S. Teresinha e a Sagrada Família
"As
palavras movem, mas o exemplo arrasta"
(Beato João Paulo II, "Homilia" em Roznava
[Eslováquia],
em Setembro de 2003).
São
Pio de Pietrelcina
e sua Doce Intolerância
► "Um
homem, que tinha um hotel perto do mar, era católico fervoroso, e não permitia que as mulheres andassem
semi-nuas por ele. Isto era sempre causa de incidentes desagradáveis.
Certa vez, uma delas, durante uma discussão, teve o atrevimento de lhe dar um
tapa no rosto. O hoteleiro, porém, estava cansado de lutar. Foi a San Giovanni
para perguntar ao Pe. Pio se devia alugar o hotel ou continuar com ele.
Contudo, não lhe foi possível uma conversa com o santo capuchinho. Este, porém,
saiu, em direção do homem, colocou a mão sobre a face, que tinha recebido o
tapa e lhe disse: 'Fique com o seu hotel e o leve à frente; você vai receber uma grande
recompensa de Deus com isso'. Surpreso, feliz e reconfortado, ele
voltou para o seu lar" (Karl Wagner, "Pater Pio trägt 50 Jahre die
heiligen Wundmale, 1918-1968, Jubiläumsausgabe", Heilungen und
Bekehrungen, Seite 79, 1968; traduzido diretamente do alemão para o português
pelo Prof. João Carlos Cabral Mendonça com o título "O Beato Pe. Fr. Pio
de Pietrelcina − O Maior Taumaturgo do Século", Cap. "Curas e Conversões",
pp. 55-56).
Em outro
lugar: “Com antecipação estava a par da
chegada da mini-moda. A partir de 1965, portanto, antes da aparição da
'mode-beat', exigia que as suas penitentes se vestissem convenientemente e que
as saias descessem 20 cm abaixo do joelho, se quisessem ser confessadas por
ele. Essa exigência representava um desafio e um protesto. Em Maio de 1966, recusou-se
a receber uma célebre princesa, porque não queria conformar-se com as suas
'medidas'.
Uma senhora
de Florença, usava em casa mini-saia, mas quando veio a San Giovanni trazia
para a circunstância uma saia comprida. Apresentou-se no confessionário, mas o
Padre Pio tratou-a com rudeza. 'Achas a fazenda cara para te vestires
corretamente?' A senhora espantada respondeu: - Mas, Padre, a minha roupa tapa-me
os joelhos. 'Sim, diz o Padre Pio, mas batota (isto é trapaça); na tua terra
podes usar saias curtas, aqui vens fingir duma senhora respeitável. Vai-te
embora e volta quando a tua roupa for mais comprida!'” (Rev. Pe. Fr. Arni
Decorte, F.C., “Frei Pio – Testemunha Privilegiada de Cristo”, pp. 131-132,
edição brasileira, 1995).
A
Santa Intolerância
dos Mártires
► "No
tempo das ferozes perseguições romanas contra os Cristãos, a modéstia nos vestidos e nas modas traía as jovens cristãs que eram
levadas perante os tribunais, onde além do cândido lírio da virtude se lhes
pretendia roubar o precioso tesouro da Fé.
Havia no
tempo de Galério uma pobre donzela ceguinha, mas distinta pela caridade e
mansidão. Enquanto todos lhe lamentavam a cegueira ela agradecia a Deus essa
doença, porque dizia, via com uma luz mais clara e brilhante do que o sol.
Trajava humildemente, e o vestido remendado de mendiga era-lhe apenas a guarda
do pudor. Presa por suspeita de ser cristã, foi a pobrezinha levada à presença
do prefeito Têntulo que em vão se esforçou por fazê-la apostatar e sacrificar
às divindades. Como nada conseguisse, mandou Têntulo ao verdugo que deitasse
a virgem sobre um cavalo de madeira em que se torturavam os condenados, e lhe
estendesse os braços por cima da cabeça. Ouviu-se o ranger dos ossos da
criança. Era a tortura que começava. Cobriu-se-lhe o rosto de palidez mortal;
moveu os lábios, mas não se lhe ouviu queixa nem gemido. Todos os rostos
refletiam a compaixão pela menina, mas por medo do prefeito ninguém protestava.
− Então, já
sabes o que é dor? − Interrogou Têntulo. Adora os deuses e não sofrerás mais.
− Agradeço-vos,
meu Deus, respondeu a menina, por me permitirdes sofrer por vossa Fé. Ama-vos,
amo-vos, cada vez mais, ó Esposo de minha alma; e neste leito de dor são para
Vós todos os meus pensamentos e afetos.
Irritado,
gritou o prefeito: 'Verdugo, queima-lhe as costas'.
Era este um
suplício muito em voga naquele tempo. Uma
onda de sangue tingiu as faces da virgem ao lembrar-se que iam despi-la
publicamente. Cheia de angústia e santo pudor exclamou: 'Meu Deus, Esposo de
minha alma, sofrerei por Vós todas as dores, todos os martírios; mas poupa-me
a vergonha de ser despida publicamente'. Aproximou-se o verdugo de tocha
acesa para cumprir as ordens recebidas e viu que a menina não fazia o mínimo
movimento. Morrera de vergonha, desta vergonha cristã que é um dos mais belos
encantos da alma feminina. Morrera daquela vergonha, hoje tão rara em nossas
donzelas e até nas senhoras, mães de família, infelizes escravas da moda, cujas
imodéstias são a causa da perda de tantas almas (Mensageiro de Nossa Senhora
da Salete − Revista Mensal − Agosto de 1950 − Marcelino Ramos − Rio Grande do
Sul)" (R. Pe. Geraldo Vasconcellos, "Lições Edificantes − Coleção de
trechos escolhidos de Revistas, Livros e Jornais", Cap. VII, pp. 371-372,
Gráfica Cerbino, Niterói, 1954).
Sincera
Confissão de um
Doutor da Igreja
► "São
Pedro Damião, já adiantado em anos, escrevendo à condessa Willa, confessa-lhe
que prefere escrever a conversar com ela, pois, para ele, é motivo de temor falar
com uma mulher jovem e bonita: 'Eu,
embora sendo velho, posso olhar sem temor para uma mulher velha e rugosa, de
olhos apagados, mas das mulheres jovens e bonitas devo me guardar, como do
fogo. Que coração infeliz é o meu! Posso ler cem vezes os Mistérios do Evangelho
sem lembrá-los, mas basta ver uma só vez uma beleza para não conseguir perder
sua lembrança. Enquanto a Lei escrita pelo 'Dedo de Deus' não fica imprimida,
uma imagem vã não pode ser esquecida... A beleza impura torna atraente a
mulher, através da elegância, do jeito de andar, da voz, da conversa, todo o
ser estremece'.
Esta
confissão de um velho homem da Igreja torna-o simpático e perto de nós. Este
Prelado idoso, este monge e eremita tão santo, penitente, até o heroísmo, tem
ainda medo de si mesmo e, por isso, assume a defesa da sua virtude e procura
ajudar os outros; diante da mulher reage como homem normal e como exemplo para
todo cristão" (J. Leclerque, "Momentos e Figuras", p. 348).
