“Sede sóbrios
e vigiai. Vosso adversário, o Demônio, anda ao redor de vós como o leão que
ruge, buscando a quem devorar. Resisti-lhe fortes na fé. Vós sabeis que os
vossos irmãos, que estão espalhados pelo mundo, sofrem os mesmos padecimentos
que vós”. (I Pedro 5, 8-9)
Revesti-vos
da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do Demônio. Pois não
é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados
e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças
espirituais do mal (espalhadas) nos ares”. (Efésios 6,11-12).
“Tomai, por
tanto, a armadura de Deus, para que possais resistir nos dias maus e manter-vos
inabaláveis no cumprimento do vosso dever”. (Efésios 6, 13).
“Intensificai
as vossas invocações e súplicas. Orai em toda circunstância, pelo Espírito, no
qual perseverai em intensa vigília de súplica por todos os cristãos”. (Efésios
6,18).
Para este tempo de Carnaval Deus grita:
Salvai-vos do meio dessa geração perversa! (At 2, 40).
“Para expressar melhor todo este paradoxo da
"sabedoria de Deus que é loucura para os homens", a Igreja escolhe
para celebrar o Dia do Juízo (Mt. XXV
31-46), o mesmo dia do Carnaval. Cada qual leva a máscara de seu escárnio,
de sua verdadeira natureza reprimida, de sua ambição decepcionada ou
impossível... Mediante este exorcismo o homem encontra de novo o humor fabuloso
do justo que, penetrando em suas trevas, vê suas próprias debilidades como
ilusões ou como o espantalho da glória efêmera do mundo, dizendo-se: "sim,
sou rei por um tempo, vivendo eternamente". Seu riso está mesclado com
lágrimas, pois o fantasma, cuja causa é ele mesmo, lhe ocultam a presença de
Deus”.
► "Considera que
nada há mais oposto ao espírito do Cristianismo, do que aquilo que chamam
divertimentos do carnaval, não só porque é um resto do paganismo, mas também
porque nada há mais contrário ao Espírito de Jesus Cristo, às máximas do Evangelho,
à Moral Cristã, e ao exemplo dos Santos. Considere-se a origem, e o fim
desta escandalosa licença dos costumes; medite-se sobre os perniciosos
efeitos destes desregramentos e suas consequências, e nada se encontrará que
não deva chocar o espírito cristão, nada que não deva alarmar a consciência.
O mês de Janeiro era
profanado pelos pagãos com regozijos ímpios, e com uma libertinagem das
maiores em honra de Baco, deus da embriaguez.
Eis aí a origem
destas festas do carnaval. Não tendo podido o Demônio impedir a destruição
do paganismo, esforçou-se por o fazer reviver nos abomináveis costumes dos
pagãos.
Os cristãos destes
últimos tempos, condenando e aborrecendo a idolatria, que choca o espírito e a
razão, têm-se pouco a pouco familiarizado com aqueles usos que mais lisonjeiam
os sentidos.
Contentes de olhar
com horror o dogma extravagante dos pagãos, adotaram uma parte de sua moral,
e eis o princípio dessa licença de costumes, dessas folias e bailados que são o
opróbrio da Religião, desses divertimentos carnavalescos, origem funesta da
perda de tantas almas. E ainda há quem pergunte que mal há em comparecer
nesses ajuntamentos, nessas festanças? Não deveria antes perguntar-se, se é
possível tomar parte nestas festas irreligiosas do carnaval sem acender a
cólera de Deus sobre vós e sobre toda a vossa família?
Que monstruosa
contradição de crença e de conduta! Crer tudo quanto a nossa Religião nos propõe
para crer em ordem àquelas terríveis verdades que tem formado tantos
Penitentes e tantos Mártires, em ordem àqueles perigos de perder a inocência
no mundo, que tem povoado os claustros e os desertos; em ordem à necessidade
indeclinável de mortificar-se continuamente, de macerar a carne, de fazer penitência
para nos salvarmos; em ordem, enfim, ao afastamento das ocasiões de pecar, e
ao caráter da vida cristã: crer tudo isto, e gostar dos divertimentos do
carnaval, e tomar parte nestes divertimentos! Penetra bem a irregularidade, a
impiedade, a extravagância de uma tão lamentável conduta.
Que erro, que
estranha cegueira a dos cristãos dos nossos dias, não verem a indignidade, a
irreligião, a impiedade de conduta tão escandalosa! E queixamo-nos depois
disto, dos açoites contínuos, com que Deus castiga o povo! Estranhamos o ver
que a Fé se entibia todos os dias!
Causa assombro que,
ainda depois de ter aparecido no mundo o Divino Sol de Justiça, reinem as
trevas no espírito de tantos e tantos fiéis. Como é triste ver que há em pleno
Cristianismo dias inteiros destinados a divertimentos.
