Sétimo Dia
Jesus Cristo, Rei pelo seu Coração.
Prostrados perante o Sacrário ou diante de uma imagem de Nosso Senhor, persignar-se e rezar: Senhor meu Jesus Cristo. Deus e homem verdadeiro, Criador e Redentor meu, por serdes Vós quem sois, sumamente bom e digno de ser amado, e porque Vos amo e estimo sobre todas as coisas, pesa-me, Senhor, de todo o meu coração de Vos ter ofendido, pesa-me também, por ter perdido o Céu e merecido o Inferno, e proponho firmemente ajudado com o auxílio de vossa divina graça, emendar-me e nunca mais Vos tornar a ofender, espero alcançar o perdão de minhas culpas, pela vossa infinita misericórdia. Amém.
Oração ao Eterno Pai,
para todos os dias da Novena.
Eterno Pai, Pai das misericórdias e Deus de toda consolação! Vós gerastes o vosso Unigênito em vosso seio, antes da aurora, entre resplendores de santidade; Vós lhe dissestes: Tu és meu Filho. Pede-me, e Eu te darei as nações em herança e em tua possessão as extremidades da terra. Vós O constituístes herdeiro de todas as coisas e soberano Rei de toda a criação.
Infinitas graças Vos damos, Senhor, todos nós que fomos resgatados pelo seu preciosíssimo Sangue. Mas, ai! Muitos, muitíssimos homens não O reconheceram ainda por seu Rei; muitos indivíduos, muitos povos e nações se têm manifestado contra sua autoridade soberana. Senhor! Atendei aos direitos reais do vosso Divino Filho; ponde os seus inimigos como escabelo de seus pés. O seu império efetivo estenda-se de mar a mar; rojem a fronte no pó da terra os seus inimigos; ofereçam-Lhe presentes e adorem-No os reis de Tharsis e da Arábia, e todos os reis da terra e todas as nações Lhe prestem vassalagem.
Fazei, Senhor, que em todos os confins da terra ressoe o hino jubiloso de triunfo: Christus vincit, Christus regnat, Christus imperat: Cristo vence, Cristo reina, Cristo impera para todo o sempre. Assim seja.
CONSIDERAÇÃO
Ao solicitar-se da Sé Apostólica a concessão da nova festa, muitos desejavam que se chamasse Festa do Reinado Social do Sagrado Coração de Jesus. Sua Santidade, porém, preferiu dar-lhe o nome de Festa de Cristo Rei. Magnífica glorificação do nosso divino Redentor! Jesus Cristo, com efeito, é Rei absoluto e soberano de todas as criaturas; todas devem prestar-Lhe homenagem e vassalagem. Há de dobrar-se todo joelho perante Ele no Céu, na terra e nos abismos.1 Não somente os que O amam, os que veneram seu Coração amorosíssimo, mas ainda os que andam muito afastados d’Ele. Mas neste mundo, nesta vida, é antes de tudo Rei de amor: quer reinar suavemente, pelo seu Coração. Não empunha o cetro férreo (virga ferrea) da sua justiça, mas o cetro de ouro de seu amor. Não é o Deus terrível do Sinai, mas o Deus amantíssimo de Paray, cujos Mandamentos são amorosos convites a devolver-Lhe amor por amor: – “Eis que o teu Rei vem a ti manso e suave”. Jesus disse a Santa Margarida: “Eis o Coração que tanto tem amado aos homens, que tudo tem feito, até entregar-se e consumir-se para lhes provar o seu amor, e, em paga, da maior parte deles só recebe ingratidões”.
Quer Jesus que reconheçamos o entranhado e indescritível amor que nos professa, e por isso, se apresenta a nós com o Coração na mão, feito fornalha ardente de caridade e nos diz: “Contemplai e meu Coração! Amai-Me pelo muito que Eu vos amo! Oferecei-Me um desagravo pelo pouco que vós Me amais!”
Amor e Reparação, são os dois polos desta preciosíssima devoção. Jesus Cristo simboliza agora a sua realeza na coroa que rodeia o seu Coração abrasado. Nos séculos passados, queria Jesus Cristo que a Cruz fosse o seu estandarte real; nos tempos atuais, quer que seja o seu Coração abrasado, onde campeia também a Cruz. “Eis aqui, disse Leão XIII na sua Encíclica ‘Annum Sacrum’, eis que se oferece hoje aos nossos olhares outro sinal diviníssimo e de suprema esperança, a saber: o Sacratíssimo Coração de Jesus encimado pela Cruz e brilhando com refulgente esplendor no meio de chamas. Nele havemos de colocar todas as nossas esperanças; a Ele havemos de pedir, d’Ele havemos de esperar a salvação dos homens”.
À sombra deste estandarte se hão de travar os últimos combates e obter os grandes triunfos da Igreja contra o Inferno. Sim! Este divino Coração há de reinar! Gostava de repetir a virgem de Paray. Sim, há de reinar! Ele mo assegurou. Esta promessa me enche de alegria; Satanás será confundido. – “O fim principal desta devoção, acrescenta Santa Margarida, é converter as almas ao amor deste divino Coração e fazê-Lo dono e possuidor de nossos corações, procurando-Lhe amor por amor …” – “Esta devoção, declarou-Lhe o mesmo Jesus, é o último esforço do amor divino para nos fazer aceitar a suave liberdade do império deste amor, que deseja restabelecer nos corações dos que se resolverem a abraçá-la”.