Nosso
Anjo da Guarda
sente repugnância aos Trajes imodestos
► "Nas
férias de 1911 a 1912, papai, a conselho médico de aproveitar as águas iodadas
dos banhos de mar, no mês de Fevereiro, resolveu mandar-me para Santa Vitória
do Palmar. Parti logo após o encerramento das aulas, na 2ª quinzena de
Dezembro. Deveria hospedar-me em casa da família N., amiga de meus pais, e
cujas filhas estavam internadas em nosso colégio de Jaguarão. Custou-me demasiadamente
separar-me da família... Papai levou-me ao porto onde, com as duas meninas
N., fui entregue ao coronel M...
A viagem
correu bem e amanhecemos em Santa Vitória, onde já nos esperava, no porto, o
casal N.... Foi então resolvido ir-se para a grande fazenda N.
A vida
aprazível e movimentada da fazenda ia, pouco a pouco, como que diluindo a espécie
de nostalgia que me ia na alma e, por fim, sentia-me bem. Eram carreiras,
passeios a cavalo ou de 'breack' e, numa tarde, grande entusiasmo na fazenda,
para o banho na 'cachoeira'. Estavam na casa as famílias da vizinhança.
Fomos.
Grupos a cavalo, de aranha e de breack. Dona N. levou-me consigo na aranha. Eu
ia radiante. Chegamos a tal cachoeira, que para mim foi uma 'maravilhosa
novidade'. Era um salto d'água, espumante e cantante, que rolava por sobre
pedras enormes, indo deitar-se, depois, num leito macio de areia. Armaram, às
margens, 3 ou 4 barraquinhas e, de lá, em pouco tempo, saíam os grupos para o
banho.
Dona N. chamou-me para pôr o tal traje de banho. Corri
radiante. Porém, antes de chegar a ela, sou impedida, por um braço, por meu
Novo Amigo (n. c: seu Anjo da Guarda)
e pela presença mais viva de Nosso
Senhor em meu pequeno ser, fazendo-me compreender que não devia acompanhar
aquele grupo. Disse eu, então, parada em meio caminho: 'Não, Dona N., não quero
vestir-me assim, nem banhar-me. Fico esperando aqui'. Dona N., mostrou
descontentamento. Receosa, tímida, mostrava-me indecisa em obedecer-lhe ou
não. Porém, sentia-me ainda presa pela santa mão de meu Novo Amigo. Então,
resolutamente, respondo aos seus insistentes chamados: 'Dona N., não quero
vestir-me assim, nem banhar-me'.
Os grupos
prontos preparavam-se para entrar na água. Meu
Novo Amigo passou para minha frente e, durante todo o tempo que os banhistas
permaneceram na água, e depois na margem, onde formaram baile, tinha eu, pela
1ª vez, na minha frente, a sombra santa e benfazeja que, supunha eu, eram as
asas distendidas de meu Novo Amigo. E sempre, dali em diante, as 'Santas Asas
Protetoras' distenderam-se na minha frente, impedindo-me de ver o que Nosso
Senhor nem Ele queriam que eu visse" (Ir. Maria Antônia, "Devo
Narrar Minha Vida", Cap. 35).
Modéstia
dos Santos
na Igreja Primitiva
► “− 'Cansado
de esperar, papai? Que queres? Estávamos ainda no Sacrário terminando as
orações'.
E de fato assim era, mostravam-no elas pelo aspecto do
vestuário que traziam: túnica singela que não passava do peito do pé, leve
pálio aos ombros, e a cabeleira sem pérolas nem jóias por enfeite, mas tomada
na nuca e atada com um simples laçarote de lã com uma bolinha na ponta, e,
cobrindo-a, um branco véu que pela fronte escorria até os ombros, tal e qual
lhes haviam ensinado os Apóstolos Catequistas..."
Comentário: cfr. 1 S. Ped. 3 ss.; 1 S. Tim. 2, 9. São Lino,
discípulo de São Pedro e São Paulo, ordenou que mulher alguma entrasse na
igreja sem trazer a cabeça coberta por um véu: assim (narra) Barônio, An. 80,
nº 4. Naqueles tempos também os vestidos rocagantes eram fortemente censurados:
'Alongar as saias para além dos pés é
sinal de grande vaidade e ambição; em primeiro lugar, porque estorva o
caminhar, e depois, porque com semelhante veste vai uma arrastando após si, à
maneira de vassoura, toda a escória do chão, etc. etc.' Quem haveria de
dizer que são estas palavras de um Padre da Igreja, do segundo século! Pois lá
se acham elas em São Clemente de Alexandria, Pedag. 11, 10; Op. edição Migne,
Tom. I, p. 532 (R. Pe. P. J. J. Franco, S. J., "Simão Pedro e Simão
Mago", Cap. I, p. 11, nota 8, ed. Paulinas, 1934).
Exemplos
de Santo Antônio
Maria Claret
► O nosso
Santo depois de uma infância de fervor e de determinar a escolha do sacerdócio,
é, temporariamente, desviado do seu ideal pelas lisonjas do mundo.
"A
afeição exagerada ao estudo e ao trabalho diminuíram nele os fervores de criança
e de adolescente em Sallent. Cumpria as obrigações religiosas, comungava várias
vezes por ano, rezava o Rosário todos os dias e praticava outras devoções, mas não era o mesmo de antes. A Missa Dominical
era para ele um martírio por causa das muitas distrações que o assaltavam.
Por outro lado, via-se lisonjeado por todos e, estando bem de finanças, começou
a vestir-se com elegância, que logo julgou ser excessiva.
Não estava
tranquilo. Um dia, quando, segundo o seu novo costume, ia à Missa das doze,
excitado pelo remorso, dizia a si mesmo: 'Antônio,
assim não vais bem! A Missa das doze? E se por qualquer motivo não chegasse a
tempo, perderias a Missa!' Ao ver os fiéis tomando parte em longos atos de
devoção na igreja dos Padres Oratorianos, como ele noutros tempos em Sallent,
surgia-lhe a dúvida de que talvez não estaria santificando suficientemente o
Dia do Senhor.
Mas Deus fez
que a alma de Antônio experimentasse sacudidas mais violentas, que o fizesse
vencer a crise que atravessava. Justamente aos três anos de permanência em Barcelona,
chegado já à maioridade, nada menos de quatro acontecimentos vieram influir decisivamente
no seu presente e no seu futuro.
Tinha
Antônio um amigo de Sallent residente em Barcelona a quem visitava com muita
frequência, dirigindo-se diretamente ao quarto dele. Certo dia, chegando e não encontrando o amigo, a esposa insistiu com
Antônio para que o esperasse e logo com palavras e ações tentou seduzir o
inocente moço. Antônio, logo que notou, quis sair apressadamente. A infeliz
mulher conseguiu segurá-lo, mas o inocente jovem, invocando a Santíssima
Virgem, com uma sacudida violenta conseguiu desvencilhar-se dos laços do
pecado e fugir daquela casa para nunca mais voltar, ainda que guardando
segredo do acontecido, por respeito à honra e tranquilidade daquele lar. Na
precipitada fuga deixou naquela casa o chapéu que não pensou mais em procurar.