Se entre as calúnias
que os pagãos forjavam contra os cristãos, pudessem lançar-lhes em rosto que a
nossa Religião, condenando o paganismo em tudo, o imita em muitas desordens,
que a nossa Religião, tendo uma Moral tão austera que põe limites muito
estreitos às diversões mais honestas, permite, contudo, os regozijos e as
festas dos pagãos; que a nossa Religião, umas vezes severa, outras indulgente,
consoante as ocorrências dos tempos, consente em certos dias as dissoluções e
libertinagens que proíbe noutros; se os pagãos, repito, pudessem lançar isto
em rosto aos cristãos, com que indignação não se teria respondido à mentira, à
calúnia!
Que repugnante
mentira, dir-se-ia, acusar a Religião Cristã de desordenada em seus costumes,
Ela que, em virtude dos seus Preceitos, está condenando até mesmo o desejo, até
mesmo o pensamento do pecado! Quem pode ignorar até que extremo a nossa
Religião exige a pureza nos corações? Que vício pode orgulhar-se de ser
excetuado ou dissimulado por Ela? Há, porventura, um só instante na vida que
seja isento da prática da virtude, um só instante em que Ela dispense da
obrigação de servir a Deus, e de viver na inocência?
Deste modo
responderiam confiada e animosamente os Cristãos da primitiva Igreja, nos
quais nada havia que censurar. Nunca apareciam no circo, fugiam dos espetáculos,
do teatro e dos jogos públicos, não eram vistos, nem coroados de flores, nem
vestidos de púrpura; reinava uma Modéstia inalterável em todos os estados; não
reconheciam idade, nem tempo, nem dias destinados para imoderadas alegrias.
Os seus divertimentos, sempre honestos, sempre puros, eram lições de virtude e
decência; nos seus banquetes sobressaía a frugalidade e a moderação; nas suas
reuniões reinava sempre a piedade; numa palavra, em todo o tempo e em todas as
ocasiões eram Cristãos. Estes, sim, facilmente confundiriam a calúnia. E
teríamos nós, os cristãos de hoje, a mesma autoridade para lhes dar iguais
respostas, principalmente durante o carnaval? Não nos arguiriam irrespondivelmente
com esses festins licenciosos, com esses bailes, com essas danças, que os
primeiros Cristãos censuravam nos pagãos, provando-lhes assim não só a corrupção
dos seus costumes, mas também a falsidade da religião que seguiam?
Mas, graças ao
Senhor, por universais que sejam os abusos e a licença dos maus cristãos, em
nada podem prejudicar a Santidade da Religião, que em todos os tempos tem
condenado, como condena ainda hoje, essas profanações, essa escandalosa
desordem.
Adorado em quase
todos os altares, o Inimigo do Gênero Humano, orgulhoso e altivo com o
império universal de quase todos os corações, fazia com que lhe fossem consagrados,
por meio de orgias, os primeiros dias de cada ano. Tal é, e não outro, o
princípio que tiveram as escandalosas loucuras do carnaval.
... Pois como? O
Cristianismo é assim uma espécie de vestido, que se pode variar, segundo a
diferença dos tempos? É uma brincadeira à guisa de teatro, onde se hão de representar
papéis distintos, e até contrários? Um cristão há de ser hoje dissoluto,
celerado mesmo, e amanhã hipócrita, para variar? Há de tripudiar hoje em meio
das orgias do paganismo, e amanhã aparecer, dissimulando uma máscara de
cristão? Adorando-se o mesmo Deus, tendo-se a mesma Lei, e sendo sempre um e o
mesmo Inferno, tanto no carnaval, como na Quaresma, que razão há para que num
tempo tenhamos a vaidade de ser ímpios e dissolutos, e noutro divulguemos
ridícula ostentação de cristãos?
Será possível que tão
grosseira loucura não revolte um espírito, que seja dotado de razão? Haverá
alguém que tenha, já não digo Religião, mas um pouco de senso comum, e que não
se envergonhe de representar publicamente esta espécie de farsa? Deus não quer
o nosso coração, se não lho damos inteiramente e para sempre. Julgas,
porventura, que o Senhor leva a bem que em tais dias o repartas entre Ele e o
mundo? Se confessamos que Deus merece ser servido em tais e tais dias do ano,
não será um desprezo intolerável julgar que nos outros dias podemos deixar de
O servir?
É artigo de Fé que o
mundo é o irreconciliável inimigo de Deus; e haverá
tempo em que um cristão se entregue sem se envergonhar a todos os passatempos
do mundo? À bailes, saraus, jogos, mascaradas, folganças, licenciosidades?
