Por
um instante deixemos de lado, a vida, os ensinamentos e a propagação
da religião de Maomé, para entrar no julgamento sereno da sua
doutrina, estudando-a, por parte de seu autor, conforme os princípios
de uma dedução inteligente e lógica.
Há
várias religiões, porém, só há uma religião verdadeira, porque
havendo um só Deus, só pode haver um modo certo de servir a este
Deus.
Como
descobrir a religião verdadeira no meio das numerosas seitas que se
dizem possuidoras da verdade?
É
simples e ao alcance de todos.
1.
Deus é o Criador e o Senhor do homem. Consiste a religião nas
relações entre Deus e o homem e tais relações nasceram no ato
mesmo da criação do homem.
Foi
naquele momento sublime que, dando a vida ao homem, Deus se tornou
seu pai
e o homem se tornou filho
de Deus.
Aquele
que dá a vida, chama-se pai
e aquele que recebe a vida chama-se filho.
Logo,
a religião verdadeira deve ter nascido no próprio berço da
humanidade, junto ao primeiro homem.
2.
A religião verdadeira, sendo obra do pai para com o filho, deve
necessariamente adaptar-se a todas as faculdades do homem: deve ser
luz
para a inteligência, amor
para o coração, força
para a vontade, conduzindo o homem ao seu supremo destino, que é a
felicidade eterna.
3.
Sendo
Deus a própria verdade, a religião, feita por ele, deve ser
coerente e imutável, excluindo absolutamente toda contradição e
toda mudança sucessiva.
Eis
três princípios que nos permitem, sem receio de erros, descobrir a
religião verdadeira.
Apliquemos
agora estes três princípios ao Islamismo, e veremos logo
destacar-se a sua falsidade, por não satisfazer a nenhum destes
requisitos, absolutamente exigidos.
O
Islamismo não nasceu no berço da humanidade, mas proveio dos
ensinamentos de Maomé, que o imaginou, codificou e legou aos homens,
não no começo da humanidade, mas sim, no ano 612, em Meca,
organizando-o no ano 622 em Medina, onde o pseudo-profeta fixou o
centro da sua reforma.
Antes
desta época, não existia nem Alcorão, nem lei maometana. Começou
neste ponto, e não pode passar além.
O
reformador atribui a sua doutrina ao Arcanjo Gabriel. Nada, porém,
tem ele com este Arcanjo, pois a religião deve ser revelada pelo
próprio Deus, e não pelos
Anjos que, sendo eles também servos
de Deus, nenhum poder possuem para estabelecer uma religião divina.
O
Islamismo não pode descer além de Maomé, e nenhuma relação,
nenhuma ligação possui com a religião fundada por Deus,
transmitida por Moisés e os Patriarcas, até chegar a Jesus Cristo,
que realizou em sua pessoa, todas as profecias, e encerrou pelo
Apóstolo São João, o ciclo das revelações divinas autênticas.
Não
chegando até Deus a religião de Maomé, não é uma religião
divina. É obra de seu fundador, uma religião humana, em contradição
com a religião divina.
Logo,
é uma religião falsa.
A
religião verdadeira deve adaptar-se às faculdades do homem, isto é,
deve ser luz, amor e força e conduzir o homem ao seu
destino eterno.
Como
vimos, o islamismo não realiza nenhum destes requisitos.
Não
é luz.
O
islamismo em nada contribuiu para o desenvolto do espírito humano.
Pelo contrário, materializa o espírito, fecha-lhe o horizonte de
uma vida pura, santa, abnegada, que termina na felicidade divina, e
não numa felicidade material como ensina o Alcorão.
O
céu do islamismo oferece o vício como suprema recompensa da
virtude: até haverá palácios,
riquezas, prazeres, mulheres e tudo o que a miséria humana pode
sonhar para conhecer a si mesma e satisfazer os seus instintos
humanos.
Não
é amor.
O
amor divino não figura no Alcorão, nele
existe o medo, o terror,
até a admiração das grandezas e do poder de Deus, nunca o amor. O
amor espiritual, santo, sobrenatural é desconhecido na lei do
pseudo-profeta. Nele
figura somente a
volúpia do prazer, da sensualidade, embrutecido,
aniquilando, deste modo, o amor puro, o amor ideal que Deus semeou no
coração humano. Para o maometano, amar é gozar.
Para o homem espiritual, amar é dar.
Para o islamismo o amor
está no prazer; para o Cristianismo, o amor está em agradar aquele
a quem se ama.
Não
é força.
É
uma violência de guerra, de luta, de conquista pelo fanatismo da
dominação, porém, não é força de vontade pelo bem, pela
virtude, pela grandeza espiritual do homem, pelo seu aperfeiçoamento,
pela realização de um ideal superior.
