Nas
próximas linhas, veremos que esta Revelação divina é confirmada
pela Santa Mãe, a Igreja Católica, a qual, é o Órgão instituído
por Nosso Senhor Jesus Cristo aqui neste mundo, como único e fiel
intérprete de Sua doutrina, de Sua lei. Vejamos:
Davi
não edificará um templo a Deus
Habitando
já Davi no seu palácio, disse ao Profeta Natan: Eis que eu habito
numa casa de cedro, e a Arca da Aliança do Senhor está sob uma
tenda. E Natan respondeu a Davi: Faze tudo o que tens no teu coração,
porque Deus é contigo.
Mas
naquela noite o Senhor falou a Natan, dizendo: Vai,
e dize a Davi, meu servo: Isto diz o Senhor: TU NÃO ME EDIFICARÁS
UMA CASA PARA EU HABITAR. Porque Eu não tenho tido casa certa desde
o tempo em que libertei Israel (do Egito) até ao presente, mas tenho
sempre mudado os lugares do tabernáculo, e estive debaixo de uma
tenda, morando com todo o Israel. Porventura dirigi Eu alguma palavra
a algum dos juízes de Israel, a quem tinha mandado que apascentassem
o Meu povo, dizendo-lhe: porque não Me edificastes vós uma casa de
cedro? Agora, pois, dirás assim ao Meu servo Davi: Eis o que diz o
Senhor dos Exércitos: Quando tu conduzias os rebanhos a pastar, Eu
te escolhi para seres chefe do Meu povo Israel, e fui contigo, por
onde quer que andavas, e extingui, à tua vista, todos os teus
inimigos, e fiz o teu nome tão ilustre como o de um dos grandes que
são famosos sobre a terra. E dei um lugar fixo ao Meu povo de
Israel, no qual será confirmado, e nele habitará, e nunca mais será
removido dele (se obedecer à Minha lei); nem os filhos da iniquidade
os oprimirão, como antes, desde o tempo em que dei juízes ao Meu
povo de Israel e humilhei todos os teus inimigos. Eu,
pois, te declaro que o Senhor há de fundar para ti uma casa
(estável).
Deus
promete à casa de Davi,
um
Reino eterno.
E
quando os teus dias estiverem completos para ires para teus pais, EU
SUSCITAREI
DEPOIS,
UM
DO
TEU
SANGUE,
QUE
SERÁ
DOS
TEUS
FILHOS,
e estabelecerei o seu reino. ESSE
ME
EDIFICARÁ
UMA
CASA,
E
FIRMAREI
O
SEU
TRONO
PARA
SEMPRE.
EU
SEREI
SEU
PAI,
E
ELE
SERÁ
MEU
FILHO;
e Eu não tirarei dele a Minha misericórdia, como a tirei de (Saul)
teu predecessor. MAS
EU
O
ESTABELECEREI
NA
MINHA
CASA
E
NO
MEU
REINO
PARA
SEMPRE;
E
O
SEU
TRONO
SERÁ
IMÓVEL
PERPETUAMENTE.
Natan
falou a Davi segundo todas estas palavras, e segundo toda esta
visão.
Jesus,
verdadeiro filho de Davi,
edifica,
em Maria,
a
Sua verdadeira Morada e Reino.
E,
(estando Isabel) no sexto mês, foi enviado por Deus o
Anjo Gabriel a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem
desposada com um varão, que se chamava José, DA CASA DE DAVI, e o
nome da Virgem era MARIA. E, entrando o Anjo onde ela estava,
disse-lhe: Deus te salve, cheia de graça, o Senhor é contigo;
BENDITA ÉS TU ENTRE AS MULHERES.
E
ela, tendo ouvido estas coisas, turbou-se com as suas palavras, e
discorria pensativa que saudação seria esta. E o Anjo disse-lhe:
Não temas, MARIA, pois achaste graça diante de Deus; EIS QUE
CONCEBERÁS NO TEU VENTRE, E DARÁS À LUZ UM FILHO, E POR-LHE-ÁS O
NOME DE JESUS. ESTE SERÁ GRANDE, E SERÁ CHAMADO FILHO DO ALTÍSSIMO,
E O SENHOR DEUS LHE DARÁ O TRONO DE SEU PAI DAVI; E REINARÁ
ETERNAMENTE NA CASA DE JACÓ; E O SEU REINO NÃO TERÁ FIM.
