se deveria ser operada. Ele
lhe disse: “Não
faça a operação, eu lhe tiro as dores imediatamente”.
Logo depois, ela não sentia mais dor nenhuma e, um ano mais tarde, o
seu estado ainda se achava inalterado. A senhora fora curada e estava
muito contente.
Um homem, que vivia em
Basiléia, tinha um câncer no pulmão. Certa noite, viu em sonho um
capuchinho que lhe disse: “Não
gostaria de me trazer este remédio?,
(e o designou com exatidão), pois,
atualmente, ele não se encontra em toda a Itália; com ele você não
poderia salvar a vida dum confrade?”
Respondeu o homem em sonho: “Sim,
mas quem é o senhor?”
“O Pe. Pio de San
Giovanni Rotondo”.
O homem despertou e contou o seu sonho, no qual o Pe. Pio o tinha
avisado, apesar de não o conhecer ainda. Tratou, então, de obter o
remédio numa farmácia e viajou até San Giovanni. Quando solicitou
a entrada à porta do convento, saiu um leigo e se dirigiu a ele,
perguntando pela causa da visita. Respondeu o recém-chegado que
trazia o remédio desejado pelo Pe. Pio. Ambos ficaram sem fala, pois
quem fizera a pergunta era o médico do convento. O médico levou o
homem até o Pe. Pio; este sorriu e disse: “Então
você veio de fato”.
O homem entregou-lhe o medicamento, que então não havia em toda a
Itália. Humildemente, disse o Pe. Pio: “Com
este remédio, você salvou a vida do meu confrade. Em agradecimento
por isso, o Senhor me permitiu curá-lo agora”.
Enquanto o abençoava, o Pe. Pio tocou o peito do homem; no mesmo
instante todas as dores desapareceram. Um exame médico verificou uma
cura completa.
Um pai foi ao Pe. Pio com seu
jovem filho, que tinha uma mão paralisada desde o nascimento. O pai
encarregou o filho de pedir a cura da sua anormalidade, se o santo
capuchinho passasse por ali. Quando este chegou, o jovem calou-se.
Então, o Padre fitou o pai e disse discretamente: “Olha
aqui como o seu filho me comove!”
E imediatamente o filho sarou.
Um homem pediu as orações do
Pe. Pio pelo seu filho, que jazia em casa, cego e paralítico, desde
que nascera. O estigmatizado deu a seguinte resposta: “O
que você diz? Quando chegar em casa, o seu filho lhe correrá ao
encontro, curado... Mas você está doente!”
Surpreendido, o homem replicou que há bem pouco tempo mandara fazer
um exame, e não se constatara doença alguma. A isso o Pe. Pio
notou: “Você não
me compreende ainda? Sua alma está gravemente doente! Não se
confessa há mais de 31 anos”.
O homem se converteu e fez uma confissão de toda a vida. Chegando a
casa, o filho, são, correu, de fato, ao seu encontro.
Um senhor, há muitos anos
tinha tirado 32 fotografias do Pe. Pio; em nenhuma delas havia coisa
que valia a pena ver. Quando o santo capuchinho passava, o homem
pediu-lhe licença de tirar uma fotografia dele. O Padre,
humildemente disse: “Pode
tirar!” A 33ª
fotografia foi boa.
BILOCAÇÃO
O Pe. Pio é um sacerdote
amável e bom, que quer, de bom grado, ajudar por toda a parte. Por
isso, Deus o agraciou com o dom da bilocação, ou seja, de poder
estar presente, ao mesmo tempo, em dois lugares diferentes. Vários
santos tiveram esta capacidade: Santo Afonso de Ligório, Santo
Antônio de Lisboa, São João Bosco, São Pio X, etc. Com o
capuchinho estigmatizado, porém, acontece, quase diariamente o que
com os outros santos sucedia apenas uma vez na vida.
Um sábio francês perguntou,
uma vez, ao Pe. Pio como se poderia explicar a bilocação; a isso
ele respondeu: “Realmente,
a sua pergunta não é inteligente; o senhor não sabe que isto
pertence ao pensamento divino e não humano?”
E a outra pergunta, se os próprios santos tinham consciência de
estarem noutro lugar, disse o santo capuchinho: “Por
que não? Eles podem estar onde o Senhor lhes permite”.
Um sacerdote da América do
Sul foi transferido para um convento perto de San Giovanni; e pediu
ao Pe. Pio quisesse assistir o pai na hora da morte (sua mãe já
tinha morrido há muito tempo). Um dia, o estigmatizado lhe disse: “O
seu pai, neste instante entrou no céu”.
O sacerdote não acreditava: “Não
pode ser, ele não está doente nem é velho”.
Pouco tempo depois, recebeu um telegrama de suas duas irmãs: “Papai
faleceu, segue carta”.
Nesta carta, se lia que o pai, naquela manhã, não se sentira bem e,
por isso, ficou muito tempo na cama. Uma das irmãs quis ver como o
pai se achava; viu, então, um sacerdote que lhe conferia os últimos
sacramentos. Por isso, repreendeu a outra irmã por não lhe ter dito
nada a este respeito. Mas também esta nada sabia sobre o caso.
Então, ambas se aproximaram do pai. Este já estava morto no leito e
ali não havia pessoa nenhuma.
O irmão sacerdote leu a carta
profundamente comovido e concluiu que aquele sacerdote só podia ser
o Pe. Pio. Mandou, então, uma fotografia deste às suas irmãs na
América do Sul e elas reconheceram no sacerdote da fotografia o Pe.
Pio, que estivera junto de seu pai. O santo capuchinho, interrogado,
confirmou o fato.
Um prelado gravemente doente
do coração foi ao confessionário; após a confissão, assim pediu
ao Pe. Pio: “Por
favor, Padre, eu não pediria que rezasse pela minha saúde, mas lhe
solicito a grande graça de estar presente à minha morte”.
Após alguns instantes, veio a confortadora resposta: “O
Senhor me permitiu assistir à sua morte”.
Quatro meses depois, morreu aquele prelado e se espalhou a notícia
de que o Pe. Pio estivera presente à morte dele, como tinha
prometido.
Um sacerdote da Bélgica, em
setembro de 1956, teve a mesma experiência. Desejava, vivamente,
celebrar a Missa até o último dia da vida. Quando se ajoelhou no
confessionário, veio-lhe o pensamento de perguntar ao Pe. Pio se
poderia solicitar-lhe a graça de o assistir na hora do seu
falecimento. Falou-lhe, então, o Padre, em êxtase durante alguns
momentos: “Meu
caro irmão no sacerdócio, Deus me deu licença de estar presente à
sua morte. O senhor sabe a razão: reza diariamente a Santa Missa com
tanta devoção, faz as suas orações e realiza as suas tarefas
diárias tão conscientemente e, ademais, reza três terços e a Via
Sacra. Por isso lhe será concedia a grande graça de poder celebrar
a Santa Missa até o último dia da sua vida”.
Tão generosamente agraciado, alegre em excesso, ele contava aos
outros aquele fato. Assumiu ainda o sacrifício de não ver mais o
Pe. Pio, o qual ele amava e venerava como pai e já tinha visitado
cinco vezes, por não querer causar mais sacrifícios a um sacerdote
que já sofria tanto e estava sobrecarregado de trabalho.
Um homem de Roma, muito
inteligente, contava o seguinte, na sacristia: ele era cantor e tinha
cantado frequentemente na Ópera e no rádio. Não havia já dez dias
que estava em San Giovanni, disse-lhe o Pe. Pio ao passar por ele:
“Você me faria um
grande favor em deixar de cantar, pois perde muitas almas com canções
imorais. O que você dirá diante do eterno Juiz?”
Ele voltou profundamente impressionado. Apesar disso, esqueceu-se do
que o santo capuchinho dissera e voltou à sua vida antiga. Certa
noite, quando voltava duma apresentação para a casa, chegou também
o Pe. Pio. O cantor empalideceu e caiu de joelhos sem poder articular
uma palavra pelo susto. Então, o Padre adiantou-se para ele e o
advertiu severamente: “Não
lhe disse que devia renunciar a cantar? Quer levar mais almas ainda à
perdição?” E
logo desapareceu.
No dia seguinte, o homem veio
a San Giovanni e contou tudo o que sucedera. Neste momento, o Pe. Pio
entrou na sacristia para ouvir confissões. O cantor ajoelhou-se e
disse comovido: “Padre,
eu lhe prometo cumprir tudo o que o senhor exigir de mim!”
Cheio de amabilidade, o santo capuchinho respondeu: “Está
bem”. O homem
cobrou ânimo e levantou os olhos para ele, perguntando: “De
que eu vou viver agora, sem o meu ganha pão?”
O Pe. Pio disse bondosamente: “Eu
pedirei ao Senhor por você”.
Alguns dias mais tarde, este cantor já tinha outra ocupação.
Uma senhora de Florença já
estava em San Giovanni há três meses. Ela vivia só de renda, e seu
irmão lhe mandava da América do Norte, mensalmente, um pequeno
subsídio. Agora, porém, há três meses, nada mais recebia e assim
tinha sido obrigada a contrair dívidas. No confessionário,
queixou-se ao Pe. Pio que seu irmão não escrevia mais nem mandava
dinheiro. Respondeu-lhe o santo capuchinho: “Pois
bem, ele vai escrever novamente e enviar dinheiro”.
A senhora, então disse ingenuamente: “Pe.
Pio, o senhor não gostaria talvez de visitar o meu irmão na América
do Norte e informá-lo sobre as minhas dificuldades?”
Retrucou ele: “Pois
não”. então a
senhora mexeu e remexeu na bolsa. O Padre olhou através da grade e
falou sorrindo: “O
que está procurando?”
A senhora, toda excitada, retrucou: “O
endereço do meu irmão nos Estados Unidos”.
Ele respondeu com um sorriso: “A
senhora é inexperiente: eu vou saber onde mora o seu irmão!”
Dez dias depois, ela recebeu o dinheiro e a notícia por escrito de
que o Pe. Pio estivera com o seu irmão. Inteiramente pasmada, não
compreendia, na sua simplicidade, o fato da bilocação. Mais tarde,
sucedeu novamente o mesmo. Havia dois meses que ela não recebia
dinheiro nem notícia dele e, por isso, pediu ao Pe. Pio no
confessionário: “Por
favor, queira visitar o meu irmão nos Estados Unidos, pois
novamente, há dois meses não recebo dinheiro dele nem sei nada a
seu respeito”.
Replicou o santo capuchinho: “Sim,
mas quem me paga a passagem para a América?”
Ela, então, ficou toda embaraçada e o Padre continuou a falar:
“Fique tranquila,
dentro de 10 dias receberá dinheiro e notícias”.
E assim foi.
Uma moça, com 23 anos, que
estivera uma vez com o Pe. Pio, ficou doente em San Giovanni com
pneumonia. O seu estado se agravava, de sorte que os pais não podiam
realizar o seu desejo de interná-la no hospital da sua terra. Um
dia, para a maior surpresa da doente, o Pe. Pio a visitou e lhe
disse, com compaixão: “Tenho
pena de você, mas a sua alma precisava deste sofrimento, como
provação. Dentro de três semanas poderá ser levada para a casa,
junto dos seus pais e em seis semanas se recuperará”.
De fato, passadas as três semanas, a moça foi reconduzida para
junto dos pais. Contudo, piorava de dia para dia e quando devia ficar
boa, conforme as palavras do Pe. Pio, estava prestes a morrer. Os
pais duvidavam das palavras do santo capuchinho e acenderam velas
para os agonizantes durante todo o dia. Pelas 16 horas da tarde,
todos os parentes estavam reunidos junto da enferma, quando chegou o
Pe. Pio. Ele sentou-se no leito da moribunda e disse cheio de
compaixão: “Pobre
moça, pobre moça, ponha a sua cabeça junto à chaga do meu peito”,
e ajudou-a a fazê-lo. Então, como ela mesma contou, sentiu que uma
nova força perpassava pelo seu corpo. Abriu os olhos e exclamou
cheia de alegria: “Estou
curada, estou curada!”
Todos olharam pasmados para a miraculada e o Padre desapareceu como a
fumaça que se dissipa. Tudo se realizou como ele tinha prometido.
Uma família de Viena com dois
filhos voltava para lá cheia de entusiasmo, após uma visita ao Pe.
Pio. Algumas semanas mais tarde, a mãe quis, com um de seus filhos
atravessar uma rua muito movimentada, mas os carros estacionados lhe
tiravam a visão. O menino quis seguir em frente e arrastou a mãe
consigo. Um carro, que passava por perto, apanhou a criança de 5
anos e a arremessou para o ar onde ele rodopiou três vezes. A mãe
horrorizada deu um grito lancinante: “Pe.
Pio, ajude, Pe. Pio, ajude!”
Então este se postou no meio fio e agarrou o menino no ar. Todos
temiam o pior. A polícia ordenou a remoção do menino para o
hospital na ambulância. A criança, chorando, pedia à mãe:
“Mãezinha, venha
comigo”. O exame
no hospital constatou que o menino estava completamente ileso, nem
tinha qualquer escoriação na pele, tão eficaz fora a intervenção
do santo capuchinho.
Uma senhora, muito devota do
Pe. Pio, com 84 anos, sofreu um ataque de apoplexia. A consequência
disto foi uma paralisia total, a perda da fala e a incapacidade de
tomar alimento. O médico não se admiraria muito de que a morte
sobreviesse dali a três dias, embora há muito tempo se apresentavam
indícios de morte próxima. O filho daquela senhora, sentado perto
dela, deixou o quarto por muito pouco tempo. Era quinta-feira, 17 de
dezembro de 1964. Ao voltar para junto do leito da mãe, ela falou
entusiasmada: “Eu
pude ver o capuchinho com o hábito”.
O filho se admirou: “Que
capuchinho?” E
obteve a resposta: “Ora,
ele esteve aqui”.
Interrogada então onde o frade estava, a senhora replicou: “Ele
se sentou na cadeira onde você está”.
À segunda pergunta feita pelo filho, ela começou a chorar e disse:
“Ele me chamou do
sono da morte e me disse alegremente que eu iria ficar novamente boa
e não morreria. Acrescentou ainda sorrindo que viria ter comigo, por
eu não poder vir à Itália e assim me viria visitar frequentemente.
Depois desapareceu”.
Instantaneamente a senhora se transformou e, para surpresa dos
médicos, a paralisia desapareceu completamente. Durante o ano em que
ela viveu, o Pe. Pio a visitou por meio da bilocação.
Uma senhora de 79 anos, que
venerava muito o santo capuchinho e trazia constantemente consigo uma
estampa dele, subia, certa vez, uma escada de quatro metros de
altura. No alto desta, sentiu uma vertigem e caiu no chão: na queda
gritou: “Pe. Pio,
ajude-me!” Sentiu
logo a assistência dele e pôde levantar-se do chão.
O Pe. Pio esteve presente
diversas vezes às festas do centenário das aparições em Lurdes,
embora nunca deixasse o convento de San Giovanni. Os próprios bispos
o saudaram na procissão do Santíssimo Sacramento.
Um senhor idoso, na Alemanha,
mantinha constantemente em ordem uma pequena capela retirada e a
enfeitava com flores. Um dia, ele lavava o pavimento; ao voltar com
água fresca, um padre capuchinho se postou junto do altar, olhou
para ele amavelmente e o abençoou com estas palavras: “Deus
lhe pague o seu grande amor e fidelidade que tem para com Nosso
Senhor e a Sua Santa Mãe”.
Em seguida, o Padre desapareceu repentinamente; o homem voltou para a
casa profundamente impressionado, sem saber quem era o capuchinho.
Alguns dias mais tarde, viu para sua grande admiração, a estampa
daquele padre no devocionário duma frequentadora da igreja. Logo se
informou com ela e verificou ter sido o Pe. Pio, o estigmatizado do
qual nada tinha sabido ainda até então. Agora se alegrava de modo
especial pelo fato da bilocação.
