
A
Igreja, além de haver promovido o culto a São José por meio de
festas e práticas de piedade, apresentou o Santo a todos os
cristãos, qual modelo e protetor.
Em
meio às mesmas tentações, perigos e misérias entre os quais
vivemos agora no mundo, viveram também todos os Santos do Paraíso.
Mas alcançaram vitória sobre todos os inimigos, venceram a
concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da
vida; a Santa Madre Igreja no-los propõe como exemplos a imitar.
Todo
Santo é modelo para os cristãos: mas nem todo Santo é modelo para
todos os cristãos e sim, em particular, para certa categoria de
pessoas. Sabemos que São Luís é nosso modelo, mas para a
juventude, por se ter feito Santo desde jovem. Santa Zita é modelo,
mas somente das empregadas, porque se tornou Santa servindo aos
outros. Santa Luzia protege contra os males dos olhos; Santa Apolônia
contra os males dos dentes, e assim, todos os outros Santos são
nossos modelos e protetores, mas cada um para determinada classe de
pessoas.
São
José é proposto pela Igreja, não só como modelo de uma categoria
de pessoas, mas como Modelo Universal, ou seja, modelo de todos as
virtudes, para todos e em qualquer idade e condição.
Assim
como existem retratos que, por efeito de um artifício usado pelo
pintor ao formar a pupila dos olhos, fixam diretamente a todos
quantos os contemplam, embora se achem defronte, à direita ou à
esquerda; assim é São José no Paraíso. Todos, seja qual for o
nosso estado, idade e condição, ao fixar o Santo, encontramos
virtudes a imitar e exemplos a seguir. É o efeito da delicadíssima
e elevadíssima missão que o Divino Artífice lhe conferiu neste
mundo, e de sua perfeita correspondência aos favores recebidos.
Todos
podem imitar São José. Os reis, os príncipes e os nobres, devem
aprender com Ele, que foi de sangue real, a não se envaidecer de sua
nobreza. Os que ocupam um lugar de honra na sociedade, devem aprender
com Ele, humilíssimo na importante missão desempenhada na
Encarnação do Filho de Deus. Por Ele se podem modelar os pobres, os
perseguidos, os atribulados, porque com paciência e resignação
suportou a pobreza, as perseguições e aflições.
A
São José, podem seguir os artífices, porque se santificou na arte
da carpintaria; os jovens, porque passou santamente a juventude; os
esposos, porque viveu com a sua Esposa Maria como convivem os Anjos
no Céu.
Nele,
encontram modelo os pais, porque foi custódio fiel de Jesus e de
Maria, chefe da Sagrada Família; os Sacerdotes, porque tantas vezes
tocou com suas mãos o próprio Jesus sob a forma sensível, Aquele
mesmo que tocam sob as aparências eucarísticas, ao desempenhar o
Sagrado Ministério.
São
José é modelo dos que vivem no mundo e dos que vivem nos Institutos
Religiosos, porque, à vida ativa, que sempre exerceu, uniu o retiro,
a prece, vivendo continuamente na presença de Deus e entretendo-se
com Ele, tanto no trabalho quanto na oração. É portanto o modelo,
o protetor de todos os cristãos.
Se
a Igreja foi tão solícita em dar-nos São José por modelo e
protetor, devemos corresponder a seus cuidados e procurar imitá-lo.
Dele, aprendam os pais a educar e governar a própria família; os
esposos a maneira de habitar e tratar em comum; os artífices o modo
com que devem proceder no trabalho; e assim por diante, todos os
outros, seja qual for a condição.
Recorramos
à proteção de São José em todas as nossas necessidades
espirituais e materiais. Ele, protetor universal, não deixará de
providenciar. Se nos achamos doentes, tristes, perseguidos, pouco
amantes do bem de nossa alma, vamos a São José e Ele estenderá
sobre nós o manto de sua poderosa proteção e nos auxiliará.
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Fonte:
Pe.
Tarcísio M. Ravina, da Pia Sociedade de São Paulo, “São
José – Na Vida de Jesus Cristo, na vida da Igreja, no Antigo
Testamento, no Ensino dos Papas, na Devoção dos Fiéis, nas
Manifestações Milagrosas”,
2ª Parte, Cap. “São
José Modelo dos
Cristãos”,
pp. 123-125;
Edições Paulinas, Recife, 1954.