(Começa no dia 29 de Novembro)
V. Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
R. Apressai-Vos, Senhor, em me socorrer.
V. Glória ao Pai, e ao Filho e ao Espírito Santo.
R. Assim como era no princípio, agora e sempre e por todos os séculos dos séculos. Amém.
Oferecimento1
Imaculada Virgem Mãe de Deus, Rainha dos Céus e da terra, minha terna Mãe, eu Vos ofereço e consagro esta novena, destinada a promover o Vosso culto, a celebrar as Vossas glórias e aumentar a devoção para convosco. Dignai-Vos aceitá-la, ó Mãe Virgem, e acolher todos os que recorrem a Vós, e abrasai o meu coração no amor divino, para que de hoje em diante os meus pensamentos, palavras e obras não tenham outro fim senão concorrer para Vos dar glória e a Vosso divino Filho. Assim seja.
2º Dia
A Imaculada Conceição:
Portento divino do Amor Incriado.1
Entre todos os portentos na ordem espiritual, destaca-se uma obra-prima, plasmada pelas mãos do próprio Deus, primogênita de todas as criaturas, a mais santa, a mais perfeita, a mais pura, a mais semelhante ao Supremo Autor do universo.
Este ente privilegiado é Maria, a ilibada Mãe do Salvador, a imaculada concebida sem Pecado Original, Aquela que, desde o primeiro instante de sua existência, estava repleta de graça e à qual se aplicam as palavras dos Cantares: “Tu és toda formosa, ó minha amiga, e em ti não há mancha”.2
Assim canta, jubilosa a Igreja no preclaríssimo dia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, comemorando o maior e o mais singular privilégio da Mãe de Deus, que é o de ter sido preservada do comum contágio de Adão, plenamente isenta do labéu original, por estar destinada pelos decretos divinos a ser a intacta Mãe do Redentor.
Pio IX, o mesmo Pontífice que definiu o dogma da Infalibilidade Papal, e depois de consultar os Prelados acerca da devoção do Clero e dos fiéis, a esse respeito na Encíclica Ubi primum, declarou o Mistério da Conceição Imaculada verdade de Fé na Bula Ineffabilis Deus, de 8 de Dezembro de 1854, com as seguintes palavras: “A doutrina de que a Bem-aventurada Virgem Maria, no primeiro instante da sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus Onipotente, em atenção aos méritos do Salvador do gênero humano, Jesus Cristo, foi preservada imune de toda a mancha de culpa original, foi revelada por Deus, e, portanto, deve ser firme e constantemente crida por todos os fiéis”.
Inatingida pelo pecado, Maria Santíssima, que devia conceber e dar ao mundo o Filho de Deus, não podia, de forma alguma, ficar sujeita, nem por um instante sequer, ao poder de Satanás a quem Ela, por sua Imaculada Conceição, devia esmagar a cabeça, conforme promessa divina, proferida depois da culpa de Adão, desde lá do Éden: “Porei inimizade entre ti e a mulher, e a mulher esmagar-te-á a cabeça”.3
Preservada do labéu original desde o próprio momento da concepção pelos méritos de Jesus Cristo; possuída por Deus desde o princípio de seus imperscrutáveis caminhos; favorecida do Céu desde toda a eternidade, a Virgem Santa nunca esteve debaixo da escravidão do Demônio, porque estava destinada a ser o Templo, onde residiria toda a plenitude da Divindade: o Verbo Humanado.
Prerrogativa essa tanto mais apreciável quanto mais universal era a lei do pecado original que, tragicamente, pairava sobre a humanidade em peso.
