1. Exposição
doutrinal.
A Santa Igreja saúda e
invoca na Ladainha a Santíssima Virgem sob o título de “Mãe admirável”.
Segundo uma revelação
que a Mãe de Deus, em 1604, fez ao Padre Rehm, Jesuíta, fundador da Congregação
Mariana de Ingolstadt, na Baviera, muito lhe agrada ser invocada e saudada sob
esse título; pelo que foi introduzido naquela Congregação o costume de se
repetir três vezes esta invocação.1
Considerando a fundo o
título “Mater admirabilis”, achamos que encerra implicitamente o título “Rainha
dos Apóstolos”, semelhantemente ao de “Rainha do Sacratíssimo Rosário”.
Com efeito, tudo o que
admiramos em Maria: a sua vida, as suas prerrogativas, o seu poder, ou sejam,
os Mistérios Gozosos, os Dolorosos, os Gloriosos, que contemplamos no Santo
Rosário – tudo converge, em última análise, para o “Apostolado” da Virgem; quer
dizer, para a “Missão redentora” do Filho de Deus, na qual, segundo os
desígnios divinos, Maria, como Mãe do Redentor, havia de cooperar.
Se perguntarmos pela
razão desse título: “porque a Mãe de Deus é admirável”, achamos a resposta no
“exercício do Apostolado Universal” de Maria que lhe mereceu o título de
“Rainha dos Apóstolos”.
Esse título constitui
por conseguinte, a síntese de tudo quanto expusemos até aqui, em diversos
capítulos, acerca do Apostolado da Mãe de Deus. Resumindo-o em suas três fases
mais salientes, encontramos, de fato, a Virgem “três vezes admirável”:
1º. Na circunstância da
“Encarnação do Verbo divino, que é o Princípio e o Fundamento da Missão
redentora de Cristo.
2º. Na “realização” da
Redenção sobre o Monte Calvário.
3º. Na “continuação” da
Missão salvadora pelo Apostolado da Igreja, cuja Mãe e Rainha é a Virgem
Santíssima.
Proclamamos, portanto, a
Mãe de Deus três vezes admirável:
1º. É admirável na sua
“dignidade” de “Virgem e Mãe de Deus humanado”, exercendo seu Apostolado, o
mais importante, embora “principiante”.
2º. É admirável no seu
“martírio”, como “Mãe das Dores”, ao pé da Cruz, exercendo o seu Apostolado, o
mais “culminante” e “cruciante”.
3º. É admirável na sua
“glória”, como “Mãe e Rainha poderosa”, sentada à direita de seu Filho, Rei e
Redentor, exercendo o seu Apostolado perenemente “triunfante”.
1) “A Mãe de Deus é
admirável na sua Maternidade virginal”:
a) A “Encarnação” do
Verbo divino, é o Fundamento da nossa fé. É o Fundamento e Princípio do
Apostolado do Filho de Deus que visa a glória do Pai celeste e salvação do
gênero humano.
A Virgem Maria
“cooperou”, com o divino Espírito Santo, para esse primeiro e fundamental ato
da Missão redentora de Cristo, dando o seu “consentimento” para a Encarnação do
Filho de Deus nas suas puríssimas entranhas.
“Maria tornou-se Mãe de
Deus, sem violação de sua Virgindade”. São duas maravilhas em um só fato, que
já fora predito pelo Profeta Isaías2:
“O mesmo Senhor vos dará este sinal (maravilhoso) – uma Virgem conceberá e dará
à luz um filho e o seu Nome será Emanuel (isto é, Deus conosco)”.
Na Festa do Natal de
Nosso Senhor, a Santa Igreja canta: “Genuit puérpera Regem”… “Gerou a puérpera
o Rei, cujo nome é O Eterno, gozando as alegrias da Mãe com a honra da
Virgindade, não havendo, nem antes, nem depois, outra que lhe pareça”.3
A própria Virgem
reconheceu, admirada e jubilosa, estas prerrogativas com que foi adornada pelo
Senhor, exclamando no seu Magnificat: “Fecit mihi magna, qui potens est” – “Fez
grandes coisas em Mim, Aquele que é poderoso”.4
São Jerônimo, o Pai da
Exegese bíblica, comenta magistralmente a Maternidade virginal de Maria com as
seguintes analogias simbólicas das Sagradas Escrituras: “Cristo é Virgem; e sua
Mãe é Virgem perpétua, é Mãe e Virgem. Pois, Jesus entrou pelas portas
fechadas; e no seu sepulcro, que era novo e lavrado em pedra puríssima, nenhum
outro foi depositado, nem antes, nem depois. É o jardim fechado, a fonte selada.
