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Maomé com suas esposas |
A
Vida Sensual de Maomé
No
começo da sua carreira, Maomé era o reformador do paganismo de seus
patrícios. Tendo sido bem-sucedido nesta empresa, tornou-se
legislador e chefe civil, setor em que brilhou com incontestável
valor. Organizando seu exército, de pilhagem no início e de
conquistas depois, tornou-se o guerreiro valente e avassalador. Ainda
aqui, é um homem superior, que mostra uma coragem e uma perspicácia
acima do comum.
Absorvido
nestas empresas de grande alcance, o profeta vivia na fidelidade à
sua esposa Khadidja, sem que a história citasse escândalos notáveis
de incontinência em seu proceder. Levado, porém, ao pináculo da
glória e do poder, e deixando para seus auxiliares a parte ativa da
guerra e das conquistas, Maomé recai sobre si mesmo, e mostra aos
seus próprios correligionários e ao mundo inteiro, o que era no
fundo de seu temperamento irrequieto: um sensual e um efeminado,
envolto no manto da mais negra hipocrisia e do mais deslavado
cinismo. Parece um outro Maomé, ou pelo menos, um Maomé
degenerado…
É
a página triste e sombria desta vida de grande homem; página
berrante de aviltamento moral.
Parece
que uma tremenda sensualidade, recalcada até então, apoderou-se
dele e o lançou na vida mais vergonhosa para um grande homem.
Desde
a sua chegada a Medina, Maomé havia organizado um lar, semelhante
aos dos saids árabes. Tal, como os outros chefes, fez vários
casamentos de amor ou de política, e não se privou, além disso, de
algumas concubinas, belas escravas que lhe tinham sido dadas de
presente ou que eram cativas de guerra.
Depois
da morte de Khadidja, sua primeira esposa, que ele respeitara sempre
durante 20 anos, embora mais velha do que ele, caiu Maomé num
verdadeiro marasmo de volúpia e de mania de casamentos! Desposou
Saioda, viúva de Sokarn, porque a sua primeira amante, a menina
Aicha, filha
de Abou-Bakr, casada com ele aos 9 anos, não era de idade núbil.
Casou também com Hafça,
filha de Omar. Mais tarde enamorou-se de Om-Selma, viúva de um
emigrado da Abissínia, etc.
Tudo
isso era já fora da lei, ditada por ele, mas pelo menos, era ainda
conforme à lei pagã dos árabes, que admitiam a poligamia –
porém, há fatos mais graves que destoam de toda a lei e de todos os
costumes, até dos árabes pagãos.
Maomé
tinha um filho adotivo a quem muito amava, Zeid,
(o bem-amado do profeta) o qual era casado com Zeinab,
a mais bela moça de sua tribu.
Esta
beleza foi um objeto de tentação para o profeta.
Zeid
descobriu furtivamente o novo namoro do seu benfeitor, e para evitar
violências ou talvez a morte, resolveu transformar a necessidade em
virtude, e apesar do grande amor que tinha a sua única esposa,
resolveu repudiá-la, para evitar de contrariar o seu mestre e
permitir-lhe que a desposasse.
Comunicou
a sua resolução a Maomé, e fez o repúdio legal. Transcorrido o
tempo, a bela Zeinab fê-lo saber a Maomé. Este desejava tê-la por
esposa, porém, envergonhou-se, porque a lei proibia a união com a
mulher de um filho adotivo…
O
profeta logo afastou o impedimento. No dia seguinte, ele comunicou ao
povo e à sua nova namorada, que São Gabriel lhe havia transmitido
uma revelação: Pode o profeta de Deus casar-se com
qualquer mulher, fosse ela até a sua própria filha adotiva, pois,
um filho adotivo não tem os direitos de um filho natural.
O
banquete das núpcias foi
grande: comeu-se e bebeu-se dia e noite – mas também o escândalo
não foi menor e suscitou amargas observações, no meio de seus
inimigos e amigos.
Uma
nova revelação irá desta vez tirar do embaraço o profeta
libidinoso.
Alguns
homens, pouco acostumados com a vida efeminada do profeta, ficaram a
noite inteira a beber na casa da nova esposa. O profeta ficou
nervoso. Queria visitar a sua nova companheira, mas estes visitantes
importunos o retinham longe dela. Resolveu, entretanto, seu
aborrecimento, e com calma mandou dizer aos visitantes que se
retirassem.