E
MARIA disse ao Anjo: Como se fará isso, pois eu não conheço varão?
E, respondendo o Anjo, disse-lhe: O Espírito Santo descerá sobre
ti, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a Sua sombra. E, por
isso mesmo, O SANTO, QUE HÁ DE NASCER DE TI, SERÁ CHAMADO FILHO DE
DEUS. Eis que também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na sua
velhice; e este é o sexto mês da que se diz estéril; porque a Deus
nada é impossível. Então disse MARIA: Eis aqui a escrava do
Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra. E o Anjo afastou-se
dela.
Maria
Santíssima,
a
verdadeira Casa de Ouro,
do
Ouro da Caridade Divina.
O
rei Salomão realizou o grande sonho que Deus não permitiu ao pai
dele, ao rei Davi:
edificar uma casa ao Senhor. Mas o sábio rei ficou perplexo diante
do empreendimento: “É
pois crível, que Deus habite verdadeiramente sobre a terra? Por que
se os Céus dos céus não Te podem conter, quanto menos esta casa,
que eu edifiquei!”.
No entanto, Deus permitiu a construção do templo ao rei
pacífico.
O material necessário já foi preparado pelo grande rei Davi,
legando ao filho, grandes
riquezas.
O
templo
foi construído no maior esplendor, cobrindo de ouro a madeira nobre:
“Cobriu de
puríssimo ouro a parte do templo que estava diante do oráculo e
pregou as lâminas de ouro com pregos de ouro. E nada havia no templo
que não estivesse coberto de ouro; e até cobriu de ouro todo o
altar do oráculo”.
Por
que Deus permitiu que lhe fosse edificada uma casa, se nem os Céus
dos céus podem contê-Lo? Lendo com atenção a profecia de Natã,
entenderemos que Deus quis que Sua casa, fosse um sinal para as
gerações futuras: “Suscitarei
depois de ti a tua posteridade, que nascerá de ti, e firmarei o seu
reino. Ele edificará
uma casa em Meu Nome
e Eu estabelecerei para sempre o trono de seu reino… E a tua casa
será estável e o teu reino se perpetuará diante de teu rosto e o
teu trono será firme para sempre”.
O
profeta Natã prometeu a Davi: “O
Senhor te anuncia que te fará uma casa”.
Nessa casa, o trono de Davi se perpetuará para sempre. Pela voz
profética, foi delineado, veladamente, o Mistério da Encarnação:
na Casa de Ouro que Deus construirá, o Messias reinará eternamente.
Assim ressoa mais profundamente nos ouvidos da fé: “Eis
que a casa estava cheia da glória do Senhor”.
Maria,
a Habitação mais digna de Deus:
Pela
Encarnação do Verbo, Maria tornou-se a Casa de Deus, pois recebeu,
por nove meses, em Suas entranhas o Filho de Deus. Podemos aplicar
com muita conveniência as palavras misteriosas: “A
sabedoria edificou para
si uma casa...”.
A sabedoria de Deus, o Logos divino escolheu Maria para realizar o
eterno plano de Deus para nossa Salvação.
O
Cardeal Berulle (1575-1629) apresenta o papel de Maria no contexto da
Encarnação do Verbo. Em sua obra, frequentemente retoma a ideia de
Maria como casa, templo de Deus, santuário divino:
“Vós
sois o paraíso do Segundo Adão, Vós sois o Templo vivo de Deus
encarnado, Vós sois a ampla habitação Daquele que não pode ser
encerrado. Grandes qualidades, poderes admiráveis, efeitos
raros e
singulares...”.
“(Maria)
é na terra um Céu vivo, destinada
a portar um Sol vivo e um Sol estabelecido num firmamento mais alto.
Na terra, Ela é um Santuário que Deus enche de maravilhas… Ela é
um novo paraíso, não terrestre como aquele de Adão, que foi
destruído por seu pecado, nem celeste como aquele dos Anjos o qual
se encontra só no Céu, mas Ela é, na terra, um paraíso celeste
que Deus plantou com Sua mão e que seu Anjo da Guarda, para o
segundo Adão, para o Rei do Céu e da terra que deve aí habitar”.
A
casa, o Santuário de Deus, é feita toda de
ouro.