Um homem com aproximadamente
40 anos, que estimava o Pe. Pio como um enviado de Deus, sofria dum
câncer, mas suportava as suas dores com paciência. Um dia, quando
jazia na cama, o santo capuchinho entrou no quarto pelas portas
fechadas, aproximou-se dele com um sorriso e o abençoou dizendo:
“Visto que você
sofre tão pacientemente, eu quero, por seu amor, tirar-lhe o
sofrimento durante algumas semanas”.
No mesmo instante, desapareceram as dores atrozes que voltaram
novamente três semanas depois. Quando o homem já estava à morte,
veio o Pe. Pio e o assistiu nos últimos momentos. Mais tarde,
afirmou o Padre que tinha levado a alma dele às alturas luminosas e
ao vestíbulo do céu, juntamente com a Mãe de Deus, São José ,
padroeiro dos moribundos, como também o seu filho já morto,
caracterizado como um adolescente fulgurante. Quatorze dias depois, o
Padre interrogado a respeito, respondeu que o falecido já estava no
céu.
Uma senhora conhecida minha,
cuja irmã falecera há pouco tempo, veio ao confessionário do Pe.
Pio. Este, para surpresa dela, disse: “Eu
acompanhei a alma da sua irmã na hora da morte, por meio da
bilocação até o trono do Altíssimo, porque era uma das poucas
almas em que Deus se comprazia; escreva na sua lápide sepulcral: Ela
era uma luzinha desfeita em Deus, com Deus e para Deus, a qual se
apagou e, além túmulo, brilha gloriosamente na eternidade”.
O Pe. Pio contou o seguinte a
um dos seus confidentes no confessionário: “Todos
aqueles que vêm a mim ou também apenas ouvem de mim e não recusam
esta graça, então, na hora da morte eu serei o seu primeiro
intercessor junto ao trono de Deus. Para aqueles, porém, que a
rejeitaram, serei o primeiro a acusá-los diante do tribunal divino,
pois calcaram aos pés as obras da misericórdia de Deus!”
Um senhor de Viena, com 74
anos, muito devoto de Pe. Pio, certo dia, após o almoço, foi, de
repente, acometido por um ataque de apoplexia e ficou logo
inconsciente. Sua esposa empregou todos os remédios caseiros e
chamou o médico, pois eles para nada tinham servido. O médico pôde
apenas constatar a morte já iminente. Embora o seu marido tivesse
vivido bem e piedosamente, a senhora receava pela sua salvação e se
acusava por não ter chamado primeiro um padre. Sua cunhada viajou
até ao Pe. Pio para perguntar-lhe se aquele senhor se salvaria. Um
sacerdote que tinha transmitido esta pergunta ao estigmatizado,
voltou com a seguinte resposta: “Quando
a apoplexia atingir o cérebro e ele entrar em agonia, o Pe. Pio
estará junto ao seu leito por duas horas a fim de prepará-lo para a
eternidade e levá-lo ao tribunal de Deus”.
O Pe. Pio perguntou depois
bondosamente se a viúva do falecido não estaria contente com esta
notícia.
Uma jovem professora, que se
havia posto debaixo da proteção do Pe. Pio, teve que se encarregar
dum posto de assistência e, por isso, viajar diariamente duas horas
de trem. Neste, viajavam também muitos moços de Nápoles para o
trabalho, que importunavam o único representante do sexo feminino no
seu compartimento. Quando, certa vez, um deles, com todo atrevimento,
queria até agarrar a moça, ela disse para consigo: “Pe.
Pio, ajude-me!”
Imediatamente depois, o inspetor do trem sentou-se naquele
compartimento até a estação final. Quando, passado algum tempo, a
professora foi de novo confessar-se ao santo estigmatizado,
perguntou-lhe por que ele nada tinha feito em sua defesa: “Ora,
o que há de novo no mundo?”,
foi a resposta do Padre. E, quando ela queria contar o sucedido, ele
a interrompeu, dizendo: “Sim,
os jovens de hoje! Não é preciso que me conte, pois eu tive que
fazer o papel de inspetor durante duas horas”.
A uma senhora de Turim,
atualmente já falecida e proprietária da pensão “Bianca”,
situada na parte alta de San Giovanni, perto da igreja, o Pe. Pio
disse uma vez: “Eu
sei tudo o que você fez, pensa, fará e que lugar vai ocupar no
céu”. Quando ela
saiu de Turim, os seus parentes lhe lembraram que devia enviar a sua
assinatura ao tribunal de justiça de Turim para resolver um assunto
de herança até o dia 16 daquele mês. Ela, porém, se esqueceu
daquilo. No dia 15, o documento caiu de novo em suas mãos. Ela
subscreveu a sua firma e, no mesmo dia, postou a carta no correio de
San Giovanni, pedindo ao Pe. Pio, em pensamento, os cuidados dele a
fim de que a carta pudesse chegar a tempo àquela cidade. Contudo,
esta foi carimbada na manhã do dia 16 e recolhida cerca de 8 horas
pelo carro postal. No mesmo dia, a carta chegou ao tribunal de Turim.
Lá foi grande a admiração pelo fato de ter esta carta, postada em
San Giovanni, chegado a Turim no mesmo dia. Normalmente, neste espaço
de tempo, ela, no máximo, deveria estar em Pescara. Alguns dias
após, o santo capuchinho, interrogado a respeito, disse: “Eu
também devo ser carteiro”.
Depois da guerra, um soldado
italiano, que tinha lutado na Rússia, voltou a San Giovanni, sua
terra natal. O Pe. Pio postou-se diante dele e o saudou: “José!”
A isto, respondeu o soldado: “Eu
mesmo; então o senhor me conhece?”
“Claro, quem não
o conhece? Lembre-se dos dias 14, 15 e 16 de agosto!”
O soldado, então, contou: “Nós
tínhamos que atravessar um campo minado onde as minas explodiam dum
lado e doutro. De repente, eu senti como se alguém me agarrasse, e
me mudasse rapidamente dum lugar para o outro, de sorte que eu fiquei
ileso”. O Padre
declarou sobre o caso: “Lembre-se
sempre destes três dias!”
Com efeito, sem o soldado pedir, o estigmatizado o tinha socorrido,
pois a sua irmã tinha rogado ao Pe. Pio por ele.
A filha dum ateu solicitara ao
Padre que rezasse pela conversão do seu pai. Ele prometeu fazê-lo.
Logo depois, morreu o homem e ela mandou a sua amiga perguntar ao
santo capuchinho se ele tinha salvo a alma do seu pai. O Padre se
aprumou majestosamente e disse: “Se
eu disse, então é certo! Responda a ela que o pai já está salvo,
pois eu o assisti na hora da morte”.
É Deus quem permite ao Pe.
Pio assistir as pessoas agonizantes, especialmente os seus filhos
espirituais, para mostrar-nos o amor de Deus através da grandeza do
sofrimento. Não basta dizermos: Eu Vou amo; provamos o amor através
de atos que nos custem alguma coisa.
Quando a Irmã Justina foi
transferida do norte para o sul da Itália, ela sentiu, enquanto
rezava, como se o Salvador a incitasse a fazer o voto de alma
reparadora. Por isso, sua consciência se tornou delicada e sensível,
vendo nas menores coisas uma ofensa a Deus. Frequentemente, ela
rezava: “Levai-me
para Vós, pois, se eu morresse, nunca mais vos ofenderia”.
Quando uma das suas Irmãs de hábito foi ter com o Pe. Pio, este lhe
disse: “Vá dizer
à sua Irmã chamada Justina, que ela deve deixar de rezar assim. Vai
morrer em breve, mas só quando Deus quiser”.
Em seguida, a Irmã Justina visitou o santo capuchinho que lhe disse
no confessionário: “Há
quanto tempo estou à sua espera! A Irmã deve dizer a cada momento:
Amado Senhor, eu me ofereço, como Vós o quiserdes, pela conversão
dos pecadores impenitentes. Se pudesse ver como as pessoas se
precipitam no inferno — como flocos de neve no inverno —
morreria. Quem torna a ofender a Misericórdia divina, atrai sobre si
a Justiça de Deus. Veja, pois, eu tenho muitos filhos espirituais,
mas bem poucos estão dispostos a sofrer alguma coisa por Deus”.
Depois disto, a Ir. Justina teve muito que sofrer. Certa vez, ela viu
o Pe. Pio em sonho; nesta ocasião ele disse: “Agora
a Irmã deve aprender a sofrer, sem que ninguém o perceba. Olhe para
mim... veja como eu sofri terrivelmente na alma, mas ninguém notou”.
Assim a Ir. Justina aprendeu a sorrir apesar dos sofrimentos
corporais e espirituais. Após a guerra, ela veio de táxi com a
superiora a San Giovanni. De repente, o carro se ergueu e a Irmã
sentiu com todas as forças que devia saltar; subiu então o morro
para ir ao convento. O automóvel, então, a ultrapassou e isto foi
contra a sua vontade. Ao chegar à igreja, a sua Superiora jazia como
morta debaixo do carro. Então a Irmã Justina pediu ao Pe. Pio que
as ajudasse, e ele respondeu: “Sim,
eu compreendo isto, é o demônio! Ele queria lançar o carro no
abismo, mas felizmente a Irmã notou que eu a queria aqui. As almas
vítimas arrancam muitas almas do demônio”.
Então, a Ir. Justina disse: “Mas
nós, então, morreríamos sem assistência espiritual”.
Ao que o Pe. Pio retrucou: “Não,
eu teria vindo, dar-lhe-ia a absolvição e as acompanharia ao
Paraíso. Toda a graça seria inútil sem a graça da fidelidade e
perseverança até o último momento da vida. Deus concede esta graça
a quem Lhe pede. O demônio tem a permissão de nos atacar muitas
vezes”. Deus
ouve, com toda a certeza, a oração de ficarmos fiéis até a morte,
se o pedimos com humildade e o Pe. Pio tem o dom de nos assistir na
hora da morte.
Uma mãe de duas filhas estava
para morrer; era protestante ao passo que as filhas eram católicas.
Enviaram, então, um telegrama ao Pe. Pio para que ele, não
obstante, quisesse assistir a mãe agonizante. Subitamente, o quarto
se encheu dum maravilhoso perfume, e a protestante disse alegremente:
“Santa Maria, Mãe
de Deus, ajudai-me agora e na hora da morte, Amém!”
Ditas estas palavras, faleceu. O santo capuchinho provara a sua
assistência por meio daquele perfume.
Durante a última guerra
mundial, uma família em Viena tinha colocado a sua casa sob a
proteção do Pe. Pio. Por ocasião dum ataque aéreo, foram
destruídas as casas dum quarteirão inteiro, atingidas pelas bombas.
Apenas aquela casa ficou incólume. Uma senhora, que não se havia
refugiado no abrigo antiaéreo, mas olhado curiosamente para fora,
através da janela, viu como um sacerdote capuchinho se postara
diante da casa, protegendo-a. A senhora participou o fato presenciado
àquela família, que assim se certificou da ajuda efetiva recebida
através do Pe. Pio.
Durante a mesma guerra, os
soldados duma tropa de ocupação chegaram a uma família para o
saque. As pessoas, desesperadas, tiveram que presenciar os soldados
enchendo as malas com objetos alheios. Então, mentalmente, começaram
a invocar, sem interrupção, o santo capuchinho para que as
ajudasse. Antes de os soldados se dispuserem a sair, soou, de
repente, uma voz enérgica: “Agora
já é bastante!”
Assustados, os soldados deixaram tudo e saíram dali correndo. Assim,
a família permaneceu na posse de seus haveres.
Igualmente, no último
conflito, sucedeu muitas vezes que o Pe. Pio entabulou, subitamente,
uma conversa e deu a absolvição. Quando lhe perguntavam qual a
razão daquilo, ele respondia: “Agradeçamos
a Deus que me permitiu assistir estes pobres soldados moribundos”.
Mas ele também assistia de bom grado outras pessoas na sua morte.
Em Bolonha, uma dama chamou um
conhecido à sua casa, pois o seu marido descrente estava prestes a
morrer. O homem apresentou ao moribundo um lenço molhado com o
sangue das chagas do Pe. Pio — e o incrédulo quis confessar-se. No
dia seguinte, falou: “Agora
este padre está aí”,
e morreu.
Tal foi também o caso do
colaborador Benedetto Roversi, o qual, na idade de 15 anos, foi
contratado para trabalhar na loja do Sr. Abresch em San Giovanni. Ele
morreu na noite de 23 para 24 de novembro, às 23 horas, no hospital
da cidade, devido ao excesso de fumo. Antes de morrer, ele se
despediu dos seus familiares, enquanto dizia: “Agora
o Pe. Pio está junto de mim; mãe, agora devo morrer”.
Na mesma noite e pelo mesmo tempo, uma senhora em Milão viu o Pe.
Pio, que falou com ela e lhe disse repentinamente: “Faça
isto depressa; eu devo assistir agora um moribundo no hospital,
chamado Beni”.
Depois desapareceu. Eram 23 horas. A senhora escreveu então ao
hospital de San Giovanni para saber quem, com o nome de Beni, tinha
morrido naquela noite e hora. Recebeu, depois, a resposta por escrito
de que era Beni Roversi, sócio do Sr. Abresch.
Um soldado, na guerra, se
havia desgarrado da sua tropa. Vagueou a esmo o dia inteiro e,
esgotado de fome e sede, estava perto da morte. Aproximou-se, então,
duma amoreira, que não tinha frutos. Perto havia uma fonte, mas sem
água. Sem esperança, prosseguiu o caminho, chegou a um convento e
rezou na igreja. Subitamente, um padre aproximou-se e, vindo até
ele, o abençoou, dizendo: “Os
seus desejos serão satisfeitos”.
Depois desapareceu. O soldado voltou pelo mesmo caminho. Então, para
seu grande pasmo, a amoreira estava cheia de belos frutos, e a água
jorrava da fonte em grande abundância. Ele se fartou de comer e
beber. Depois prosseguiu o caminho e encontrou a sua tropa. Os seus
desejos tinham sido realizados. Aquele sacerdote só podia ter sido o
Pe. Pio.
Na Alemanha, há já três
anos, uma moça jazia numa clínica, completamente paralítica.
Quatro anos depois, foi transferida para a casa, devido ao alto custo
da internação. Quando, porém, sobreveio uma paralisia da laringe,
a pobre senhorita teve que ser alimentada artificialmente e, depois,
reconduzida à clínica. Ali perdeu também a voz e o seu estado de
vida era periclitante. Uma noite, ela viu um padre capuchinho,
desconhecido, entrar no quarto. Ele sorriu para ela, deu-lhe a bênção
e disse: “Você
não ficará para sempre aqui, vai poder levantar-se e, além disso,
falar!” Depois
desapareceu. Cheia de alegria, verificou que os seus membros podiam
mover-se e levantou-se lentamente. Justamente, nesta ocasião, a irmã
de caridade chegou ao quarto e ela exclamou: “Irmã,
irmã, eu estou curada!”
No dia seguinte, os médicos constataram realmente a cura e ela
recebeu alta. Contudo, silenciou sobre o fato miraculoso.
Frequentemente, ela ficava sentada no parque da sua cidade. Certa
vez, passou uma senhora pelo parque, com um livro debaixo do braço.
A parte anterior da capa tinha uma fotografia do Pe. Pio. Então a
moça à vista daquilo, precipitou-se em direção daquela senhora,
arrancou-lhe o livro e gritou, fora de si: “Este
é o padre que me curou!”
Cheia de curiosidade, leu o livro e assim se certificou da atividade
benéfica do Pe. Pio. A sua primeira viagem foi para ele, a fim de
lhe agradecer. O santo capuchinho já ajudou a muitos, antes mesmo de
o conhecerem.
Alguns filhos espirituais do
Pe. Pio se encontravam num carro próprio, numa viagem por um país
estrangeiro. Sobrevindo uma chuva torrencial, perderam a orientação
e não sabiam mais ir adiante. De repente, veio até eles um
capuchinho e perguntou-lhes aonde queriam ir. Em consequência da
chuva que golpeava o carro, eles não podiam entender quase nada.
