DITADA À IRMÃ JOSEFA MENÉNDEZ1
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QUEIXAS DO CORAÇÃO DE JESUS. (1)
2 de Março, de 1923.
"Escreve
para as minhas Almas:
Quero
revelar-lhes a amargura de que se abeberou meu Coração no momento
da Ceia. Porque se foi grande a Alegria ao pensar nas almas a que Eu
Me entregava como Alimento e Companheiro, e das quais, até ao fim
dos séculos, receberia os testemunhos de adoração, reparação e
amor... não foi menor a minha Tristeza à vista de tantas outras que
Me abandonariam, ou nem sequer acreditariam na minha Presença Real.
Em quantos corações, manchados pelos pecados, não teria Eu que entrar... e quantas vezes a minha Carne e o meu Sangue, profanados, só serviriam para a condenação de tantas almas!…
Ah! Como Eu vi nesse momento os sacrilégios, os ultrajes e as abominações sem nome que se cometeriam contra Mim... Quantas horas... Quantas noites não ficaria sozinho no Tabernáculo!... e quantas almas repeliriam os apelos cheios de Amor que desta morada lhes faria!…
Ah! Josefa, deixa-te penetrar dos sentimentos do meu Coração.
É pelo Amor das almas que estou Prisioneiro na Eucaristia. Aí fico, a fim de que elas, em todas as suas penas, possam vir procurar consolação junto do mais terno dos corações, do melhor dos pais e do Amigo que nunca as abandona.
A Eucaristia é a invenção do Amor!... E este Amor que se esgota e consome pelo bem das almas não encontra correspondência!… Hábito com os pecadores para ser a sua salvação e a sua vida… o Médico e juntamente o Remédio de todas as doenças geradas pela natureza corrupta… E em troca, eles se afastam, Me ultrajam, Me desprezam…
Ah! Pobres pecadores! Não fujais de Mim… Noite e dia Eu vos espero no tabernáculo. Não vos lançarei em rosto os vossos crimes… mas lavá-los-eis no Sangue de minhas Chagas. Não tenhais medo… vinde a Mim… Se soubésseis quanto vos amo!
E vós, almas queridas, por que permaneceis frias e indiferentes ao meu Amor?… Eu sei que os encargos da vossa família… da vossa casa… as exigências do mundo… vos solicitam sem cessar… Apesar disso, não encontrareis um instante para Me virdes dar uma prova de amor e reconhecimento? Ah! Não vos deixeis levar por mil preocupações inúteis, e reservai um momento para vir visitar e receber o Prisioneiro de Amor!…
Se o vosso corpo está fraco ou doente, não tomais o tempo para recorrer a um médico que vos cure?… Vinde, pois, Àquele que pode restituir à vossa alma a força e a saúde, e dai uma esmola de amor a este Prisioneiro divino que vos espera, vos chama, vos deseja.
Todos estes sentimentos Me invadiram no momento da Ceia, Josefa. Mas ainda não te falei do que sentiu o meu Coração ao pensar nas minhas almas escolhidas: minhas Esposas, meus Padres… Fá-lo-ei mais tarde. Agora podes ir; mas não te esqueças de que o meu Coração te ama… Amar-Me-ás tu?…”.
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1. A causa da sua Beatificação foi introduzida em Novembro de 1948.
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