Missa com fundo marxista
"Já
meditei ontem em que é que ele consistia e compreendi bem a sua
nocividade.
Um
motivo ainda
−
e dos mais graves −
desta
nocividade é que o espírito do Mundo insinua-se sem se dar por
isso.
Não
são falhas de verdade estas palavras de quem prudentemente observou
a
invasão de costumes mundanos em pessoas que se julgam cristãs.
'A maior parte das pessoas piedosas não julgam o espírito do
Mundo tão mau como ele é; não compreendem a sua universalidade,
a sua sutileza, o seu poder de infiltração em quantidade bastante
para despojar do seu mérito o bem que fazemos, a sua particular
habilidade em dominar as pessoas que se julgam inacessíveis ao seu
alcance'. O
grande mal do Mundo está nos homens se persuadirem que ele não é
tão mau como o pintam... Esta persuasão é que é o seu triunfo.
Quem o não julga perigoso é já sua vítima.
Missa Afro-inculturada
Quando
Pregadores ou Moralistas creem oportuno desmascarar os perigos da
mundanidade, levantam-se geralmente os mundanos a protestar
contra tal exagero: 'Invenções quiméricas de gente
aborrecida, julgam eles. Que inconveniente haverá em eu ter na
igreja um genuflexório chique de pelúcia ou de veludo, em
trabalhar para os pobres em... cortar um pouco a casaca ao
vizinho, em
seguir a Moda,
em não me privar de nenhum prazer legítimo, em querer estar ao
corrente do último romance, da última película, da última
peça de teatro... Se se vai a cortar por tudo, acabaremos por já
não poder viver'.
Muito
bem! É exatamente assim. E tal é de fato o espírito do Mundo.
Missa com repouso no espírito
Nenhum
perigo? De fato; menos precisamente o de o espírito do Evangelho se
tornar antipático. E é pouco? E com tais ideias como é
que se vão formar os filhos para austeridades generosas, para o
ideal do apostolado? Como constituir um lar perfeitamente
cristão? O
grande mal de muitos cristãos não é o pecado −
ao menos falando em geral −
mas o entibiamento do espírito de Jesus Cristo, a arte de
esquecer a Cruz, o desejo, implícito pelo menos, de não se
imporem nenhuma mortificação, de darem a parte menos avantajada
às realidades invisíveis.
Padre Pinto
Quanto
menos exigentes nos mostramos em matéria de espírito cristão e de
vida cristã, menos cristãos nos tornamos, e insensivelmente
chegaremos a uma extenuação quase completa da nossa religiosidade.
Fica
ainda a moldura, fica a rotina, fica a fachada. E nada mais. A
Religião foi esvaziada da sua substância, o Evangelho foi
dulcificado, as Bem-aventuranças esquecidas.
E
ao que fica pode-se ainda chamar Cristianismo?
Missa com dança litúrgica
Não
é esse o grande escândalo? Por que é que os incrédulos não
abraçam em massa a Fé de Jesus Cristo? É tão belo o Evangelho;
todos deviam ser atraídos para ele!
Ai!
Entre o Evangelho e os olhos dos incrédulos há essas silhuetas sem
graças de cristãos de descorado Cristianismo. É atraente uma
tal Religião? Ah! Não, mil vezes não! Se foi uma doutrina e uma
prática como essa a que Cristo nos veio trazer, muito obrigado, não
me satisfaz! Assim
raciocinam os que não compartilham a nossa Fé. Os maiores
inimigos do Cristianismo são os maus cristãos.
Missa com repouso no espírito
Que
espécie de cristão sou eu? Que impressão devo produzir no meio em
que vivo? Que pensam de mim os que me rodeiam, no meu lar, na
oficina, no armazém, na fábrica? Discípulo de Cristo? Ou quê?
Com
Deus não se brinca, diz a Sagrada Escritura. E vamos julgar agora
que Deus se contenta com um Cristianismo só de fachada? Não,
mil vezes não. Os verdadeiros fiéis são os fiéis em espírito e
verdade. Ocultar-se, quem não é cristão, sob as aparências de uma
vida pseudo-cristã, isso pode enganar os homens: Deus não se
engana.
Imodéstia na Missa
Com
que é que se parece o meu Cristianismo? Vida, ou, simples fachada?
Rótulo, ou, verdadeira alma? Convenção, ou, crença sincera,
coerente, integral, da qual não resultam só atitudes postiças,
mas uma prática perseverante, substanciosa, que vivifique a
existência toda, dinâmica, avassaladora?
Meu
Deus, a vossa Religião é vida. Fazei que eu viva!” (R.
Pe. Raul Plus, S.J., "Cristo no Lar", Liv. II, c, p. 207).
"La buena fé exige
que hablemos con toda sinceridad y franqueza" (R.
Pe. J. Balmes, "Cartas a um Cético em Matéria de Religião",
C. 1).
“Quando sei a vosso
respeito de coisas que não agradam a Deus e são contrárias
aos vossos interesses, se eu não vos advertir, não posso pretender
que amo a Deus, nem que vos amo como devo” (São
Pio X, Carta Encíclica “Communium Rerum”, de 21/04/1909).
“É aprovar o erro não
lhe resistir, é sufocar a verdade não a defender... Todo aquele que
deixa de se opor a uma prevaricação manifesta pode ser tido como um
cúmplice secreto” (Papa
Félix III; citado pelo Papa Leão XIII, em carta aos Bispos
italianos, em 8/12/1892).
Fonte: Ensaio "Reminiscência sobre a Modéstia no Vestir".
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