A
expressão de Santa Margarida Maria Alacoque: – “O Amor não é
amado” – ecoou profundamente no coração de Madre Maria Pierina.
No ano de 1935, para alcançar meios de erigir no centro do pátio da
escola, uma bela estátua de mármore do Sagrado Coração de Jesus,
organizou rifas, teatrinhos, etc., até conseguir a soma desejada. E
fazendo gravar no pedestal da imagem estas palavras –
DULCE COR JESU, SIS AMOR MEUS –
com grande solenidade consagrou a escola ao Sagrado Coração do
Divino Mestre.
Ainda
hoje se vê em ato o seu desejo: Quem entrar na casa da Vila Elba,
seja acolhido pelo dulcíssimo sorriso de Jesus. É que
verdadeiramente o seu coração estava cheio de amor por Ele.
No
Diário da casa, a 16 de julho de 1936, escrevia:
–
Oh!
O amor de Jesus! Vale a pena morrer a todos os outros amores! Queria
que todos os corações, vibrassem ao uníssono com o seu, em dar
louvor e amor a Jesus...
Na
adoração noturna da primeira sexta-feira da quaresma, Jesus faz a
Madre Maria Pierina participar dos Seus tormentos espirituais na
Agonia do Getsêmani.
Raptada
em êxtases dolorosos, de novo escuta o convite do Esposo Divino, que
lhe diz profundamente triste, mostrando-lhe a Face ensanguentada:
“Desejo
que seja mais honrada a Minha Face, que reflete as penas íntimas de
Minha Alma e o amor do Meu Coração. Quem Me contempla Me consola”.
A
Madre fala a esse respeito às suas Filhas, sem nada revelar de seus
colóquios com Jesus. Somente distribui a todas a imagem, reprodução
da Sagrada Face, incitando-as a contemplá-La com amor, pensando nos
Seus sofrimentos e na Sua ilimitada bondade.
Na
terça-feira da Paixão, ouve dos lábios puríssimos de Jesus uma
dulcíssima Promessa e uma animação:
“Toda
vez que alguém contemplar a Minha Face, Eu derramarei o Meu amor nos
corações e por meio de Minha Sagrada Face se obterá a salvação
de muitas Almas”.
Madre
Maria Pierina arde em desejos de executar os pedidos de Jesus, porém,
antes de tudo, submete-se à obediência do seu Diretor Espiritual o
Rev. Pe. Rossi, S.J.
…
Na
primeira terça-feira de 1937, Jesus se dignou instruí-la a respeito
desta devoção, e acrescentou:
“Talvez
possa acontecer que algumas almas temam que a devoção e o culto à
Minha Sagrada Face diminuam a que se consagra ao Meu Coração.
Dize-lhes que, pelo contrário, será esta completada e aumentada.
Contemplando a Minha Face, as almas participarão dos Meus
sofrimentos, sentirão a necessidade de amar e de reparar. E não é
isto, a verdadeira devoção ao Meu Coração?”
Bem
depressa teve ela ocasião de advogar a causa da Sagrada Face junto
de um Confessor. Este, talvez para prová-la, opõe quantas objeções,
às quais a Madre fortalecida com as palavras de Jesus, responde com
segurança. Depois de um longo colóquio no confessionário (as Irmãs
foram convidadas a deixar o recinto da Capela pela Irmã X, visto que
a Madre sem se advertir levantava a voz ao falar e poderia ser
ouvida) dirigindo-se a Irmã X exclamou:
–
“O
Padre quis confundir-me, mas a Jesus ninguém confunde, a Irmã
Pierina, sim, ouve bem: a devoção à Sagrada Face não diminui a
devoção ao Sagrado Coração – ao contrário, a completa”.
Escreve
a 17 de junho de 1938 ao Rev. Padre Rossi, S.J.
Venerando
Padre
JESUS!
“…
Padre,
a Sagrada Face é tudo para mim, porque me leva diretamente ao Seu
Coração como se fosse a porta de entrada, e de todas, a que mais
considero, procuro aí esquecer-me completamente de tudo e
mergulhar-me nEle…”
Entretanto,
Jesus de novo se manifesta, aparecendo-lhe gotejando Sangue e lhe diz
com muita tristeza, a 21 de novembro de 1938, durante a Adoração
Noturna:
|
Santo Sudário de Turim e o Santo Rosto de Manoppello |
“Vês
como sofro? E no entanto, são pouquíssimas as almas que Me
compreendem. Quantas ingratidões recebo daqueles mesmos, que dizem
amar-Me! Dei ao mundo o Meu Coração como objeto sensível do Meu
Grande amor pelos homens, agora dou a Minha Face como objeto sensível
da Minha dor pelos pecados dos homens, e quero, seja Ela honrada com
uma Festa particular, na terça-feira da Quinquagésima, festa
precedida de uma Novena, durante a qual todos os fiéis façam
reparação Comigo, unindo-se e compartilhando da Minha dor”.
Com
obediência cega, a Madre se submete Àquele que a dirige e se
abandona à divina vontade. Grande é então o seu fervor!
__________________________
Fonte:
“Mensageira da Sagrada Face – Irmã Maria Pierina de Micheli”,
por Ir. Maria Ildefonsa
Rigamonti, Caps. XIII e XIV; Editora Lar Católico, Juiz de Fora/MG,
1960.
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