O ouro puro, resplandecente, simboliza a caridade.
A
Igreja de Laodiceia não
era “nem
fria, nem quente”,
mas “morna”,
isto é, diminuiu-se nela a caridade. Por isso, João transmite essa
mensagem: Aconselho-te,
que me compres ouro provado no fogo, para te fazeres rico
e te vestires de roupas brancas (da
Santidade)...”.
Sendo
o ouro símbolo da caridade, a Casa de Ouro, é aquele Santuário
feito pelo Senhor, que acolheu com amor dentro de si o Filho de Deus
encarnado. Enviado pelo amor do Pai,
foi acolhido aqui na terra com amor no Corpo e no Coração de Maria.
Sabemos
que os ouvidos do Senhor, do mesmo modo que naquele templo material,
estão abertos aos pedidos feitos neste Santuário: “Os
meus ouvidos atenderão à oração daquele que orar neste lugar,
porque Eu escolhi e santifiquei este lugar...”.
Nós
também somos “Casa de Deus”:
Deus, “o Arquiteto de tudo”, constituiu a nós também para
sermos Sua casa: “Esta
casa somos nós,
se mantivermos a confiança e o motivo altaneiro da esperança”.
Cada
um de nós, batizados, é santa morada de Deus, como ensina São
Paulo: “Não
sabeis que sois um templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita
em vós? Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá.
Pois o templo de Deus é santo e esse templo sois vós”.
Consagrados
a Deus em nosso Batismo e Confirmação, devemos guardar em nós, com
toda solicitude, a graça santificante e aumentá-la cada vez mais
pela Santa Comunhão, seguida por nossas boas ações.
Virgem
Maria, Casa de Ouro, rogai por nós,
para
que sempre sejamos digna
morada
de Vosso Filho!
Conclusão:
“Quereis
conhecer os saltos que deu o Esposo?” Pergunta São Gregório
Magno. “Olhai: Baixou do Céu ao seio de Maria, do seio de Maria
saltou para o Presépio, do Presépio para a Cruz e da Cruz, enfim,
voltou ao Céu donde viera”. Se a Esposa sente que o Esposo se
aproxima, o Coração treme-lhe de emoção. Ela espreita pela
gelosia e vê-Lo lá fora a chamar por Ela para o campo
coberto de flores e canções. É Jesus que, oculto no seio de Maria,
convida a Igreja a desfrutar das maravilhas da Jerusalém celeste.
A
Igreja exultante de Alegria,
canta
e
proclama esta Revelação.
Sim,
as palavras reveladas lá no Antigo Testamento, não se satisfazem
plenamente no rei Salomão, mas sim em MARIA; e a Igreja, guardiã
que é do Depósito da Revelação e, autêntica e legítima
intérprete da mesma Revelação, canta e proclama exultante de
alegria esta verdade de fé.
Assim
como o Verbo, que é a Sabedoria divina, a Virgem Santíssima esteve
presente desde toda a eternidade no pensamento de Deus, como devendo
ser Mãe do Verbo Encarnado. Por
isso, a Igreja aplica as palavras referentes à Sabedoria, também à
Santíssima Virgem Maria.
1)
“Eu
saí da boca do Altíssimo, a primogênita antes de todas as
criaturas… Então o Criador de tudo deu-me os seus Preceitos, e
falou-me; E AQUELE QUE ME CRIOU DESCANSOU NO MEU TABERNÁCULO, e
disse-me: Habita em Jacó, e possui a tua herança em Israel, e lança
raízes entre os meus escolhidos.
Eu
fui criada desde o
princípio, e antes dos séculos, e não deixarei de existir em toda
a sucessão das idades, e exerci diante dele o meu ministério na
MORADA SANTA. Eu fui assim firmada em Sião, e repousei na CIDADE
SANTA, e em Jerusalém está o meu poder. Tomei raízes no meio de um
povo glorioso, e nesta porção do meu Deus, que é a sua herança, e
na assembleia dos santos, estabeleci a minha assistência… Eu sou a
mãe do amor formoso, e do temor, e da ciência, e da santa
esperança. Em mim há toda a graça do caminho e da verdade, em mim
toda a esperança da vida e da virtude… Tudo isto é o Livro da
Vida, e a aliança do Altíssimo, e o conhecimento da verdade… (O
Senhor) prometeu a Davi, seu servo que faria sair dele um rei
fortíssimo, o qual se sentaria sobre um trono de glória para
sempre… Eu
continuarei a espalhar a minha doutrina como uma profecia, e
deixa-la-ei aos que andam em busca de sabedoria, e não cessarei de a
anunciar a toda a sua descendência até o século santo. Vede que eu
não trabalhei só para mim, mas para todos os que buscam a verdade.
