Dos Motivos de Devoção a Maria Santíssima
A própria
Trindade adorável deu-nos o exemplo das homenagens a prestar a mais pura, santa
e sublime das criaturas.
O Pai celeste,
tratando-A como sua Filha predileta, dotou-A, desde a sua Conceição Imaculada, de
dons, de prerrogativas, de favores imensamente superiores aos dos Santos Anjos
e dos Eleitos reunidos.
Deus Filho,
escolhendo-A para sua Mãe querida, consagrou-lhe inteira obediência e amor
filial; cada dia saudava-A, agradecia-lhe, honrava-A com o respeito mais
sincero e a mais terna afeição. Que belo Modelo a seguir!
O Espírito
Santo, predestinando Maria para sua Esposa puríssima, entregou-lhe todos os
bens da Redenção, a fim de que, enriquecida além de toda medida, pudesse
fornecer a todos os homens o necessário e o superabundante na ordem da
salvação. Ah! Não pode haver maior honra, confiança e ternura por parte do
Criador para com uma simples criatura.
Também a Igreja,
inspirada por seu divino Fundador, nunca julgou exorbitar, elevando o culto de Maria
à altura em que A colocou. Cada ano consagra-lhe dois meses inteiros: Maio e
Outubro, e celebra grande número de festas em memória da sua Conceição, do seu
Nascimento, da sua Vida, de sua Morte, de seus Privilégios e de suas Virtudes.
Todas as semanas reserva-lhe o Sábado; e três vezes ao dia convida os fiéis a
saudá-lA ao som do Angelus, recordando-nos assim o Mistério
inefável em que Maria, tornando-se Mãe de Deus, se tornou também nossa Mãe e
nossa Advogada Onipotente junto ao Todo-poderoso. E quantos Santuários são
dedicados a essa gloriosa Rainha, e sob quantos títulos é Ela invocada em todo
o Orbe Católico! A Igreja Universal confirma assim o que os Doutores e os
Santos têm escrito sobre o poder e a bondade de Maria.
Rainha e Mãe
nossa, considerando o que a adorável Trindade, a Santa Igreja e
todos os verdadeiros discípulos de Jesus têm feito por Vós, cubro-me de
confusão ao pensar em minha tibieza em Vosso serviço. Obtende-me a graça:
1º de honrar-Vos
como a Virgem Imaculada, a Mãe do Verbo Encarnado, a Soberana do Céu e da
terra, a mais perfeita imagem criada do Ser incriado;
2º de amar-Vos
como a mais pura, a mais Santa das criaturas e a Cooperadora do Salvador na
nossa Restauração espiritual;
3º de
suplicar-Vos e invocar-Vos como a Dispenseira dos Dons celestes e a Medianeira
da nossa salvação. Qui me invenerit inveniet vitam et hauriet salutem a
Domino.
Dos Bens que nos Advêm
da Devoção a Maria Santíssima
Se é desnaturado
o filho que não ama a sua mãe, que nome nos darão os Anjos se não amarmos a
Maria? Não foi Ela que gerou para a graça e para a glória no
excesso da Sua dor? E depois disso não se tornou Ela a nossa nutriz
na ordem da salvação? Quem a invocou jamais sem ser por Ela socorrido? Todos os
pecadores, quebraram as cadeias de sua escravidão, pela intercessão de Maria.
Todas as almas inocentes que perseveraram no bom caminho devem esse privilégio
as Suas preces.
Os Santos que hoje se acham na glória, um S.
Efrém, um S. Bernardino de Sena, um S. Filipe Néri, um S. Afonso e tantos
outros, reconhecem que, depois de Jesus, devem a sua coroa à divina Mãe. Os
Doutores prestam-lhe homenagens e proclamam-nA, com S. Cirilo, a
Lâmpada Inextinguível e a Rainha da Fé Católica. As Virgens
atribuem-lhe a honra da sua virgindade, os Mártires, a da sua
paciência, e Todos os Santos, a das suas virtudes. “Por
Ela, diz ainda S. Cirilo, o Céu inteiro triunfa, os Anjos e os
Arcanjos se alegram, os Demônios são banidos, e todo o Gênero Humano se coloca
no caminho que o leva à eterna beatitude”.
Como poderás
então, alma presumida, atribuir aos teus méritos e à tua
fidelidade o pouco de bem que operaste? Donde te vêm o perdão dos pecados e a
vitória nas tentações, e a paz interior que gozas? Não é daquela a quem dás o
doce nome de Mãe, e que é a Dispensadora dos Bens celestes? Dize-lhe, pois, com
humilde reconhecimento:
Ó Mãe da divina graça! Se recebi a verdadeira fé,
uma educação cristã, se escapei do contágio do século e não fui, como tantos
outros, a triste vítima das ciladas de Satanás e dos suplícios eternos, devo-o,
depois de Jesus, a Vossa proteção e ao Vosso amor maternal. Quisera ter a
linguagem dos Anjos e dos Bem-aventurados para vo-lO agradecer. Ao menos
proponho-me por gratidão: 1º ler e meditar muitas vezes as Vossas alegrias, as
Vossas dores e as Vossas glórias; 2º saudar-Vos e implorar-Vos, a exemplo de S.
Afonso, todos os quartos de hora; 3º trabalhar na minha santificação, na
intenção de agradecer-Vos e sob a Vossa doce e eficaz direção. Amém.
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