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Diga não, ao Aborto! |
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Santo
Agostinho em cem lugares ensina esta mesma prática. Diz
ele:
“Ninguém vem ao Salvador senão sendo atraído. Quem é que
Ele atrai, e quem é que Ele não atrai, por que é que Ele atrai
este e não aquele, não
queiras ajuizar disto, se não queres errar.
Escuta uma vez e ouve. Não
és atraído? Reza a fim de seres atraído.
De certo, ao cristão que ainda vive da Fé e que não vê o que é
perfeito, mas sabe apenas em parte, basta saber e crer que Deus não
livra ninguém da condenação senão por misericórdia gratuita, por
Jesus Cristo Nosso Senhor, e
que Ele não condena ninguém senão pela Sua equidosíssima verdade,
pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor. Mas
saber por que é que Ele livra este de preferência àquele, sonde
quem puder tamanha profundeza dos Seus juízos, mas resguarde-se do
precipício, pois os Seus decretos não são por isso injustos, ainda
que sejam secretos
(I Tract. XXVI in Joan.). Mas, por que então livra Ele estes de
preferência àqueles (Ep. 105)? Dizemos outra vez: Ó
homem! Quem és tu para responderes a Deus?
(De bono persever., c. XII). Incompreensíveis
são os Seus juízos (Rom.
11, 20). E acrescentemos isto: Não
inquiras das coisas que estão acima de ti (Rom.
11, 33),
e não investigues o que está além de tuas forças
(Ecli. 3, 22). Ora, Ele não faz misericórdia àqueles a quem, por
uma verdade mui secreta e muito afastada dos pensamentos humanos,
julga não dever conceder Seu favor ou misericórdia (Quaest. II, ad
Simplic.).
Vemos
às vezes crianças gêmeas das quais uma
nasce cheia de vida, e recebe o Batismo;
a outra, nascendo,
perde a vida temporal antes de renascer para
a eterna; uma, por conseguinte, é herdeira do Céu, a outra é
privada da herança.
Ora, por que será que a Divina Providência dá desfechos tão
diversos a tão semelhante nascimento?
De certo, pode-se dizer que a Providência de Deus ordinariamente não
viola as Leis da Natureza; de tal sorte que, sendo um desses gêmeos
vigoroso e o outro demasiado fraco para suportar o esforço da saída
do seio materno, este morreu antes de poder ser batizado, e o outro
viveu; não havendo assim a Providência querido impedir o curso das
causas naturais, que, nessa ocorrência, terão sido a razão da
privação do Batismo naquele que o não teve. E certamente esta
resposta é bem sólida”.
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São Francisco de Sales, “Tratado do
Amor de Deus”, Liv. IV, Cap. VII, pp. 226-227; 2ª Edição, Ed.
Vozes, Petrópolis, 1996.
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