E quem não se sujeitará de bom grado ao dulcíssimo império de amor do amantíssimo e amabilíssimo Coração de Jesus, nosso Salvador? Quem não terá amor a um Coração tão amante? Quem não terá amor a um Coração tão ferido? Quem não terá amor a um Coração tão puro? Anátema e maldito seja, aquele que não ame ao Coração do nosso Rei, Jesus Cristo.
Oração
Amabilíssimo Salvador nosso, Jesus Cristo! Humildemente prostrados diante do vosso trono de amor, queremos prestar-Vos juramento de fidelidade e vassalagem. Vós mesmo proclamastes a vossa divina Realeza perante o presidente romano: É verdade o que dizes: Rex sum ego – Eu sou Rei. De boa mente reconhecemos os vossos direitos reais: Ave, Rex Judeorum! – Salve, Rei dos Judeus, de todos os homens e de toda a Criação! Hosana ao Filho de Davi! Bendito O que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel! Hosana nas alturas! Ao insensato clamor dos ímpios: Não queremos que este reine sobre nós! Respondemos: Adveniat Regnum tuum! – Venha a nós o vosso Reino!
Reconhecemos em particular e proclamamos à face do mundo que sois antes de tudo, Rei de amor, Rei pelo vosso abrasado Coração. Sede o centro do nosso coração e o belo ideal da nossa vida. Queremos amar-Vos e assinalar-nos em tudo o que for para vosso serviço e glória, ó Rei eterno e Senhor universal.
Senhor, Rei divino! O mais formoso filho dos homens, a graça se derramou nos vossos lábios: cingi a vossa espada, ó Rei poderosíssimo, e com a vossa Majestade e formosura caminhai, avançai prosperamente e reinai em todas as partes do mundo pelo vosso amantíssimo Coração. Avassalai o mundo inteiro e reinai em nossa querida Pátria com especialíssima veneração. Fazei, Senhor, que todas as gentes, tribos e nações, desfilem perante o vosso trono régio cantando: Tu solus sanctus, Tu solus dóminus, Tu solus Altissimus, Jesu Christe! – Vós sois o único Santo, o único Senhor, o único Altíssimo, Jesus Cristo nosso divino Rei. Assim seja.
RESOLUÇÃO APOSTÓLICA
Pedir perdão a Nosso Senhor Jesus Cristo do nosso desamor e oferecer-Lhe desagravo das ofensas dos homens. Retribuir-Lhe amor com amor, consagrando toda a nossa vida em sermos amantes entusiastas e apóstolos incansáveis do amantíssimo Coração de Cristo Rei.
– Rezar 3 Pai Nossos, 3 Ave Marias e 3 Glória ao Pai, em honra das três insígnias com que o amantíssimo Coração do nosso Rei se apresentou a Santa Margarida Maria entre esplendores de divina Realeza.
Oração à Rainha Imaculada,
para todos os dias.
Virgem Imaculada, Nossa Senhora, ao mesmo tempo que aclamamos a Jesus Cristo Rei, todos nós Vos aclamamos e veneramos também a Vós, sua augusta Mãe, sereníssima Rainha dos Céus e da terra. Compartilhais a sua realeza humano-divina e fostes constituída por Ele mesmo Rainha soberana dos Anjos e dos homens. Ocupais no Céu um trono especial à direita do trono do vosso divino Filho, vestida de sol, como manto luminoso, pisando a lua como régio escabelo de vossos pés, coroada de estrelas como de diadema real.
Promovei, Senhora, o reinado efetivo de Jesus Cristo sobre toda criatura; apressai o advento do vosso mesmo reinado neste mundo, para que se apresse também o do vosso Filho: o reinado universal, público e privado, individual e social do Santíssimo Coração de Jesus Cristo. Assim seja.
Oração Final,
para todos os dias.
Dábit illi Dóminus Deus sédem Dávid Patris ejus, et regnábit in domo Jácob in aetérnum, et regni ejus non erit finis. Alleluia.
V. Data est mihi omnis potestas.
R. In caelo et in terra.
Oremus: Omnípotens sempiterne Deus, qui in dilecto Filio tuo, universorum Rege, omnia instaurare voluisti, concéde propitius, ut cunctae familiae Gentium, peccati vúlnere disgregatae, ejus suavissimo subdantur imperio. Qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti, Deus per omnia saecula saeculorum. Amen.
– O Senhor Deus lhe dará o trono de Davi seu pai, e reinará eternamente na casa de Jacó e seu reino não terá fim. Aleluia.
V. Foi-me dado todo poder.
R. No Céu e na terra.
Oremos: Onipotente e sempiterno Deus, que quisestes restaurar todas as coisas em vosso querido Filho, Rei do universo, concedei-nos propício que todas as famílias das Gentes desagregadas pela ferida do pecado se submetam ao seu suavíssimo império. Que convosco e o Espírito Santo vive e reina, Deus por todos os séculos dos séculos. Assim seja.
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1. Filip. 2, 10.
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