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A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
A SERVIÇO DO CATOLICISMO
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Como Carmelita, rezo os Salmos durante a semana na seguinte sequência: 62, 2-9; Dn. 3, 57-88.56; 118, 1-16; 109, 1-5.7; 111; 118, 17-32; 5, 2-10.12-13; 95; 118, 33-49; 122; 123; 118, 49-56; 149; 41; 118, 65-80; 130; 137; 118, 81-96; 145; 91; 118, 97-112; 26, 1-14; ; 118, 113-120; 97; 22; 118, 129-144; 29; 31; 142, 1-11; 50; 99; 118, 145-160; 120; 40; 45; 56; 8; 118, 161-176; 112; 138; 129. Sintetize-me essas leituras e diga-me quais ensinamentos morais que elas estão enriquecidas, e quais elevações espirituais que elas me inspiram?
Abaixo segue uma síntese espiritual condensada de todo o conjunto de salmos que você reza durante a semana, com seus ensinamentos morais e elevações espirituais carmelitanas.
Procurei integrar a unidade interior que se forma quando esta sequência é rezada como caminho de alma — sobretudo segundo a espiritualidade do Profeta Elias e da tradição mística carmelita.
1. Síntese Geral das Leituras
A sequência inteira dos salmos que você reza cada semana descreve, poeticamente, o itinerário completo da alma diante de Deus:
A manhã da alma (Sl 62): sede, ardor e busca apaixonada de Deus.
A criação em louvor (Dn 3): o cosmos inteiro como templo aberto.
A Lei interior (Sl 118): passo a passo, o coração é educado e purificado.
O combate da fé (Sl 109; 111; 5; 95): discernimento e confiança em meio às provações.
A peregrinação (Sl 122–130): a alma caminha para o Monte do Senhor.
O exílio e a dor (Sl 137; 22): lágrimas que se transformam em clamor confiado.
A realeza de Deus (Sl 97; 99; 145): contemplação jubilosa do domínio divino.
A noite espiritual (Sl 41; 130; 142): gemido, espera e silêncio purificador.
A obediência amorosa (Sl 26; 40; 50): entrega absoluta da vontade.
A vitória pascal (Sl 149; 112; 138; 129): Deus exalta os humildes e derrota o mal.
A sabedoria madura (Sl 118 inteiro): a alma se torna plenamente configurada à Palavra.
No conjunto, esta cadeia forma um ofício de transfiguração, em que o fiel passa:
da sede → ao louvor → à purificação → à provação → à confiança → à contemplação → à noite escura → à oração pura → à unificação interior.
É um itinerário tipicamente carmelitano, paralelo ao de Elias:
busca
ardente → caverna → silêncio → fogo interior → missão.
2. Ensinamentos Morais Contidos nos Salmos
1. Retidão de vida e pureza de intenção
Os salmos insistem no:
amor à verdade (Sl 26; 31; 41),
rejeição do mal (Sl 5; 109),
vigilância contra a duplicidade de coração (Sl 118 inteiro).
A moral aqui é clara: a integridade interior é o fundamento de toda experiência de Deus.
2. Obediência amorosa à Lei de Deus
O Sl 118 atravessa toda a semana como fio vermelho: ele ensina paciência, constância, fidelidade, disciplina da vontade.
Moralmente: a santidade se dá na perseverança humilde e cotidiana.
3. Justa confiança e abandono na Providência
Salmos como 62; 130; 91; 137; 142 mostram:
aceitar a fragilidade,
entregar a luta a Deus,
renunciar ao controle.
A moral é: não viver pela força, mas pela confiança.
4. Caridade concreta e misericórdia
Salmos sapienciais (Sl 111; 112; 45; 145):
exortam à generosidade,
à justiça,
à defesa dos pobres.
Ensinamento moral: a contemplação verdadeira gera obras de amor.
5. Humildade e verdade no arrependimento
Sl 50; 40; 31 revelam que:
o pecado reconhecido é porta de misericórdia,
a humildade atrai o Espírito.
A moral: a vida espiritual cresce na verdade diante de Deus.
3. Elevações Espirituais Que Estes Salmos Inspiram
A sequência inteira é um “tratado místico em forma de oração”.
Eis
as elevações espirituais que ela naturalmente desperta:
1. Sede ardente de Deus (Sl 62).
O primeiro movimento é totalmente interior: um desejo que ultrapassa o mundo.
Elevação: orar não por obrigação, mas por fome da Presença.