O segundo
acontecimento que o fez pensar seriamente, foi a infidelidade de um amigo, companheiro
seu em jogar na loteria. O amigo, além de roubar-lhe o prêmio de algumas centenas
de contos ganhos na loteria, roubou-lhe todas as economias, roupas e livros, e
terminou caindo nas malhas da Justiça. Antônio sofreu muito, não tanto pela
perda do dinheiro, como pelo temor de incorrer na mesma infâmia do amigo
infiel.
Pouco
depois, Claret sabe de um grande desastre do qual quase foi vítima. Celebrava-se
em Sallent uma festa popular. Na casa de um dos moradores organizou-se um
animado baile. Antônio estivera na casa até às 7 horas da noite por motivo de
amizade, mas logo que ele saiu, desmoronou-se o edifício, morrendo vinte e oito
pessoas. Foi uma lição terrível para Antônio. Não a esqueceu durante toda a
vida e a consignou em dois dos seus opúsculos.
Noutra
ocasião, estando em Barcelona, foi com alguns companheiros lavar os pés na
praia do mar. De repente, uma onda encrespada o atinge e a ressaca o arrasta para
dentro, sem que ele, que não sabia nadar, pudesse resistir e nem ser socorrido
pelos companheiros que o perderam de vista. Tresloucados, voltaram para a
cidade. Antônio, entretanto, após invocar a Santíssima Virgem, viu-se
restituído à praia com a roupa enxuta e conseguiu ainda alcançar os
companheiros, que, com espanto, o viram aparecer no meio deles.
Enquanto era
arrastado pelas ondas, estava tranquilo, mas, depois que se viu salvo, começou
a pensar seriamente no perigo que correra a sua alma, pensando, em sua humildade,
que a morte lhe poderia ter sido fatal e agradecendo à Santíssima Virgem a
vida.
Antônio
estava abalado. Uma passagem da Escritura que já havia sido o princípio de conversão
para muitos Santos o foi também para ele. Ouvia Missa certo dia no meio de distrações
involuntárias, que não conseguia vencer, quando de repente brilharam aos seus
olhos aquelas palavras que ouvira em criança: 'De que vale ao homem ganhar o
mundo inteiro, se afinal perder a sua alma?'
Essa interrogação
terrível fez cessar o curso das suas idéias. Esqueceu as máquinas e os
desenhos, as riquezas e o futuro tão risonho e ficou como que aturdido sem
saber o que fazer, a ponto de − ao chegar à igreja dos Oratorianos para expor
o seu estado de ânimo, − abrir-se com o irmão leigo que o atendeu e que sem
demora o levou ao piedoso Pe. Amigó.
O Pe. Amigó
o ouviu com calma, aconselhou-o a voltar à fábrica, mas a cumular os trabalhos
com o estudo do latim, a fim de estar preparado para os planos da Providência
que mais tarde haveriam de manifestar-se claramente...
Por causa de
um forte resfriado, ficou preso ao leito. Certa manhã sente uma forte tentação
impura. Resiste com denodo invocando Nossa Senhora, o Anjo da Guarda e os Santos
da sua devoção. A tentação o persegue apesar da resistência que lhe opõe
procurando pensar em assuntos indiferentes. Vira-se então para outro lado e é
surpreendido por uma aparição de Nossa Senhora, que, trazendo na mão uma
coroa de rosas, lhe diz: 'Antônio, se
venceres, esta coroa será tua. E logo viu como Nossa Senhora o coroava sob
a figura de um menino a representar a sua alma que havia triunfado. Virando-se
para a esquerda, viu uma grande multidão de terríveis Demônios que estavam como
soldados após a derrota quando fogem. Desde então, diz o Santo, 'fiquei livre de tentações contra a
castidade muitos anos e, se depois me veio alguma, foi tão insignificante que
quase nem merece o nome de tentação...
Começa
Claret as suas missões e se encontra logo com o mau costume de se cantarem modinhas
indecentes, e ele imediatamente faz editar folhas contendo cantos religiosos
populares. Encontra noutro lugar muito arraigado o vício da blasfêmia, sem demora,
publica um folheto e constitui a liga contra a blasfêmia; descobre as tristes
consequências do vício impuro e logo escreve um opúsculo onde apresenta
remédios contra a impureza; vê, em Cuba, a situação lastimosa dos
agricultores, desconhecedores dos métodos racionais de aproveitamento do solo,
e escreve para eles um opúsculo, além de fazer traduzir outros; contempla o
povo fiel sem devocionários adequados, e prepara-lhes o admirável 'Caminho
Reto'; é posto à frente do Escurial, e vendo a falta de livros de pedagogia,
exara o 'Colegial Instruído'; vê os benéficos resultados das Congregações
Marianas no meio da juventude e prepara logo um manual das Congregações;
assiste ao relaxamento na execução do canto litúrgico e sem demora apresenta
logo um 'Cantoral', que constitui um verdadeiro ponto de partida para a
reforma do Canto Gregoriano na Espanha. E assim foram saindo da sua pena
iluminada pela luz frouxa da lâmpada de azeite os livros e os opúsculos para
jovens, crianças, soldados, mães de família, gente do campo, estudantes, seminaristas,
sacerdotes e Bispos.
As obras
claretianas, já o dissemos, somam 144, sem contar as folhas avulsas que escapam
a qualquer avaliação. As tiragens dessas obras − não esqueçamos que eram distribuídas
quase sempre gratuitamente, − sempre numerosas, totalizaram mais de 6 milhões
de exemplares.
Não
mereceria o título de Doutor da Igreja Santo Antônio Maria Claret, que escreve
144 obras, que espalha seis milhões de exemplares para perpetuar o fruto de 25
mil sermões?
... Quando
Arcebispo de Cuba distribuiu nos seis anos que lá permaneceu, mais de 200 mil
volumes, tendo ao mesmo tempo a satisfação de recolher grande quantidade de
livros maus, sendo que de uma feita fez uma grande fogueira com 3 mil livros
indecentes e ímpios...
Cuba, uma
das últimas pérolas da coroa espanhola, era naquele tempo uma Babel étnica,
religiosa e política. Homens vindos de todas as terras, espanhóis abastados,
mestiços que conspiravam secretamente, chineses em grande número, multidão de
negros escravos constituíam a base daquele povo em formação. Ânsias de
independência política instigadas pelos Estados Unidos, relaxação dos
costumes até o mais repelente nível degradação, indiferença e ignorância
religiosa a começar pelo Clero, tornaram assustador o quadro das misérias
morais e materiais, a tal ponto que o Santo Arcebispo, após um ano de
pontificado na Ilha, pensou em renunciar, crendo-se incapaz de dominar tantos
males.
Mas o Pe.