Abriram, por isso, a janela e tiveram que se afastar diante da chuva
que caía. Então o padre ordenou em voz alta, apontando para o céu:
“Pare lá em
cima!” No mesmo
instante cessou de chover; depois de lhes ter dado aquela indicação,
o padre desapareceu. Eles, então, reconheceram nele o Pe. Pio. Logo
a seguir, o tempo ficou magnífico.
POR QUE NEM TODOS SÃO CURADOS?
|
S. Pio atendendo atendendo as almas |
Também em Lurdes, Fátima e
noutros grandes lugares de peregrinação nem todos os doentes ficam
curados. Nós queremos saber o porquê disto. Também o próprio
Jesus Cristo, na sua vida terrena não curou a todos, porque muitas
curas corporais teriam servido apenas para pecarem mais do que antes
e, por isso, provavelmente, suas almas se teriam perdido eternamente.
Cada enfermidade é uma visita
de Deus, é como se a morte batesse às portas: “Prepare-se,
você não tem morada permanente na terra!”
O sofrimento é semelhante à iluminação do relâmpago numa noite
escura.
Milhares de pessoas perderam
tudo na guerra: bens, casa, entes queridos, filhos, cônjuges, pais.
Outros tiveram que morrer na frente de guerra ou debaixo duma
saraivada de bombas para, na sua extrema necessidade, elevar um grito
de súplica para Deus, de Quem já se haviam esquecido, mas no último
momento da sua vida O encontraram. Deus não os pode reconduzir a Si,
se os homens não O escutam mais. São insondáveis os Seus
desígnios. E quando isto ainda soa fortemente aos nossos ouvidos,
então aí se manifestam o amor e a misericórdia infinitos de Deus.
Nós o reconheceremos claramente na eternidade, à luz de Deus, e
louvaremos a Sua misericórdia, quando tivermos deposto a veste
terrena da nossa alma, o corpo, e voltado inteiramente para Ele, que
é a morada de nossa alma.
Mesmo em nosso tempo, em que o
homem — como se relata no Evangelho — enche os seus celeiros e
diz: “Minha alma
agora descansa”,
o Deus onipotente lhe fala; “Tolo,
ainda hoje lhe sobrevirão o sofrimento, o desastre, a doença
incurável ou a morte!”
E o que diz o Pe. Pio?
Um dia, levaram ao santo
capuchinho um cego há vários anos; os seus amigos pediam a sua
cura. O Padre olhou seriamente para ele, e suas palavras soaram duras
e assustadoras: “Escolha
agora você mesmo! Se você quiser ser feliz aqui na terra, não o
será no além”.
O interrogado desta maneira devia ter sofrido terrivelmente, mas,
após uma curta pausa, ele se decidiu. Com a voz entrecortada de
pranto, pediu: “Padre,
Padre, eu prefiro ser feliz na outra vida!”
O santo estigmatizado consolou-o amavelmente e o acariciou. Em
seguida, o despediu fortificado com a sua bênção para carregar a
sua pesada cruz. Através da mediação do Pe. Pio, foi permitido a
este cego, feliz daí em diante, morar continuamente nas proximidades
do sacerdote agraciado por Deus.
Um homem, epiléptico há
muitos anos, que na igreja já tinha sofrido ataques deste terrível
mal na igreja, também não foi curado. Digno de nota foi o juízo
que o Pe. Pio exprimiu diante do enfermo: “Deus
me concederia a graça da sua cura, se eu a pedisse. Mas eu não me
responsabilizaria por ela diante d'Ele, pois você, então, amaria
muito o mundo e, por isso, se transviaria de modo a perder a sua
alma”.
Uma dama distinta estava, há
dois anos, submetida a tratamento médico dum pé doente sem
conseguir melhora. Quando ela pediu ao Pe. Pio ajudá-la com as suas
orações, ele lhe disse que ela devia primeiro satisfazer por uma
herança recebida injustamente e, por isso, agora tinha que sofrer.
Após um desastre de
automóvel, um jovem ficou inteiramente aleijado e mal podia falar. O
Padre lhe disse: “Foi
uma grande graça para você este acidente; do contrário, haveria de
ser um assassino e estaria hoje trancado numa cadeia”.
Uma senhora se arrastou
penosamente até o Pe. Pio e lhe perguntou: “Padre,
por que eu já estou há trinta anos doente? Posso dirigir ainda os
trabalhos domésticos, mas com muita dificuldade”.
Ele lhe declarou: “É
uma grande graça ter Deus escolhido a senhora para sofrer. Tem dois
irmãos que levam uma vida muito má e os outros seus parentes não
são muito melhores. Pela salvação das almas deles, a senhora deve
sofrer dois anos ainda e depois ficará curada, pois já terá
conseguido a salvação destas almas. Cada sofrimento é uma graça,
mesmo se não compreendemos”.
Nós, porém, devemos sempre rezar: “Senhor,
faça-se a Vossa vontade onde quer que eu esteja e aonde vá! Senhor,
faça-se a Vossa vontade, ainda que eu não compreenda!”
O que podemos dar de melhor ao Senhor do que o nosso próprio
sofrimento, suportado com paciência e amor? Pois, com ele, podemos
salvar muitas almas, inclusive a nossa.
Destes casos referidos se vê
claramente porque nem todos os doentes são curados. Isto significa
ser verdade que Deus é Pai e é bom tudo o que Ele faz! E o próprio
Pe. Pio no-lo diz: “O
que podemos dar de melhor a Deus do que o nosso sofrimento? O
sofrimento é graça!”
MAIS ACONTECIMENTOS MIRACULOSOS
|
S. Pio é outro Cristo |
A história do Pe. Gaitano,
falecido em San Severo, perto de Roma, com fama de santidade, é mais
uma mostra de como o Pe. Pio intervém no curso de nossa vida. Aquele
sacerdote contou a sua história, a partir do ano de 1928. Antes, ele
pertencia a outra Ordem, sendo professor e diretor num instituto de
educação para moças em Roma. Ganhava bem e tinha uma bela
residência.
Leu, certa vez, num jornal a
respeito dos fatos sucedidos em San Giovanni Rotondo e se dirigiu até
lá. Ao subir o morro para ir ao convento, pensava: “Aqui
ninguém me conhece!”
Chegado ao convento, veio-lhe ao encontro um sacerdote, que o saudou
com o seu nome e falou: “O
Pe. Pio já espera pelo senhor”.
Quando ele viu o estigmatizado, percebeu que este já o conhecia. A
seguir, passou toda a noite sentado junto do Pe. Pio conversando
ambos sobre coisas espirituais. O Pe. Gaitano lhe disse: “Eu
gostaria também de ser capuchinho, contudo, na minha idade, a regra
da Ordem não mais o permite”.
O Pe. Pio o animou: “Faça
o seu pedido, que eu vou apoiá-lo!”
Com efeito, o sacerdote foi recebido como noviço num convento
vizinho. Meio ano depois, todos os outros noviços já tinham saído.
O Pe. Gaitano também queria ir ter com o Superior e dizer que não
queria mais continuar. De repente, sentiu um intenso perfume e ouviu,
juntamente, a voz do Pe. Pio, muito alta; “Coragem,
Pe. Gaitano!”
Desde este momento, ele não sairia mais, mesmo se o pisassem com os
pés. Mais tarde este sacerdote foi transferido para San Giovanni,
para junto do Pe. Pio. Ele se confessava com o Pe. Pio e o Pe. Pio
com ele. A respeito, o Pe. Gaitano se exprimiu assim: “Quem
me fecha a boca para eu não revelar nada sobre a sua silenciosa
atividade?”
Um dia, o Pe. Pio assegurou à
avó duma menina cega de nascença com o nome de Gemma di Giorgio, de
Ribera (Agrigento, Sicília): “Eu
lhe digo que a sua netinha vai ver; pode ter confiança!”
E a criança obteve a vista, mesmo se lhe faltavam as pupilas... A
imprensa noticiou minuciosamente este milagre.
O Dr. Antônio Scarparo de
Alizzola, cirurgião que havia operado inúmeros cancerosos, foi ter
com o Pe. Pio. Ele sabia o que significava contrair um câncer. Em
princípios de 1962, o Prof. Bruno, um famoso radiologista de Pádua,
constatou metástase pulmonar no Dr. Scarparo. “Quanto
tempo viverei ainda?”,
quis saber este. “Por
favor, diga, porque eu tenho três filhas menores”.
Ao que o Professor disse: “Bem,
eu lhe direi. Se tudo correr bem, o senhor viverá três meses ainda.
Será melhor que a sua família se prepare para esta realidade
inevitável”. Mas
o Dr. Scarparo não queria morrer. Só lhe restava uma esperança: O
Pe. Pio. Com o seu irmão, viajou até San Giovanni. O médico estava
simplesmente reduzido a um farrapo humano: as maçãs do rosto
caídas, sombras escuras debaixo dos olhos, a pele lívida se
estendia como um pergaminho sobre os seus ossos, braços, pernas e
costelas. “Pe.
Pio”, rogou ele,
“alcance esta
graça para mim; eu tenho três filhas menores...”.
Respondeu o Padre: “É
isto que o inquieta, as suas três filhas”.
O Dr. Scarparo continuou: “Os
médicos dizem que eu tenho ainda só três meses de vida”.
O santo capuchinho, porém, o consolou, dizendo: “Meu
filho, isto são os médicos que dizem. Fique tranquilo!”
Cheio de confiança, o médico voltou para a casa.
A 19 de março de 1962, ele
mandou fazer outra radiografia de seus pulmões. As metástases,
ainda nitidamente visíveis nas chapas de 19 de fevereiro do mesmo
ano, tinham desaparecido. Quatro semanas depois, estavam simplesmente
desfeitas! Antônio Scarparo sentiu que estava de novo completamente
são! Entrementes às três filhas pequenas, se acrescentou um
menino. Os doutores tinham declarado antes que ele não podia mais
ter filhos.
A condessa Guilhermina M. foi
ao Pe. Pio com o seu genro. “Nenhum
médico sabia mais que conselho dar”,
contou ela. “Eu
sofro duma petrificação da espinha dorsal. Devo ser levada numa
cadeira de rodas”.
No seu desespero, pediu ao seu genro que a levasse ao Pe. Pio. Quando
finalmente chegaram a San Giovanni, a doente sentiu uma prostração
mortal. Às 4 h. e 30 min. da manhã, levaram-na à igreja. Pelo fim
da Missa o seu genro pediu a um americano que a segurasse por um
momento. Enquanto isto, ele conseguiu abrir caminho até o Pe. Pio e
dizer-lhe em italiano que eles tinham vindo do norte da Alemanha. O
santo capuchinho olhou para a doente e disse ao seu genro: “Está
bem, meu filho. Ela deve levantar-se, já pode ir”.
De repente, a senhora ficou tonta; o seu coração começou a bater
depressa e sucedeu como se uma voz interior a obrigasse a levantar-se
e correr. Nunca antes tinha visto um semblante tão admirado e, ao
mesmo tempo, tão feliz como o de seu genro. “Já
anda?”, gritava
ele repetidas vezes, “Já
pode andar!”
Então ela se conscientizou logo de que o podia fazer.
Quando, na última guerra
mundial, aviões americanos quiseram bombardear San Giovanni Rotondo,
viram muitas vezes um padre suspenso sobre o convento de sorte que
este ficava fora do alcance do bombardeio. Após a guerra, os
soldados se informaram quem era aquele padre e o visitaram. A nova
clínica foi, em grande parte, construída com donativos americanos.
Uma senhora que, durante a
Quaresma, jejuava, sem dúvida, mas com o pensamento de poder ficar
mais magra, foi ao Pe. Pio, que lhe disse: “Agora
a senhora deve dizer como vive na Quaresma... e isto é muito pouco!
Pode ficar magra mais uma vez!”
O santo capuchinho conhece os pensamentos e leva muito a sério os
preceitos quaresmais!
Quando um homem veio da
Alemanha a San Giovanni e viu o Pe. Pio pela primeira vez, teve
apenas um desejo: que ele quisesse ajudar a sua mãe completamente
paralítica, de sorte que ela se pudesse mover e comer quando fosse
necessário. Ao voltar à casa sua surpresa foi enorme. Na mesma hora
em que viu o Pe. Pio teve o seu desejo totalmente realizado.
Uma senhora de 50 anos,
proveniente da Checoslováquia, tinha ficado quase cega, em
consequência duma grave enfermidade. Os médicos não podiam mais
ajudá-la. Depois de ler algumas linhas, era inteiramente incapaz de
o fazer durante muitas horas. Um dia, tomou nas mãos uma publicação
sobre o Pe. Pio e começou a ler. A reação esperada da vista não
se fez esperar; três horas depois, leu o livrinho e ficou curada.
Assim também opera o santo estigmatizado.
Em Brünn, na Morávia
(Checoslováquia), um homem estava à morte, e não queria saber de
Deus. Por acaso, sua esposa conseguiu um livrinho sobre o Pe. Pio.
Ela ficou impressionada com a leitura. Temia pela salvação eterna
do seu marido e também pela sua, uma vez que não viviam numa união
legitimada pela Igreja. Na sua aflição espiritual, entrou no quarto
vizinho e ali exclamou: “Pe.
Pio, ajude Pe. Pio!”
Logo a seguir, ouviu bem claramente uma voz que lhe indicou o número
do telefone, que ela devia discar. Assim o fez. Então se apresentou
um sacerdote que estava cerca de 100 km de distância. A senhora lhe
descreveu todo o caso. Imediatamente, aquele padre viajou até o
hospital onde encontrou o moribundo disposto a se reconciliar com
Deus. No dia seguinte, o casal se uniu pelo Sacramento do Matrimônio
em presença do sacerdote e, pouco tempo depois, o homem passou para
a eternidade em paz.
Quando, em 1959, a imagem da
Nossa Senhora de Fátima, conduzida através de várias terras,
chegou também à Itália, sua última estada neste país foi em San
Giovanni. Neste tempo, o Pe. Pio estava doente, na cama por muitas
semanas. Ele queria ser levado à igreja para a despedida da imagem.
Quando esta entrou no templo, as pombas, que a acompanhavam
constantemente, voaram até ele e pousaram sobre os seus ombros.
Humildemente, disse o Pe. Pio: “Voltem
agora para junto da Mamãe”.
Logo voltaram para a imagem. E quando ele se ajoelhou diante da
estátua da Mãe de Deus, chorava como uma criança e disse estas
palavras comoventes: “Mãezinha
do céu, a senhora me encontrou doente; quer deixar-me no mesmo
estado?” No mesmo
instante, voltaram-lhe as forças. Com o coração cheio de alegria,
acenou para a Imagem peregrina que prosseguia a sua viagem de avião.
Mais tarde se percebeu que, ao começar a Imagem o seu itinerário
pela Itália, estava muito abatido e, para haver muitos milagres de
conversões, o Pe. Pio devia sofrer atrozmente até que ela o
buscasse e curasse por último, em San Giovanni Rotondo.
Uma senhora de Utrecht
(Holanda) leu também um livrinho sobre o Pe. Pio. Isto abalou-a
tanto que naquele momento quis se reconciliar com Deus, pois havia já
doze anos que não recebia nenhum Sacramento. Então se dirigiu ao
convento mais próximo e pediu um confessor.
Quando um jovem religioso
entrou à paisana na sala de confissão, ela gritou: “Não,
este não, quero outro!”
Pasmado, ele se retirou. Então veio um sacerdote idoso e venerando,
de hábito. Com este padre ela se confessou, e depois mandou batizar
os seus cinco filhos.
Outro caso semelhante é
conhecido lá. Uma senhora disse de si mesma, que estava morta e
fria; através do que soube a respeito do Pe. Pio, tinha revivido e
se aquecido. Penetrada de íntima alegria, fez uma confissão geral.
Em seguida, instruiu zelosamente o seu filho de dez anos sobre Jesus
e Maria e o levou à primeira Comunhão, para que também ele fosse
feliz como ela.
Em Viena, um padre foi chamado
para um doente em estado grave que recebeu os Santos Sacramentos.
