1ª Parte
Segundo a sentença de Deuteronômio 22, 5: “A mulher não se vestirá de homem nem o homem se vestirá de mulher; porque aquele que tal faz é abominável diante de Deus”.1
O Doutor Angélico o confirma: “... em si mesmo, é pecaminoso uma mulher trazer trajes viris, ou inversamente…”.2
Mas, “o Mestre do bem pensar”3 em seguida, também ensinou: “Pode-se, porém, proceder desse modo e sem pecado, se o exigir a necessidade: quer para ocultar-se dos inimigos, quer por falta de outras roupagens, quer por outro motivo semelhante”.4
Seguindo os ensinamentos do “Doctor communis Ecclesiae”, houveram variados exemplos na História da Igreja, dos quais, publico os seguintes:
1º Exemplo
Santa Antonina e Santo Alexandre, Mártires. Além do exemplo de Santa Joana d'Arc, do qual falarei com mais extensão depois, o Martirológio faz menção a 3 de Maio, aos Santos Mártires, Alexandre, soldado, e Antonina, Virgem, em Constantinopla; que durante a perseguição de Maximiano, sendo Festo prefeito, Antonina foi condenada ao lupanar, donde a tirou ocultamente Alexandre, trocando os vestidos e ficando no lugar dela; depois foram ambos descobertos e atormentados, cortaram-lhes as mãos e lançaram-nos ao fogo, com o que alcançaram à glória eterna, em 313.5
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1. Bíblia Sagrada – Traduzida da Vulgata Sixto-Clementina e anotada pelo Pe. Matos Soares, p. 222. 9ª Edição, Ed. Paulinas, 1957.
2. São Tomás de Aquino, “Suma Teológica”, II-IIae. q. 169 a.2, ad 3.
3. São Paulo VI, Discurso pronunciado no Congresso Internacional Tomista, a 20 de abril de 1974.
4. São Tomás de Aquino, “Suma Teológica”, II-IIae. q. 169 a.2, ad 3.
5. Rev. Pe. Croiset, “Ano Cristão”, Vol. V, Martirológio de 3 de Maio, p. 49. Obra traduzida pelo Rev. Pe. Matos Soares, Porto, 1923.
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