Claret não gastou muito tempo em planos e em lamúrias. Chegando no dia 16 de Fevereiro,
no dia 24 já começou a pregar Exercícios Espirituais ao Clero. Antes, por motivo do calor, nenhum
sacerdote usava batina; em pouco tempo não se encontrava nenhum que andasse à
paisana. Durante os terríveis 14 anos de 'sede vacante' muitos candidatos
(n. c: ao sacerdócio), após um expediente rápido, tinham sido ordenados sem ao
menos entenderem o latim do missal e conhecerem a matéria e a forma dos Sacramentos...
Tendo encontrado um Clero na miséria, procurou por todos os meios e conseguiu
uma dotação conveniente para todos os sacerdotes, assim como para as igrejas,
muitas das quais ameaçavam de ruína e estavam sem ornamentos sagrados... Era
muito rigoroso na seleção e muito mais quando se tratava da ordenação
sacerdotal, dizendo que é melhor deixar uma cidade sem sacerdote do que
ordenar um indigno, pois o povo se conserva melhor sem sacerdotes do que tendo
um sacerdote que não é o que deveria ser...
Começaram
também as legalizações de matrimônios que tanto deram que trabalhar e sofrer
ao Pe. Claret, bastando dizer que numa só missão e visita pastoral chegaram
uma vez os casamentos legalizados a 300. Ao sair de Cuba ele poderá apresentar
a seguinte estatística que nos dispensará de ponderações: matrimônios
legalizados, 10 mil; filhos legitimados, 40 mil.
Terminada a primeira missão já se notava a
transformação, não se vendo mais crianças nuas pelas ruas, quando antes,
alegando o calor tórrido, andavam sem roupa as crianças de ambos os sexos,
tendo o Arcebispo de repreender algumas mães que queriam apresentar, para
serem crismadas, crianças sem nenhuma roupa..." (R. Pe. Geraldo Fernandes, C. M. F., "Santo
Antônio Maria Claret", Ed. Vozes, 1953).
Astuciosa
Intolerância de São
João Bosco
► "Desde
os primeiros tempos de seu estabelecimento em Turim, a fama da santidade de D.
Bosco difundiu-se bem depressa. Muitas famílias desejavam estreitar relações
com ele e a sua amizade era disputada.
Certo dia,
uma família inteira foi visitá-lo, ansiosa por ouvir a sua palavra. D. Bosco notou
logo a falta de modéstia da mãe e das
filhas no trajar. Mas não querendo censurar abertamente, dirigiu-se à
menor, dizendo:
─ Queria que me desses uma explicação.
─ Com muito prazer, respondeu a menina
que não cabia em si de alegria.
─ Dize-me, por que desprezas assim os teus
braços?
─ Eu?! ... eu não os desprezo.
─ No entanto, parece que sim.
─ Oh! Pelo contrário, começou a mãe. Se o senhor soubesse como devo ralhar com
ela por causa da vaidade. Além de lavá-los, perfuma-os com águas cheirosas.
─ Justamente por isso, continuou D.
Bosco, sempre se dirigindo à menina, eu
te digo que desprezas os teus braços.
─ Mas por quê?
─ Porque, quando morreres, eles serão
atirados no Inferno, no Fogo Eterno.
─ Mas eu não faço nada demais! ... Para o
Inferno eu não quero ir!
─ E, no entanto, é o que vai acontecer... ou
pelo menos passarás pelo Purgatório, e quem sabe por quanto tempo.
─ Mas essa advertência é dirigida a mim
também, exclamou uma das maiores envergonhando-se.
─ Sim... e as chamas subirão dos braços ao
pescoço para queimá-lo.
─ Já compreendi, disse a mãe, já compreendi; cabe a mim remediar as coisas
e assim o farei.
Desde essa ocasião, a mesma família foi muitas outras
vezes visitar D. Bosco, mas sempre com vestidos muito decentes; e riam com ele
ao se lembrarem da lição que, mesmo rindo, ele lhes dera" (R. Pe. Luiz Chiavarino, "Os Sorrisos de Dom
Bosco", Cap. "Astúcias para uso particular", p. 77, 3ª edição,
Pia Sociedade de São Paulo, 1948).
Uma
Visão do Inferno
► "Lemos,
na vida de Santa Francisca Romana, uma visão que ela teve do Inferno no ano de
1414 e que durou 4 horas: Deus quis
mostrar-lhe certas senhoras que havia conhecido na sociedade romana. Por que
pecados tinham sido condenadas ao Inferno?
a) Por maus
desejos culpados, embora não seguidos de efeito;
b) pelas vestes indecentes, que seguiam a moda do
tempo, causa de sedução e de pecado;
c) pelos
bailes que o mundo declara inofensivos.
Esta visão do Inferno marcou de tal forma Santa
Francisca que ela mandou pintá-la nas paredes de sua capela, como uma perpétua
lembrança da Justiça do Senhor. E em seguida, Deus lhe deu por missão retirar
de seu luxo e de sua vaidade as senhoras romanas" (R. Pe. Philippe François; cfr. Jornal Católico
"Ontem, Hoje e Sempre", Campos, Maio/Junho, nº 29, p. 6, 1995).
A
Madrinha de Santa
Teresinha
► Sóror
Maria do Sagrado Coração "sempre ciosa de sua liberdade, não lhe agradava a moda feminina da época;
ficava irritada e chorava, até, quando a queriam vestir com esmero;...
'todavia, nesse desprezo de toda faceirice devia haver orgulho secreto, pois, o
orgulho se introduz em toda parte, mesmo no que parece ser humilhante. Quando punha um vestido novo, isso era para
mim um verdadeiro suplício'" (Revda. Madre Inêz de Jesus, O. C. D.,
"A Madrinha de Santa Teresinha", Prefácio).
A
Menina Prodígio
► Ema
Alutto, a criança prodígio da cidade de Alba no Piemonte, pouco antes de
falecer em odor de santidade, aos 7 anos de idade, recebia várias pessoas em
seu leito de sofrimento que iam ouvir de seus lábios sobre as coisas celestes.
"Mas se alguém se apresentava em seu quarto em
trajes pouco modestos, não obtinha nem sequer uma resposta da querida menina.
Foi assim que certa vez diante de uma senhora muito distinta, mas pintada e
decotada, Ema recusou-se em dizer uma só palavra, enquanto pouco antes e logo
depois, com outras pessoas mostrou-se muitíssimo afável e disposta a responder
a tudo quanto lhe perguntavam".
Noutro dia
disse a sua mãe:
− 'Mamãe, soube que a senhora queria encurtar
meu vestido branco para o verão. Não o faça, mamãe.
− Por que,
Ema?" Disse a mãe. Mas ficou sem resposta. (M. C. Calabresi, "O
Beija-Flor de Jesus", pp. 47 e 50, 4ª edição, Ed. Paulinas, 1958).