É a porta oriental, de que fala Ezequiel, sempre fechada e resplandecente, pela
qual entra e sai o sol da justiça, o nosso Pontífice segundo a ordem de
Melquisedec”.5
b) As condições
exteriores da vida de Maria eram humildes, pobres, ignoradas. Contudo, fora da
pessoa de Cristo, não havia, nem há, nem haverá existência ou criatura de maior
grandeza do que a da “escrava do Senhor”.
O que o Salmista,6 diz da filha do Rei por ele decantada:
“Toda a glória da filha está no interior” – isto vale da Filha do Rei na Nova
Aliança. “Toda a grandeza e glória de Maria está no seu interior, na sua alma”.
Apesar de não ser dotada
por Deus com a auréola de carismas surpreendentes, como de uma Taumaturga, ou
Profetisa, ou Evangelista, sobrepuja em grandeza todas as criaturas, quer
humanas, quer angélicas, pela sua “Maternidade divina”!
Esta dignidade não a
distinguiu exteriormente das condições comuns das outras mães e mulheres, mas
imprimiu-lhe na existência, no espírito, uma altura, uma grandeza, uma
consagração que só pode ser comparada – não idêntica, mas analogicamente – com
aquela que a Humanidade de Cristo recebeu pela União Hipostática com a
Divindade.7
A Maternidade divina
foi, portanto, para Maria algo mais do que um adorno ou um vestido para o
corpo. Antes, importava para Ela uma união tão íntima com Jesus, como é a de
uma mãe com seu filho; enobrecendo-a e enaltecendo-a, porém, interiormente
quase “ad infinitum”, por ser seu Filho um “Ser infinito”, uma Pessoa Divina.8
c) Os Santos Padres
comparam a íntima união, que existe entre Jesus e Maria, com uma “união
esponsal”, chamando Maria não só Virgem e Mãe, mas também “Sponsa Christi” – “
a Esposa do Verbo Encarnado”.
Baseia-se esta
denominação sobre o paralelo – já mencionado por São Justino e Santo Irineu –
que existe entre Adão e Cristo e entre Eva e Maria.
O teólogo Dr. Scheeben,
explicando a razão desse título, declara que Maria era predestinada por Deus
não só para, como Mãe, emprestar materialmente ao Verbo divino o corpo e o
sangue humano, mas também para, “como esposa unida aos interesses e à vida do
esposo, formal e realmente tomar parte na Missão do Filho de Deus”.9
“A Maternidade virginal
e união conjugal” de Maria com o Verbo divino, relativamente à obra redentora,
é a “característica pessoal” da Santíssima Virgem. É esta – e não o privilégio
da Conceição Imaculada – que lhe confere uma posição tão alta e soberana e uma
união tão íntima com a Divindade, que supera a de qualquer outra criatura, quer
humana, quer angélica.10
d) Em consequência
disto, os teólogos concordam com São Bernardo, que não hesita em afirmar, que
Deus podia criar um mundo mais belo e mais perfeito, mas não podia criar uma
Mãe de Deus que fosse mais bela e mais perfeita que Maria.
E o Beato (São) Vicente
Pallotti reza: “Basta não dizer ou acreditar, que Vós, ó Maria, sois a própria
Divindade e então nenhuma criatura poderá, equivalente e completamente
compreender e dignamente enaltecer os inefáveis tesouros da graça divina que
estão encerrados em Vós, por mais que Vos louve e glorifique”.11
Daí a “hiperdulia” que
prestamos à Santíssima Virgem, a qual, embora infinitamente distinta da
“adoração”, que só devemos à Majestade divina e infinita, contudo excede, não
só em grau, mas também em espécie, a “dulia” ou veneração que prestamos aos
Anjos e aos Santos.
Extasiado pela tamanha
dignidade de Maria, Santo Agostinho exclama enfaticamente: “Ainda que todos os
membros do nosso corpo se transformassem em outras tantas línguas, não a
poderíamos condignamente louvar e homenagear.