2)
Na 1ª Véspera, da Festa da Natividade de Nossa Senhora, a Igreja
cheia de júbilo canta na Antífona:
Natívitas
gloriósae Vírginis Maríae ex sémine Abrahae, ortae de tribu Juda,
clara ex stirpe Davi – É
hoje o Nascimento da Virgem Maria, da estirpe de Abraão e da tribo
de Judá, descendente da ilustre família de Davi.
Natívitas
est hódie sanctae Maríae Vírginis, cujus vita ínclyta cunctas
illústrat ecclésias – É
hoje o Nascimento da Virgem Santa Maria, cuja vida gloriosa ilumina
todas as igrejas.
Regáli
ex progénie María exórta refúlget; cujus précibus nos adjuvári,
mente et spíritu devotíssime póscimus –
De tronco real, Maria veio hoje à luz em toda a sua glória, cujas
preces devotissimamente pedimos.
E
na
Antífona de Magnificat,
da Missa dedicada a Natividade de Nossa Senhora, a Igreja canta:
Natívitas
tua, Dei Génitrix Virgo, gáudium annuntiávit univérso mundo; ex
te enim ortus est sol justítiae, Christus, Deus noster: qui solvens
maledictiónem, dedit benedictiónem; et confúndens mortem, donávit
nobis vitam sempitérnam –
O Teu Nascimento, ó Virgem Mãe de Deus, anunciou uma grande alegria
para o mundo inteiro. Com efeito, destes à luz o Sol da justiça,
Cristo, o nosso Deus, que desfez
a maldição e nos deu a bênção, destruiu a morte e reintegrou-nos
na vida.
3)
Na 1ª Leitura da Missa
dedicada a honrar Nossa Senhora de Lourdes, a Igreja exalta Maria com
estas palavras:
Apértum
est templum Dei in caelo: et visa est arca testaménti ejus in templo
ejus, et facta sunt fúlgura et vocês et terraemótus et grando
magna. Et signum magnum appáruit in caelo: Múlier amícta sole, et
luna sub pédibus ejus, et in cápite ejus coróna stellárum
duódecim. Et audívi vocem magnam in caelo dicéntem: Nunc facta est
salus et virtus, et regnum Dei nostri et potéstas Christi ejus –
Abriu-se no Céu o Templo de Deus e
apareceu nele A
ARCA
DO
TESTAMENTO.
Então, houve relâmpagos, terremotos, vozes e tempestades de
granizo. E apareceu um grande sinal no Céu: UMA
MULHER
revestida de Sol, com a Lua aos pés e coroada de doze estrelas. E
ouvi no Céu uma grande voz que dizia: AGORA
SE
ESTABELECEU
A
SALVAÇÃO
E
A
FORTALEZA
E
O
REINO
DO
NOSSO
DEUS
E
O
PODER
DO
NOSSO
CRISTO.
4)
Na 1ª Véspera da Missa dedicada a Apresentação de Nossa Senhora,
a Igreja canta na
Antífona de Magnificat:
Beáta
Dei Génitrix, María, Virgo perpétua, templum Dómini, sacrárium
Spíritus Sancti, sola sine exémplo placuísti Dómino nostro Jesu
Christo, allelúja –
Ó Bem-aventurada Mãe de Deus, Maria, Virgem perpétua, TEMPLO DO
SENHOR, SACRÁRIO DO ESPÍRITO SANTO, só Vós agradastes totalmente
a Nosso Senhor Jesus Cristo, aleluia.