A Ilibada Virgem ficou subtraída da lei universal do pecado por vontade divina, assim como a rainha Ester ficou isenta da geral matança dos judeus, intentada pelo ímpio Amã, por ordem do rei Assuero, que jurou a Ester: “Não morrerás. Porque esta lei não foi feita para ti, mas só para todos os outros”.4
Entre todas as mulheres, só Maria recebeu a honrosa embaixada do Arcanjo São Gabriel, que a saudou em nome do Altíssimo: “Ave, Maria, cheia de graça; o Senhor é convosco; bendita sois entre as mulheres”.5
O exímio Santo Agostinho afirma a respeito da puríssima Virgem que, por honra do Senhor, nunca pode entrar em questão quando se trata do pecado.
Pela sua Imaculada Conceição, a graça foi comunicada a Maria em toda a plenitude que a fez ocupar o primeiro lugar junto ao Autor da graça, conforme se exprime São Boaventura: “Deus podia criar um sol mais fúlgido, um maior número de estrelas, uma lua mais luminosa, um firmamento mais vasto, um mundo maior. Todavia, em toda a sua onipotência, não podia criar mãe mais sublime que a Mãe de Deus”.
Pela sua Imaculada Conceição, Maria é um oceano de graças e a Igreja exclama, cheia de júbilo: “Vossa Imaculada Conceição, ó Santa Mãe de Deus, trouxe gáudio e alegria ao universo todo”.
O gênero humano, sacudido pelas funestas consequências do pecado original, no auspicioso dia de Nossa Senhora da Conceição, parece respirar um perfume de pureza, um aroma de inocência, um odor de santidade, lembrando, com profunda saudade, a feliz estadia antes da queda fatal, quando ainda resplandecia em candura, sorte essa inefável que o mundo compartilharia não fosse o labéu original.
A Imaculada Conceição é um raio de luz que dissipa as trevas da culpa. É uma estrela fulgurante na noite do pecado. É um farol luminoso que mostra à humanidade decaída caminhos melhores a palmilhar.
Maria Imaculada é o apanágio da virtude. É o mais acrisolado modelo de perfeição. É a escola mais aperfeiçoada que atrai àqueles que têm sede e fome de justiça e de verdade.
Pelo singular privilégio da Imaculada Conceição, Maria é o terror do Inferno. No mesmo instante em que Ela, saída das mãos do Criador, apareceu no mundo, o príncipe das trevas começou a estremecer. O exército infernal começou a retroceder.
Predestinada para excelsa Mãe de Jesus, que traria ao mundo a salvação, pela Imaculada Conceição foram quebradas as algemas do Inferno, que nos acorrentavam e arrastavam à perdição.
Neste belo dia, a Igreja, em transportes de júbilo, saúda sua excelsa Rainha, verdadeiro portento da graça divinal, com as soleníssimas palavras: “Sois toda formosa, Maria, e mancha original não há em Vós!”
“Salve, pois, Mãe e Virgem sem mácula,
Do universo, portento primor!
Mais esplêndida glória que a tua
Tem só Deus, do universo Senhor!...”
Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai.
Oração1
Virgem Imaculada, que agradastes ao Senhor e fostes sua Mãe: por piedade volvei benigna os olhos para nós, os infelizes, que imploramos o vosso poderoso patrocínio.
A Serpente maligna, contra quem foi lançada a primeira maldição, teima em combater e tentar os míseros filhos de Eva.
Eia, bendita Mãe, nossa Rainha e Advogada, que desde o primeiro instante da vossa Conceição esmagastes a cabeça do Inimigo! Acolhei as súplicas que, unidos a Vós num só coração, vos pedimos que apresenteis diante do Trono do Altíssimo, para que nunca nos deixemos cair nas emboscadas que se nos preparam; para que todos nós cheguemos ao porto da salvação; e, no meio de tantos perigos, a Igreja e a Sociedade, cantem de novo o hino do resgate, da vitória e da paz. Assim seja.