É mais alta do que o
Céu, a de quem queremos falar. É mais profunda do que o abismo, a que
pretendemos encomiar. Pois, é esta só que mereceu ser chamada Mãe e Esposa.
É esta que, de um modo
admirável e inestimável, gerou o Salvador de todas as criaturas e de Si
própria.
Quem é esta Virgem tão
Santa, que um Deus A escolheu para Esposa?
Quem é esta tão casta,
que depois do parto podia ficar Virgem?
É esta o Templo de Deus
vivo, a Fonte selada, a Porta fechada da Casa de Deus.
É esta a quem, como já
disse, o Espírito Santo desceu e a virtude do Altíssimo obumbrou.
É esta, Imaculada na
Conceição, fecunda no parto, Virgem lactante, nutrindo o Manjar do Anjos e dos
homens.
Bem-aventurada sois, ó
Maria e digníssima de todo o louvor! Ó gloriosa Virgem e Mãe de Deus! Ó sublime
puérpera, por cujas entranhas desceu o Autor do Céu e da terra! Concebendo em
vosso Seio o Autor, o destes à luz, no tempo, como Redentor, que antes de todos
os tempos era vosso Criador”!12
Verdadeiramente,
concordamos com o Abade Guerico, discípulo de São Bernardo, que escreveu, que
“Maria é em tudo para nós – um Milagre!”13
2) “A Mãe de Deus é
admirável, em segundo lugar, no seu martírio”.
As Sagradas Escrituras
chamam a “Mãe dos Macabeus, sobremaneira admirável e digna da memória dos bons,
porque viu morrer os seus sete filhos em um só dia, suportando com ânimo
constante a sua morte, pela esperança que tinha em Deus”.14
Porém, “muito mais
admirável é a Mãe de Deus” que, ao pé da Cruz, sobre o Monte Calvário, sofreu
um acerbíssimo martírio, vendo morrer, em circunstâncias sumamente infames, o
seu Filho divino, o mais belo e mais perfeito, o mais Santo e o mais amado de
todos os filhos!
Enquanto os varões,
Apóstolos, discípulos e amigos fugiram, perseverou Ela, com ânimo constante, ao
pé da Cruz.
Que coragem e fortaleza,
que paciência e resignação, que ternura e piedade mostrou Maria, naquelas horas
funestas do Sacrifício cruento do seu Filho!
Acompanhou-O ao
Calvário. Presenciou os seus sofrimentos. Assistiu à sua agonia, para depois
recebê-lO desfigurado, ensanguentado e morto nos seus braços e chorá-lO,
encerrado no sepulcro!
Na verdade, que Mãe
admirável, que mulher forte é Maria! Não a intitulamos simplesmente “Mártir”,
mas, com toda razão, “Rainha dos Mártires”!
Dizem da Mãe dos
Macabeus, que ela suportava com ânimo constante a morte dos seus filhos, pela
esperança que tinha em Deus.
A mesma esperança em
Deus e até a certeza de ver redimido o mundo pela morte de seu Filho, foi
também em Maria o fundamento de sua constância, de seu heroísmo.
Santo Ambrósio salienta
precisamente esta razão, quando diz: “Maria estava intrépida ao pé da Cruz e
olhava com piedade as Chagas de seu Filho, sabendo que por elas se ia salvando
o mundo”.15
É nisto que consiste a
grandeza da Mãe admirável: que Ela, com pleno consentimento e prontidão de
ânimo, entregou e ofereceu seu próprio e único Filho, a fim de que, pela sua
morte, fosse salvo o gênero humano.
Cooperando com a missão
redentora de seu Filho, que se completou sobre o Monte Calvário, Maria “atingiu
o auge de seu Apostolado, sob as mais tremendas e cruciantes condições”.
Se o Rei Salomão no seu
Cântico dos Cânticos16
diz que “o amor é forte como a morte” e que “as muitas águas não puderam
extinguir o amor”: – realmente, a Mãe de Deus nos poderá assegurar: “O Meu amor
para convosco era mais forte que a morte e as Minhas lágrimas e o muito Sangue
de Meu Filho não puderam extinguir o Meu amor para convosco, meus mui amados
filhos!”