E
na Oratio
da Missa deste dia, a Igreja eleva ao Céu este louvor:
Deus,
qui beátam Maríam semper Vírginem, Spíritus Sancti habitáculum,
hodiérna die in templo praesentári voluísti: praesta, quaésumus;
ut, ejus intercessióne, in templo glóriae tuae praesentari
mereámur... –
Ó Deus, que quisestes que a Bem-aventurada Virgem Maria, MORADA DO
ESPÍRITO SANTO, fosse apresentada hoje no Templo, fazei, com sua
intercessão, que mereçamos ser também apresentados no Templo da
Vossa glória…
5)
Na Oratio
da Missa da Vigília, da Festa da Assunção da Santíssima Virgem
Maria, a Igreja canta:
Deus,
qui virginálem aulam beátae Maríae, in qua habitáres, elígere
dignátus es: da, quaésumus; ut, sua nos defensióne munítos,
jucúndos fácias suae interésse festivitáti... –
Ó Deus, QUE VOS DIGNASTES ESCOLHER PARA MORADA O SEIO PURÍSSIMO DA
SANTÍSSIMA VIRGEM, fazei que, nós Vos pedimos, colocados debaixo da
sua proteção, celebremos a sua festa com santa alegria…
E
no Graduale
da mesma Missa, a Igreja canta:
Virgo,
Dei Génitrix, quem totus non capit orbis, in tua se clausit víscera
factus homo –
Virgem Mãe de Deus, Aquele que o mundo inteiro não pode conter
encerrou-se nas Vossas entranhas para se fazer homem.
E
na Communio
da mesma Missa, canta ainda a Igreja:
Beáta
víscera Maríae Vírginis, quae portavérunt aetérni Patris Fílium
–
Felizes as entranhas da Santíssima Virgem Maria QUE ABRIGARAM O
FILHO DO PAI ETERNO.
6)
Na Oratio
da Missa dedicada a Imaculada Conceição da Santíssima Virgem
Maria, a
Igreja canta com júbilo:
Deus,
qui per immaculátam Vírginis Conceptiónem dignum Fílio tuo
habitáculum praeparásti: quaésumus; ut, qui ex morte ejúsdem
Fílii tui praevísa eam ab omni labe praeservásti, nos quoque
mundos ejus intercessióne ad te perveníre concédas... –
Ó Deus, QUE PELA IMACULADA CONCEIÇÃO DA VIRGEM, PREPARASTES PARA
VOSSO FILHO DIGNA MORADA, nós Vos suplicamos humildemente que, assim
como, em atenção aos merecimentos desse mesmo Filho, Vos dignastes
preservá-lA de toda a mácula, nos concedais igualmente, por sua
intercessão, a graça de chegarmos a Vós limpos do pecado…
E
no Tractus
da mesma Missa, canta ainda a Igreja louvando a Santíssima Virgem
Maria:
Fundaménta
ejus in móntibus sanctis: díligit Dóminus portas Sion super ómnia
tabernácula Jacob. Gloriósa dicta sunt de te, cívitas Dei. Homo
natus est in ea, et ipse fundávit eam Altíssimus –
Tem os seus fundamentos sobre a montanha santa. O SENHOR PREFERE AS
PORTAS DE SIÃO A TODAS AS TENDAS DE JACÓ. Têm dito de Vós coisas
admiráveis, Ó CIDADE DE DEUS! Nasceu nela um homem e foi o próprio
Altíssimo quem a fundou.
7)
No Communio
da II Missa
da Santíssima Virgem
no
Sábado (Do Natal à Purificação), a Igreja canta:
Beáta
víscera Maríae Vírginis, quae portavérunt aetérni Patris Fílium
–
Bem-aventurado o seio da Virgem Maria, ONDE HABITOU o Filho do Pai
Eterno.
8)
No Offertorium
da IV Missa da Santíssima Virgem no Sábado (Da Páscoa ao
Pentecostes), a Igreja canta:
Beáta
es, Virgo María, quae ómnium portásti Creatórem: genuísti qui te
fecit, et in aetérnum pérmanes Virgo, allelúja –
Bem-aventurada sois, Virgem Maria, QUE
TROUXESTES
EM
VÓS
O
CRIADOR
DE
TODAS
AS
COISAS;
DESTES
À LUZ AQUELE QUE VOS CRIOU, e ficastes eternamente Virgem, aleluia.