Após isto, o sacerdote lhe enviou um pequeno escrito sobre o Pe.
Pio. Depois que o leu, o doente pediu mais uma vez e com insistência,
o mesmo padre. Desatou-se o nó da sua língua e ele confessou que
tinha recebido indignamente os sacramentos. Dois dias mais tarde,
este homem morreu em paz com Deus.
Do dinheiro doado ao Pe. Pio,
ele mandou erigir, perto do convento, um hospital que custou 20
milhões de marcos, um dos mais modernos da Europa, com mil leitos.
Ali são acolhidos pacientes de todas as confissões. Quando a 5 de
maio de 1956, este hospital foi benzido, vieram hóspedes de todo o
mundo: médicos famosíssimos, dignitários eclesiásticos e
trezentos jornalistas. Na ocasião, havia chovido seis dias sem
interrupção, no sul da Itália. Logo que o Pe. Pio benzeu o
hospital, parou de chover; isto ele predissera. Quase nenhum
jornalista tinha acreditado. Eram exatamente cinco horas da madrugada
e ainda chovia a cântaros. Às 7 horas, se encheu a praça diante do
hospital: as portas dos carros escurecidos se abriram
silenciosamente, os guarda-chuvas também. Então, de fato, sucedeu o
milagre! Pouco antes das 8 horas apareceu o Pe. Pio diante do
hospital. As nuvens se rasgaram, um raio de sol dourado caiu do céu
sobre ele. Cessou de chover durante seis dias depois.
Uma senhorita de Stuttgart,
Alemanha, contou fatos de sua vida em San Giovanni. Durante a segunda
guerra mundial, ainda mocinha trabalhava no seu emprego e teve, certa
vez, um sonho estranho. Ela se encontrava no sopé duma montanha
desconhecida; lá cresciam oliveiras e amendoeiras, cactos da altura
dum homem, bem como outras plantas nunca vistas por ela. Subiu então
a montanha e encontrou em cima um pequeno e singelo mosteiro com uma
capela, na qual ela entrou. No altar-mor viu Jesus de pé com uma
vestimenta branca como a neve maravilhosamente bela e brilhante.
Completamente encantada,
exclamou no seu entusiasmo: “Jesus,
Jesus!” Ele lhe
perguntou: “Quer
ser eternamente feliz?”
Cheia de alegria, replicou: “Sim,
Senhor, quero! Que devo fazer?”
Com a alma em júbilo, acordou do seu sonho. Durante em mês, ficou
com este sonho diante da sua mente; contudo, devido às perturbações
da guerra, ele desapareceu gradualmente de sua memória. Oito anos se
passaram; ela se havia formado e obtido um bom emprego na Itália
setentrional. Ali ouviu pela primeira vez pessoas conhecidas falarem
do Pe. Pio e deixou-se convencer a viajar até San Giovanni. Quando o
grupo de viajantes se aproximou do monte Gargano, a senhorita não
pôde mais sair da sua admiração, pois lhe parecia que já tinha
estado ali certa vez, embora verdadeiramente nunca estivera naquela
região. Ela reconheceu também o convento, mas não sabia onde o
vira. Entrou então, pela primeira vez na vida, numa igreja católica;
pasmada, mal podia falar! Viu no altar-mor um homem, não com
vestimenta branca como a neve, mas num hábito marrom de capuchinho.
Ele a penetrou com o olhar — e após oito anos continuou, por assim
dizer, na realidade, o sonho que tivera — e falou: “Quer
salvar-se eternamente?”
Neste momento, o sonho se fez presente a ela, que exclamou: “Sim,
Senhor, eu quero!”
Mas já não era o Senhor, e assim ela se corrigiu: “Sim,
Pe. Pio, eu quero! Que devo fazer?”
O Pe. Perguntou: “Quer
tornar-se católica?”
Cheia de entusiasmo, ela respondeu: “Sim,
Padre, quero!”
Quando a moça visitou, ocasionalmente, os seus pais, contou tudo à
mãe. Esta bateu-lhe na testa e disse: “Filha,
você está mesmo louca! Só Deus opera milagres e não esse Pe.
Pio”. A filha
realmente se havia expressado mal, pois teria sido melhor dizer:
“Deus faz muitos
milagres por meio dele”.
Mais tarde, a conselho de seus conhecidos, a moça viajou mais uma
vez até o Pe. Pio para lhe testemunhar pessoalmente o seu
agradecimento. Ele bateu-lhe na testa, como fizera a mãe dela, e
disse sorrindo: “Filha,
você está louca! Só Deus faz milagres, e não esse Pe. Pio”.
Ela ficou profundamente comovida. Mais tarde, ela aceitou do santo
capuchinho as condições para ser batizada, tomou o nome de Maria da
Graça e recebeu como lembrança um quadro embrulhado. Quando voltou
para casa e contemplou o quadro, a sua admiração foi maior ainda: a
pintura a óleo representava Jesus numa veste de nívea brancura,
maravilhosamente bela e brilhante, exatamente como, vira, fazia anos,
em sonho. Seu coração encheu-se de alegria e júbilo. O seu caminho
para a fé católica fora excepcional.
Um homem que veio de longe ver
o Pe. Pio tivera, há meio ano atrás, um belo sonho: vira o santo
estigmatizado em meio dum grande esplendor e glória no céu. Na
sacristia, o Padre olhou para ele dizendo: “Estou
de acordo! Em sonho eu era bonito”.
Pasmado com este conhecimento, o homem respondeu: “Ah,
como o senhor é miserável comparado com aquele que eu vi num sonho
magnífico, nos esplendores celestes!”
Todos os presentes ficaram cheios de admiração com o fato.
Quando, certa vez, o Pe. Pio
vinha ao confessionário, pediram-lhe a bênção para os presentes.
Todos se ajoelharam, também um homem com um joelho endurecido, com
uma bengala na mão. Após a bênção, mergulhado em seus
pensamentos e sem nada perceber ainda gritou: “Ajudai-me
agora, eu tenho um joelho endurecido!”
Os circunstantes admirados perguntavam: “Como
tem um joelho entrevado? Você se ajoelhou no chão com os dois
joelhos!”
Imensamente feliz, ele constatou então a sua cura: ela se efetuara
sem ele ter dirigido uma só palavra ao santo capuchinho.
Um homem jazia acamado com
câncer no intestino. Quando a sua esposa ouviu falar sobre o Pe.
Pio, decidiu-se a fazer uma viagem a San Giovanni. A 10 de maio de
1964, eles chegaram lá. Na sacristia, um intérprete traduziu o
pedido do enfermo. O Padre o abençoou três vezes e cada vez punha a
mão na cabeça dele. Com isto, o doente sentiu como se algo lhe
tivesse sido arrancado do ventre. Depois da terceira bênção, o
homem lançou um grito de alegria e ficou curado. A dor e o
sofrimento tinham sumido. Duas horas depois, o casal almoçou. A
primeira refeição do homem, desde que adoeceu, constou de três
pratos. Duas semanas depois, o miraculado podia retomar o trabalho
habitual. Seis meses depois, em agradecimento pela cura, o casal
viajou novamente até o Pe. Pio.
Certa vez, um senhor, durante
a sua estada em San Giovanni, presenciou vários terremotos.
Apavorados, os habitantes abandonaram as suas casas. Um irmão de
hábito, excitado, entrou correndo na cela do Pe. Pio e anunciou:
“Padre, um
terremoto!” Ele,
porém, replicou tranquilamente: “Veja
o que Deus num só minuto pode fazer, se Ele simplesmente quiser”.
Acontece, muito particularmente, que no dia natalício e onomástico
do Pe. Pio se percebem frequentemente tremores de terra naquela
região. Uma vez, foi tão violento o abalo que também o santo
capuchinho, por obediência, teve que abandonar o convento e foi
colocado provisoriamente numa ambulância do hospital. Os seus
confrades se achavam no jardim do claustro. De repente, se ouviu, ao
redor da ambulância, uma algazarra diabólica, de sorte que todos
fugiram dali como podiam. Mais tarde, se soube que o Pe. Pio se tinha
oferecido novamente ao Senhor como vítima expiatória. Era o furor
do demônio, pois agora os seus planos tinham sido frustrados.
Um dia, um siciliano cego
chegou até o Pe. Pio e pediu-lhe que restituísse a sua vista. O
estigmatizado retrucou: “Você
se esqueceu completamente que surrou o seu pai com uma vara de ferro
e ele o amaldiçoou e lhe desejou a cegueira?”
As palavras do pai tiveram um poder tão grande que se realizaram.
Um moço entrou na sacristia.
O Pe. Pio foi em cima dele, agarrou-o e lhe deu uma sacudidela
gritando: “Miserável!
Quer manchar a sua alma com sangue?”
Depois seguiu adiante. O moço contou, então, que ele viajara até
ali para afogar a sua noiva no mar e, assim, simular um acidente de
banho.
Três professores foram
visitar o Pe. Pio depois duma conferência; dois deles eram crentes,
o terceiro não. Quando o Padre passou junto deles na sacristia, os
dois primeiros apresentaram as suas intenções. O descrente, porém,
refletia sobre o que devia dizer. Quando o santo capuchinho passou de
novo perto dele, o homem pediu uma bênção para os seus três
filhos. O Padre lançou-lhe, então, um olhar penetrante e o
repreendeu às claras: “Senhor
professor de matemática, o seu cálculo está errado! Deve saber que
3 mais 2 são 5. Bem, o senhor tem 3 filhos legítimos e mais 2
bastardos e, portanto, 5 filhos!”
Lívido com a revelação de seus segredos, caiu de joelhos e se
converteu. O Pe. Pio sabia o que ele nunca poderia conhecer. Quem lhe
disse?
Na festa da Assunção de
Nossa Senhora, dois homens trouxeram de Roma um incrédulo ao Pe.
Pio. Ele ouvia e via muitas coisas, mas ainda não se convertera.
Numa tarde, foram passear na cidade. De repente, falou o descrente:
“Dizem que o Pe.
Pio sabe e ouve muitas coisas de longe. Se isto é verdade, então eu
digo em voz alta: Pe. Pio, boa noite!”
Logo a seguir, todos os três perceberam a voz amigável do Pe. Pio:
“Boa noite, meu
caro!” Cheio de
espanto, o homem se converteu imediatamente.
Um rapaz, que visitara
frequentemente o Pe. Pio, passava, certo dia, por uma igreja. Antes
ele tirava o chapéu cada vez que isto sucedia, por respeito ao seu
Divino Senhor, mas nesta ocasião se envergonhou por causa do seu
amigo. Subitamente, todos ouviram uma voz alta; “Seu
covarde, você não ouse mais passar diante da casa do seu Senhor sem
cumprimentá-lo”.
Todos ficaram profundamente impressionados. Pouco tempo depois,
aquele jovem se dirigiu ao Pe. Pio; logo este lhe disse “Se
você fizer isto mais uma vez, passar diante da casa de Deus sem O
saudar, receberá uma sonora bofetada”.
Bem se pode imaginar o espanto do moço.
Há muitos anos, um homem veio
de bem longe com o seu carro visitar o Pe. Pio. Para a viagem de
volta, o veículo precisava de consertos urgentes. O sol abrasava,
impiedosamente, a terra e não era possível pôr o carro em forma
com aquele calor insuportável. Só havia perto dali uma grande
árvore que fornecia uma sombra benéfica; naquele tempo não havia
garagens por ali. Cheio de confiança o homem foi ter com o Pe. Pio e
lhe contou o seu projeto. Pediu-lhe rezasse a Deus a fim de que se
dignasse mandar nuvens. A estas palavras, o santo capuchinho sorriu e
perguntou: “Quando
quer executar este trabalho?”
À resposta de que iria no dia seguinte à cidade comprar as peças
necessárias para consertar o carro pelas 14 horas, replicou o Pe.
Pio: “Está bem”.
Com efeito, no dia seguinte, à hora indicada, surgiram nuvens no
horizonte e encobriram o sol, embora naquela estação não se vê
uma nuvenzinha sequer durante semanas inteiras. Um pouco antes das 17
horas, o homem tinha acabado o seu trabalho e logo a seguir agradeceu
ao santo estigmatizado pela sua intercessão junto a Deus que o havia
escutado e mandado as nuvens.
Um jovem acadêmico, após o
término de seus estudos, apesar de todos os seus esforços durante
um ano, não tinha encontrado colocação. Tinha arranjado somente um
pequeno biscate do qual podia viver precariamente. Seus pais tinham
falecido e ele não pertencia a nenhuma organização, de sorte que
não havia uma pessoa competente que interviesse decisivamente por
ele. Então escreveu ao Pe. Pio e se queixou do seu sofrimento. Duas
semanas depois, obteve um emprego inesperado, excelente. Assim o Pe.
Pio ajuda também os que confiam nele.
Uma senhora veio da Alemanha a
San Giovanni acompanhada de outras duas pessoas. Não havia nada de
que ela não duvidasse. Apesar disso, recebeu a graça de ter o Pe.
Pio lhe dirigido duas palavras em italiano, ao passar por ela. Os
presentes lhe traduziram as palavras para o alemão. Ela, porém,
duvidava da exatidão da tradução e perguntava a todos os que a
encontravam sobre o sentido daquelas palavras. À noite, foi dormir
cheia de dúvidas. Depois teve um sonho singular: entrou num quarto
onde havia muitos quadros do santo capuchinho; ela contou todos e
eram exatamente cem. No dia seguinte, quando o Pe. Pio passou perto
dela, disse-lhe bondosamente: “Mesmo
se houvesse cem Padres Pios — como os quadros que contou na noite
passada — você, apesar disso, duvidaria”.
Grande foi a surpresa daquela senhora. Livre das suas dúvidas, ela
se converteu.
Numa tarde, chegou à
sacristia um homem com traje civil e se pôs diante duma coluna. O
Pe. Pio apontou-o com o dedo e disse sorrindo: “Vá
ao seu aposento e vista o seu hábito, pois é um padre dominicano;
depois venha ter comigo”.
Ele, pasmado, respondeu: “Obrigado,
Pe. Pio, obrigado! Agora eu sei tudo”.
E ficou livre das suas dúvidas.
Uma senhora da América do
Norte permaneceu quatro meses na Itália. Depois recebeu a notícia
de que deveria voltar imediatamente, pois a sua tia estava à morte.
Depressa ela viajou até o Pe. Pio para perguntar o que devia fazer,
pois a sua tia poderia morrer durante a viagem de navio. Ele
interrogou-a: “O
que você disse sobre a sua partida para junto de sua tia?”
Ela replicou: “Querida
tia, eu gostaria de vê-la antes da sua morte”.
Então o Pe. Pio disse: “Você
deve cumprir a sua palavra. Mas não é preciso apressar-se tanto, eu
pedirei por ela a fim de que sua vida se prolongue por mais meio ano.
Veja assim que poderá ver a tempo a sua tia viva”.
Ela fez assim e, verdadeiramente, para a admiração dos médicos, a
tia viveu ainda meio ano. O santo capuchinho lhe havia conseguido
esta graça.
Um moço da América do Norte,
que trabalhava num laboratório, devido a um engano, se tinha
infeccionado com um veneno, que, trinta horas depois, teria
inevitavelmente um efeito mortal. O jovem não sabia disto; contudo,
os seus patrões informaram os familiares a respeito. A mãe, que
conhecia a ação benéfica do Pe. Pio, decidiu-se sem hesitação a
salvar a vida do filho e a viajar de avião com ele até o Pe. Pio.
Em San Giovanni Rotondo, tiveram acesso ao santo estigmatizado. Ele
pôs as mãos sobre a cabeça do moço e imediatamente este foi
curado de seu envenenamento mortal que já começava a surtir efeito.
OS FILHOS ESPIRITUAIS DO PE. PIO
|
S. Pio e suas filhas espirituais |
Assim como todo o sacerdote
tem os seus penitentes, também o Pe. Pio os tem. Contudo, quem, por
motivo de qualquer dificuldade, não se pode confessar com ele ou
então não sabe bem o italiano ou absolutamente não tem condições
de ir a San Giovanni, pode pedir ao santo capuchinho, oralmente ou
por escrito, para ser tido como seu filho espiritual. Dois irmãos se
achavam na sacristia. Um deles disse, de passagem, ao Padre: “Por
favor, tomai-me como vosso filho espiritual”.