3) Em verdade, ó Maria,
Vós sois uma Mãe sumamente amável, uma Mãe sumamente admirável! O Martírio, a
que Vos submetestes por amor de nós, excede a nossa compreensão!
Porém, não menos Sois “admirável
no Vosso Apostolado glorioso e poderoso” que, depois da Vossa Assunção ao
Céu, estais exercendo por amor de nós, por amor das almas imortais, por amor da
Santa Igreja Católica, de que Sois a Soberana Protetora e Rainha!
O Apóstolo São João,
descrevendo no Apocalipse17
as suas visões, conta, como “no Céu apareceu um grande sinal: uma Mulher
vestida de sol e a lua debaixo de seus pés e uma coroa de doze estrelas sobre
sua Cabeça; e estando grávida, clamava com dores de parto e sofria tormentos
para dar à luz. E foi visto outro sinal no Céu: era um grande Dragão vermelho,
que tinha sete cabeças e dez pontas e nas suas cabeças sete diademas; e o
Dragão parou diante da Mulher, que estava para dar à luz, a fim de devorar o
Seu Filho”.
Todos os Padres e
Teólogos intérpretes reconhecem nesta mulher tanto um Símbolo da Igreja de
Cristo, como uma figura de Maria Santíssima.
A Santa Igreja gera os
seus filhos na dor e também a Mãe de Deus gerou-nos, os Seus filhos, na dor,
quando estava ao pé da Cruz, sobre o Monte Calvário. O Dragão infernal, de sua
parte, põe tudo em obra para destruir a Igreja e para devorar os filhos de
Maria.
Mas, os ataques e
perseguições do Demônio não poderão destruir a Igreja, nem poderão perder os
verdadeiros filhos de Maria; pois, “as portas do Inferno não poderão prevalecer
contra a Igreja”, conforme prometeu solenemente o Divino Mestre a São Pedro, o
Príncipe dos Apóstolos; e os seus filhos ficarão abrigados sob o manto protetor
da Mãe e Rainha celeste, que esmagará com Seu pé virginal a cabeça da Serpente
infernal, conforme o próprio Deus predissera no Paraíso terrestre.
Nos capítulos
anteriores, já expusemos largamente diversos fatos do Apostolado glorioso e
triunfante, que a Mãe e Rainha nossa exerce admiravelmente, de lá dos Céus, em
defesa da Igreja de Seu Filho, em prol da propagação do Reino de Deus neste
mundo e em benefício temporal e espiritual dos filhos, que estão gemendo e
periclitando no exílio terrestre.
Todo o glorioso
Apostolado de Maria está resumido nestes títulos e invocações, que já
explicamos: “Rainha dos Apóstolos, Rainha do Sacratíssimo Rosário,
Esmagadora da perversidade herética, Auxílio dos Cristãos, Saúde dos Enfermos,
Refúgio dos pecadores”.
Se perguntarmos pela
razão de tão excepcional e admirável poder, com que a Mãe de Deus exerce o seu
Apostolado, São Pedro Damião dar-nos-á a seguinte resposta: “Quando Maria
Santíssima se apresenta diante do trono de Deus, não é tanto para pedir, como
para mandar, pois, que Ela não se apresenta como serva, mas como Mãe e
Soberana.18
A esse respeito, a
Rainha Ester do Antigo Testamento, a esposa predileta do Rei Assuero, é uma
belíssima figura de Maria; pois, quando esta se apresentou perante o trono real
para pedir pelo seu povo judeu, Assuero lhe perguntou: “Que petição é a tua,
Ester, para que te seja concedida? E que queres que se faça? Ainda que peças,
metade do meu Reino, a terás!”19
Assim, semelhantemente,
a Ester da Nova Aliança, a Mãe e Rainha celeste, é “sumamente admirável pela
sua Onipotência Suplicante”, a que o Rei celeste não pode resistir.
