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"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Os Pais Perante Deus

 
 Os pais que se ocupam em educar bem seus filhos não serão confundidos, no juízo particular e no juízo universal. Triste, porém, será o juízo de pais empenhados em apenas gozar a vida e despreocupados da educação de sua prole.

Neste sentido, é notório o conflito entre duas categorias de pessoas: os que desejam bem formar suas famílias de acordo com esses ensinamentos tradicionais; e aqueles que, devido às influências do neopaganismo atual -- como as provenientes da televisão, que invade incontáveis lares com suas telenovelas e programas de teor anticatólico --, procuram se adaptar às máximas da mentalidade moderna.

Como poderoso auxílio aos pais de família, transcrevemos alguns princípios que o grande Doutor da Igreja, Santo Afonso Maria de Ligório, fundador dos Redentoristas, proclamou em seus Sermões.
 "Quando Deus abençoa os pais dando-lhes filhos, o que Ele tem em vista não é a vantagem da casa; mas que os filhos sejam educados no santo temor e formados para a salvação eterna. Daí estas palavras de São João Crisóstomo: ‘Olhemos os filhos como precioso depósito, velemos por eles com toda a solicitude possível'. Se os filhos fossem um dom oferecido apenas aos pais, estes poderiam dispor deles como quisessem; mas como são um simples depósito, os pais deverão prestar contas a Deus por cada filho que se perca por sua negligência”.

Consequências de uma boa ou má formação
"Para nos fazer compreender que os pais, vivendo segundo a vontade de Deus, atraem as bênçãos celestes sobre eles e sobre toda a casa, a Sagrada Escritura diz: `Para que suceda bem a ti e aos teus filhos depois de ti, tendo feito o que é agradável aos olhos do Senhor' (Deut. 12, 25). Quem quiser saber se a conduta de um pai de família é boa ou má, examine a conduta do filho. `Pelo fruto conhecereis a árvore' (Mt 12, 33), diz Nosso Senhor. Quando um pai de família morre, mas deixa um filho, é como se ele não tivesse morrido, pois este filho o perpetua, o continuará. `Este homem morre, mas é como se não tivesse morrido, pois ele deixa em seu filho um outro ele mesmo depois dele' (Ecl. 30, 4). Pelos filhos que blasfemam, que dizem palavras impuras ou roubam, pode-se perceber os vícios do pai. Pois, diz o Eclesiástico, `Um homem conhecesse pelos filhos que deixa' (Ecl. 11, 30).

Responsabilidade dos pais

"Tranqüila e feliz será a morte dos pais e mães de família que formam seus filhos na vida cristã. `Aquele que se ocupa em bem educar seus filhos, no dia da morte não será consternado nem confundido' (Ecl. 30, 5). E diz São Paulo: `Elas serão salvas por causa de seus filhos' (1Tim. 2, 15). Graças à boa educação que lhes terão dado. Ao contrário, bem triste, e mesmo desesperada, será a morte desses pais que unicamente cuidam em aumentar a fortuna e o brilho de sua casa, para gozar a vida, sem se preocupar nem um pouco em educar seus filhos. `Se alguém -- diz ainda São Paulo -- não tem cuidado com os seus, e principalmente com os de sua casa, negou a fé, e é pior do que um infiel' (1Tim. 5, 8)....

"Se ao menos certos pais cuidassem de seus filhos tanto quanto por seus animais! Quanta solicitude para que nada falte a estes! Que atenção para que a comida seja dada no tempo certo! E, com a atenção inteiramente posta nisso, não se preocupam se seus filhos conhecem ou não o catecismo, se assistem à missa e se confessam. `Sim -- lamenta São João Crisóstomo – cavalos e animais de carga lhes tomam mais o coração que os próprios filhos!'.



Conseqüências da negligência dos pais

"É uma grande desgraça para os filhos terem maus pais, não somente incapazes de educá-los, mas, pior ainda, indiferentes às suas condutas: que vêem seus filhos em más companhias, discutindo, divertindo-se em relacionamentos ruins, e, em vez de repreendê-los e puni-los, os escusam dizendo: `Não se pode fazer nada, são coisas da juventude'. Bela máxima... bela educação!....

"Assim como é fácil aos filhos, ainda crianças, adquirirem bons hábitos, é difícil ao homem maduro corrigir-se dos maus hábitos contraídos na mocidade”.

"Passaremos ao segundo ponto, e eu vos suplico, pais e mães de família, de reterdes bem isto que vos direi sobre a maneira de bem educar vossos filhos".

A disciplina compreende o ensinamento da religião e da moral


"No que consiste precisamente a boa educação dos filhos? São Paulo nos diz claramente em duas palavras: `Educai vossos filhos na disciplina e na correção do Senhor' (Ef. 6, 4).

"Em primeiro lugar, por disciplina, é preciso compreender tudo que os pais devem fazer para formar os filhos nos bons costumes. Consiste em instruí-los e dar-lhes o bom exemplo.

"Que os pais tenham antes de tudo o dever de ensinar aos filhos o temor de Deus e a fuga do pecado. Assim fazia o justo Tobias em relação a seu filho. Com efeito, lemos na Sagrada Escritura: `Ao qual ensinou desde a infância a temer a Deus e abster-se de todo o pecado' (Tob. 1, 10).

"Que consolações e que alegrias o Céu reserva em recompensa pela solicitude dos pais cristãos! Sim, diz o Sábio: `Educa bem o teu filho, e ele consolar-te-á e será as delícias da tua alma' (Prov. 29, 17). Mas, se o filho bem instruído é a alegria de seus pais, os filhos ignorantes os enchem de tristezas; pois, ignorar as regras da vida cristã e se conduzir mal, é uma só coisa.

"Conta Thomas de Cantimpré que, em 1248, um sacerdote foi encarregado de fazer um discurso ao clero de Paris reunido em Sínodo. Este sacerdote era muito ignorante e, estando na presença de seu auditório, se confundiu completamente. Então o demônio veio em sua ajuda e lhe sugeriu que pronunciasse as seguintes palavras: `Os príncipes das trevas saúdam os príncipes da igreja, e nós lhes agradecemos vivamente pela negligência em instruir ao povo. Pois, as almas estagnadas na ignorância, seguem o caminho do mal e chegam ao inferno'. Linguagem semelhante bem se poderia dirigir a certo pais".




(Sermons de S. Alphonse de Liguori, Analyses, commentaires, exposé du système de sa prédication, par le R.P. Basile Braeckman, de la Congrégation du T. S. Rédempteur, Tome Second. Jules de Meester-Imrimeur-Éditeur, Roulers, pp. 464-472).


http://www.catolicismo.com.br/materia/materia.cfm/idmat/1D15A8DA-3048-560B-1C0363E7D0959E73/mes/Junho1998

Fonte: Acessar o ensaio "Em Defesa do Sacramento do Matrimônio" no link "Meus Documentos - Lista de Livros".

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