Santa
Zélia Martin
e
o Amor à Igreja,
e
a Eficácia da Oração.
A
nossa Mãe tinha verdadeiro culto pela Igreja, pelo Papa e pelo
Sacerdócio em geral. Afligia-se muito por saber que o Santo Padre
estava exposto a perseguição e prisioneiro no Vaticano. Do mesmo
modo, ficou sobressaltada quando lhe narraram os acontecimentos da
Comuna de Paris com o massacre dos reféns. As suas orações pela
Igreja e pela França eram então muito frequentes.
Nunca
minha mãe criticava o Clero. Em nossa casa não se pensava sequer em
falar dos defeitos dos Sacerdotes.
Como
já disse, ela seguia à letra os Preceitos da Igreja. Evitava por
isso, de comprar e de viajar ao Domingo. Tomava a peito o alívio da
Igreja padecente e mandava celebrar Missas pelas Almas do Purgatório.
À morte de seu Pai, encomendou imediatamente cento e cinquenta,
propondo-se mandar dizer mais.
Quando
faleceu sua irmã Maria Dositeia, apressou-se a enviar dinheiro à
Visitação para que se mandassem dizer Missas o mais breve possível.
O
seu amor pela Igreja levava-a a interessar-se pela Propagação da
Fé, para a qual, de acordo com o nosso Pai, dava todos os anos uma
esmola generosa. Todas as manifestações de Fé católica a faziam
vibrar e os esforços da franco-maçonaria para descristianizar as
almas em França, indignavam-na imensamente.
O
seu grande desejo teria sido o de dar um Sacerdote ao Senhor,
sobretudo um Missionário. Assim, qual não foi a sua alegria quando
o seu primeiro Maria José Luís nasceu a 20 de Setembro de 1866!
Escrevia ela “julgo completa a minha felicidade”,
e dizia a nosso Pai, com admiração: “Oh, como são bem
feitas as suas mãos! Como será bonito quando subir ao altar ou
quando pregar!”. Pensava já
no seu orgulho maternal, na alva em Ponto d’Alençon que havia de
bordar para ele.
A
criança morreu, e a Mamãe teve o pensamento de lhe pedir a cura de
sua irmãzinha Helena, que sofria de uma otite resistente a todos os
remédios. A sua petição foi imediatamente atendida como
testemunham estas linhas dirigidas a sua cunhada, cinco anos mais
tarde: “Um dia, vindo com ela do doutor, que nada me
disse de bom, vendo a impotência de todos, tive a inspiração de me
dirigir a meu pequeno José que morrera há cinco semanas. Tomo pois
a pequena e mando-a rezar a seu irmãozinho. No dia seguinte, o
ouvido estava perfeitamente curado. A purgação tinha passado
imediatamente e a criança nunca mais sentiu nada. Obtive ainda
várias outras graças, mas menos sensíveis que esta”.
Depois
da morte de seu primeiro filho, a nossa Mãe fez uma Novena a São
José para ter um outro padrezinho. Nove meses mais tarde, dia a dia,
realizou-se o seu desejo, mas para pouco depois perder também este
filho querido.
Maria
conta nas suas notas íntimas: “Quando a nossa Mãe me
levava com Paulina à Visitação de Mans, no momento em que o
comboio passava diante do cemitério, ela levantou-se para ver de
longe o túmulo de seus anjinhos. Quando não estava ninguém na
carruagem, rezava-lhes alto”.
Foi
uma graça, obtida do Céu, que não é menor que a relatada mais
acima, embora de outra ordem, mas da qual não viu os admiráveis
efeitos. Em 1873, escreve às suas filhas mais velhas: “Conto
que comungareis ambas em 8 de Dezembro, dia da Imaculada Conceição.
Não vos esqueçais de rezar por Leônia”.
Sabemos
como terminou a vida desta criança e como os duros combates foram
coroados de magnífica vitória…
Apesar
das suas grandes decepções oferecidas a Deus com heroica
conformidade à sua santíssima vontade, a nossa Mãe desejou, pelo
menos, oferecer os seus filhos à vida religiosa. Lendo a biografia
da senhora Acarie, cujas três filhas entraram para o Carmelo, ela
deixou escapar este grito de entusiasmo: “Todas as suas
filhas Carmelitas! É possível que uma Mãe tenha honra tão
grande?”.
Contudo,
ela abstinha-se de exercer neste sentido pressões indiscretas, mas
criava, em casa, um clima, ao mesmo tempo de piedade e de respeito
por tudo o que se referia a Deus. As almas eram espontaneamente
orientadas para Ele.
Com
Paulina, sua íntima, ela falava disso muitas vezes,
confidencialmente, como a uma superiora. Esta recorda-se sempre de
suas conversas sobre a coroa branca
reservada só às virgens que,
seguirão o Cordeiro para onde quer que Ele vá, cantando
um cântico novo que as outras não poderão cantar”.
A
nossa Mãe tendo pensado um instante que Maria seria
religiosa, abre-se a Paulina e escreve-lhe: “… Não lhe
digas isso. Ela julgaria que o desejo e na verdade não o desejo, se
não for a vontade de Deus. Ficarei satisfeita contanto que siga a
vocação que Ele lhe der”.
Uma
carta, a sua cunhada, faz-nos penetrar a fundo os seus sentimentos
acerca disso: “… Apesar do meu vivo desejo de as dar a
Deus, se Ele mo pedir, desde agora, estes dois sacrifícios faço-os
da melhor vontade, mas não sem custo!”.
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