A isto, o Pe. Pio deu como resposta: “Isto
não, absolutamente, pois você me causaria tanta vergonha como o seu
irmão aí atrás”.
Sobre os seus filhos espirituais, disse de maneira comovente: “Eu
amo mais os meus filhos espirituais longe de mim do que os que estão
perto, pois aqueles precisam mais da minha proteção do que estes,
meus hóspedes aqui”.
O santo capuchinho vê cada um dos seus filhos espirituais uma vez
por dia, reza diariamente por cada um e os abençoa, embora ele já
tenha mais de 12 milhões deles. Quando alguém lhe pergunta como
isto é possível, humildemente ele responde: “Deus
me permite, no Seu Amor, participar da Sua Onipotência. Apesar de eu
rezar por cada um deles, eu o faço como se olhasse da minha janela,
e assim peço também por todos eles juntamente”.
Um outro lhe fez esta pergunta: “Padre,
onde o senhor tem todos os seus filhos?”
Gracejando, ele falou: “Eu
os ponho todos num saco e, muitas vezes, um salta para fora; eu o
deixo se agitar um pouco e depois por si mesmo ele salta novamente
para dentro”.
O Pe. Pio disse certa vez tão
bem que os seus filhos, que com ele rezam, sofrem, reparam e suportam
pacientemente os males, vão receber algo da sua herança eterna.
Houve casos em que o Pe. Pio se mostrou em bilocação aos seus
filhos espirituais, exortando-os e intimando-os ao bem. Muitos deles
não poderiam suportar a aparição do Pe. Pio bilocado. Por isso ele
lhes envia o seu admirável perfume, sentido como se fora o aroma de
rosas, violetas, cravos, lírios ou a fumaça do incenso. Isto dá a
conhecer a sua presença bilocada, embora não seja visível. Muitas
vezes este perfume significa uma exortação ou um chamamento. Ele
mesmo disse, como comparação, que o general, quando passa em
revista às suas tropas e encontra tudo em ordem, passa adiante
tranquilo; se alguma coisa não está certa, então chama a
respectiva pessoa. Com o Pe. Pio é assim também; só que ele intima
o seu filho espiritual à oração e penitência por meio do perfume.
Um cego de Roma visitava
frequentemente o Pe. Pio, o qual se alegrava com a visita. Ele vinha,
como o próprio Padre dizia, bem carregado. De fato, trazia consigo
muitas Missas, terços, outras orações e sacrifícios que, ao
chegar, dava de presente ao Pe. Pio. Por isso podia aspirar, durante
horas, o maravilhoso perfume do santo capuchinho. Um dia pensou
subitamente. “Pe.
Pio, eu gostaria de respirar ar puro”.
No mesmo instante, o perfume desapareceu e não veio mais. Alguns
dias, disse o cego no passeio do convento: “Pe.
Pio, mande para mim um perfume, por favor”.
O santo estigmatizado retrucou: “Mas
você não quer ar puro?”
Com isto se confirmou aquele acontecimento. O aroma do Pe. Pio é
percebido no mundo inteiro, às vezes, mesmo por pessoas que nunca
ouviram falar dele e, mais tarde, graças àquilo, encontram,
lentamente, o caminho até o santo estigmatizado.
Uma senhora disse no
confessionário: “Pe.
Pio, eu sou sua filha espiritual e coloco a minha alma à sua
disposição”.
Ele respondeu o seguinte: “Eu
trato os meus filhos com o chicote e com doces e, frequentemente,
eles devem comer também pão seco, pois é um alimento substancioso
e completo para a alma. Somente para os filhos pequenos, eu dou
muitas vezes bombons celestes”.
O Pe. Pio é igualmente responsável pelos seus filhos espirituais; a
um penitente, fez uma admirável declaração: “Se
fosse possível, eu não iria para o céu antes de saber que todos
eles estão lá”.
Um grande peso para o Pe. Pio
são as multidões buliçosas que se demoram diariamente em San
Giovanni e gostariam de qualquer maneira de beijar as suas chagas.
Ele mesmo, muitas vezes, disse com humildade, quando as pessoas
esperavam por isso durante horas: “Se
vocês assistem a uma só Missa, ganham infinitamente mais com isso
do que me beijando as mãos”.
Para muitos deles, os sagrados estigmas são também uma isca, a qual
eles queriam atrair para si; depois o Pe. Pio os conduz lentamente ao
Coração de Deus. A um homem espiritualmente maduro, disse ele: “De
você eu posso exigir mais do que estar aqui para o beija-mão’.
Uma senhora que fora rejeitada
por ocasião do beija-mão, ficou muito magoada com isto. Na noite
seguinte, ela teve um sonho: viu o Pe. Pio sentado no confessionário,
e as chagas não estavam cobertas com luvas. Um bando inumerável de
moscas importunas, grandes e pequenas, além de outros insetos,
molestava as suas chagas sangrando. A senhora, então, no sonho quis
afugentá-los, mas o Pe. Pio lhe disse com tristeza: “Deixe,
eles estão saciados só pela metade; se os enxota sobrevêm outros e
me devoram inteiramente”.
Isto simboliza o beija-mão. Na confissão seguinte, ele, sorrindo,
comprovou àquela senhora a verdade deste sonho.
O santo capuchinho, certa vez,
pediu licença de se retirar a fim de rezar o terço. Diariamente,
ele reza 40 terços e muitas vezes até 120. Um dia, alguém lhe
perguntou: “Como é
possível o senhor rezar tanto?”
A resposta foi: “Vocês
podem rezar um terço depois do outro, comigo não é assim. Eu faço
quatro coisas ao mesmo tempo”.
Nisto consiste o segredo que só Deus conhece. Estas quatro coisas
são:
1. O Pe. Pio cumpre fielmente
os seus deveres de sacerdote religioso.
2. Ele nunca deixa de rezar.
3. Ele responde e continua a
rezar, faz todas as suas obrigações rezando interiormente.
4. A bilocação: ele está ao
mesmo tempo em vários lugares.
O santo capuchinho tem o dom
de nos orientar por meio da sua oração ininterrupta, do seu
perfume, que ele envia muitas vezes do sangue proveniente das suas
chagas e através de sonhos em estado de vigília.
Certa vez, um dos seus filhos
espirituais lhe perguntou: “Pe.
Pio, o senhor reza também por mim?”
Ele retrucou: “E
você ainda pergunta isso?”
O homem desculpou-se: “Eu
acredito que sim, Padre, mas penso que o senhor pode rezar por mim
assim como por todos os outros, coletivamente”.
Declarou o estigmatizado: “Você
deve saber que rezo por cada um, individualmente, como só ele
existisse e, além disso, eu o vejo”.
Por isso não se gostaria de ter algum pensamento que não se pudesse
exprimir pessoalmente ao Pe. Pio. Basta somente pensar numa coisa que
ele sabe dela. O santo capuchinho disse, certa vez: “Quanto
mais se crê que eu sei duma coisa, tanto mais graças se recebe”.
Como homem ele não poderia dizer: “Eu
rezo por cada um individualmente e o vejo”,
mas Cristo está nele e com ele. O Pe. Pio conhece cada um deles; é
um dom de Deus. Perguntou alguém certa vez: “Como
isto é possível, Padre? Dizem que o senhor tem mais de 12 milhões
de filhos espirituais”.
Ele respondeu: “É
um dom que Cristo me concedeu”.
O santo capuchinho reza por todos perto e longe, especialmente por
aqueles que são seus filhos espirituais. Uma vez, ele lhes disse:
“Não me faltem ao
respeito, nem diante de Deus nem dos homens”.
Uma sua filha espiritual
pediu-lhe, durante a Missa, um sinal visível para a manhã da
Páscoa. Contudo, foi em vão! Quando ela deixou a igreja, disse em
pensamento ao Pe. Pio: “Eu
não tinha pensado que o senhor era tão mesquinho!”
No mesmo instante, levantou os olhos para o sol da manhã, que
nascia. Viu nele o Salvador ressuscitado duma incomparável beleza.
Perplexa, ela caiu de joelhos.
Um jovem senhor que visitava o
Pe. Pio pela primeira vez, pediu a graça de o santo capuchinho
acolhê-lo como Jesus o teria feito, enquanto ainda vivesse na terra.
Para a sua maior surpresa, o seu desejo foi completamente satisfeito;
cheio de felicidade, foi admitido pelo Pe. Pio como seu filho
espiritual.
Um sacerdote, também filho
espiritual do estigmatizado, tinha celebrado num Domingo de
Pentecostes, uma Missa pelo Pe. Pio e somente ele sabia disto. Depois
o sacerdote encontrou inesperadamente um bilhete: o Pe. Pio se
mostrava agradecido pela Missa e lhe enviava bênçãos em grande
abundância. Contudo, não era a qualquer um que se davam graças
visíveis como esta.
Uma professora, filha
espiritual do santo capuchinho, falava com ele; nisto ela abriu a sua
bolsa e queria tirar dela uma carta. Para sua surpresa, o Pe. Pio
agarrou a bolsa, tomou a relíquia da cruz que ela trazia
constantemente consigo, beijou-a com lágrimas e a devolveu. Teresa
Neumann já tinha anteriormente atestado a autenticidade desta
relíquia.
Um piedoso jovem pediu ao Pe.
Pio por escrito ser admitido entre os seus filhos espirituais. Alguém
entregou pessoalmente esta carta ao santo capuchinho. Após o
regresso desta pessoa, verificou-se que na mesma hora em que a carta
foi entregue, o moço viu o Pe. Pio em sua casa, que o abençoou e o
chamou “nobre rapaz”. Tais eventos são, naturalmente, raras
exceções.
Diz o Pe. Pio que muitos dos
seus filhos espirituais vão com Jesus e com ele até o partir do
pão, mas muito poucos até o beber do cálice (do sofrimento).
Os filhos espirituais devem
tornar-se semelhantes ao pai segundo o espírito e aceitar, com amor,
tudo o que Deus manda e suportar tudo por amor e pacientemente
dizendo: Senhor, não se faça a minha vontade, mas a Vossa!
Os filhos espirituais do Pe.
Pio são, por todo o mundo, como raios de sol e atuam por meio do seu
sofrimento. Oração e entrega de si próprios à vontade de Deus. O
Pe. Pio é o sol; ele nos penetra com o seu olhar e nós ficamos cada
vez mais iluminados interiormente.
FATOS ESTARRECEDORES
|
S. Pio de Pietrelcina |
Cada pessoa, assim como também
o Pe. Pio, tem amigos e inimigos. Mas o que ele fez de mal? Ora, o
que o nosso Divino Salvador fez de mal? E, apesar disso, Ele foi
odiado, perseguido e pregado numa cruz! O Pe. Pio passou pelo mundo
abençoando. E também ele será perseguido e odiado, por ser, para
muitos que não vivem como deviam, uma amarga repreensão. E, por
isso, deve desaparecer do mundo?
Um dia, um carro passava pela
rodovia no lugar donde se podia ver muito bem o convento do Pe. Pio,
o novo hospital e muitos outros edifícios no alto, na encosta da
colina. O passageiro perguntou ao motorista: “Diga-me,
que são estes grandes edifícios lá no alto, na colina?”
A resposta foi: “É
o convento do Pe. Pio”.
Então o ímpio, excitado, retrucou: “Então
os capuchinhos têm tanto dinheiro assim?”
O motorista esclareceu: “Caro
senhor, a coisa é inteiramente diferente! Lá em cima vive o Pe.
Pio, que tem os estigmas, como Nosso Senhor na cruz; o povo diz que
ele é um santo. Na igreja do convento e também no mundo inteiro,
sucedem muitos e grandes milagres por sua intercessão. Pe. Pio é
inteiramente desprendido de si mesmo e nada toma para si, dizendo:
dou de graça o que de graça recebi. Lá se podem ver os numerosos
ônibus que chegam, provenientes de todos as partes e o senhor poderá
também ouvir os peregrinos falarem em várias línguas. As pessoas
chegam em fluxo contínuo para agradecerem por graças recebidas ou
pedirem novas. O dinheiro das doações feitas foi empregado pelo Pe.
Pio na construção desta clínica, que deve servir a todos. O Padre
não é egoísta, nada reserva para si; ele tem grande amor de Deus e
do próximo”.
A estas palavras, o ímpio se
encolerizou e proferiu, furioso, palavras odiosas contra o Pe. Pio,
juntamente com zombarias, pragas e maldições. Após uma pequena
pausa eles chegaram à cidadezinha e o viajante, sorrindo escarninho
e zombeteiro, disse ao motorista: “Dentro
de alguns dias vai haver aqui uma grande festa: o enterro do Pe. Pio;
então vai acabar tudo isso!”
No mesmo momento, chegaram ao hotel. O atrevido falastrão desceu do
carro, caiu e morreu subitamente; tinha uns 30 anos. Houve logo
aglomeração de pessoas e um grande reboliço, muitas perguntas
feitas e pontos de vista defendidos. O motorista contou a conversa
que tiveram. Uma testemunha ocular foi imediatamente ao convento e
queria relatar tudo ao Pe. Pio; este, porém, respondeu humildemente:
“Não é preciso
que você me conte, eu já sei. No momento em que aquele homem
proferiu a praga contra mim e me desejou a morte, eu estava
inteiramente em Deus; a praga não me pôde atingir; ela recuou logo
de mim e bateu em cheio no próprio praguejador. Agora farão o seu
enterro dentro de poucos dias!”
Em consequência disto, percebemos que ninguém pode zombar
impunemente de Deus, de seus santos e bem-aventurados e que ninguém
roga praga contra um homem sem que ela recaia sobre o praguejador.
Um homem, inimigo ferrenho da
Igreja, se pôs diante do convento e, com o punho cerrado, gritou:
“Abaixo o Pe. Pio,
abaixo com ele!”
No mesmo instante, caiu prostrado no chão e ficou completamente
paralítico. Mais tarde, porém, Deus lhe concedeu a graça de se
converter.
Todos os inimigos do Pe. Pio
que já faleceram tiveram uma morte verdadeiramente espantosa. Deus
sempre está com ele! Nos casos em que se tentou tirar-lhe a vida,
Deus interveio de modo terrível. Ainda existem muitos fatos
relatados em vários livros sobre o santo estigmatizado.
Há muitos anos, três homens,
que moravam numa grande cidade da Itália meridional, decidiram
liquidar com o Pe. Pio. O primeiro deles converteu-se, à parte, com
o olhar do Padre; o segundo foi obrigado a ajoelhar-se devido à
personalidade dominadora do santo capuchinho. Provavelmente já tinha
rezado por eles ou sofrido pela sua conversão. O terceiro zombou de
ambos, dizendo que não eram homens, mas uns covardes; e foi ter com
o Padre com a pistola carregada no bolso, esperando uma oportunidade
favorável. Lá, então, viu muita gente e ouviu que muitas pessoas
se queixavam às outras dos seus padecimentos. Entre estas, havia uma
senhora que trazia nos braços uma filha de sete anos, cega, surda e
muda de nascença. Quando apareceu, o Pe. Pio foi solicitado de todos
os lados; mostravam-lhe fotografias de doentes e entregavam-lhe
cartas. De repente, aquela senhora gritou e chorou de modo a cortar o
coração: “Pe.
Pio, peça a graça da cura para a minha pobre filha doente, cega,
surda e muda!”
Ele se deteve, acariciou a menina, pois amava muito as crianças, e
perguntou-lhe em voz alta: “Qual
é o teu nome?”
Os olhos da menina se abriram à luz, os ouvidos ao som e se lhe
desatou a língua. Ela exclamou em voz alta: “Meu
nome de batismo é Maria!”
