Dom Fernando Arêas Rifan*
Estamos na semana da mulher, pois no dia 8 se comemora o
dia internacional a elas dedicado, ocasião para relembrarmos sua dignidade e
valor diante de Deus e dos homens.
Vale ressaltar que foi o cristianismo
que salvou a dignidade da mulher! A história, nos testemunhos de Juvenal e
Ovídio, nos conta que a moral sexual e a fidelidade conjugal, antes do
cristianismo, estavam em extrema degradação. Constatamos isso, vendo atualmente
a situação da mulher nos povos que não têm o cristianismo. No começo do século
II, Tácito afirmava que uma mulher casta era um fenômeno raro. Galeno, o médico
grego do século II, ficava impressionado com a retidão do comportamento sexual
dos cristãos. Os próprios historiadores são obrigados a confessar que foram os
cristãos que restauraram a dignidade do matrimônio.
As
mulheres encontraram na Igreja, conforme a sua própria condição, seu lugar
digno: foi-lhes permitido formar comunidades religiosas dotadas de governo
próprio, dirigir suas próprias escolas, conventos, colégios, hospitais e
orfanatos, coisa impensável no mundo antigo (cf. Thomas E. Woods Jr, “Como a
Igreja Católica construiu a civilização ocidental”).
Cumpre-nos hoje dizer o nosso muito
obrigado às mulheres, a todas e a cada uma, como fez São João Paulo II em sua
“Carta às mulheres” (29/6/1995): “Obrigado a ti, mulher-mãe, que te fazes ventre do ser humano
na alegria e no sofrimento de uma experiência única, que te torna o sorriso de
Deus pela criatura que é dada à luz, que te faz guia dos seus primeiros passos,
amparo do seu crescimento, ponto de referência por todo o caminho da vida”.
“Obrigado a ti, mulher-esposa, que unes irrevogavelmente o teu
destino ao de um homem, numa relação de recíproco dom, ao serviço da comunhão e
da vida”.
“Obrigado a ti, mulher-filha e mulher-irmã, que levas ao núcleo familiar, e
depois à inteira vida social, as riquezas da tua sensibilidade, da tua
intuição, da tua generosidade e da tua constância”.
“Obrigado a ti, mulher-trabalhadora, empenhada em todos os âmbitos da
vida social, econômica, cultural, artística, política, pela contribuição
indispensável que dás à elaboração de uma cultura capaz de conjugar razão e
sentimento, a uma concepção da vida sempre aberta ao sentido do ‘mistério’, à
edificação de estruturas econômicas e políticas mais ricas de humanidade”.
“Obrigado a ti, mulher-consagrada, que, a exemplo da maior de todas
as mulheres, a Mãe de Cristo, Verbo Encarnado, te abres com docilidade e
fidelidade ao amor de Deus, ajudando a Igreja e a humanidade inteira a viver
para com Deus uma resposta ‘esponsal’, que exprime maravilhosamente a comunhão
que Ele quer estabelecer com a sua criatura”.
“Obrigado a ti, mulher,
pelo simples fato de seres mulher! Com a percepção que é própria da
tua feminilidade, enriqueces a compreensão do mundo e contribuis para a verdade
plena das relações humanas”.
*Bispo da Administração Apostólica São João Maria
Vianney
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