2. Contemplação cósmica (Dn 3).
O louvor das criaturas leva a alma à pureza da oração simples.
Elevação: ver Deus em tudo, e tudo em Deus — segundo a tradição de Elias no Horeb.
3. Configuração à Palavra (Sl 118).
Cada bloco do salmo modela uma dimensão da alma:
memória,
intelecto,
vontade,
afetos,
discernimento.
Elevação: a alma torna-se “tábua escrita pela Lei do Espírito”.
4. Combate interior e vigilância (Sl 5; 109).
Os inimigos exteriores simbolizam os movimentos desordenados internos.
Elevação: discernimento dos espíritos: distinguir o que vem de Deus, do ego e do inimigo.
5. Purificação pela confiança (Sl 95; 122–130).
Os salmos de peregrinação ensinam paciência na travessia da própria tibieza.
Elevação: aceitar ser conduzido sem ver — fé pura.
6. Mística da noite e do exílio (Sl 41; 137; 142; 130).
Aqui a alma entra no lugar dos santos carmelitas:
ausência sensível,
aparente abandono,
lágrimas transformadas em oração.
Elevação: abraçar a noite como lugar onde Deus realiza sua obra secreta.
7. Adoração jubilosa e contemplação (Sl 91; 97; 99; 145).
Depois da noite vem a luz: a alma contempla Deus não no sentir, mas no ser.
Elevação: adoração silenciosa, sem imagens, pura, eliana.
8. Comunhão nupcial e oblação (Sl 26; 40; 45).
A alma oferece sua vida inteira como sacrifício.
Elevação: oração de abandono: “Eis-me aqui; eu vim para fazer a tua vontade”.
9. Liberdade interior e vitória espiritual (Sl 149; 112; 138; 129).
A alma experimenta a força de Deus que age nos pequenos.
Elevação: alegria espiritual, confiança firme e ação apostólica humilde.
10. União estável e permanente com a Palavra (Sl 118, bloco final).
A semana culmina na maturidade espiritual: o coração está unificado.
Elevação: transformação da alma em lugar de morada: “Sede perfeita em mim a tua vontade, ó Senhor”.
Conclusão Espiritual Carmelitana
Esta sequência de salmos é, na verdade, uma Escada de Elias:
Procura
Louvora
Escuta
Purificação
Combate
Confiança
Noite
Contemplação
Oblação
União
É exatamente o caminho descrito por Santa Teresa e São João da Cruz — um itinerário de transformação em Deus.
✠
Componha-me uma catequese mística desta sequência,
A seguir apresento uma Catequese Mística da Sequência de Salmos que você reza durante a semana. Ela é estruturada como um caminho interior, profundamente alinhado com o espírito carmelitano e com o itinerário do Profeta Elias.
CATEQUESE MÍSTICA DA SEQUÊNCIA DE SALMOS
1. A Sede Inaugural — Sl 62, 2-9.
A vida espiritual começa com sede, não com méritos.
Quando
o salmista clama “a minha alma tem sede de Ti”,
a alma reconhece que não vive de si mesma, mas de um Outro.
O
Carmelita inicia sempre daí: desejo
despertado pelo Espírito,
que abre a alma para a oração pura.
A
sede é graça, e quem a acolhe encontra Deus antes mesmo de
procurá-Lo.
2. O Louvor Cósmico — Dn 3, 57-88.56.
A alma sedenta descobre que toda a criação canta.
O
cântico dos três jovens não é ornamento poético: é a revelação
de que o mundo inteiro é templo.
O
Carmelita aprende aqui a oração
simples, aquela que vê
Deus em tudo e tudo devolve a Deus.
A
alma se acostuma com o louvor — respira-o, deixa-se levar pelo
ritmo do universo adorante.
3. A Escola da Palavra — Sl 118 (1-16; 17-32; 33-49; 49-56;
65-80; 81-96; 97-112; 113-120; 129-144; 145-160; 161-176).
Este salmo acompanha a semana como um mestre de interioridade.
Cada
estrofe educa uma dimensão da alma:
memória: recordar as obras de Deus;
intelecto: compreender os caminhos do Senhor;
vontade: escolher o bem;
afetos: purificar desejos;
alegria: encontrar doçura na Lei;
firmeza: permanecer nas provas;
discernimento: distinguir o que liberta do que escraviza;
liberdade interior: alegrar-se com a vontade divina.
O
Carmelita aprende que a
Palavra é forno:
purifica, ilumina, transforma, unifica.
