(Para todas as necessidades, gerais e particulares; e muito própria para implorar os poderes de seu Patrocínio, diante da Sua milagrosa imagem aparecida)
Ó Imaculada, Santíssima e Puríssima Senhora, Mãe de Misericórdia, Mãe da graça, esperança e refúgio de todos os aflitos, por tudo quanto representar-Vos posso e mais Vos pode obrigar, Vos suplico e rogo pelo nosso Sumo Pontífice e mais Prelados da Igreja, pela paz entre os Príncipes Cristãos, exaltação da Santa Fé Católica e extirpação das Heresias, conversão dos infiéis e de todos aqueles, que combatidos pelo espírito da incredulidade, hesitam, ou duvidam dos Vossos poderes e maravilhas; atraí, Senhora, a todos para que venham rendidos entoar Vossos louvores.
Ponde, ó amantíssima Mãe, os olhos de Vossa Piedade no Nosso amado Chefe, que tanto se desvela pelo bem geral desta Nação e igualmente Vos suplico por toda a sua Família. Destruí, ó Mãe Poderosa, qualquer princípio de erro, que entre nós possa haver, para que todos os brasileiros, à imitação de nossos Maiores, sejam os baluartes da Fé Católica, seus defensores e propugnadores. Verifique-se, Senhora, sempre em nós a palavra, que o Vosso bendito Filho disse ao primeiro Rei de Portugal: que Lhe seria aquele, sempre fiel, puro na Fé, e amado pela sua piedade.
Eu aqui venho, Senhora, com fé, reverência e humildade, quanto cabe nas minhas limitadas forças, render-Vos cultos de afetuosa devoção; dignai-Vos, pois, de aceitar a minha boa vontade e todos os que com tanta eficácia Vos procuram neste Templo, que é um santuário de maravilhas e prodígios Vossos desde os princípios deste Império, pois aparecestes muitas vezes ao glorioso Santo Antônio, animando-o ao progresso das suas virtudes; depois neste mesmo Templo mostrastes a Vossa prodigiosa Grandeza e Imagem, que do porto de Bettencourt foi conduzida a Lisboa por Martin Affonso de Souza, o qual, colocando-a na Paróquia de São Paulo, nos mostrastes prodigiosamente que elegestes esta Igreja para Vossa permanência, desaparecendo naquela, e vindo para este Altar, onde até ao presente sois venerada e onde tendes feito imensos benefícios a todos os que com devota fé Vos tem invocado. Aqui, mostrando que sois Mãe de infinita Piedade e Misericórdia, quisestes que no claustro desta Sé, uma confraria de homens, desse início à Irmandade da Misericórdia, cujos exercícios todos são de Caridade, fazendo que difundisse daqui este bem a todo o Império, estabelecendo-se em todo ele Confrarias do mesmo Instituto por ordem do Senhor Rei D. Manoel. Enfim, Senhora, no século presente mostrastes que as Vossas delícias eram estar Conosco e neste Vosso prodigioso Tabernáculo, fazendo com que pomposamente aqui Vos trasladassem desde a pequena gruta de Carnaxide, onde entre maravilhas fostes aparecida; vieste, Senhora, para serdes também aqui as nossas delícias, nosso refúgio, o nosso amparo e o remédio prontíssimo de todos males e enfermidades no feliz despacho de todas as nossas petições: portanto, Vos rogo, ó Mãe Puríssima, Vos digneis consolar a quem Vos invoca, remediando como podeis e sabeis todas as minhas necessidades; não me negueis o Vosso amor, porque depois de Deus, em Vós tenho posto toda a minha confiança, como em única esperança de minha salvação e remédio; concedei-me este favor e com ele também o que particularmente Vos peço nesta visita (ou Novena, se a fizer, e pode aqui expor a sua súplica particular); concedei-me um ardentíssimo amor a Vós, um fervoroso zelo da Vossa honra e glória, uma viva fé, esperança firme e caridade perfeita, e que na hora da minha morte Vos digneis de me assistir e confortar, alcançando-me a graça final, para que pelos Vossos merecimentos e intercessão poderosa e pelo Mistério de Vossa Puríssima Conceição mereça ir ver-Vos e gozar a Vossa companhia no Céu à vista do Vosso Santíssimo Filho, que com o Pai e o Espírito Santo vive e reina por todos os séculos dos séculos. Amém.
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Fonte: “Cartilha ou Compêndio da Doutrina Cristã Ordenada por Perguntas e Respostas”, por Rev. Pe. Antônio José de Mesquita Pimentel, Cap. “Devoção”, pp. 165-168. 18.ª Edição atualizada, Livraria Chardron, de Lello & Irmãos Ltda, Porto, 1872.
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