No
dia seguinte, nova mensagem para o profeta, chamada o versículo da
cortina. Disse a
revelação:
“Ó
crentes, não entreis sem permissão nas casas do profeta. Quando
fordes convidados a entrar, e quando tiverdes comido, retirai-vos e
não vos empenheis familiarmente em conversas. O profeta não ousa
vo-lo dizer, quando isso o contraria, mas Deus não teme dizer a
verdade. Se quereis pedir alguma coisa às suas mulheres, peçais
através de uma cortina, assim se conservarão puros os vossos
corações e os delas. Evitai desgostos ao enviado de Deus. Não
desposeis nunca as mulheres com as quais ele tiver tido comércio!”
As
esposas do profeta eram “as mães dos crentes”. Não deviam
casar-se após a sua morte. O harém
do profeta devia ser uma espécie de família sagrada, devota e
voluptuosa.
Pouco
depois de seu casamento com Zeinab, Maomé mandou seu exército
atacar os Banou Bakr.
Após a vitória, as tropas regressaram com os despojos e o Cheik,
inimigo preso.
A
luta havia sido encarniçada e horripilante pela voluptuosidade dos
muçulmanos, que violavam todas as mulheres prisioneiras, e passaram
a noite em orgias sem nome.
A
filha do Cheik, Jou Waria,
cativa, foi implorar a clemência do profeta em favor de seu pai.
Maomé ao ver surgir esta bela beduína, cuja doçura e graça eram
excepcionais, sentiu-se desvanecido por um ataque amoroso. Quis
casar-se com a nova prisioneira, custasse o que custasse.
Houve
novo escândalo… vieram-se às armas, mas logo, o profeta recebeu
nova mensagem do céu, que lhe disse: O profeta deve casar
com a beduína, para assim selar, com um pacto de amizade, a paz
entre os vencidos e os vencedores.
Aicha,
a pequena esposa preferida de Maomé, havia acompanhado um dia o
profeta numa das expedições armadas, carregada por um camelo em
rica liteira. Tendo saído uns instantes sem avisar os condutores do
camelo, e tendo ficado adormecida à sombra das árvores, a expedição
continuou a viagem, sem dar pela falta da preferida do profeta. Um
dos guerreiros, seguindo à retaguarda do exército, reconheceu
Aicha, fê-la montar em seu camelo e levou-a para junto do exército,
onde, ao espanto de todos, constaram estar a liteira vazia.
Houve
escândalo… suspeitas… ciúmes… e línguas malévolas
pretendiam acusar o jovem guerreiro e a jovem Aicha.
O
profeta não sabia o que fazer, colhido entre a sua desconfiança e o
seu amor.
O
céu tirou de novo o profeta do embaraço, e uma nova revelação
veio pacificar os ânimos. Maomé ditou os novos versículos da
Surata da luz, que
proclamaram a inocência de Aicha e repreenderam os caluniadores.
Maomé
desposou ainda Riana e
depois Sofia, uma
outra judia tomada nos despojos de Khaibas. Ensinou-lhe a responder:
Aaron é meu pai, Moisés meu tio e Maomé o meu esposo! Parece que
não gostou muito tempo da bela judia, pois, pouco tempo depois, a
repudiou, chamando-a mulher estéril e de mau agouro.
Chegou
até a se casar com uma viúva cristã, por procuração, nos estados
do Negus de Abissínia. Era Ramia,
filha de Abon Sofian, viúva de um hanif
cristão emigrado.
Sabendo
deste casamento de sua filha com o seu inimigo, o pai exclamou
furioso: Não há freio que domine este camelo lascivo!
Mais
tarde, Maomé casou-se ainda com Maimouna,
cunhada de El Abbas, o que lhe valeu o auxílio do sobrinho desta, o
valente general Khalid.
Desposou
mais tarde ainda duas mulheres, das quais repudiou uma, por razão de
moléstia, outra, por razão de orgulho.
Possuiu
ainda várias concubinas. A sua lascividade era tão conhecida pelas
mulheres, que várias se ofereceram voluntariamente, julgando uma
honra ter relações com o enviado de Deus, o que excitou o ciúme e
a raiva de Aicha, a preferida. Como é que uma mulher se
oferece assim! Gritou ela um
dia. Maomé lhe respondeu com calma, citando o versículo trazido por
São Gabriel, dando este privilégio ao enviado de Deus.