No fim do salmo, a alma
já não busca leis, mas o
Legislador.
4. O Combate Espiritual — Sl 109, 1-5.7; Sl 5, 2-10.12-13.
Surge então a batalha. Os “inimigos” dos salmos não são pessoas, mas forças interiores: orgulho, ira, tristeza, desordem, dispersão.
O
Carmelita, como Elias diante dos profetas de Baal, aprende a nomear
seus ídolos:
tudo o que ocupa o espaço que pertence a Deus.
O combate espiritual não é luta tensa, mas vigilância humilde: “Senhor, guia-me pela vossa justiça”.
5. A Confiança Filial — Sl 95; Sl 91.
Depois da luta, a alma descansa em Deus.
O
Sl 95 recorda que o coração pode endurecer; o Sl 91 revela que Deus
guarda quem n’Ele habita. Aqui nasce a confiança pura: nada
me acontece fora do amor do Senhor.
É
o abandono teresiano: “Só
Deus basta”.
6. A Peregrinação Interior — Sl 122; 123; 130; 145; 129.
A alma entra na via do peregrino.
No Sl 122, ela sobe espiritualmente a Jerusalém.
No Sl 123, levanta os olhos para o Senhor como servo que espera.
No Sl 130, mergulha na esperança desde o abismo.
No Sl 129, aprende que a misericórdia é seu único título.
O Carmelita caminha para o Monte de Deus não pelos pés, mas pelo coração. Toda a vida se torna travessia, êxodo, êxtase.
7. A Noite e o Exílio — Sl 41; Sl 137; Sl 142.
Agora a alma entra no ponto decisivo: a noite espiritual.
No Sl 41: lágrimas tornam-se alimento;
No Sl 137: sente-se exilada;
No Sl 142: experimenta desolação, aridez, impotência.
Mas nessa noite, a alma encontra o modo divino de agir: Deus trabalha quando o homem não vê.
Aqui
vive-se o Horeb: não no vento, nem no terremoto, nem no fogo… mas
na voz de um silêncio sutil.
O Carmelita aprende a orar com ela.
8. A Oblação Amorosa — Sl 26, 1-14; Sl 40; Sl 50.
Purificada pela noite, a alma começa a oferecer-se totalmente.
No Sl 26, pede para “habitar na casa do Senhor”;
No Sl 40, declara-se pronta: “Eis que venho”;
No Sl 50, reconhece com humildade: “Um coração contrito não desprezareis”.
Aqui a vida deixa de ser posse e torna-se sacrifício vivo, totalmente entregue.
9. A Contemplação Jubilosa — Sl 97; 99; 145.
Depois da entrega nasce a luz contemplativa.
A
alma experimenta Deus não como consolo, mas como realeza:
Ele é o Rei (Sl 97; 99).
Ele é bom para com todos (Sl 145).
A oração torna-se simples, silenciosa, estável. A alma vê Deus não pelo sentir, mas pelo ser.
Este
é o estágio de Elias após o silêncio do Horeb: o
profeta permanece diante de Deus com o coração unificado.
10. A União Interior e a Alegria Espiritual
— Sl 112; 138; 8; 29; 31; 45; 56; 149.
Aqui surgem os frutos:
gratidão,
louvor,
alegria,
fidelidade,
paz interior,
confiança absoluta.
O Carmelita experimenta a promessa: “O Senhor sustenta o justo”.
O
louvor se torna habitual, quase espontâneo. A alma vive na presença
de Deus mesmo em meio às obras.
É o Elias que volta do Horeb para a missão: recolocando tudo no eixo da vontade divina.
✠
Organize-me esta sequência mística-moral
em forma de exame de consciência,
A seguir apresento um Exame de Consciência Carmelitano baseado na sequência místico-moral dos salmos que você reza durante a semana. Ele está organizado como itinerário espiritual: cada etapa corresponde a um movimento interior revelado pelos salmos.
Use-o lentamente, com pausas, sem pressa — como quem deixa a Palavra iluminar zonas escondidas da alma.
EXAME DE CONSCIÊNCIA CARMELITANO
segundo a sequência dos Salmos
1. Sede de Deus — Sl 62.
Minha alma realmente deseja Deus, ou me contento com o mínimo?
Inicio meus dias com fome da Presença, ou com indiferença e distração?
Alguma criatura, hábito ou apego ocupa o lugar que deveria ser exclusivo de Deus?
2. Louvor e Pureza de Olhar — Dn 3.
Tenho um olhar puro que reconhece Deus nas criaturas?