V. Toda sois formosa, ó Maria.
R. Toda sois formosa, ó Maria.
V. E mácula original não há em Vós.
R. E mácula original não há em Vós.
V. Vós sois a glória de Jerusalém.
R. Vós sois a alegria de Israel.
V. Vós sois a honra do nosso povo.
R. Vós sois a Advogada dos pecadores.
V. Ó Maria.
R. Ó Maria.
V. Virgem prudentíssima.
R. Mãe clementíssima.
V. Rogai por nós.
R. Intercedei por nós a Nosso Senhor Jesus Cristo.
V. Vós fostes, ó Virgem, imaculada em vossa Conceição.
R. Rogai por nós ao Pai, cujo Filho destes à luz.
Oremos
Ó Deus, que pela Imaculada Conceição da Virgem Maria, preparastes a vosso Filho digna morada: nós vos rogamos que, pois a preservastes de toda a mancha, pela previsão da morte de seu mesmo Filho, nos concedais por sua intercessão, que também puros até Vós cheguemos. Pelo mesmo Cristo, Senhor nosso.
R. Amém.
Ladainha de Nossa Senhora
(Atualizada)
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Pai celeste que sois Deus, tende piedade de nós.
Filho, Redentor do mundo, que sois Deus,
Espírito Santo, que sois Deus,
Santíssima Trindade, que sois um só Deus.
Santa Maria, rogai por nós.
Santa Mãe de Deus,
Santa Virgem das Virgens,
Mãe de Jesus Cristo,
Mãe da Igreja,*2
Mãe de misericórdia,*3
Mãe da divina graça,
Mãe da esperança,*
Mãe puríssima,
Mãe castíssima,
Mãe imaculada,
Mãe intacta,
Mãe amável,
Mãe admirável,
Mãe do bom conselho,
Mãe do Criador,
Mãe do Salvador,
Virgem prudentíssima,
Virgem venerável,
Virgem louvável,
Virgem poderosa,
Virgem clemente,
Virgem fiel,
Espelho de justiça,
Sede de sabedoria,
Causa da nossa alegria,
Vaso espiritual,
Vaso honorífico,
Vaso insigne de devoção,
Rosa mística,
Torre de Davi,
Torre de marfim,
Casa de ouro,
Arca da aliança,
Porta do céu,
Estrela da manhã,
Saúde dos enfermos,
Refúgio dos pecadores,
Conforto dos migrantes,*
Consoladora dos aflitos,
Auxílio dos cristãos,
Rainha dos anjos,
Rainha dos patriarcas,
Rainha dos profetas,
Rainha dos apóstolos,
Rainha dos mártires,
Rainha dos confessores,
Rainha das virgens,
Rainha de todos os santos,
Rainha concebida sem pecado original,
Rainha elevada ao céu,
Rainha do sacratíssimo rosário,
Rainha da família,*4
Rainha da paz,
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.
V. Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Oremos: Senhor Deus, nós Vos suplicamos que concedais aos vossos servos perpétua saúde de alma e de corpo; e que, pela gloriosa intercessão da Bem-aventurada sempre Virgem Maria, sejamos livres da presente tristeza e gozemos da eterna alegria. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.
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1Manual dos Congregados Marianos (Edição Oficial), 4ª Parte – Devocionário Mariano, pp. 235-237. Editora Vozes, Petrópolis/RJ, 1938.
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1Viver com a Igreja – Breves Considerações em torno do Ano Eclesiástico e de Assuntos Relacionados com os Costumes e o Espírito da Igreja Católica”, por Frei Benvindo Destéfani, O.F.M., 2ª Parte, Imaculada Conceição, pp. 179-184. Tipografia de São Francisco, Bahia, 1941.
2Cânt. 4, 7.
3Gên. 3, 15.
4Est. 15, 13.
5Luc. 1, 28.
1Manual da Pia União das Filhas de Maria, Cap. V, Devocionário, Art. I, p. 474. Traduzido do Italiano pelo Côn. Dr. Ananias Correa do Amaral, 11ª Edição, Editora Livraria Católica Portuense Ltda, Porto, 1926.
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