O
ciúme reinava bastante no grande harém
do profeta: daí discussões, brigas, insultos.
Às
vezes o profeta irritava-se com tais disputas e exclamava: O
inferno está povoado de mulheres, desconfiai das suas intrigas.
Naturalmente,
replicava Aicha, a preferida, confiante em seu poder. A
mulher é um cavalo difícil de domar!
Omar
Selma presente retrucava: Estou vendo, as tuas outras
mulheres não tem, a teus olhos, a menor importância!
E rompeu a injuriar a favorita.
A
fim de evitar novas
recriminações, Maomé afastava-se umas horas, dando-se por doente,
o que fazia dizer a Omar: Quando o profeta está doente,
suas mulheres enxugam os olhos vermelhos de lágrimas, quando lhe
volta a saúde, elas agarram-no pela garganta.
Magoado,
o profeta separou-se um mês de suas mulheres. Estas suspeitavam um
repúdio, porém, o profeta limitou-se em citar-lhes a nova revelação
trazida por São Gabriel: “Se ele vos repudiar, Deus
poderá dar-lhe novas esposas melhores que vós, mulheres muçulmanas,
crentes, piedosas, desejosas de se arrependerem, submissas,
observando o jejum, tanto mulheres anteriormente casadas, como
virgens”.
Para
evitar novas revoltas ciumentas, por ordem de São Gabriel, o profeta
prometeu-lhes não desposar doravante novas mulheres legítimas,
promessa essa, sancionada pelo Corão,.
Não
parece duvidoso que o Islã tenha modificado a sorte da mulher na
Arábia. “No tempo do paganismo, declara Omar, nenhum valor dávamos
às nossas mulheres. Este estado de coisas cessou, quando Deus fez
revelações a este respeito e designou os direitos que lhe deviam
ser outorgados”.
Entre
os fiéis, dizia o profeta, o mais perfeito é aquele que se
distingue pela delicadeza para com sua mulher.
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Rev. Pe. Júlio Maria |
Como
se vê pelos exemplos citados, o pobre do profeta, na sua idade
madura, livre das grandes preocupações das conquistas, tornou-se um
homem sensual, voluptuoso, todo efeminado, e servia-se das suas
pretensas revelações para desculpar e autorizar a sua vida
escandalosa e lasciva.
Tudo
lhe era permitido. As próprias leis, ditadas por ele, para orientar
e moralizar os muçulmanos, eram desprezadas e pisadas sob os pés.
E,
como naturalmente se levantavam censuras e críticas, no ambiente
adverso, pois toda reforma suscita uma oposição, o profeta atribuía
a São Gabriel a sua lascividade e o seu feminismo, como lhe atribuía
a sua doutrina e as suas leis. É o próprio Anjo, e por ele, o
próprio Deus que está em contradição consigo mesmo, que proibia o
mal, e depois ordenava cometê-lo.
Hoje
Deus proíbe, e amanhã permite. Ele se corrige, ele muda, ele se
retrata… Logo, tal doutrina não é de Deus, é uma doutrina falsa,
porque Deus é um só, é imutável, não se contradiz nunca.
Bastaria
a presente página, para nos convencer que Maomé não tinha recebido
nenhuma missão de Deus, mas, não passava de homem obsediado por um
ideal religioso, uma espécie de auto-sugestão.
Sincero,
ao início de sua carreira, foi-se deixando dominar gradualmente pela
ambição do poder, da dominação, e no fim pela sensualidade
carnal, que, perante os séculos, o arrancou de seu trono de
reformador, para assimilá-lo a um vulgar libertino.
Ele
mesmo sentia a sua queda e para escondê-la, lança sobre ela o manto
da hipocrisia, fingindo revelações para legitimar a sua vida
dissoluta.
Fiz
questão de citar estes vários exemplos, porque, melhor que outras
minúcias da sua vida, indicam e formam a personalidade do
pseudo-profeta, como apontam as numerosas incoerências e mudanças
de sua doutrina moral.
Fonte:
Rev. Pe. Júlio Maria de Lombaerde, S.D.N., “São Gabriel, Maomé e o
Islamismo”, Cap. XI, p. 81-89; 1ª Edição; Editora “O Lutador”,
Manhumirim – MG, 1954.
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