Imperador Carlos Magno
Catedrais góticas: mistério mais grandioso que o das pirâmides do Egito
Posted: 05 Feb 2012 10:00 PM PST
Amiens, França
A técnica é definida pela Escolástica, da mesma forma que as artes, como
“recta ratio factibilium”. Quer dizer, a reta ordenação do trabalho, ou também, a ciência de trabalhar bem.
Hoje,
o mal uso da técnica, a empurra para produzir para além do que é bom, e
espalhar instrumentos que afligem a vida dos homens.
Nos tempos
em que o espírito do Evangelho penetrava todas as instituições, a
técnica produziu frutos que vão além do tudo o que a Humanidade conheceu
previamente.
Até
hoje especialistas tentam decifrar como fizeram os arquitetos da Idade
Média para, com tão pobres instrumentos, criar obras colossais que
“humilham” as técnicas modernas mais avançadas.
Os técnicos
das mais variegadas especialidades da construção e também da física, da
química e das matemáticas se debruçam para tentar descobrir como os
medievais erigiram esses portentos arquitetônicos.
São
muitos os que até agora não estão elucidados: desde as fórmulas
químicas desaparecidas que dão aos vitrais tonalidades únicas e
irreproduzíveis até os mais complexos cálculos matemáticos e
astronômicos que orientaram as
proporções cósmicas das Bíblias de pedra.
Beauvais, França
Como decifrar o enigma?
“As catedrais se
burlam de nós há oito séculos. Elas resistiram não só às intempéries e
aos ataques insidiosos do clima, mas mais ainda por vezes a provas tão
violentas como os bombardeios. Como é que estas catedrais loucas aguentam em pé?”, pergunta o arquiteto, historiador e geógrafo Roland Bechmann em seu livro “As raízes das catedrais” (“Les racines des cathédrales”, Payot, Paris, 2011, 330p.).
O
livro de Bechmann recebeu elogios das maiores autoridades acadêmicas da
França. Ele tem o mérito de mexer numa polêmica silenciosa, mas aberta
como uma chaga nas almas de inúmeros franceses.
Enquanto o mundo
parece rumar para uma modernidade cada vez mais caótica, as catedrais
góticas em seu mutismo eloquente apontam um caminho inteiramente
diverso.
O comentarista Paul François Paoli, do jornal “Le Figaro”, resume esse conflito interior dos franceses:
O historiador Jacques Le Goff saudou o
livro de Bechmann como uma obra prima de interdisciplinaridade sobre
“esses prodígios de pedra que continuamos admirando em Amiens, Chartres
ou Paris”.
Mas, segundo Bechmann, esses prodígios dizem uma coisa aos homens do século XXI: “como vocês são pequenos!”
Chartres, França
“No
fim da época gótica ‒ explica o autor ‒ havia uma igreja para cada 200
habitantes da França, e esses prédios considerados em seu conjunto
podiam abrigar uma população maior que a do país inteiro. Calcula-se que
em trezentos anos a França extraiu, transportou de charrete e erigiu mais pedra que o antigo Egito em toda sua história”.
Mas não é só uma questão de tamanho e volumes, não, diz Bechmann. É uma questão de ciência e grandeza de alma. E explica:
“
Se hoje nós devêssemos construir catedrais góticas com os meios de que eles dispunham, nós
não conseguiríamos. E mesmo que nós conhecêssemos até os pormenores de seus procedimentos,
nós não ousaríamos.
“Calcular a resistência de construções como eles souberam realizar exigiria a ajuda de computadores. E ainda que nós conseguíssemos,
haveria todas as chances de que nós chegássemos à conclusão de que
essas catedrais, segundo as normas e coeficientes de segurança que nós
aplicamos hoje, não poderiam ficar em pé...”
E, entretanto, elas continuam em pé e continuam nos emocionando, acrescenta Paul F. Paoli, jornalista do “Figaro”.
Colônia, Alemanha
O
enigma profundo das catedrais e dos homens que as conceberam e
realizaram em tão grande número e variedade nos conduz a considerações
que superam a própria ciência e à própria técnica.
A primeira e
mais imediata consideração é sobre a sabedoria dos construtores. Monges,
teólogos, arquitetos, artistas, simples pedreiros, neles parecia
habitar uma sabedoria que ia muito além de suas naturezas humanas, por
vezes rudes e imperfeitas.
Pelos frutos se conhece a árvore. Pela catedral se conhece a alma dos construtores.
Como
foi possível tal afloração simultânea de homens com almas sólidas e
plácidas, fortes e delicadas, lógicas e jeitosas, como as que fizeram
essas Bíblias de pedra?
Homens que foram a encarnação da virtude
da sabedoria. Da sabedoria sobrenatural que só a graça divina dispensa
às suas almas mais amadas.
E essa é uma segunda consideração de natureza espiritual.
Foi essa sabedoria sobrenatural, de que a Igreja Católica é a tesoureira, que gerou aqueles homens e suas catedrais.
Longe da Igreja, o homem do terceiro milênio sente-se apequenado, tristonho e cheio de incertezas.
Beauvais, França
Mas,
as portas da Igreja estão abertas de par em par, como as portas das
catedrais, para acolher esse homem de hoje e reconduzi-lo maternalmente
pelas vias da Sabedoria eterna e encarnada, Nosso Senhor Jesus Cristo,
pela intercessão de sua Santíssima Mãe.
Basta que a alma queira se abrir inteiramente a esse influxo sobrenatural.
P.S.:
Alguém poderia perguntar: como conseguir me doar tão inteiramente à
Igreja para receber essa sabedoria? Eu tento e não consigo... sou tão
fraco...
Há séculos um grande santo respondeu isso para nós. Ele
até excogitou um método para nós miseráveis pecadores receber a
Sabedoria eterna e encarnada “sem esforço”.
Foi São Luis Maria
Grignion de Montfort com seu método de consagração à Santíssima Virgem
Maria, Mãe de Deus, na qualidade de servos e escravos.
Foi Ela
que inspirou as mais gloriosas catedrais que levam seu nome: Notre Dame.
Essa devoção está explicada no famosíssimo livro, disponível em todas
as línguas: “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”.
******************************************************************
Nenhum comentário:
Postar um comentário