9)
No Graduale
da Missa dedicada à Visitação de Nossa Senhora, a Santa Madre
Igreja canta:
Bendícta
et venerábilis es, Virgo María: quae sine tactu pudóris invénta
es Mater Salvatóris. Virgo, Dei Génitrix, quem totus
non capit orbis, in tua se clausit víscera factus homo –
Bendita e venerável és, ó Virgem Maria, Tu que sem injúria do
pudor, foste a Mãe do Salvador. Virgem, Mãe de Deus, dAquele que
sendo maior que todo o mundo, para se fazer homem se fechou dentro do
Teu seio.
E
no Offertorium
da mesma Missa, canta a Igreja:
Beáta
es, Virgo María, quae ómnium portásti Creatórem: genuísti, qui
te fecit, et in aetérnum pérmanes Virgo –
Bem-aventurada
és Tu, ó Virgem Maria, que foste digna de trazer no seio o Criador
do mundo, deste à luz Aquele que te criou e ficaste Virgem para
sempre.
E,
ainda, no Communio
da mesma Missa, rejubila-se a Igreja cantando:
Beáta
víscera Maríae Vírginis, quae portavérunt aetérni Patris Fílium
–
Bem-aventuradas as entranhas da Virgem Maria. Nelas andou o Filho do
Pai Eterno.
E
no Capitulum
das
2ª Vésperas
da Festa da Visitação de Nossa Senhora, louva a Igreja assim:
Ab
inítio et ante saécula creáta sum, et usque ad futúrum saéculum
non désinam, et in habitatióne sancta coram ipso ministrávi –
Desde
o princípio e antes dos séculos fui criada. Não deixarei de
existir nos tempos futuros, e exerci o Meu ministério diante do
Senhor na Sua casa santa.
10)
E, por fim, no Orémus
da Antífona da Salve
Regina,
a Igreja cheia de gratidão à Virgem Maria, canta:
Omnípotens
sempitérne Deus, qui gloriósae Víginis Matris Maríae corpus et
ánimam, ut dignum Fílii tui habitáculum éffici mererétur,
Spíritu Sancto cooperánte, praeparásti: da, ut, cujus
commemoratione laetámur; ejus pia intercessióne, ab instántibus
malis, et a morte perpétua liberémur... –
Senhor eterno e onipotente, que pela intervenção do Espírito
Santo, VOS
DIGNASTES
PREPARAR
O
CORPO
E
A
ALMA
DA
GLORIOSA
VIRGEM
MARIA,
PARA
DIGNA
MORADA
DO
VOSSO
FILHO,
fazei que sejamos livres da morte eterna e dos males que nos rodeiam,
pela intercessão d'Aquela cuja comemoração nos alegra…
11)
No Ofício Parvo
da Bem-aventurada Virgem Maria, a Igreja louvando a grande Mãe de
Deus diz:
Quem
terra, pontus sídera, Colunt, adórant, praedicant, Trinam regéntem
máchinam, Claustrum Maríae bájulat. Cui luna, sol et ómnia
Desérviunt per témpora, Perfúsa caeli grátia, Gestant puéllae
víscera. Beáta Mater múnere, Cujus, supérnus Artifex Mundum
pugíllo cóntinnens, Ventris sub arca clausus est. Beáta caeli
núntio, Fecúnda Sancto Spíritu, Desiderátus géntibus Cujus per
alvum fusus est. Jesu, tibi sit glória, Qui natus es de Vírgine,
Cum Patre, et almo Spíritu, In
sempitérna saecula. Amen –
Da Virgem o ventre encerra, a quem, regendo o mundo, a máquina, o
Céu, e a terra, respeitam, com o mar fecundo. Teu seio, ó Virgem,
compreende, por graça do Céu, fecundo, Aquele a quem sempre o
mundo, com
o sol e a lua, se rende. Mereceste,
ó feliz Mãe, trazer, no ventre encerrado, quem os Céus há
fabricado, e o mundo na mão contém. Do Espírito Santo esposa, o
Anjo te anunciou: o teu ventre nos há dado O que o mundo desejou.
Jesus seja engrandecido, da Virgem pura nascido, e o eterno Pai
também, com o Espírito Santo. Amém.
A
Cristandade,
Exultante
de Alegria,
Proclama
os Louvores de Maria.
Domus
Aurea
I
Ponto
Grande
maravilha, que foi o assombro da antiguidade,
é a que nos vem pormenorizadamente descrita em todo o capítulo 6 do
terceiro Livro dos Reis: o Templo de Jerusalém, edificado por
Salomão, obra de sete anos de incessante trabalho e de prodigiosa
arquitetura, com que o Rei Sábio quis levantar ao Senhor uma casa
digna da Majestade divina.
