Blog Católico, para os Católicos

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"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

É PRECISO NÃO SE MOSTRAR INDULGENTE NEM INDIFERENTE, PARA COM AS FALTAS DO PRÓXIMO.


Grande falta é, mesmo quando não se faz o mal, alegrar-se com aqueles que o fazem. O ladrão pode dar como pretexto (ainda que suas desculpas sejam insensatas) a necessidade em que se encontra, e acusar a vida difícil. Mas, por que motivo aprovais um ato, sem mesmo desfrutar do prazer que dele decorre? Ele, talvez, venha a arrepender-se; vós, todavia, a vós mesmo fechais esta porta, desperdiçais este remédio, botais a perder tão grande consolação, obstruís à vossa frente todos os caminhos que podiam levar-vos ao porto da penitência. Quando o culpado vos vir, vós que sois estranho à sua falta e que devíeis repreendê-lo, não só não o repreende, como também o ajuda-o a dissimular-se, não só o ajuda-o a dissimular-se, como ainda presta-lhe ajuda, que pensará ele de si mesmo? Que pensará ele do ato que tomou a liberdade de cometer? Na maioria das vezes, os homens não julgam sobre o que deve ser feito apenas segundo a sua razão, mas ainda segundo sentimento dos outros, pelos quais se deixam influenciar. Se o faltoso vê todo mundo afastar-se dele, concluirá que cometeu uma falta, uma falta grave; mas se constata que ao invés de nos irritarmos com ele e censurá-lo, admitimos sem contestação a sua conduta e nos associamos a ela, o tribunal de sua consciência se achará, então, corrompido, os sufrágios da maioria fortificarão o seu pensamento culpado; e, então, o que ele não ousará? Quando virá a condenar-se? Quando deixará de entregar-se ao erro, se erra incentivado, sem temor?

Se passais indiferente por vosso próximo que pratica o mal sem o repreenderdes, sem vos afligirdes, tornareis vossa alma mais negligente, mais inclinada a cair em erro; dispô-la-eis particularmente, com este procedimento, a sucumbir. Quanto a vosso próximo, sereis para ele causa de grande prejuízo por vossa inoportuna complacência; vós o exporeis, no futuro, a uma prestação de contas mais severa e o tornareis pusilânime ante os perigos do presente.


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Fonte: São João Crisóstomo, "Comentário sobre o Salmo 49, 7-8".


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