A
Humildade de Santa
Teresinha
► "Tinha
eu outro defeito ainda, de que a mamãe não fala em suas cartas, a saber: muito
amor próprio. Citarei apenas dois (n. c: no presente trabalho somente o
segundo) exemplos:
... Outro
dia, devendo ir ao campo (n. c: até Grogny) visitar uma família de nossa amizade
(n. c: à casa da Sra. Monnier), a mamãe recomendou a Maria que me vestisse o
vestido mais bonito (n. c: vestido azul celeste, com guarnição de renda), mas não me deixasse os braços descobertos.
Não objetei nem uma sílaba, e simulei até a indiferença própria das crianças
daquela idade; entretanto, lá no meu
íntimo não deixava de dizer-me: 'Que pena! ... havia de ficar tão engraçadinha
com os bracinhos descobertos!'.
Compreendo facilmente que se fosse educada por pais
sem virtude, com esta índole teria sido de certo muito má e posto talvez em
sério perigo a minha salvação eterna. Jesus, entretanto, velava pela sua
pequenina desposada e soube fazer-lhe tirar proveito dos seus mesmos defeitos
que, reprimidos em boa hora, serviram para fazê-la progredir no caminho da
perfeição" (Santa Teresinha do
Menino Jesus, "História de uma Alma", Cap. I).
O
Exemplo de Santa
Escolástica
► "...
Embora fosse dotada de um gênio vivo e espirituoso, de um natural suave e
atraente, de um porte distinto, capaz de se fazer admirar, toda a sua
propensão era para o retiro. As galas e os enfeites nunca lhe mereceram a
mínima das atenções. Estava-lhe impressa indelevelmente na alma aquela
importante lição que sua boa mãe tantas vezes lhe repetia: 'Os adornos postiços, por muito ricos e
brilhantes que sejam não podem acrescentar nenhum merecimento; o elogio mais
belo que se pode fazer de uma donzela é o poder dizer-se dela com verdade que é
modesta e piedosa'"(R. Pe. Croiset, "Ano Cristão", Vol. II,
10 de Fevereiro - Festa de Santa Escolástica, p. 188; trad. pelo R. Pe. Matos
Soares, Porto, 1923).
A
Santa Intolerância
de São Simeão Estilista
► "Nunca permitiu que mulher alguma
entrasse na clausura do seu eremitério, isto é, no recinto do muro que cercava
a sua coluna. A violação desta proibição custou à vida a uma dama, que,
tendo-se disfarçado com trajes de homem, por curiosidade ou por imprudente devoção
ali tentou entrar. Mal, porém, tinha posto o pé na soleira da porta, caiu
fulminada pela morte" (R. Pe. Croiset, ob. cit., Vol. I, 4 de Janeiro,
p. 59).
A
Simplicidade e Firmeza
de Santa Paula
► "A
sua humildade era tão grande, que quem a visse pela primeira vez a tomaria por
uma das mais ínfimas criadas, pois assim
o dava a entender o seu vestido e todos os seus costumes, sem que entre as
numerosas virgens, de que sempre andava rodeada, houvesse alguma que na humildade
se confundisse com Paula.
Nunca se
sentou à mesa com homem nenhum, por mais santo e qualificado que fosse depois
da morte de seu marido... Admoestava-a São Jerônimo a que não chorasse tanto,
para não vir a perder a vista, tão necessária para a leitura dos Livros
Sagrados.
A Santa
respondia: 'Justo é que se afeie o rosto
que contra a lei de Deus procurei aformosear com enfeites, justo é que se
pague com pranto o riso imoderado, e com cilícios os vestidos ricos e
delicados. Aquela que procurou agradar ao marido e ao mundo procure agora
agradar a Jesus Cristo'.
A isto
reunia uma castidade angelical que a fez em Roma exemplar de matronas castas,
de modo que nunca a maledicência pode encontrar a menor mancha na sua honestíssima
conduta.
Não permitia
às nobres terem em sua companhia criadas, nem ainda falarem dos regalos e
opulência em que haviam sido criadas; não consentia distinção nos hábitos, nem
curiosidade afetada, dizendo que o
demasiado esmero no vestir é funesto indício da fealdade da alma. A
nenhuma era lícito falar com homem algum, nem ter mais que o necessário para
vestir e comer" (R. Pe. Croiset, ob. cit., Vol. I, 26 de Janeiro, pp.
308-310).
O
Admirável Exemplo
de Santa Perpétua
► "...
Estava marcado para há execução o dia 7 de março... O porte nobre de Perpétua
causou admiração geral. À intimação de envergar vestimentas sacerdotais pagãs,
como era costume no anfiteatro, os Mártires opuseram-se energicamente.
Perpétua, fazendo-se intérprete dos sentimentos dos companheiros, disse:
'Estamos aqui de livre vontade. Morremos para salvar a liberdade da nossa Fé.
Morremos, sim, mas com a condição de não sermos obrigados a seguir as vossas
práticas supersticiosas...'
Perpétua e Felicidade, em obediência ao costume,
deviam ser despidas e atiradas à uma vaca brava. O povo, porém, atendendo a
circunstâncias especiais, exigiu que se lhes desse algum agasalho.
Perpétua foi à primeira vítima da fera. Vendo que o
pano que lhe tinham dado, para resguardá-la da nudez, se havia rasgado,
cobriu-se de novo. Mais se preocupava com a virtude (n. c: da modéstia e do pudor), do que com o martírio. Também se esforçou para pôr em ordem o cabelo
desgrenhado e desalinhado, pois achava não ser conveniente a uma Mártir
apresentar-se naquele estado, que parecia indicar tristeza e desânimo.
Depois se pôs em pé e estendeu a mão à Felicidade, para se levantar também.
Estavam assim de pé as duas heroínas e os algozes não se atreveram mais a
atirá-las novamente às feras, mas conduziram-nas a um outro lugar, onde deviam
ser executadas pela espada..." (R. Pe. João Batista Lehmann, S. V. D.,
"Na Luz Perpétua", Vol. I, 5 de Março).
A
Santa Intolerância
de um Doutor da Igreja
► "Santo
Ambrósio encontrou um dia, perto de uma igreja, uma mulher vestida com muita
vaidade e imodéstia, que estava para entrar. Perguntou-lhe aonde ia.
− À igreja para rezar, respondeu ela.
− À igreja com essa roupa? Replicou o
Santo; não ides para rezar, mas para
fazer o ofício do Demônio, para escandalizar as almas fiéis. Fora daqui,
escandalosa, retirai-vos para o segredo de vossa casa a chorar as vossas
iniquidades e os vossos escândalos" (R. Pe. D. Juan Albizu y Sainz de
Murieta, "Catecismo de Adultos", Apêndice de Exemplos, Part. III, nº
188, sexta edición, Pamplona, 1950).
Carne
do Mercado
"Outra
grande preocupação dos Santos, para o decoro da Igreja e das almas, foi sempre
a de exigir a modéstia e o pudor por parte das mulheres. A severidade quanto a
este ponto em particular encontra-se frequentemente reafirmada por todos os
Santos, desde o Apóstolo São Paulo (um véu sobre a cabeça das mulheres a fim de
que não tenham a cabeça "como se
estivesse rapada" (1 Cor. 11, 5s), até São João Crisóstomo, a Santo Ambrósio
e outros mais e até o Beato Pe. Pio de Pietrelcina, que não admitia meias
medidas, mas exigia sempre vestes modestas e longas, bem abaixo dos joelhos.