Muitos caíram de joelhos com lágrimas nos olhos, também o homem da
pistola. Tinha sido demais para ele! Humildemente, disse o Pe. Pio
que agradecessem a Jesus no Sacrário ou a Maria, Sua Mãe celeste, e
passou adiante. Ao chegar ao herói pistoleiro, ficou parado junto
dele e, com um gesto amável, perguntou-lhe muito amigavelmente: “Por
obséquio, que deseja o senhor?”
“Confessar-me”,
foi a sua resposta, o que fez a seguir. Depois, contava por toda a
parte a sua maravilhosa conversão.
Um homem, que caluniava muito
o Pe. Pio, pouco dias depois, teve que andar de muletas.
Um alto dignitário
eclesiástico, num grande grupo, falou contra o santo capuchinho dum
modo muito reprovável; alguns dias depois, jazia morto numa cama.
PELOS FRUTOS O CONHECEREIS
|
O incansável S. Pio |
Um dia, veio até o Pe. Pio
uma mocinha protestante da Suíça. Era a filha única de pais
milionários e sofria de tuberculose pulmonar no último grau. Quando
ouviu falar do Pe. Pio, este se tornou a sua última esperança. No
primeiro encontro, o santo estigmatizado lhe disse: “A
Mãe de Deus me disse que você ficará curada, se se tornar
católica”. Cheia
de felicidade, a mocinha voltou para junto dos pais, mas aí
encontrou o pior. Fizeram-na saber claramente que ela não teria mais
pais nem herança, se se quisesse tornar católica. Preferiam vê-la
na sepultura a ficar sã entre os vivos, se a condição da cura
fosse a sua passagem para o catolicismo. Contudo, a pobre menina
queria viver; deixou o pai e a mãe e viajou de novo para junto do
Pe. Pio. Em San Giovanni, um senhor bondoso lhe deu um lugar para
morar. Ela foi devidamente catequizada e abraçou a fé católica. Ao
mesmo tempo, ficou completamente curada, fato comprovado por laudo
médico. Na mesma manhã, o Pe. Pio lhe deu Jesus no Santíssimo
Sacramento do altar pela primeira vez na sua vida. A seguir, obteve
licença de sentar-se junto do confessionário do santo capuchinho. A
mocinha lhe exprimiu a sua imensa alegria e gratidão, mas também o
seu pesar por não ter mais pais. Então disse ele, cheio de
compaixão: “Você
não gostaria de ter outra mãe?”
Ela concordou alegremente. Então o Pe. Pio lhe ordenou que sentasse
pacientemente diante do confessionário. No mesmo dia, uma senhora se
queixara ao santo estigmatizado, durante a confissão, pelo fato de
não ter filhos. Ele lhe perguntou se ela não queria ter uma filha
já crescida. “Sim,
com prazer”, foi
a resposta, “se eu
a receber através do senhor, de todo o coração o farei”.
Retrucou o Pe. Pio: “Vem
para cá, eu lha mostrarei!”
Inclinando-se para fora do confessionário, apontou a mocinha e disse
para a senhora: “Eis
a sua filha!” E,
voltado para a mocinha, falou: “Eis
a sua mãe!”
Profundamente comovidas e banhadas em lágrimas, ambas se abraçaram
e beijaram. Muito feliz, a mocinha partiu com a nova mãe para o seu
novo lar. Estava curada de corpo e alma.
Quando pedem ao Pe. Pio que
reze pelos protestantes, ele começa a chorar. Tão grande é a dor
que sente pela separação deles.
Certo dia, um casal desceu do
ônibus com um filho paralítico de nascença; eles vinham de
Nápoles. O marido recusou-se a ir até a igreja porque não
acreditava em Deus. Em vista disso, a senhora carregou sozinha o seu
filho de cinco anos à igreja e começou a rezar. Repentinamente,
ouviu um chamado em voz alta do corredor do convento, dizendo que o
Pe. Pio passaria por ali. Ela correu donde estava e gritou para ele:
“Tenha compaixão
de meu pobre filho paralítico!”
Ele se dirigiu a ela e disse sorrindo ao menino: “Você
já é bem grande, não precisa ser carregado pela sua mãe, já pode
correr sozinho!”
Depois tomou o menino dos braços da mãe e o colocou sobre os seus
próprios pés, pela primeira vez na vida. As testemunhas deste
acontecimento se comoveram profundamente. Mas, então, disse o Pe.
Pio à mãe algo que o menino não podia entender: “Vocês
eram três! Onde está o seu marido?”
A mulher, consternada, começou a chorar e não pôde responder.
Então o Pe. Pio falou ao menino: “Corra
depressa à praça da igreja e chame o seu pai!”
Todos os presentes correram atrás do menino, pois ele não
encontrava o pai por causa dos numerosos peregrinos e ônibus que ali
estavam; então o rapazinho, cheio de alegria, gritou tão alto
quando pôde: “Pai,
pai, eu posso correr!”
O pai ouviu a voz do seu filho em algum lugar, levantou-se num pulo e
não acreditava no que via. Realmente, o menino estava curado! Como
um alucinado, o homem se precipitou ao encontro do filho e gritou com
todas as forças: “Eu
creio em Deus, eu creio em Deus!”
Várias outras pessoas, que presenciaram o fato, também se
converteram.
Uma senhora de Viena tinha uma
cárie óssea que lhe destruía a segunda vértebra do pescoço. Foi
então obrigada a usar um aparelho para a fixação da cabeça. Ela
teve de sofrer este martírio de três anos e meio, até ir ter com o
Pe. Pio. Sua irmã dizia que ela não devia alimentar esperanças de
ser curada, para não voltar decepcionada para a casa. Após a sua
volta, as dores desapareceram. Contudo, ela não ousava tirar o
aparelho, mas procurou o seu médico. Este a examinou e tirou uma
radiografia: a vértebra estava completamente reposta! Imediatamente,
ela pôde andar. Deve-se atribuir este milagre às orações do Pe.
Pio.
Uma viúva veio chorando até
o santo capuchinho e perguntou-lhe se podia casar outra vez. Em
resposta, ele disse: “Eu
não aconselho: com o primeiro marido, você chorou com um olho só;
se casar de novo, vai chorar com os dois”.
Infelizmente ela não seguiu este conselho e casou-se. Alguns anos
depois, voltou ao Pe. Pio e chorava com os dois olhos.
Um senhor tinha muito pouca
capacidade de ver em ambas as vistas. Viajou até o Pe. Pio e pediu a
sua intercessão a fim de poder ver bem, ao menos com uma vista. O
santo estigmatizado lhe disse: “Deus
é generoso! Se você quer, poderá ver claramente com as duas
vistas”. Contudo,
o homem se contentou com uma só; em pouco tempo, recobrou a plena
visão. Depois sentiu muito por não ter pedido o restabelecimento de
ambas as vistas.
Uma senhora, vinda de longe,
encontrou alojamento em casa de conhecidos, perto do convento. Após
a sua chegada com o primeiro ônibus, assistiu a uma Missa do Pe. Pio
celebrada ao ar livre. Depois voltou para junto dos seus parentes. À
tarde, o seu marido veio para a casa e contou que, após ter falado
com o santo estigmatizado, este lhe disse que ele deveria encontrar
antes uma visita em casa; o Pe. Pio queria dar a entender a esta
mulher que ele — o Pe. Pio — não era mouco e ela não precisava
apresentar-lhe os pedidos ininterruptamente. Quando aquela senhora
ouviu isto, ficou espantada e afirmou não poder compreender, pois
não tinha dito ao Pe. Pio uma palavra sequer. Mas, um pouco depois,
exclamou: “É
verdade, o Padre tinha razão porque, quando assistia à Santa Missa,
fazia sem cessar os meus pedidos”.
Uma jovem senhora de Bolonha,
desejando obter a conversão de sua mãe, viajou ela até o santo
capuchinho. Nesta intenção, ofereceu o dinheiro da viagem e pensava
repetidamente: “Pe.
Pio, ajude minha mãe a fazer uma boa e santa confissão, seja amável
e bom para com ela para que não se afaste mais do caminho reto. Para
isso, o senhor pode ser duro e rigoroso para comigo; eu ofereço tudo
pela minha mãe!”
Com efeito, sua mãe foi confessar-se. O seu coração bateu forte
quando ela viu a sua mãe feliz sair do confessionário. Ela agora
estava na fila dos penitentes. Logo de início, o Padre foi rude e
áspero com ela que, chorando, lhe perguntou por que a tratava tão
duramente. Ele se mostrou mais rígido ainda e a mandou sair do
confessionário. Então ela saiu da igreja envergonhada e em prantos.
Na praça da igreja, a mãe foi até ela, cheia de felicidade,
dizendo que não podia admirar suficientemente a bondade e a brandura
do Padre. Então a jovem senhora se lembrou de que realmente tinha
oferecido ao santo capuchinho, pela conversão da mãe, o sacrifício
de ser tratada por ele com severidade e dureza. Agora então
reconhecia que o Pe. Pio soube exatamente da sua promessa e também a
executou. Então a paz voltou à sua alma.
Um homem de Gênova já se
achava há quatorze dias em San Giovanni e, desde muitos anos, não
tinha ânimo para confessar-se e comungar. Certo dia, na sacristia, o
Pe. Pio, sorrindo, disse num tom de repreensão: “Aqui
na sacristia há um homem que mora à beira mar e não toma banho”.
O genovês percebeu logo que a alusão era para ele, pois
primeiramente morava à beira mar e depois se encontrava junto da
fonte das graças e, apesar disso, não purificava a sua alma. Esta
foi a ocasião para a sua conversão definitiva.
Durante a construção do
hospital em San Giovanni, os operários, após a Missa da madrugada,
pediam a bênção do Pe. Pio e depois iam tranquilos para o
trabalho. Um dia disse o santo capuchinho a um deles: “João,
tenha coragem e confiança!”
O trabalhador quis voltar para saber o motivo, mas não houve mais
possibilidade. No local de trabalho, de súbito, explodiu uma carga
de dinamite e justamente aquele operário foi gravemente ferido. O
olho direito ficou inteiramente arruinado, e o esquerdo com lesão
grave; em todo o corpo o trabalhador tinha ferimentos. Três meses
depois, era apresentado o julgamento definitivo dos médicos. O homem
estava cego dos dois olhos e jazia triste num leito do hospital. Na
sexta-feira, Pe. Pio entrou, subitamente, em seu quarto, foi até
ele, deu-lhe, sorrindo, um leve tapa na face direita e desapareceu.
Embora o trabalhador estivesse cego, ele viu isto e nada mais. Quando
raiava a manhã do Sábado Santo, aconteceu o impossível. O olho
direito, inteiramente arrancado, foi reposto. Grande foi a sua
alegria, bem como a surpresa dos médicos. Ele já podia levantar-se.
Imediatamente, se dirigiu ao Pe. Pio que estava justamente no
corredor do convento. Como toda a gente ali gritava confusamente,
ele, superando o vozerio, gritou: “Pe.
Pio, eu lhe desejo uma santa Páscoa!”
Quando o santo sacerdote chegou mais perto, disse o homem: “Pe.
Pio, eu lhe agradeço pelo seu tapa salutar!”
Então o Padre o interrogou: “Você
gostaria de receber mais um?”
Sem dar tempo para resposta, deu-lhe outro tapa leve na face
esquerda, dizendo: “Agradeçamos
a Deus que aquilo não lhe custou a vida!”
Na manhã da Páscoa o olho esquerdo estava também curado. Quem
puder compreender, que compreenda!
Uma senhora da Sicília, cheia
de angústia — sua filha estava para morrer — veio ao Pe. Pio.
Com pena dela deixaram que se adiantasse, de sorte que, no mesmo dia
da sua chegada, pôde apresentar-se no confessionário. Queixou-se a
ele do seu grande sofrimento e pediu-lhe a sua intercessão. Contudo,
ficou amargamente decepcionada; o Pe. Pio tratou-a com aspereza e não
mostrou a mínima compaixão para com ela. Chorando então retomou o
caminho de casa. Quando chegou lá, no dia seguinte, para a sua maior
surpresa, a filha curada lhe abriu a porta e perguntou: “Mãe,
quando a senhora esteve ontem com o Pe. Pio?”
“Às 4 horas da
tarde”, foi a
resposta. A filha então assegurou: “Ah,
foi então o Pe. Pio que esteve junto do meu leito e me disse:
Menina, levante-se, você está curada! E, imediatamente, pude
levantar-me”.
Extremamente alegre por este acontecimento e com profunda vergonha do
pensamento que tivera sobre o Pe. Pio, sentiu-se obrigada a
desculpar-se com ele e a manifestar o seu agradecimento. Nesta
ocasião, ele declarou à senhora: “Tive
que lhe causar esta dor, porque eu mesmo não seria capaz de suportar
sozinho o sofrimento previsto para obter a cura; por isso fui
obrigado a acrescentar também o seu”.
Como são admiráveis os caminhos de Deus!
Uma senhorita que, pela
primeira vez, fora confessar-se ao Pe. Pio, foi despedida por ele com
ásperas palavras. Decepcionada e desanimada, quis logo fazer a
viagem de volta, mas o último ônibus tinha saído à sua vista e
assim teve que pernoitar em San Giovanni. Apesar da sua decepção,
decidiu assistir à Missa do santo capuchinho no dia seguinte, de
madrugada. Antes da Missa, ela chorava cheia de aflição. De
repente, uma senhora lhe falou, pedindo rezasse também pelo seu
irmão prestes a morrer e que não queria saber nada de Deus. Em
vista disso, ela ofereceu todo o sofrimento que poderia ter pela alma
deste homem. Quando o Pe. Pio veio ao confessionário, foi
diretamente a ela e convidou-a a vir confessar-se. Lá ele disse: “Se
você soubesse a dor que me custou causar-lhe este sofrimento! Mas
com isso você salvou a alma daquele homem cuja irmã lhe pediu
orações durante a Missa. Eu mesmo sozinho não podia tomar sobre
mim a dor necessária para a salvação dele”.
Imensamente feliz, a moça decidiu-se a ficar sempre em San Giovanni.
Uma senhora descrente, que
tinha sido levada por conhecidos ao Pe. Pio, encontrou o caminho de
volta para Deus. Após ter regressado ao seu lar, o marido não ficou
entusiasmado com a conversão da sua esposa. Pelo contrário, cheio
de escárnio e desprezo, fez uma viagem até San Giovanni para lá
censurar o Pe. Pio por ter causado desavença com a sua cônjuge. Deu
livre curso à sua cólera e caçoou dele na sacristia diante de
todos. O santo capuchinho ouviu tudo com paciência. Na manhã
seguinte, o homem fez a mesma coisa antes da Missa da manhã. Quando
o Pe. Pio veio para se paramentar, falou de repente: “Agora
basta!” E
estendeu a mão chagada ao zombador, para beijá-la. O homem caiu de
joelhos beijou a mão e gritou chorando: “Eu
creio em Deus!”
Soube-se depois que o Pe. Pio tinha oferecido o escárnio deste homem
para a sua conversão.
Uma senhora, que há quase
vinte anos devia andar de muletas, entrou na igreja. O Pe. Pio, ao
vê-la, apontou o dedo para ela e ordenou: “Faça
uma piedosa genuflexão diante do Seu Senhor e Deus presente no
Santíssimo Sacramento do Altar!”
A senhora quis justificar-se: “Mas
Pe. Pio, eu não posso, há muitos anos ando de muletas”.
Ele retorquiu com energia: “O
quê, não pode? Você é que não quer! Tente!”
Foi o que ela fez e deixou as muletas caírem. Tinha sido
instantaneamente curada.
Caso semelhante aconteceu,
certa vez, durante a Missa do santo capuchinho. Um jovem, obrigado a
andar de muletas, se postou bem perto da mesa da Comunhão. De
repente, experimentou o sentimento de que alguém lhe queria tirar as
muletas. Olhou em volta, mas não viu ninguém. Pouco tempo depois,
alguém realmente lhas tirou; depois ele deu alguns passos vacilantes
para a frente e ficou completamente curado.