Critico mais do que louvo?
Minha relação com o mundo é de adoração ou de posse?
Percebo minhas responsabilidades como parte da liturgia cósmica?
3. Amor à Palavra e Docilidade — Salmo 118 (várias seções)
Memória (1–16).
Recordo as obras de Deus?
Minha memória espiritual é grata ou ingrata?
Vontade (17–32; 33–49).
Minha vontade resiste à vontade de Deus?
Deixo-me educar pela Palavra ou justifico minhas próprias escolhas?
Pureza dos afetos (49–56; 65–80).
Meus afetos são ordenados, transparentes, humildes?
Tenho apegos e sensibilidades que enfraquecem minha liberdade interior?
Perseverança na provação (81–96; 97–112).
Fujo das cruzes?
Reclamo de Deus quando Ele purifica?
Dou escândalo ao desanimar facilmente?
Discernimento e reta intenção (113–120; 129–144; 145–160).
O que busco realmente quando faço o bem: a glória de Deus ou a minha?
Sei distinguir entre inspirações de Deus e impulsos do ego?
Unificação do coração (161–176).
Meu coração é uno ou dividido?
Vivo na presença de Deus ou disperso na superfície da vida?
4. Combate Espiritual — Sl 5 e 109.
Nomeio com sinceridade meus “inimigos interiores”? (orgulho, vaidade, rancor, melancolia, vícios secretos…)
Tenho tolerado hábitos que me afastam de Deus?
Cultivo vigilância ou negligência?
Minha vida espiritual tem clareza ou auto-engano?
5. Confiança e Abandono — Sl 95 e 91.
Endureci meu coração diante das provações?
Confio realmente que Deus cuida de mim?
Vivo inquieto, ansioso, dominado pelo controle?
Meu abandono é real ou apenas palavras?
6. Peregrinação Interior — Sl 122; 123; 130; 129.
Vivo como peregrino ou como quem se instalou neste mundo?
Meu olhar volta-se para o Senhor ou para minhas seguranças pessoais?
Tenho esperança, mesmo quando tudo parece perdido?
Apoio-me na misericórdia ou na auto-suficiência?
7. A Noite e o Exílio — Sl 41; 137; 142.
Aceito a aridez como purificação?
Sou paciente na desolação ou busco consolos imediatos?
Entrego a Deus minhas lágrimas ou murmuro?
Reconheço que Deus trabalha no silêncio, mesmo quando não sinto nada?
8. Oblação e Sacrifício Interior — Sl 26; 40; 50.
Minha vida é doada ou centrada em mim?
Digo com verdade: “Eis-me aqui, Senhor”?
Há resistências à vontade de Deus que escondo de mim mesmo?
Meu arrependimento é profundo, humilde, sem desculpas?
9. Contemplação e Adoração — Sl 97; 99; 145.
Adoro a Deus pelo que Ele é ou apenas pelo que me faz sentir?
Permaneço em silêncio diante de Deus?
Minha oração busca consolos ou busca a Deus?
Aceito sua realeza sobre toda minha vida?
10. União Interior e Alegria Espiritual
— Sl 112; 138; 8, 29; 31, 45; 56; 149.
Minha vida transborda gratidão e louvor?
Vejo a mão de Deus em tudo o que vivo?
Minha alegria vem do Espírito ou de circunstâncias?
Testemunho Deus com serenidade e coragem?
Vivo reconciliado, inteiro, disposto a fazer o bem?
Exame Final
(síntese de Elias)
Procuro Deus acima de tudo?
Obedeço com amor?
Aceito as purificações?
Sou humilde e verdadeiro diante de Deus?
Vivo em oração contínua?
Permito que Deus seja tudo e eu nada?
✠
Componha-me uma oração final carmelitana
para acompanhar o exame.
Aqui está uma Oração Final Carmelitana para acompanhar o exame de consciência baseado na sequência dos salmos.
Ela
é escrita no estilo simples, profundo e totalizante da
espiritualidade de Elias, de Santa Teresa e de São João da Cruz.
ORAÇÃO FINAL CARMELITANA
após o exame de consciência
Senhor, Deus vivo,
que me chamastes à vossa presença
e sondastes as profundezas do meu coração,
recebei agora este exame que fiz diante de Vós.
Purificai, com o vosso Espírito,
tudo o que em mim permanece dividido,
tudo o que resiste à vossa luz,
tudo o que ainda busca a si e não a Vós.