Resumindo, dizemos:
“Maria é três vezes admirável pela sua mediação que se refere ao
princípio, ao meio e ao fim da nossa Redenção; pois, por Ela veio o Redentor a
este mundo, Ela assistiu-O no Sacrifício da Cruz, sobre o Calvário e dispensa
desde então aos homens os frutos da Redenção. A unidade desta tríplice mediação
constitui a admirável cooperação de Maria na Obra Redentora de Cristo,
tornando-A Co-Redentora da Humanidade e a Rainha do Apostolado Universal, ao
lado de Cristo, Apóstolo e Redentor”.20
2. Consideração Prática.
A Mãe de Deus se nos
apresenta sumamente admirável pela sua “Maternidade Virginal”, na circunstância
da Encarnação do Verbo divino, que é o principal e o fundamento de nossa
Redenção.
Apresenta-se-nos
sumamente admirável no seu “Martírio” sobre o Calvário, onde se completou a
nossa Redenção.
Apresenta-se-nos
sumamente admirável no seu “glorioso e ilimitado poder”, pelo qual continua a
dispensar-nos as bênçãos e frutos da Redenção.
“Sendo a Santíssima
Virgem sumamente admirável, temos que efetivamente admirá-La”.21
Saber admirar é uma
virtude. Uma alma incapaz de admiração tem, por isso mesmo, algo que a torna
antipática.
“Para sermos
admiradores, devemos ser puros”. A alma pura está aberta para uma das mais
ricas fontes de admiração: a da “beleza”. E a Santíssima Virgem, porventura,
não é a mais bela de todas as criaturas, o prodígio da beleza sobrenatural?!
“Tota pulchra es Maria,
et macula non est in te!”, atesta a Santa Igreja.
Conservemo-nos puros e a
beleza, que procede de Deus, – a beleza por essência – terá para nós seus
atrativos. Nossas mãos aplaudirão e nossa voz exprimirá admiração e alegria.
“A alma pura admirará,
portanto, com entusiasmo!”
Almas incapazes de
compreender e adequar-se à altura – arrastam-se pelo chão; trepam, mas não
sabem voar. Falta-lhes a asa poderosa. São almas mesquinhas, espíritos pobres,
corações acanhados.
O entusiasmo é o calor
da alma. O calor é vida, é luz, é força.
“As almas entusiastas na
admiração, são capazes de ação”. Por conseguinte, “só os admiradores
entusiastas de Maria são capazes de imitar-lhes as virtudes e de serem
apóstolos!”
Aplaudamos, portanto,
com todo o entusiasmo, a excelsa Mãe de Deus com São João Crisóstomo, um dos
mais eloquentes admiradores entusiastas de Maria: “Na verdade, meus caríssimos
Irmãos”, assim escreve, “a Bem-aventurada sempre Virgem Maria foi um grande
milagre. Pois, o que jamais foi encontrado, ou poder-se-ia em qualquer
tempo encontrar, que fosse mais sublime e mais nobre do que Maria? Só Ela
superou em amplitude o Céu e a terra.
O que é mais santo que
Ela? Nem os Profetas, nem os Apóstolos, nem os Mártires, nem os Patriarcas, nem
os Anjos, nem os Tronos, nem as Dominações, nem os Serafins, nem os Querubins;
nem, afinal, qualquer outra entre as criaturas visíveis e invisíveis poderá ser
mais excelente.
A mesma é Mãe e Serva de
Deus. A mesma é Virgem e Mãe de Deus; é a Mãe de quem o Pai celeste gerou desde
antes de todos os séculos e a quem os Anjos e os homens reconhecem por Senhor
de todas as coisas”.
Terminando, façamos
nossa a súplica e a Oração de São João
Crisóstomo:
“Salve, ó Mãe, ó Virgem,
ó Donzela: céu, trono, decoro, glória e fortaleza de nossa Igreja!
Rogai incessantemente
por nós a Jesus, Vosso Filho e Nosso Senhor, a fim de conseguirmos, por Vossa
intercessão, misericórdia no dia do Juízo e os bens reservados para os que amam
a Deus, pela graça e benignidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, a quem, com o
Pai e o Espírito Santo, seja glória e honra e império, agora e sempre e por
todos os séculos dos séculos”. Amém.22
_______________________
Fonte: Rev. Pe. Dr. Erasmo
Raabe, S.A.C., “Regina Mundi – Considerações Doutrinal-Práticas em Trinta e Três
Capítulos para os Meses e Festas de Maria”, Cap. XXXI, pp. 177-189; 2ª Edição,
Edições Paulinas, São Paulo, 1955.
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