Sem
falar do magnífico
material que entrou na construção das paredes e dos próprios
alicerces, quem lê o mencionado capítulo não pode deixar de
admirar as chapas de cedro tão artisticamente lavradas, os querubins
e palmas em relevo, as flores que se veem desabrochar sob o brilho
deslumbrante do ouro, o próprio pavimento revestido desse
preciosíssimo metal, tão profusamente empregado, que o texto
bíblico nos atesta não haver nada neste templo que não fosse
recamado e revestido de ouro, podendo-se quase literalmente chamar
uma Casa
de Ouro,
como de ouro se chama um Cálice ou um Cibório.
Mas
com quanto maior propriedade não é esse nome dado à Santíssima
Virgem, Santuário Vivo que o Senhor mesmo por Suas mãos construiu
para Si, Sacrossanta e Augusta Morada por Ele escolhida, digamos
mais, à qual mais estreitamente do que a qualquer outra criatura,
Ele se uniu pela graça santificante e pelos laços de uma estrita e
autêntica filiação, que fez d'Ela a Sua própria Mãe!
Áurea
Mansão da Alma de Maria, o Seu Corpo imaculado. Áurea Mansão da
graça divina a Alma imaculada de Maria. Mansão
áurea da própria Divindade, a Imaculada Princesa de Israel.
Num
sentido maravilhoso, já antes da Encarnação, Vós éreis, ó
Virgem singular, a “Casa
do Senhor”,
a Sua
Casa de Ouro
por antonomásia, por Ele adornada de tantos carismas e prerrogativas
infinitamente mais preciosas do que todo o ouro da terra. Todos os
Vossos pensamentos, todos os Vossos desejos e afetos, todas as Vossas
palavras e ações eram já aos olhos de Deus, o mais fino ouro do
mundo da santidade, incomparavelmente mais precioso do que esse metal
sedutor, em má hora feito ídolo despótico da humanidade.
Mas,
depois que o
Verbo se fez carne e habitou entre nós,
Vós ficastes sendo, num sentido bem mais assombroso, a
Sua Casa de Ouro, porque
da Vossa mais pura substância fez Ele para sempre a Sua! Os
primeiros meses da Sua vida mortal, quis Ele vivê-los da Vossa
própria vida. E essa união humano-divina, Vos fez proclamar
Bem-aventurada por todas as gerações, no Céu e na terra.
II
Ponto
O
ouro inacessível a qualquer alteração, é símbolo exato da
perfeitíssima pureza, que adornou a Alma de Maria: um novo título
que justifica a invocação de Casa
de Ouro.
Não foi acaso um dos maiores milagres do Altíssimo a perpétua e
inalterável integridade de Sua Mãe? E inflamada no amor divino, do
qual pela sua cor de fogo o ouro é ainda emblema, não Lhe conferirá
também direito a esse título o fogo da caridade em que a deixou
abrasada a mesma Caridade divina que n'Ela habitou? Deus
caritas est.
Quem
d'Ela tomou carne é a mesma Caridade incandescente.
Ah!
Que infelicidade a nossa, não sermos também assim na medida, em que
à nossa débil natureza é permitido sê-lo!
Porque
é que nós, consagrados a Deus como Seus templos pelo Batismo, pela
Confirmação, pela Eucaristia, nos parecemos tão pouco dignos do
“Santo
dos santos”,
que de nós fez a Sua viva morada? Porque é que, tão solícitos de
adornar a nossa morada, quando lhe cabe a honra de receber um hóspede
ilustre, tão pouco zelo mostramos em fazer da nossa alma e do nosso
corpo, uma casa de ouro agradável ao Senhor.
E,
longe de nos deixarmos inflamar no amor do soberano Bem, porque é
que “a
fascinação de bagatelas”,
desperta em nós paixões que loucamente arrebatam, e para com o Deus
de arrebatadora amabilidade só sentimos frieza e indiferença? E
como é que diante de tão funesto contraste não nos ruborizamos e
confundimos?
Sim,
vergonha e confusão, mas arrependimento também, e frequentes atos
de devoção e de amor ardente para com Deus, de Quem por uma graça
nunca assaz apreciada nos tornamos templos vivos.