E, como haveria de poder ser de outra maneira? O Beato Leopoldo de Castelnuovo punha para fora da igreja as mulheres
de roupas pouco modestas, chamando-as 'carne
do mercado'. Que diria ele hoje, quando quase todas as mulheres, até
dentro das igrejas, arrasam com todo pudor e toda decência? Elas continuam, até
nos lugares sagrados, a arte diabólica e sedutora de Eva, tentando a
concupiscência do homem, como diz o Espírito Santo (Eclo. 9, 9); mas a justiça
de Deus não deixará impune tanta estultice e imundície; ao contrário, como diz
o Apóstolo, "é sobretudo por estes
pecados (da carne) que se desencadeia
a cólera de Deus" (Col. 3, 5s)".
Consolo
para as Feias
► "Uma
jovem pouco agraciada pela beleza, foi um dia chorar, no fundo de um bosque.
Ouviu então uma voz que lhe dizia:
− Moça,
porque choras? Não julgues tão grande tua desgraça. Olha: junto de mim cresceram
e floresceram belas e esbeltas árvores. Por causa de seu belo aspecto foram
todas cortadas. Na ponte ali perto, jazem elas, queixando-se a todo o momento
dos carros que lhes passam por cima. Eu, ao contrário, porque sou torta e cheia
de nós, aqui estou. Se tu, jovem, tivesses recebido uma forma esbelta, uma
figura atraente, a estas horas talvez estarias reduzida a uma ruína. O vício e
a impureza teriam carcomido tua alma. Mas porque não és graciosa, achas-te
livre de olhares de cobiça e de inúmeras ocasiões de pecado − (Abraham a
Santa Clara) − Ecos Marianos − 1947" (R. Pe. Geraldo Vasconcellos, ob.
cit., Cap. V, p. 188).
Já
naquele Tempo
► "Para
as que julgam a moda atual ousada e escandalosa, aí vai esta pequena anedota verídica
e histórica, provando que as mulheres sempre foram as mesmas.
Madame
Tallien, ouvindo falar muito de Taylerand, desejou conhecê-lo e fez com que o
apresentassem em sua casa. Para recebê-lo, apareceu envergando um daqueles
vestidos transparentes e muito decotados que tanta sensação causaram na época
do Diretório.
O Abade
desconcertou-se a princípio, mas, talentoso e amável, não perdeu a linha nem a
aparência tranquila.
No dia
seguinte, rodeada de visitas, Madame Tallien recebeu uma caixa em cujo rótulo
vinha escrito: 'Vestido para Madame'. Apressando-se em abri-la a ilustre dama
verificou que dentro dela havia apenas uma folha de parreira. − 'Careta' − Revista
Semanal − Rio de Janeiro" (R. Pe. Geraldo Vasconcellos, ob. cit., Cap. V,
p. 190).
Consequências
de Confissões
e Comunhões Sacrílegas
"Exemplo
de uma senhora que por muitos anos calou na Confissão um pecado desonesto.
Refere Santo
Afonso e mais particularmente o Padre Antônio Caroccio, que passaram pelo país
em que vivia esta senhora, dois religiosos, e ela, que sempre esperava Confessor
forasteiro, rogou a um deles que a ouvisse em Confissão, e confessou-se. Logo
que partiram os Padres, o companheiro disse ao Confessor ter visto que,
enquanto a senhora se confessava, saiam de sua boca muitas cobras, e uma
serpente enorme deixara ver fora sua cabeça, mas voltara de novo para dentro, e
após ela todas as que antes saíram. Suspeitando o Confessor o que aquilo podia
significar, voltou à cidade e à casa daquela senhora, onde lhe disseram que
ela, no momento de entrar na sala, morrera repentinamente. Por três dias
seguidos jejuaram e oraram por ela, suplicando ao Senhor que lhes manifestasse
aquele caso. Ao terceiro dia,
apareceu-lhes a infeliz senhora condenada e montada sobre um Demônio, em figura
de um dragão horrível com duas serpentes enroscadas ao pescoço, que a afogavam
e lhe comiam os peitos; uma víbora na cabeça, dois sapos nos olhos, setas
ardentes nas orelhas, chamas de fogo na boca e dois cães danados que a mordiam,
e lhe comiam as mãos; e dando um triste e espantoso gemido, disse: Eu sou a
desventurada senhora que Vossa Reverendíssima confessou há já três dias;
conforme ia confessando, meus pecados iam saindo como animais imundos pela
minha boca, e aquela serpente enorme, que o companheiro viu tirar fora a
cabeça, e voltou depois para dentro, é figura de um pecado desonesto que calei
sempre por vergonha; quis confessá-lo com Vossa Reverendíssima, mas também não
me atrevi; por isso, voltou a entrar dentro, e com ele todos os demais que
haviam saído. Cansado já Deus de tanto esperar-me, tirou-me repentinamente a
vida e me precipitou no Inferno, onde sou atormentada pelos Demônios em figura
de horrendos animais. A víbora me atormenta a cabeça pela minha soberba e
excessivo cuidado em pentear os cabelos; os sapos cegam-me os olhos, por meus
olhares lascivos; as flechas acesas me atormentam as orelhas porque escutei
murmurações, palavras e cantigas obscenas; o fogo abrasa-me a boca pelas
murmurações e beijos torpes; tenho as serpentes enroscadas no pescoço e me
comem os peitos, porque os levei de um modo provocativo, pelo decote de meus
vestidos e pelos abraços desonestos; os cães me comem as mãos, pelas más obras
e tatos impuros; mas o que mais me atormenta é o horroroso dragão, em que vou
montada, e que me abrasa as entranhas em castigo de meus pecados impuros. Ai!
Que não há remédio para mim, senão tormentos e pena eterna! Ai das mulheres!
Acrescentou; porque muitas delas se condenam por quatro gêneros de pecados: por
pecados de impureza, pelas galas e enfeites, por feitiçarias e por calar pecados
na Confissão; os homens se condenam por toda classe de pecados; mas as
mulheres, principalmente, por estes quatro pecados. Dito isto, abriu-se a terra
e por ela entrou esta infeliz mulher, até o mais profundo do Inferno, onde
padece e padecerá por toda a eternidade.