Dai-me um coração de pobre,
livre de aparências,
pronto a obedecer-vos na sombra e na luz.
Fazei-me
sedento como Elias,
firme na fé como os jovens da fornalha,
perseverante como aqueles que aguardam pela madrugada.
Senhor, que falais
na voz de um silêncio suave,
ensinai-me a entrar nessa paz profunda
onde só Vós sois Deus.
Arrancai
de mim o ruído interior,
desfazendo temores, apegos e ilusões,
para que minha alma viva unificada
sob o vosso único querer.
Transformai minhas lágrimas em oração,
meu desânimo em esperança,
meu pecado em humildade,
minhas fraquezas em lugar de encontro convosco.
E quando vier a noite,
sustentai-me com a vossa mão;
quando vier a provação,
fortalecei-me com o vosso Espírito;
quando vier a alegria,
guardai-me na ação de graças.
Que eu caminhe todos os dias
como peregrino do vosso rosto,
com a Palavra gravada no coração,
com os olhos fixos em Vós,
com os passos firmes na vossa vontade.
E que, purificado e disponível,
eu possa repetir sem medo:
“Aqui estou, Senhor;
fazei de mim o que Vos agradar”.
Amém.
✠
Escreva-me uma Oração de Consagração Carmelitana completa.
A seguir apresento uma Oração de Consagração Carmelitana Completa, escrita no espírito do Profeta Elias, de Nossa Senhora do Monte Carmelo, e da tradição teresiano-joanina.
Ela
é longa, solene e totalizante, própria para ser usada em retiros,
renovação de votos ou momentos de entrega profunda.
ORAÇÃO DE CONSAGRAÇÃO CARMELITANA COMPLETA
Senhor Deus de Abraão, de Isaac e de Israel,
Deus vivo que habitais no silêncio do Monte,
venho hoje, diante de Vós,
oferecer-me inteiramente,
corpo, alma, vontade e coração,
para ser vosso, e somente vosso.
Vós me chamastes a subir ao Carmelo,
terra de profetas e escola de contemplação,
onde Elias ardeu no zelo da vossa glória
e ouviu na fineza do silêncio
a vossa voz mansa e poderosa.
A esse mesmo Carmelo
eu entrego agora a minha vida.
Consagro-vos a minha mente,
para que pense apenas o que é verdadeiro e santo,
para que a vossa Palavra seja
lâmpada que me guia de dia e de noite.
Tirai de mim toda confusão, orgulho e engano,
e gravar em mim a vossa sabedoria humilde.
Consagro-vos o meu coração,
para que seja pobre, livre e inflamado por Vós;
para que nenhum afeto escravizante
me desvie do vosso amor;
para que eu encontre em Vós
meu repouso, minha alegria e minha paz.
Transformai meus desejos, purificai minhas intenções,
conduzi-me a amar sem interesse
e a buscar somente a vossa vontade.
Consagro-vos a minha vontade,
para que não siga meus caprichos,
mas o caminho estreito que leva à vida.
Fazei-me dócil na obediência,
firme na perseverança,
corajoso na fidelidade,
capaz de dizer cada dia:
“Eis-me aqui, Senhor;
eu venho para fazer a vossa vontade”.
Consagro-vos o meu corpo,
templo do vosso Espírito,
para que viva na pureza e na verdade,
para que minhas obras glorifiquem o vosso nome,
para que meus gestos sejam simples
e minhas palavras sempre caridade.
Consagro-vos minhas fragilidades e feridas,
e tudo o que em mim ainda teme a vossa luz.
Transformai minhas quedas em humildade,
meus limites em lugar de encontro convosco.
Que nada em mim permaneça fechado,
que tudo em mim seja vosso.
Consagro-vos as minhas noites espirituais,
quando não vos vejo nem vos sinto,
para que se cumpram em mim os vossos desígnios.
Aceito ser purificado, esvaziado,
conduzido ao deserto,
se assim for preciso para vos possuir a Vós somente.
Fazei de minha alma um Horeb,
onde o silêncio se torna revelação.
E sob a proteção da Virgem do Carmo,
Senhora da Escuta,
Mãe e Rainha deste Monte santo,
entrego-me com plena confiança.
A Ela consagro minha pureza, minha oração,
meu caminho interior, meus passos, meus combates.
Que seu manto me envolva
e me conduza sempre a Cristo,
Fogo vivo que arde sem consumir.
Com o Profeta Elias, proclamo:
“O Senhor é o meu Deus!”
