A primeira imagem de Nossa Senhora do Carmo |
“… De todos os povos, e gentes do mundo [a Virgem Maria] escolheu o povo cristão, que são os seus filhos por fé; de todos os cristãos escolheu os seus devotos, que são os seus filhos por afeto; de todos os seus devotos escolheu as congregações que a servem debaixo de seu nome e patrocínio, que são os seus filhos por instituto; e, finalmente, de todos os institutos passados, presentes e futuros, escolheu a Ordem do Monte Carmelo, para que ela fosse a única e escolhida entre todos os outros filhos, e, sobre todos eles, sua; Matri suae, electa genitrici suae. Todos os outros com mais ou menos prerrogativa, e sempre com grande dignidade, são filhos da Virgem Maria; mas os carmelitas são os seus filhos, os seus: Matri suae, genitrici suae…
… Ó sagrada religião do Monte Carmelo, como vos fez semelhante a si quem vos fez só para si e para que levásseis tantos a Ele! Tudo isto fazia Cristo para introduzir nos ânimos dos homens a fé de sua Divindade, e ensinar ao mundo que assim como havia nele duas naturezas, assim tinha dois Nascimentos: um nascimento antiquíssimo e eterno, em que era Filho de seu Pai, e outro nascimento novo e em tempo, em que era Filho de sua Mãe. E assim como Cristo teve dois nascimentos, e ambos virginais, como lhes chamou S. Gregório Nazianzeno, um antiquíssimo e eterno, em que nasceu de Pai sem mãe, outro novo e em tempo, em que nasceu de Mãe sem pai, assim a sagrada religião carmelitana teve dois nascimentos também virginais: um antiquíssimo na lei escrita, em que nasceu de Elias virgem, que foi nascimento de pai sem mãe; outro menos antigo, na lei da graça, em que nasceu da Virgem Maria, que foi nascimento de Mãe sem pai. As duas cores e as duas peças do hábito carmelitano são a prova e a herança destes dois nascimentos. A prova e herança do nascimento do pai sem mãe é o manto branco, dado por Elias nas mãos de Eliseu carmelita; a prova e herança do nascimento de Mãe sem pai é o Escapulário pardo, dado pela Virgem Maria nas mãos de Simão, também carmelita e Geral santo dos carmelitas”.
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Fonte: Pe. Antônio Vieira, S.J., “Sermão sobre a Festa de Nossa Senhora do Carmo”.
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