Reflete cristão, e entende que Deus Nosso Senhor
mandou sair esta infeliz senhora do Inferno e que passasse pela vergonha, para
que todos os homens soubessem a sorte que os espera, se, pecando, não se
confessarem bem. Oxalá que tu tirasses da leitura deste exemplo horroroso o
fruto que tiraram outros, fazendo uma boa Confissão e emendando-te de tudo. Um autor diz que este exemplo converteu mais gente
que duzentas Quaresmas. O Padre Missionário Jaime Corella fez voto de pregá-lo
em todas as Missões, pelo grande proveito que dele tiravam os fiéis. E até um
Prelado estabeleceu que em certos tempos do ano se pregasse ou lesse este caso
na igreja. Mas, ai de ti se não confessares todos os teus pecados! Ai de ti
se, mal preparado, fosses receber a sagrada Comunhão! Melhor seria então não
teres nascido!" (São Antônio Maria Claret, "Caminho Reto e Seguro para
chegar ao Céu", Cap. "Exemplo de vários estados", pp. 84-99, 5ª
edição, Ed. Ave Maria, São Paulo, 1909).
Ais
do Inferno,
ou
seja,
Vozes
dos Condenados...
◄ Ais do Glutão e do Luxurioso ►
"Pecador
que me imitas... ai, olha... vês? Eis o fruto de meus deleites... Que
tormentos! ah! a ti ainda te dão tempo para arrepender-te; aproveita-o, olha os
tormentos que te esperam; foge dos teatros, dos cafés e tabernas; lança às
chamas essas pinturas, livros e papéis desonestos e indecentes; rasga esses vestidos que ofendem o pudor;
foge dos jogos, de namoros e de bailes; aparta-te das más companhias; não saias
de noite; não faças contigo nem com outros coisas desonestas; não fales, nem
contes, nem cantes coisas impuras; se o fizeres... ai! te condenarás como eu;
ai! ai!...
◄ Remédios para curar a impureza ►
Primeiro remédio: De manhã e à noite pede à Mãe da pureza, à Santíssima Virgem, esta
preciosa jóia, saudando-a para esse fim com três Ave Maria.
Segundo remédio: Logo que tiveres algum pensamento impuro, despreza-o imediatamente, e
dize a Maria: Virgem Santíssima valei-me, assisti-me.
Terceiro remédio: Aparta-te das más companhias, de bailes e galanteios; nem pelas capas
hás de tocar em livros ou papéis desonestos; não olhes para pinturas, estampas
ou outros objetos provocativos; e, sobretudo, guarda-te de fazer acenos ou
ações escandalosas.
Quarto remédio: Veste com modéstia; como e bebe com temperança; não profiras palavras
indecentes; não escutes nem acompanhes más conversas; e não dês liberdade a
teus olhos.
Quinto remédio: Lembra-te que Deus te vê e que tem poder para tirar-te a vida aqui mesmo,
e lançar-te aos Infernos; como aconteceu, entre outros, a Onão, que morreu no
ato de cometer um pecado desonesto, e se condenou.
Sexto remédio: Frequenta os Santos Sacramentos” (Santo Antônio Maria Claret,
ob. cit., Cap. "Ais do Inferno, ou seja, Vozes dos Condenados", pp.
306-307).
Exemplos
Edificantes
► "Felipe
ateniense condenaba á una multa de mil dracmas (unas 375 libras) á mujer que
se atreviese á presentarse en público con inmodestia. Habia jueces establecidos
para esto; los cuales, á fin de confundir aun más á estas mujeres, fijaban la
sentencia en un árbol, en el lugar más frecuentado de la ciudad. Lo mismo se
observaba en Lacedemonia (Noches parisienses, pág. 215).
► Reconvino
un dia san Eloy Obispo, á Batilde, reina de Francia, sobre ciertos adornos un
pocos afectados; y replicando la princesa que aquellos atavios no eran excesivos
para una reina; contestóla el Santo que lo eran para una cristiana, que debe
conformarse con las reglas de la humildad. Aprovechóse la princesa del aviso,
y en adelante anduvo siempre vestida sencillísimamente (Vida de san Eloy ).
► No es
ménos importante la leccion que dió á una jóven de veinte y tres años un santo
Anacoreta. Oyendo aquella una curacion milagrosa obrada por san Pedro anacoreta,
fué á encontrarle por un mal que tenia en el ojo. Pero presentóse al Santo
ricamente vestida, con pendientes muy preciosos, brazaleles, colores
postizos, etc. Viendo el Santo este adorno mundano más peligroso que el mal del
ojo, quiso curar su loca vanidad con esta comparacion: 'Dime, hija; si un pintor, muy hábil en su profesion, hubiese hecho
un retrato segun todas las reglas del arte, y un rústico del todo ignorante en
pintura, quisiese reformarle mudando y añadiendo á su antojo, no se daria el
pintor por ofendido? − Sin duda,
contestó ella, tendria derecho de quejarse. − Y no podrá quejarse de tí el Criador del universo, este admirable
artífice que todo lo ha criado, viendo que acusas de ignorancia su infinita
sabiduría, queriendo reformar su obra? créeme, hija, no cambies nada al
retrato que Dios hizo de su imágen, no busques lo que, su sabiduría no ha querido
concederte, y no te esfuerces en adquirir una belleza falsa y superficial'. Al
punto la jóven se echó á los piés del Santo, dióle gracias por tan saludable
leccion, le pidió la curase el ojo, lo obtuvo, y de regreso á su casa renunció
to afeite mundano, yendo en adelante vestida con la sencillez que le habia
prescrito el santo Anacoreta (Vidas de tos PP. del desierto).
► De cuán
diferente manera se portó en el cadalso la hermana de Luis XVI? Era esta la
princesa Isabel, condenada á morir en un cadalso, salió el 10 de mayo de 1794
con otras veinte y cuatro víctimas tomadas como al acaso entre la multitud de
los presos. La lectura de su sentencia no alteró un instante la bella
tranquilidad de su alma, fruto de su eminente piedad. Como los desgraciados
que iban entonces al suplicio estaban absolutamente privados de los socorros
de la religion; la princesa Isabel, no solamente los halló en sí misma, sino
que los procuró aun á los que la acompañaban á la muerte, no cesando de exhortarlos
á la resignacion, mientras iban desde la cárcel al cadalso. Aquí por un nuevo
refinamiento de crueldad, forzáronla á ser testigo del suplicio de sus infortunados
compañeros. Habia entre ellos algunas mujeres, las cuales saludaron con respeto
á la princesa, al pasar delante de ella. Las abrazó con afecto y rogó por ellas
hasta el momento en que la hicieron subir á su vez al teatro del martirio.
Cayendo á los piés del verdugo el pañuelo que llevaba para cubrir el pecho, y
no pudiendo recojerlo y ponérselo, por tener las manos atadas con fuertes
cadenas; dirigiéndose al verdugo que tenia ya levantado el brazo para darle
la muerte, con una voz suplicante le dijo: 'En
nombre del pudor, cúbrame V. el pecho'. Tales fueron sus últimas palabras,
y su alma tesoro de inocencia y de pureza, fué á juntarse en el cielo con la
de su hermano Luis XVI (Vida de la princesa Isabel)" ("Tesoro Del Catequista
− ó Explanacion de la Doctrina Cristiana, sacada en gran parte de la que
compuso de órden del Papa Clemente VIII el P. Roberto Belarmino, de la
compañia de Jesús y Cardeal de la Santa Iglesia, arreglada, añadida é
ilustrada con ejemplos, por el P. José Mach, Missionero de la misma
Compañia", Part. 3ª − VI Mandamiento de la Ley de Dios, § 2º, pp. 410-411,
5ª edición, Barcelona, 1891).