Numa bela tarde de verão, um
homem distinto e inteligente se ajoelhou diante das portas fechadas
da igreja de San Giovanni Rotondo. Estava coberto de pó e começou a
rezar. Era um grande pecador e não se preocupava com Deus. Muitas
vezes o advertiram de que ele se deveria converter, mas ele não se
movia a isto. Diz um provérbio: “A necessidade ensina a rezar!”
Isto se comprovou mais uma vez. Aquele homem ficara desempregado e
pagaram-lhe uma passagem até San Giovanni. Ele dormiu no ônibus e
deixou para trás o ponto de parada. Para a sua felicidade, outro
ônibus, um pouco depois, fazia a viagem de volta. O pobre homem
adormeceu novamente e perdeu de novo o ponto de parada. Naquele dia
não havia mais ônibus para San Giovanni; contudo, ele tinha a
possibilidade de fazer a viagem de volta. Embora decepcionado, ainda
estava decidido a ir. Quando passou por ele uma senhora com o seu
filho pequeno, ele perguntou qual a distância dali ao convento do
Pe. Pio. “Duas
horas e meia de caminho”,
foi a resposta. Para ele era muito, preferia voltar de ônibus. Ela o
animou e, ao mesmo tempo, o envergonhou, dizendo: “É
muito longo para o senhor? Eu percorro este longo caminho com o meu
filho pequeno! O senhor não sabe mesmo quem é, verdadeiramente, o
Pe. Pio”. Então
ambos se puseram a caminhar e ela lhe contava coisas maravilhosas
sobre o santo capuchinho. Embora fosse fevereiro e ainda jaziam uns
restos de neve no solo, o menino correu ao prado e trouxe um buquê
de margaridas para a mãe. O homem não se podia admirar bastante com
aquilo; não queria, porém, interromper a senhora que lhe narrava
aqueles fatos. Quando chegaram ao convento dos capuchinhos,
mostrou-lhe a senhora onde ele deveria receber a senha para a
confissão. O homem já se tinha convertido. Quando saiu do convento,
a senhora desapareceu sem deixar vestígio, ele então supôs que ela
estaria esperando pela sua volta. Procurou-a por toda a parte, mas em
vão. Então, depois de muito tempo, entrou pela primeira vez numa
igreja, pois provavelmente a senhora estaria lá. Contudo, também
não a encontrou na igreja. Cansado de sua procura inútil, parado em
pé na igreja, levantou os olhos para o altar-mor. Então ficou
estarrecido. O quadro representava exatamente a senhora e o menino
que o haviam acompanhado até ali. Com uma diferença somente que
ela, na estrada, não trazia coroa nem manto. Profundamente comovido,
foi ter com o Pe. Pio na sacristia. Ele lhe disse: “Nunca
se esqueça de agradecer a Deus, durante toda a sua vida esta grande
graça de ser conduzido a mim pela própria Mãe de Deus com o Menino
Jesus”.
Frequentemente, este homem voltava àquele lugar santo e sua maior
devoção tinha, por objeto, Maria, o refúgio dos pecadores.
Certa vez, vieram peregrinos
de Bolonha de ônibus para verem o Pe. Pio. Um senhor observou como
todos entravam na igreja, exceto um homem. Então se dirigiu a este e
queria saber por que não tinha visitado a igreja. Mas aquele homem
disse: “Fale ao
Pe. Pio uma palavra boa por mim”.
O senhor assim o fez. O santo capuchinho se expressou a respeito
daquele caso: “Este
homem lá fora, na praça, que vai e vem sem descanso, pecou contra o
Espírito Santo. Com ele acontece exatamente como a uma árvore à
qual se arrancaram as raízes para ela não poder viver mais”.
Infelizmente, aquele senhor não pôde mais aguardar o resultado
daquela situação devido ao seu regresso.
Um homem de Roma, quando o Pe.
Pio celebrava a Missa, teve o seguinte pensamento: “Dizem
que o Pe. Pio traz a coroa de espinhos; eu não vejo coroa nenhuma”.
Doze dias depois — ele já tinha esquecido do que pensara — foi
ao confessionário. Após a confissão, o estigmatizado inclinou-se
para o homem, sem o tocar. O homem deixou escapar um fraco grito e
apertou a mão contra a testa onde sentiu uma estranha dor, ficando
com sangue nos dedos. Disse então o santo capuchinho com humildade:
“Veja como eu
tenho uma coroa de espinhos na cabeça”.
Uma senhora de Viena sofria,
fazia já dois anos, de uma terrível e dolorosa nevralgia. Somente
com ataduras de algodão, usadas dia e noite, ela podia tolerar as
dores. Uma noite sonhou que estava na praça da igreja em San
Giovanni. O Pe. Pio veio, até ela com o breviário na mão e lhe
falou: “Como está
com estas ligaduras? Deve tirá-las, não lhe são mais necessárias!”
Ela acordou imediatamente. As dores desapareceram por completo. Os
médicos se admiraram com esta cura repentina.
Um confrade e também colega
de estudos do Pe. Pio estava canceroso e foi obrigado a ir para um
hospital em Roma. Na despedida disse: “Pe.
Pio, reze por mim, para que eu não sofra demasiadamente e chegue à
eternidade bem e rapidamente”.
Alguns dias depois, de súbito, o santo capuchinho caía doente. Os
médicos constataram nele um cálculo biliar, grande e anguloso. O
Pe. Pio sofreu cólicas atrozes e não pôde nem sequer celebrar a
Missa. Os médicos decidiram fazer uma cirurgia no dia seguinte;
porém, pelas 4 horas da tarde, o estigmatizado se sentiu novamente
saudável e bem disposto. O exame revelou que o cálculo fora
eliminado sem deixar vestígio. À mesma hora, morria o seu confrade
em Roma. O Padre espontaneamente tinha sofrido aquelas dores por ele.
Uma leva de peregrinos da
Suíça tinha chegado a Roma. Uma senhora do grupo fizera a viagem
apenas com a intenção de dar um pulo até o Pe. Pio, pois estava
gravemente doente. Ao chegar a San Giovanni, sofreu a grande decepção
de não poder falar com ele. Começou então a chorar amargamente.
Apresentaram-lhe uma intérprete. Quando a senhora lhe abriu
inteiramente o coração, desapareciam inteiramente as doenças na
medida em que ela as enumerava à intérprete. A senhora ficou curada
e chorava de alegria com o maravilhoso evento. Louvou a Deus e Sua
Santa Mãe e mandou que agradecessem ao Pe. Pio pela sua poderosa
intercessão. Repleta de felicidade, retomou o caminho de casa.
Certo dia, o industrial Pietro
Mazone veio de Roma para ter com o Pe. Pio; lançou-se aos seus pés
e gritou: “Padre,
ajude a minha filha!”
Era o grito dum desesperado. Os presentes se amontoaram em volta
dele. O silêncio era quase doloroso. Então o Pe. Pio ergueu o braço
direito e se viu o sangue na superfície da sua mão. Ele falou: “Vá
para casa e alegre-se; a Mãe de Deus vai curar a sua filha”.
O rosto do homem espelhava incredulidade e dúvida: “Ele
não sabe como ela está doente. Nicoletta tem meningite, sofre dum
distúrbio cerebral e duma paralisia da língua. Há já seis meses
que ela não nos conhece mais. Já foi desenganada pelos médicos...”.
O Pe. Pio disse calmamente: “Deve
voltar para a casa; a Mãe de Deus curou a sua filha”.
O industrial levantou-se, hesitante e quis agradecer ao santo
capuchinho, mas este deixou rapidamente a igreja. Pietro Mazone
sentou-se no seu carro e voltou para Roma. Não se atrevia a duvidar
mais a respeito: “Nicoletta
vai ficar sã?”
Mais tarde, ele, profundamente abalado, fez o seguinte relato: “Os
médicos tinham realmente chegado ao fim da sua ciência; diziam que
a nossa filha, na melhor das hipóteses ficaria surda, muda e cega.
Apesar de certas dúvidas, fui pedir o conselho de alguns amigos do
Pe. Pio. Eu pensava comigo: É impossível ele avaliar a gravidade da
doença. Chegando em casa, minha esposa recebeu-me profundamente
comovida. Enfim, Nicoletta estava nas últimas. A criança já em
agonia começou a articular, claramente, palavra por palavra. E isto
após uma paralisia da língua que durava seis meses. Deste dia em
diante, nossa filha Nicoletta ficou completamente curada”.
O seguinte relato deve servir
para a maior glória de Deus, de agradecimento ao Pe. Pio e
fortalecimento da fé.
No ano de 1953, por causa duma
temerosa recaída, em consequência duma longa estada num campo de
concentração na Sibéria, eu já estava bem perto da morte. Tinha
uma grave atrofia dos pulmões e um derrame pulmonar causado
lentamente por um estado de fibrose; mas o pior ainda, no parecer do
médico, era uma lesão muito perigosa no músculo cardíaco.
Ademais, ambos os rins, o fígado, o baço, a vesícula biliar
estavam gravemente afetados. Após um grave derrame, eu não podia
mais falar alto, estava à morte e recebi os últimos sacramentos.
Vi, em sonho, o Pe. Pio dando-me a entender que eu devia ir até ele.
Depois disso, eu acordei e pensei comigo: “É
verdade! Já viveram um Santo Cura d’Ars, um São Francisco e
muitos outros santos. Se hoje nós lemos nos livros a este respeito,
invejamos os homens que então se poderiam dirigir àqueles santos e
ficavam felizes em ver tais homens e falar com eles. E agora um Pe.
Pio vive entre nós que tem as chagas do nosso Divino Salvador e nós
vamos até ele sem pensar nisto. Entrementes, inumeráveis peregrinos
já receberam preciosas graças por sua intercessão e nós, que o
deixamos passar despercebido, ficamos de mãos vazias”.
Naquela ocasião, sobre o Pe. Pio, eu só sabia que ele vivia e tinha
os estigmas: nada conhecia dos acontecimentos lá sucedidos e
relatados. Experimentava um grande desejo de ver este homem com fama
de santidade, antes de morrer. Como tudo acontecesse por milagre, eu,
apesar de prestes a morrer, pude empreender a viagem: para mim dava
no mesmo morrer em Viena ou em qualquer lugar na Itália. A viagem a
San Giovanni custou-me muito sacrifício. Quando lá cheguei e o Pe.
Pio, pela primeira vez, lançou um olhar sobre a minha vida, fiquei
profundamente comovido. Segui o conselho de confessar-me com ele,
embora eu soubesse muito mal o italiano.
Após a confissão, ele me
disse muito triste e pesaroso: “O
senhor é um doente incurável, não há como ajudá-lo. Deve
morrer”. Então
me expôs todas as partes doentes do meu corpo, para que eu o
compreendesse bem. Eu estava abalado até o fundo da alma. O Pe. Pio
sabia de tudo. Quem realmente lhe disse? Depois duma grande pausa,
falou: “Não, o
senhor não vai morrer!”
Ele mo deu a entender novamente com a mão e, ademais, explicou: “Eu
tomarei sobre mim todas as suas dores e sofrimentos e o senhor ficará
são”. A estas
palavras fiquei tão perplexo que não pude dizer nem um “muito
obrigado” ou “Deus lhe pague”. O Pe. Pio se levantou e saiu do
confessionário, pois eu fora o último penitente. Na noite seguinte,
tive um sonho. Vi dois jovens que traziam o santo capuchinho numa
maca até mim. Ele sofria dores terríveis, nas últimas, a ponto de
morrer. Triste e, apesar disso, bondosamente ele me olhou e me deu a
entender como se dissesse: “Olhe
para mim! Eu devo tomar sobre mim as dores mortais que lhe tirei e,
por isso, estou nos últimos instantes”.
Desde este momento, recuperei inteiramente a saúde.
POSSESSOS
|
S. Pio em combate |
A Sagrada Escritura fala
minuciosamente destes infelizes. Na vida de muitos santos e de
pessoas com reputação de santidade, como do Santo Cura d’Ars e do
Pe. Pio, se conhecem muitos encontros com possessos do demônio.
Certo dia, trouxeram a San
Giovanni, de caminhão, um homem que já estivera muitos anos num
hospício. No caminho para a igreja, ele se tornou, de repente,
completamente indomável e gritou em voz alta: “Esta
é a casa de Deus, aqui eu não paro, não fico aqui, minha hora está
próxima!” Com
toda a força fizeram-no entrar na igreja; lá ele continuou a gritar
apontando o Pe. Pio, sentado no confessionário: “Ninguém
tem o poder de me expulsar, mas este o tem! Eu tenho medo, tenho
medo!” Depois o
homem foi levado para fora da igreja, pois perturbava as cerimônias
religiosas. O mesmo espetáculo se repetiu no corredor do mosteiro
por onde o Pe. Pio passava. Então ele aconselhou que o levassem ao
vizinho Monte Gargano, à gruta onde tinha aparecido o Arcanjo São
Miguel. Foi o que aconteceu; mas lá também ocorreu o mesmo que em
San Giovanni Rotondo. Os sacerdotes do lugar rezaram o exorcismo, mas
sem efeito. Decepcionados, os homens reconduziram o homem para lá e
procuravam o seu alojamento comum. O possesso, cheio de fúria,
queria precipitar-se da janela. Mal tinha sido contido, queria cortar
as veias, enforcar-se, etc. Na manhã seguinte, com os maiores
esforços, os homens que o acompanhavam puderam levá-lo à igreja;
ele repetia sem cessar as mesmas palavras: “Minha
hora está próxima, minha hora está próxima!”
Uma vez que nada mudou durante a Missa do Pe. Pio, levaram-no à
sacristia. O santo estigmatizado tocou-lhe na cabeça e ordenou:
“Saia daqui!”
No mesmo instante, o homem ficou inconsciente, mas pouco tempo depois
voltou a si e pareceu transformado; tinha ficado livre do espírito
maligno e curado. Informaram os seus parentes a respeito e imensa foi
a alegria deles. Mas o demônio não dorme, como diz o povo. Meio ano
depois, o espírito das trevas cochichou aos seus ouvidos: “Está
seguro de que eu estou fora de você?”
Ele pensou: “Claro
que sim, eu estou novamente normal!”
O demônio levou-o à discórdia e, neste estado, ele se dirigiu a
uma cartomante. Deste momento em diante, ficou possesso outra vez. O
homem, que era italiano e não sabia bem língua nenhuma, exprimia-se
agora perfeitamente em alemão. Quando o levaram novamente ao Pe.
Pio, este disse cheio de compaixão: “Como
você se entende com o seu novo capitão?”
Realmente, ele tinha em si a alma condenada dum capitão alemão.
Desta vez, o santo capuchinho não livrou o possesso, embora muitas
vezes isto não se compreenda. Mas o Pe. Pio faz sempre a vontade de
Deus.
Certa vez, um casal levou a
sua filha de nove anos ao Pe. Pio, porque ela estava, no parecer dos
médicos, gravemente doente dos nervos. Ela tinha acessos de raiva em
que agredia os seus pais e cuspia neles. Nenhum medicamento servia
contra isto. O Pe. Pio, a pedido deles veio até a menina no passeio
do mosteiro, tomou-a pelos pulsos, sacudiu-a levemente e disse depois
com voz firme: “O
que faz por aqui? Olha, que vai desaparecer!”
Após alguns momentos de desmaio, a criança se transformou à
semelhança dum anjo. Ela tivera um demônio em si, o qual foi
expulso com algumas palavras do Pe. Pio.
Na igreja de San Giovanni se
encontrava uma senhora a sua filha. Subitamente, esta gritou: “O
demônio me envolve, me puxa, me arrasta, ele quer contrair amizade
comigo, quer arrebatar-me para o inferno! Eu não quero, não quero!”
Com um grito de partir o coração, invocou a Mãe de Deus que se
dignasse de ajudá-la. Depois virou-se para o Pe. Pio, sentado no
confessionário e falou com voz comovente: “Diga
apenas uma só palavra e ficarei salva!”