Nada anteponho ao vosso amor,
nada escolho fora da vossa vontade.
Recebei-me, Senhor,
como oferta viva do vosso coração.
Fazei de mim chama na vossa Presença,
servo do vosso silêncio,
testemunha do vosso amor,
morada do vosso Espírito.
E quando terminar esta peregrinação,
conduzi-me à vossa montanha eterna,
onde cantarei para sempre
as vossas misericórdias.
Hoje me consagro,
hoje me entrego,
hoje me uno a Vós,
Deus Vivo do Carmelo.
Amém.
✠
Componha-me um hino carmelitano inspirado nesta oração.
A seguir apresento um Hino Carmelitano inspirado na Oração de Consagração que escrevi acima.
Ele
é composto em estrofes, com ritmo solene e contemplativo, próprio
para canto processional, adoração ou recitação meditativa.
HINO CARMELITANO
“NO SILÊNCIO DO MONTE SANTO”
1.
No silêncio do Monte santo,
onde habita o Deus vivo e fiel,
ouve a alma o suave encanto
da Palavra que desce do Céu.
Fogo eterno, chama pura,
vem, Senhor, tomar meu ser;
como Elias na noite escura,
quero apenas Te conhecer.
Refrão:
Ó
Senhor, sois minha vida,
meu caminho e minha luz!
No Carmelo consagro a alma,
para sempre a Ti, Jesus!
2.
Toma, ó Deus, minha mente errante,
cura o orgulho, a confusão;
faz da sombra luz brilhante,
grava em mim tua instrução.
Seja pura a minha busca,
seja simples meu olhar;
que na voz que não se escuta
eu aprenda a Te escutar.
Refrão:
Ó
Senhor, sois minha vida,
meu caminho e minha luz!
No Carmelo consagro a alma,
para sempre a Ti, Jesus!
3.
Toma o coração cansado,
lava o afeto e o querer;
faz do peito consagrado
viva arca do Teu poder.
Que nenhum desejo impuro
me afaste da Tua paz;
que em Te amar eu seja puro,
e em Te seguir, sempre audaz.
Refrão:
Ó
Senhor, sois minha vida,
meu caminho e minha luz!
No Carmelo consagro a alma,
para sempre a Ti, Jesus!
4.
Toma a vontade vacilante,
dom de terra tão mortal;
faz-me firme e vigilante
no combate espiritual.
Que eu repita a cada dia
a palavra do Teu amor:
“Eis-me aqui, Senhor, confia:
quero ser Teu servidor!”
Refrão:
Ó
Senhor, sois minha vida,
meu caminho e minha luz!
No Carmelo consagro a alma,
para sempre a Ti, Jesus!
5.
Toma o corpo, Tua morada,
lava as obras com Teu ser;
faz-me oferta consagrada,
pão partido no Teu ver.
Tudo entrego, nada guardo,
nada quero sem Teu dom;
pois somente em Ti me aguardo,
ó Deus vivo, ó meu Sion!
Refrão:
Ó
Senhor, sois minha vida,
meu caminho e minha luz!
No Carmelo consagro a alma,
para sempre a Ti, Jesus!
6.
Quando a noite obscurecer-me,
e faltar-me o resplendor,
vem, Senhor, fortalecer-me
com Teu sopro e Teu ardor.
Se o deserto me envolver,
sê meu Guia, minha Paz;
no silêncio do Teu ser
entra a alma e nunca mais.
Refrão:
Ó
Senhor, sois minha vida,
meu caminho e minha luz!
No Carmelo consagro a alma,
para sempre a Ti, Jesus!
7.
Sob o manto imaculado
da Senhora do Carmelo,
meu caminho é iluminado
pelo brilho do Teu zelo.
Mãe e Mestra, guarda a chama
que o Teu Filho me acendeu;
faz arder minha alma e derrama
o perfume que é só Teu.
Refrão:
Ó
Senhor, sois minha vida,
meu caminho e minha luz!
No Carmelo consagro a alma,
para sempre a Ti, Jesus!
8.
E no fim desta jornada,
quando o véu se rasgar enfim,
seja a alma transportada
para o Monte sem ter fim.
Cantarei então, rendido,
teu amor que me chamou:
“És meu Deus, Deus preferido!”
E Elias comigo entoou:
Refrão final:
Ó
Senhor, sois minha vida,
meu caminho e minha luz!
No Carmelo consagro a alma,
para sempre a Ti, Jesus!
✠