► "El
sexto Mandamiento prohibe el vestir inmodestamente: − Una mujer poco honestamente vestida, no sólo es, como dice San
Cipriano, 'una espada o un veneno para
todos los que la miran', sino tambien, como añade San Bernardo, 'un instrumento de que se sirve Satanás
para perder á las almas de los prójimos'. Es para sí misma piedra de
escándalo, y pone en el mayor peligro su alma; porque su modo de vestir escandaloso
excita á los hombres livianos á sospechas deshonestas, á ilícitas libertades,
á peligrosas asechanzas, y no pocas veces la misma mujer es sorprendida del
mismo fuego impuro que con intención ó sin ella excita en otros. El vestido
merece ser llamado deshonesto, indecoroso cuando deja á la vista alguna parte
del cuerpo que, según el decoro cristiano, debiera estar cubierta ó si está
cubierta, pero de modo tan ligero y transparente que np se obtenga el fin moral
del vestido. − Se procura disculpar ó colorear semejante deshonestidad
diciendo − 'Es la moda'. 'Qué había
entre los hombres y entre los seducidos hijos de Dios ante del Diluvio
Universal que no fuese moda?' − dice el piadoso Oberberg. − 'Y acaso' − añade − 'la moda de vivir así los preservó de su
completa ruina? Y á nosotros, si hacemos el mal, nos salvará de la moda?'...
► San
Hilario, á la hija de un Príncipe poco decentemente vestida, le dijo una vez
grave y dignamente: − 'Aunque seas una
Princesa no dejas de ser una cristiana; por lo cual debes vestir según tu
estado, pero como cristiana, no como gentil'. − Una vez que un joven
vestido á la moda preguntó á San Felipe Neri si le agradaba aquel vestido, el
santo respondió: − 'Con tal que tu
corazón esté inocente, todo es bueno; pero si tu corazón está corrompido, no
debieras traer esa nueva moda de vestir. Pues has de saber que el que se
adorna vanamente y en demasía para agradar á otros, no puede jamás decir que
interiormente es casto y pundonoroso. Su adorno elegante le acusa de mentira' (Mehler,
Ejemplos, Vol. III)" (R. Pe. José
Deharbe, S.J., "Gran Catecismo Católico", Vol. III, Part. Segunda − Del
Sexto Mandamiento, pp. 314 e 338; Traducido directamente del alemán por el P.
Valentin Ruiz de Velasco, S.J., Casa Editorial de San Francisco de Sales,
Madrid, 1899).
► "Como
cierta dama principal se presentase en el real palacio de Nápoles en traje menos
recatado, la reina Maria Cristina de Saboya, saliéndole al encuentro, quitóse
un chal de gran precio que por ventura traía puesto, y cubriendo los hombros de
la culpable, le suplicó aceptase aquel regalo insignificante como prenda de su
real afecto. La lección habla sido dada con tal finura y delicadeza tanta,
que, sin dejar lugar al agravio, acertó a imprimir en el corazón de la dama,
por caritativo modo, un vivísimo sentimiento de gratitud, juntamente con el
saludable arrepentimiento − (Calendario del Mensajero del Sagrado Corazón de Jesús).
► Gustaba
una dama de engreirse y adornarse con trajes extraordinarios, y sobre esto le
decía su prudente marido: − 'Cuando te veo así me causas devoción, porque eso
no es estar vestida, sino revestida'.
En año
pasado llegó a los baños de Sharn, de Nueva York, una señora de cierta respetabilidad
con objeto de tomar las aguas. A los tres o cuarto dias notaron sus amigos que
dejaba de bajar a la hora a la mesa redonda.
− No sale de
su cuarto, dijo su doncella, y ha hecho llamar al médico.
− Está
enferma?
− No; pero
la cara, el cuello, los brazos y las manos se le han vuelto negros de repente.
Averiguada
la causa, se supo que el azufre de las aguas de Sharn había atacado la pintura
que usaba aquella dama y la había dado el aspecto de una negra de Angora − (Lectura
Católica, 1882).
► Se había
introducido en una población la costumbre de no ir a Misa las mujeres sino con
rico manto, y estaba tan generalizada, que la persona que no se lo podia
proporcionar prestado, no teniéndolo propio, dejaba de ir a Misa.
Llenas de
celo algunas señoras, y entre ellas la mujer del alcalde, acudieron a Misa
vestidas sencillamente, y lograron quitar de ese modo el rubor a las que antes
no se atrevían a ir con vestido pobre − (Semana Católica, 1882).
► En las crónicas seráficas se refiere que
hubo en París una mujer tocada del vício del lujo; reprendiólo su confesor,
pero ella no se enmendaba, y un día, con más celo que otros, le dijo:
− Estas galas y afeites que usáis, son redes
y lazos de Satanás con que enredáis a los hombres y ocasionáis la perdición de
las almas, y temo que, si no os enmendáis os ha de condenar Dios.
La mujer, compungida con esto, dijo:
− Plegue a Dios que si en mí hay algo que le
ofenda y sea la ruina a otros, venga el Demonio, lo quite y lo lleve como cosa
suya.
Y luego el Demonio le quitó las ropas, joyas, trenzado
de la cabeza e cuanto tenía puesto, hasta dejarla em camisa, y dijo a voces:
− Ellos son mis banderas y estandartes con
que llevo gente para el Infierno, y como cosa mía me lo llevo.
Así lo hizo, y la mujer se enmendó con esto − (Caravantes).
► Afirma Roberto de Licio que en la ciudad de
Espoleto hubo una doncella hermosa dada a bailes, galas, juegos y vanidades, y
muy perezosa para las cosas del servicio de Dios y salvación de su alma. Y
como ella empleaba tan mal la vida, trató nuestro Señor de quitársela, y
dándole una grande enfermedad no quería disponerse para la muerte; y agravándose
la enfermedad, pidió a su madre la vistiese con sus mejores galas y la compusiese
como para casarse. Hízolo su madre, y viéndose la hija tan galana, comenzó a
decir:
− Es posible que yo, tan hermosa y de tan
poca edad, he de morir?
Los circunstantes, oyendo esto, la dijeron que se
encomendase a Dios, y ella con mayores clamores, dijo:
− Qué tengo yo con Dios? Ven, Demonio, y
recibe tú mi alma!
Y así lo hizo, muriendo ella en acabando de decir
estas palabras − (Fr. José de Caravantes)" (Dr.
D. Bernardo Sánchez Casanueva, "Catecismo en Ejemplos", Cap. Virtudes
en General − Templanza y sus Especies [Modestia exterior], pp. 299-301, Octava
Edición, Hijos de Gregorio del Amo, S.L. − Editores-Librería Católica, Madrid,
1942).
_________________
Fonte: Acessar o ensaio "Reminiscência sobre a Modéstia no Vestir" no link "Meus Documentos - Lista de Livros".
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