Tudo
é materializado. O espiritual, a santidade, é um ideal desconhecido
para o islam.
Só
conhece a força bruta da guerra. Ignora a força construtora da
vontade, na virtude.
E
depois, não conduz à salvação eterna. Esta salvação é a
virtude, a
santidade, o heroísmo espiritual, a abnegação própria, o desprezo
dos bens passageiros do mundo.
Tudo
isto não existe no islamismo. Logo, é
uma religião falsa.
O
terceiro requisito, é a coerência e a imutabilidade, partes
essenciais da doutrina divina.
Aqui,
mais ainda do que nos pontos precedentes, a religião de Maomé está
fora de toda apreciação.
Facilmente,
parece que o islamismo podia evitar toda aparência de contradição,
pois, tomou como bagagem intelectual, apenas três dogmas simples e
claros, emprestados à Filosofia: – a Unidade de Deus, a
Imortalidade da Alma e a Sanção na eternidade, do bem e do mal.
Infelizmente,
Maomé fez o seu comentário e as aplicações da sua doutrina, e
neles semeou as contradições, a mãos cheias.
Ele
se apresenta como continuador de Jesus Cristo e o selo do profetas.
Ora,
Jesus declarou que não seria continuado nem completado por ninguém
e que a sua Igreja (doutrina) permaneceria até
a consumação dos séculos,
até ao dia do Juízo Geral.
De
outra parte, salta aos olhos que a obra de Maomé, pela sua moral,
sua doutrinal social e religiosa, não é um progresso, mas um imenso
recuo na doutrina de Jesus
Cristo, como vemos claramente na exposição dos capítulos
anteriores deste estudo.
E
o próprio Alcorão, o livro sagrado do Islã, quantas
incoerências não apresenta!
O
pseudo-profeta o compôs, ou o fez compor do começo até ao fim,
tendo que ser coerente
consigo mesmo. Não soube,
porém, fazê-lo e ele
mesmo o percebia.
Para
se tirar do embaraço, atribuía a São Gabriel esta frase tão
admirável de incoerências e contradição, como é ofensiva e
blasfema a Deus: “Se omitimos um versículo do
Alcorão, ou se apagamos a sua lembrança de teu coração, nós te
trazemos outro melhor ou semelhante”.
Eis
Deus que se corrige a si mesmo, que se completa, que se aperfeiçoa.
Como
consequência, os teólogos muçulmanos retiraram do Alcorão um
certo número de passagens, visivelmente esquecidas. Umas
foram ab-rogadas quanto à letra e ao estudo; não contam mais. São
lapsos divinos,
distrações de Deus, falta de memória de Deus. Outras passagens
foram ab-rogadas quanto à letra, porém, foram substituídas, quanto
ao sentido, por outras semelhantes.
Outras
ainda foram completamente riscadas e canceladas: eram ignorâncias
divinas. Outras, enfim, ficaram no livro, mas ab-rogadas, quanto ao
sentido, constituindo (notem bem isso) as contradições oficialmente
reconhecidas e conservadas…
Há
no Alcorão, 207 versículos que sempre figuram no texto, mas que são
ab-rogados por 93 outros.
O
quinto versículo da Sura 9 ab-roga, ele só, 124 outros. As
revelações ab-rogadas foram substituídas por melhores ou mais
cômodas, as quais, à medida das necessidades, permitiram a Maomé
violar suas próprias leis sobre o Matrimônio, de continuar em nome
de Alá (Deus) os seus
saques, roubos, assassínios e tráficos vergonhosos.
O
próprio profeta se envergonha destas contradições e crimes e
confessa, no Alcorão, a enormidade de seu crime.
Bossuet
havia formulado este princípio seguro: “O que muda é
falso: a verdade não muda”.
O
Islamismo mudou, se contradiz, se corrige; logo, ele
é falso.
Paremos
aqui; é o bastante para uma pessoa sincera, leal, à procura da
verdade, verificar que o Islamismo é uma religião falsa, não é a
religião divina, a única religião verdadeira.
Onde
está esta religião? Já o dissemos: É a religião de Jesus Cristo,
conservada intacta no ensino da Igreja Católica, Apostólica,
Romana.
Só
a religião católica se apoia no berço da humanidade, só ela se
adapta perfeitamente às necessidades do homem; só ela é coerente
em seu ensino e imutável em sua doutrina; só ela tem as promessas
da vida eterna e a certeza da existência perpétua.
Fonte:
Rev. Pe. Júlio Maria, S.D.N., “São Gabriel,
Maomé e o Islamismo”,
Cap. XII, pp. 153-159; 1ª Edição, Editora “O Lutador”,
Manhumirim – MG, 1954.
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