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"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

O QUE LEVOU A MULHER AO PECADO.


O Diabo, que já havia caído no pecado, vendo que o homem constituído naquele estado chegaria assim à felicidade perpétua, mas que, não obstante, poderia pecar, procurou tirá-lo daquela retidão de justiça. Com esse intento, aproximou-se do homem e o atacou pelo lado mais fraco, tentando a mulher, cujo dom ou luz de sabedoria era menor. Para mais facilmente levá-la à transgressão do Preceito, por meio de mentiras, tirou-lhe o medo da morte e prometeu-lhe, conforme se lê no Livro do Gênesis (3, 5), tudo aquilo que a criatura humana naturalmente deseja, isto é, que a ignorância seria afastada, dizendo-lhe: "Abrir-se-ão os vossos olhos", que a sua dignidade seria elevada, dizendo-lhe: "Sereis como deuses", que sua ciência seria aperfeiçoada, dizendo-lhe: "Conhecereis do bem e do mal". O homem, pela sua inteligência, naturalmente foge da ignorância e deseja a ciência. Pela sua vontade, que é livre por natureza, deseja a própria elevação e perfeição,  de modo a ficar a nada submetido, ou, na medida do possível, só a um mínimo de coisas superiores a si.

A mulher desejou, então, a própria elevação e a perfeição da ciência, juntando-se a isso a beleza e a doçura do fruto que a tentava para ser comido; desprezando, além disso, o medo da morte, ela transgrediu o Preceito de Deus, o de não comer do fruto proibido, havendo, assim, no seu pecado, uma multiplicidade de pecados.

Primeiro, o da Soberba, pela qual ela desejou, de modo desordenado, a própria elevação.

Segundo, o da curiosidade, pela qual quis ter ciência, além dos limites prefixados.

Terceiro, o de gula, pela qual, tentada pela sua vaidade, foi levada a comer do fruto.

Quarto, o de infidelidade, pela falsa consideração de Deus, enquanto acreditou nas palavras do Diabo, contrárias às de Deus.

Quinto, o de desobediência, transgredindo o Preceito de Deus.


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Fonte: São Tomás de Aquino, "Compêndio de Teologia", 2° Tratado, Caps. 189-190, p. 184. Segunda Edição, EDIPUCRS, Porto Alegre/RS, 1996.


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