Ele, porém, não o fez. A polícia levou a menina para fora da
igreja, porque perturbava os atos religiosos. Assim respondeu o santo
estigmatizado à pergunta feita porque não tinha ajudado a menina:
“É uma santa
criatura e deve suportar o espantoso fardo da possessão diabólica
para salvar aquelas almas que voluntariamente se uniram ao demônio.
Deve, ainda, aguentar este sofrimento por alguns anos!”
Para nós, fatos como este são um mistério, não o são, porém,
vistos à luz de Deus.
Certo dia, quando se rezava o
terço na igreja da San Giovanni, uma senhora começou a latir como
um cão. Era inteiramente aleijada e só podia andar a muito custo.
Um sacerdote levou-a para fora da igreja. Sentou-se então numa
cadeira colocada na praça da igreja. Tocaram-na com objetos sagrados
e ela ficou furiosa como uma fera e lançava pragas medonhas.
Conduzida ao passeio do convento, o Pe. Pio se comoveu ao passar por
ela. Nisto, a mulher gritou, como se estivesse no fogo. Ele, porém,
lhe disse: “Ah!
Está aqui, Satanás!”
Então o santo capuchinho aconselhou a levá-la ao Monte de São
Miguel, o que se fez. Lá, quando os padres rezaram o exorcismo sobre
ela, o demônio gritou: “Esta
eu não deixo! Se eu a deixar, devo abandonar mais outros cinco!”
Com um grito terrificante, ela desmaiou e ficou como morta no chão.
A seguir, tentativas para reanimá-la foram frustradas. Então uma
vida nova lhe sobreveio; aprumou-se e gritou: “Eu
vejo uma luz divina”,
exclamando depois: “Ah,
o Pe. Pio está aqui!”
Também os circunstantes viram o Pe. Pio. Logo em seguida, ficou de
pé; as deformações do seu corpo tinham desaparecido e ela estava
sã. Radiante de felicidade voltou para a casa e escreveu a um
conhecido que os seus cinco filhos se haviam convertido
instantaneamente com a sua cura.
Três filhos trouxeram a sua
mãe possessa à igreja de San Giovanni. Ela está furiosa e gritava
espantosamente. Visto que Pe. Pio distribuía a Comunhão,
precisamente naquele momento, ele ordenou que a afastassem da igreja.
Mas os filhos não quiseram e deixaram a mãe naquele estado. Pouco
depois, o Padre elevou o Corpo de Nosso Senhor e O manteve no alto,
dizendo com toda a energia: “Agora
chega, você já a torturou bastante!”
No mesmo instante, o demônio saiu da pobre mãe e ela ficou curada.
Levaram três mulheres duma
cidade italiana ao Pe. Pio. Da primeira, gritou o demônio: “Eu
sou o pai desta criança. Uma vez que eu nunca quis a criança e
sempre praguejava contra isto, quando morri, entrei nesta mulher”.
Um outro demônio na mesma mulher se deu a conhecer com as seguintes
palavras: “Eu não
sou a sua mulher legítima, mas a sua companheira”
e, ademais, disse em tom de zombaria: “Fui
condenada só por ter cometido muitos pequenos homicídios”
(abortos). Da segunda, gritou o espírito maligno; “Eu
sou a avó. Devido à minha vida desregrada e também à de minha
neta, eu pude, depois de morta, tomar posse dela”.
Mais um demônio ainda se apresentou: “Eu
estou condenado faz aproximadamente um milênio: nesse tempo, eu
sofri alguma coisa! Se eu pudesse outra vez voltar ao mundo, eu
cuidaria de ter as mãos tão puras como as do senhor, Padre”.
Ao ser interrogada a terceira mulher, sobre quantos demônios estavam
nela, a resposta foi: “Legião”.
E, zombeteiro, acrescentou o espírito das trevas: “Para
avaliar o nosso número, você precisaria duma calculadora”.
O Pe. Pio diz frequentemente
que a ninguém é lícito desejar mal a um homem ou amaldiçoá-lo.
Um moço conheceu uma jovem. Mesmo quando teve dela um filho natural,
não se quis casar. Por isso, ela, enraivecida, disse ao pai de seu
filho: “Você vai
morrer na vala da estrada”.
Muitos anos depois, o homem passava de bicicleta por uma região.
Sentindo-se mal, desceu e sentou-se à beira duma vala. E lá morreu.
As pessoas lembraram-se da praga rogada que se cumpriu exatamente.
Uma senhora de 86 anos estava
próxima da morte. Ela amava todos os seus filhos, menos uma filha.
Esta nunca a quisera, sempre lhe causava prejuízo e ainda a
amaldiçoara perto de morrer. Infelizmente, esta praga se realizou
inteiramente. Quando contaram o fato ao Pe. Pio, ele olhou para longe
e empalideceu. Provavelmente, pôde ver a mãe falecida, que, na
eternidade, não haveria de passar bem. Depois respondeu: “Diga
à pobre senhora que ela deve rezar muito. Eu também vou rezar com
ela para que possamos abrandar o Coração de Nosso Senhor a fim de
que lhe suprima e apague esta maldição ainda vigente, de sorte que
desapareça”.
Uma professora tinha um grande
anseio. Contudo, como a sua oração não obteve pronto atendimento,
ela conjurou o demônio a ajudá-la e, além disso, lhe prometeu a
sua alma. Pouco tempo depois, encontrou ajuda para a realização do
seu desejo. Todos os domingos ela visitava cinco igrejas e cinco
vezes ia receber a Comunhão. Cada vez tirava rapidamente a sagrada
Hóstia da boca e a escondia no sapato, pisando-a com força o dia
inteiro. Dentro de poucos dias estava possessa de 5 demônios; desde
então se passaram 35 anos e ainda hoje ela continua assim; causou
também muitas desgraças aos homens e, mais ainda, não quer ficar
livre do demônio. Sobre este caso, disse o Pe. Pio: “Não
se aproximem dela; é muito perigosa! Poderá ser libertada somente
se alguém der a vida por ela e, mesmo assim, se ela quiser”.
Uma outra senhora está
possessa há mais de 30 anos por se ter metido com o espiritismo
(movimento das mesas). O Pe. Pio não a livrou do demônio, mas
tornou a sua situação mais suportável. A causa disto é um
mistério.
Uma senhorita ficara possessa
por própria culpa e o espírito maligno a excitava terrivelmente. Um
sacerdote ofereceu a sua vida por ela e, pouco depois, morreu. No
mesmo momento ela ficou livre do demônio.
Muitas mulheres de má vida
estão possessas dos espíritos malignos e, ocasionalmente, também
aqueles que pecam com elas. Os demônios da luxúria estão entre os
mais fortes espíritos do mal. Por meio deles se originam também
brigas, ciúmes e até assassínios.
Um jovem queria desposar uma
moça já noiva de outro. Visto que ela não lhe deu ouvidos, ele lhe
rogou várias pragas para quando a moça estivesse diante do altar
para contrair matrimônio. Entre aquelas, ele lhe desejou que um raio
caísse e reduzisse a sua herdade a cinzas. Sete anos depois tudo
isso se realizou. Quando o moço morreu, a irmã da senhora, que ele
tinha amaldiçoado naquela ocasião, ficou possessa dele. A irmã
então assumiu todas as características do moço falecido e teve que
sofrer muito com isso. Quando ela foi ao Pe. Pio, este não a livrou
da possessão. Isto constituiu também um mistério; ele só faz o
que for a vontade de Deus.
Certa vez, quando o santo
capuchinho ainda celebrava a Missa mais cedo ao ar livre, ao subir os
degraus do altar, ouviram-se, com frequência, altas vozes como se
fossem latidos de um cão. O demônio gritava dentro dos possessos:
“Tenho medo, tenho
medo! Este tem poder de nos expulsar!”
Uma senhora, em reparação
por aqueles que, voluntariamente estão unidos ao demônio, ficou
possessa de muitos espíritos malignos, para a salvação daquelas
pessoas. Quando, na procissão de Corpus
Christi, o
Santíssimo Sacramento passou por sua casa, os demônios dentro dela
vociferaram: “O
Altíssimo ordenou: diante d'Ele se dobre todo o joelho no céu, na
terra e no inferno!”
A senhora se ajoelhou tão profundamente que a terra estremeceu. Uma
prova magnífica da presença de Jesus no Santíssimo Sacramento do
Altar! Isto não constitui uma vergonha para muitos cristãos do
nosso tempo? Sobre aquela senhora, disse o Pe. Pio que ela devia
ainda suportar o seu terrível sofrimento por muitos anos ainda para
salvação de numerosas almas imortais.
Há famílias e casas sobre as
quais estão suspensas maldições terrificantes. Elas provêm dos
próprios pais, filhos, avós, inimigos ou homens maus. Somente com
muita oração, reparação e boas obras, as pragas podem ser
abolidas.
Perto dum possesso se rezou:
“Ó meu Jesus,
perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para
o céu...”. A
estas palavras, gritou o demônio dentro do energúmeno: “Não
todas, não todas, eu quero também ficar com algumas!”
Em vista disso, podemos concluir quão valiosa é esta oração que a
querida Mãe de Deus nos ensinou em Fátima. A alguns presentes, o
demônio gritou: “Ai
de vocês, se eu vier às suas casas, vou fazer-lhes ver certas
coisas!”
Realmente, alguns tinham a casa toda remexida, mas um só não.
interrogado a respeito, assim se exprimiu o demônio: “Você
tinha sobre a porta da entrada a imagem da bela Senhora; ela não me
deixou entrar”.
Não foi em vão que os nossos antepassados colocavam, à porta da
entrada das casas, estátuas e quadros da querida Mãe de Deus.
A SANTA MORTE DO PE. PIO
|
S. Pio sendo pranteado |
O Pe. Pio, nosso muito amado
Pai espiritual, constitui, no seu heroico amor de Deus e do próximo,
um exemplo singular e luminoso para nós. Na humildade e obediência,
na oração e penitência, nos seus dolorosos sofrimentos tão amados
por ele e, especialmente, com as suas 5 chagas sagradas, que, para
ele, eram chamas do Amor Divino, passava e aproveitava os dias de sua
vida para a maior glória de Deus e a salvação de muitas almas
imortais.
A 6 de setembro de 1968,
quando em Essen (Alemanha), num Katholikentag duvidoso, um grito de
“crucifica-o!”,
foi levantado contra Paulo VI, o Pe. Pio ofereceu a sua vida como
reparação ao Deus onipotente por terem tantos católicos negado a
devida obediência ao representante de Cristo. Nesta mesma ocasião,
o Pe. Pio escreveu mais uma vez ao Santo Padre: “Eu
sei que o vosso coração sofre muito nestes dias pelo destino da
Igreja, mas de modo especial pela falta de obediência para com o
Magistério, que Vossa Santidade exerce com a assistência do
Espírito Santo e em nome de Deus. Eu vos ofereço a minha prece e o
meu sofrimento como pequena mas sincera contribuição do último dos
vossos filhos, a fim de que o Senhor, com a Sua graça, o console e
que vós possais prosseguir no reto e fatigante caminho da defesa da
Verdade eterna, invariável, mesmo na mudança dos tempos. Eu vos
agradeço pela palavra clara e decidida que proferistes na última
encíclica Humanae Vitae, e renovo minha fé, minha obediência
incondicional em relação às vossas diretivas. Queira o Senhor da
Verdade lhe proporcionar o triunfo”.
O Pe. Pio, nascido a 25 de
maio de 1887 em Pietrelcina (sul da Itália), entrou na Ordem dos
capuchinhos e foi ordenado sacerdote a 10 de maio de 1910. Por
especial graça de Deus, ele recebeu, a 20 de setembro de 1918, as
cinco chagas sagradas que ele trouxe durante 50 anos; no dia 20 de
setembro de 1968, se festejou o jubileu de ouro deste acontecimento.
Num Domingo, 22 de setembro, o Pe. Pio cantou a Missa solene com as
forças que se extinguiam. Antes ele disse que esta seria a sua
última Missa. Alguns dias mais cedo, ele benzeu a sua sepultura e
falou ainda muitas coisas. Na segunda-feira, 23 de setembro de 1968,
o seu muito amado Senhor e Mestre, que ele pôde ver frequentes vezes
na sua vida, o levou para junto de si na eterna glória dum modo
inesperado para nós. Com muito amor ele abençoou ainda os seus
diletos filhos espirituais espalhados pelo mundo inteiro. Quando
elevou a sua mão para abençoar, disse as suas últimas palavras:
“Eu vou para o Pai
no céu!” A 26 de
setembro, os seus restos mortais foram acompanhados por um grande
grupo de clérigos e uma imensa multidão de peregrinos para o eterno
descanso na cripta da nova igreja do convento de San Giovanni. O
santo capuchinho oferecera a sua vida em reparação pela
desobediência de muitos católicos.
Seguem agora, resumidamente,
algumas notícias (de jornais) extraídas de “A Gazeta” de Bari.
O Pe. Pio está morto. Seu
coração cessou de bater às 2 h. 34 min. desta madrugada duma
deficiência imprevista da circulação. Tinha 81 anos de idade.
Ontem ainda, às 17 horas tinha assistido às Vésperas, o que ele
faz pelos seus filhos espirituais, espalhados por todo o mundo.
Estava mais pálido do que habitualmente. Desde a manhã, quando
celebrava a Missa do jubileu dos estigmas, ele já sofria muito. O
sacerdote que tinha pregado a bondade e a misericórdia morreu como
tinha vivido abençoando a todos, seus confrades, o seu médico
particular, ajoelhados à volta do seu leito e da sua cela, bem como
todos os seus filhos espirituais.
Da torre do convento, o sino
anunciou o lutuoso acontecimento, para reunir o povo que tanto amava
o Pe. Pio, a fim de rezar e pranteá-lo.
O santo estigmatizado foi
levado à igreja pela manhã. Milhares de peregrinos se dirigiram até
lá, rezando e chorando, de dia e de noite até a hora do seu
sepultamento. Aviões especiais vieram de todo o mundo. Numa
quinta-feira, 26 de setembro de 1968, ocorreu o seu sepultamento às
15 horas. Os restos mortais do Pe. Pio foram conduzidos da igreja
através de San Giovanni Rotondo e trazidos de volta à mesma. O
percurso durou aproximadamente 4 horas e foi acompanhado por 3.000
sacerdotes e 100.000 peregrinos. Um jornal escreveu: “Adeus,
padre santo de Monte Gargano!”
O Pe. Pio foi sepultado no subsolo da igreja. Um mar de flores o
cercava, o último sinal visível dos seus amados filhos espirituais.
Com o sepultamento dos restos
mortais do santo capuchinho começou a peregrinação à cripta de
Santa Maria delle Grazie em San Giovanni Rotondo. Nós presenciamos
sacerdotes e peregrinos diante do túmulo do santo estigmatizado num
vaivém contínuo.
Até aqui o noticiário dos
jornais.
No dia de seu enterro foram
anunciadas duas grandes curas repentinas.
O mundo ficou mais pobre, sem
um sacerdote afamado pela sua santidade, e o céu se tornou mais rico
com um grande santo. Magnífica será a sua recompensa e glória no
céu. Agora ele pode gozar das delícias e alegrias celestes numa
medida superabundante e permanecer junto do seu muito amado Senhor e
Mestre e da sua Mãezinha do céu , da sua “Mamma”, como ele
chamava a Santíssima e Imaculada Virgem Maria, Mãe de Deus.
O santo estigmatizado passou
50 anos em sofrimentos indizíveis, num martírio diário que ele
experimentava durante a Santa Missa, num ilimitado sacrifício de
amor.
O Pe. Pio não nos abandonou,
pelo contrário, ele está mais perto de nós, do que então, pois
não carrega mais o pesado fardo dum corpo mortal; ele apenas nos
precedeu para ser um intercessor mais poderoso junto ao trono de
Deus.
Nós queremos, de agora em
diante, testemunhar-lhe o nosso amor por meio duma vida exemplar,
para que, um dia, estejamos unidos com ele na morte e depois com ele
também possamos louvar, exaltar, adorar e glorificar a Deus por toda
a eternidade.
Pe. Pio, fiel servo de Deus,
rogai por nós!
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