III
Ponto
Casas
de ouro, casas de Deus, são-nos
as almas que conservam o estado de graça. Casas de Deus são-nos
também as casas de oração, os templos materiais, em que Deus é
adorado, em que se Lhe rendem ações de graças, em que se Lhe
prestam atos de culto e se Lhe dirigem súplicas.
Como
já em Lourdes, também em Fátima, a celestial Aparição manifestou
aos Seus videntes, a vontade de ver erguido naquele local um
Santuário de oração. E, em vez de um, quantos e quantos não se
erguem já onde então não havia sequer pedra sobre pedra!
Uma
casa de Deus na Cova da Iria! Que arcanos de misericórdia e de
predestinação não encerra este desejo da Mãe de Deus, manifestado
numa hora em que começava na Europa oriental, para ser continuada
poucos anos depois na Europa central e no próprio coração da
península ibérica, à vista de Fátima e quase dentro dos seus
horizontes a destruição vandálica das casas
de ouro,
em que habitava a própria Divindade sacramentada.
Viu-se,
e, para vergonha da nossa civilização, assistiu-se quase em
silêncio e sem reação à execução sistemática de todo um
programa de profanações sacrílegas. O próprio Deus, inquilino
pacífico e amoroso dos tabernáculos, vimo-Lo perseguido pelas
chamas, alvejado pela metralhadora, pela bomba
incendiária e explosiva transportada sobre as asas da destruição
ao serviço do mal, e obrigado a refugiar-se em novas catacumbas ou
em esconderijos abertos sob as próprias ruínas das igrejas e das
cidades.
E,
enquanto os Anjos sentiam frêmitos de horror diante de atentados sem
nome cometidos contra
a Divindade escondida e fechada em minúsculas casas de ouro, os
homens, os “fiéis”…
pensavam noutras coisas.
Mas
a Deus nunca faltarão igrejas para ser adorado, se não Lhe faltarem
templos vivos, e se esses templos se mantiverem de pé.
Podem
aliar-se, com as forças subterrâneas de Satanás, todos os
vandalismos iconoclastas da nossa época (e bem aliados andam eles
já), que, enquanto não puderem suprimir os espaços geográficos,
toda a terra será um vasto templo de adoração ao Criador; e
enquanto não derrubarem o firmamento, não faltará a esse templo
uma cúpula digna de Quem a construiu; e enquanto nesse firmamento
não forem capazes de apagar as estrelas que lhe dão luz e vida,
também no grande templo de Deus não hão de faltar círios e
lampadários que o iluminem e apregoem a glória do Criador.
Que
por intercessão da Virgem-Mãe de Fátima, em cuja honra por toda a
parte o mármore e o granito porfiam em Lhe servirem de templos,
possamos todos sentir cumprida em nós a palavra de Seu divino Filho:
“Se
alguém Me ama, observará as Minhas palavras, e Meu Pai o amará, e
a ele viremos e nele estabeleceremos a Nossa morada”.
Ato
de Consagração
ao
Imaculado Coração de Maria
Imaculada
Virgem Maria, Mãe de Deus e minha Mãe, que no amor do Vosso Coração
para conosco, sois tão mal correspondida com friezas, irreverências,
desprezos e insultos, eu… para desagravar a Vossa ternura maternal,
para reparar as ingratidões e injúrias que recebeis dos homens e de
tantos filhos mal reconhecidos, e para cumprir os Vossos desejos,
vivendo a Consagração do Mundo feita pelo Santo Padre ao Vosso
Imaculado Coração, deliberada e irrevogavelmente me dou, entrego e
consagro ao mesmo Vosso Coração Imaculado.
Corredentora
do Gênero Humano, Senhora minha e minha Mãe, dignai-Vos aceitar-me
quanto sou e tenho: a minha inteligência, a minha vontade, os meus
olhos, os meus ouvidos, a minha boca, o meu coração e inteiramente
todo o meu ser. E já que assim sou Vosso, minha Mãe, fechai-me em
Vosso Coração Puríssimo, livrai-me do pecado, inflamai-me no fogo
da caridade, e guardai-me sempre e defendei-me como coisa própria
Vossa. Amém.
Glória,
amor e reparação ao Vosso Imaculado Coração.
Doce
Coração de Maria, sede a minha salvação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário