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"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

domingo, 17 de março de 2024

SÃO JOSÉ, SUSTENTÁCULO DAS FAMÍLIAS.


UMA CARTA A SÃO JOSÉ


Em fins do século XVII, no nobre e miserável arrabalde de Viena, chamado Laimgrube, que se tornou mais tarde um dos mais ricos da capital da Áustria, vivia em uma mísera cabana o célebre músico Paulo Merten, em companhia de sua filha Josefina, de dezesseis anos, muito hábil na arte do bordado. As últimas guerras, sustentadas pelos vienenses contra os turcos, os haviam empobrecido. Merten e sua filha, ficando sem trabalho, iam muitas vezes para a cama com frio e em jejum.

Um dia em que a sua miséria parecia chegada ao cúmulo, Josefina, não podendo mais contemplar o desfalecimento e aflição do pai, disse-lhe:

– Pai, deixa que eu vá procurar um emprego, assim poderei enviar-te os meus lucros.

– Mas ele respondeu:

– Queres também deixar-me, ó filha minha? Quem então me assistirá? Não, jamais permitirei.

– Mas, caro pai – replicou Josefina – já não tenho outro meio para auxiliar-te; algum tempo atrás escrevi ao marido da madrinha, recentemente falecida, e até agora não recebi resposta alguma.

– Não é para admirar – respondeu o pai, – é o mesmo que ter escrito ao Diabo.

O pobre Paulo Merten, fora de si com as privações sofridas, não sabia mais o que dizer.

– Ó meu pai! Que sombrios pensamentos te dá a miséria! Exclamou a menina, com as lágrimas nos olhos. – Antes, encomendemo-nos ao caro Padroeiro São José, para que nos alcance do Senhor auxílio e emprego.

– Julgas na verdade – replicou o pai com amargura – que o pobre Carpinteiro tenha tanto poder no Céu? Pois bem, escreve-lhe, se te agrada, e veremos que proveito terás.

– São José é poderosíssimo no Céu – respondeu suavemente Josefina, – escrever-lhe-ei e a minha rolinha branca, à qual não posso dar hoje nem uma migalha de pão, servir-me-á de mensageiro. – Assim dizendo, sentou-se à mesinha de seu pai, e em uma folha de papel escreveu a seguinte mensagem:

“Deus Te salve, José! Tem piedade de nós em nossa grande aflição. Não temos trabalho nem meio de subsistência; pede a Nosso Senhor me faça encontrar um emprego, pois meu pai está passando fome. Tua fiel Josefina Merten, costureira, filha do músico. Laimgrube, Rua Maria Helfer, número 13”.

Isto feito, dobrou a cartinha, prendeu-a ao pescoço da rolinha, e esta logo alçou o voo. Passara-se apenas uma hora, e eis um elegante senhor batendo à porta do senhor Merten.

– Mora aqui a senhorinha Merten?

– Sim, senhor – respondeu bruscamente o pai, lançando ao visitante um olhar perscrutador. – Que deseja?

– Chamo-me José Carlos Hirte, e sou um joalheiro desta cidade. Moro aqui perto e recebi uma mensagem de São José de quem sou muito devoto. Venho em seu nome para responder à carta que lhe foi escrita por vossa filha. Tenho muito trabalho e esta menina poderá fazê-lo. Além disso, ingressei no coro da Igreja dos Carmelitas e necessito de lições para aperfeiçoar-me. Quereis aceitar a incumbência?

– Oh, com muito prazer! – exclamaram Josefina e seu pai.

– Bem! – continuou o senhor Hirte, – por enquanto, aceitai esta oferta – e, assim dizendo, colocou cinco ducados na mesinha.

– Ó pai, – exclamou a menina – vês com quanta bondade recebeu São José a minha carta? Como faremos para agradecer-lhe?

– É assim, senhorinha, – acrescentou o senhor Hirte; – fazei sempre assim e jamais estareis sem auxílio. Enviar-vos-ei por meu empregado todo o necessário para o trabalho e espero tornar a ver-vos em breve. E vós, senhor, quereis vir amanhã à minha casa para iniciar as lições? Eis o meu endereço: não é possível extraviar-se, pois na fachada da casa está pintada uma grande imagem de São José.

Dito isto, saudou-os e despediu-se.

De que modo acontecera esse inesperado socorro? É fácil explicá-lo. A rolinha, enfraquecida pelo longo jejum e cansada por motivo do insólito peso, não pudera voar muito longe, e procurou refúgio em um lugar próximo. Quis o acaso, ou melhor, estabeleceu a Providência de Deus, que a rolinha entrasse pela janela aberta de um quarto onde se achava o senhor Hirte, que, podem todos imaginar, surpreendeu-se ao ver o inesperado hóspede com uma cartinha ao pescoço. Tomando a misteriosa carta, leu-a e, comovido pela confiança daquela menina, resolvera atendê-la.

Algum tempo depois, o rico comerciante, em vista das boas qualidades de Josefina, pediu-a em casamento; e assim aconteceu que a pobre Josefina Merten se tornou a honrada e estimada senhora Hirte. Esta, em sinal de gratidão a São José, mandou executar uma belíssima pintura na casa onde vivera na pobreza; perene testemunho do poder do glorioso Patriarca.


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Fonte: Pe. Tarcísio M. Ravina, da Pia Sociedade de São Paulo, “São José – Na Vida de Jesus Cristo, na vida da Igreja, no Antigo Testamento, no Ensino dos Papas, na Devoção dos Fiéis, nas Manifestações Milagrosas”, 6ª Parte, pp. 210 – 212; Edições Paulinas, Recife, 1954.



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