Haverá tempo em que não é lícito senão amar o mundo e fazer gala disso? Quem
teria coragem de proferir uma tal máxima, totalmente contrária à Fé e à Razão?
E, todavia, é esta a máxima por onde hoje se regula o mundo.
... Segundo São João
Crisóstomo, não há mais perigoso inimigo da salvação eterna do que esses
espetáculos, esses saraus, essas reuniões, esses divertimentos profanos,
indignos de um cristão... Eu sempre tive os bailes como perigosos, dizia um dos
mais belos espíritos do seu tempo, e o cortesão mais culto e discreto do seu
século, o conde de Bussy Rabutin: 'Eu sempre tive os bailes como perigosos,
e isto não o aprendi somente pela minha razão, ensinou-me também a minha
própria experiência'.
Muito fortes e
expressivos são os testemunhos dos Padres da Igreja em favor desta verdade,
porém, creio que neste ponto o testemunho de um cortesão deve ser de mais
peso" (R. Pe. Croiset, S. J., "Ano Cristão", Vol. I, Meditações
dos Evangelhos dos dias 10-11-12 de Janeiro; Vol. XIII, Meditação do Evangelho
do Domingo da Septuagésima; tradução do francês pelo R. Pe. Matos Soares,
Porto, 1923).
► "Quem em vida
quer se divertir com o Demônio, não poderá gozar com Cristo no Céu ─ assim
falava São Pedro Crisólogo, referindo-se às pessoas que se mascaravam, para
mais livremente se divertir. Na sua opinião cometiam pecado grave. O mundo não
concorda com o conceito do nosso Santo. Na Sagrada Escritura
lemos o seguinte: 'A mulher não se vista a modo de homem e o homem não traje indumentária
feminina. Quem faz estas coisas, é abjeto perante Deus' (Deut. 22, 5). Circunstâncias
especiais pode haver que justifiquem uma exceção desta determinação. Mas se o
fim do disfarce for a luxúria, o desejo de mais livremente se poder entregar
à dissolução, ao pecado ou se o disfarce causar escândalo, não há teólogo
nenhum, que não veja nisso uma grande desordem e uma provocação para o
pecado. Os Santos Padres, nos termos mais enérgicos, intérpretes
inequívocos de sua indignação, condenam as loucuras do Carnaval, que levam
milhares de almas ao Inferno" (R. Pe. João Batista Lehmann, S. V. D.,
"Na Luz Perpétua", Liv. II, 5 de Dezembro - Reflexões).
► "... Esses miseráveis cristãos, embrutecidos de espírito e de
corpo, que durante três dias se enchem de comida, se chafurdam na devassidão,
na embriagues e em outras bestialidades, e que julgariam não fazer
regularmente o jejum da Quaresma se não se fartassem até a meia-noite da
terça-feira de carnaval... Oh, pecador, servo mau, filho degenerado; tu tens
diante dos olhos o patíbulo da Cruz de onde pende teu Pai e teu Senhor: e tu
vais para o banquete de trinta mil Diabos" (Dos Sermões do
Bem-aventurado Olivier Maillard; cfr. Martirológio Franciscano, 21 de Julho, em
Toulouse, na França, século XV).
Fonte: Acessai o ensaio “Reminiscência sobre a Modéstia no
Vestir” no link “Meus Documentos – Lista de Livros”.
“Nestes dois
últimos dias de carnaval, conheci um grande acúmulo de castigos e pecados. O
Senhor deu-me a conhecer num instante os pecados do mundo inteiro cometidos
nestes dias. Desfaleci de terror e, apesar de conhecer toda a profundeza da
misericórdia divina, admirei-me que Deus permita que a humanidade exista”
(Santa
Faustina Kowalska, Diário, 926).
“Numa outra
vez, no tempo de carnaval, apresentou-se-me, após a santa comunhão, sob a forma
de Ecce Homo, carregando a cruz, todo coberto de chagas e ferimentos. O Sangue
adorável corria de toda parte, dizendo com voz dolorosamente triste: Não haverá
ninguém que tenha piedade de mim e queira compadecer-se e tomar parte na minha
dor no lastimoso estado em que me põem os pecadores, sobretudo agora?”
(Santa
Margarida Maria Alacoque, Escritos Espirituais).
“O carnaval é um tempo infelicíssimo, no qual os cristãos cometem pecados
sobre pecados, e correm à rédea solta para a perdição” (São Vicente Ferrer).
O Servo de
Deus, João de Foligno, dava ao carnaval o nome de: “Colheita do diabo”.
Santa
Catarina de Sena, referindo-se ao
carnaval, exclamava entre soluços: “Oh! Que tempo diabólico!”
São Carlos
Borromeu jamais podia compreender
como os cristãos podiam conservar este perniciosíssimo costume do paganismo.
Santo
Afonso Maria de Ligório escreve: “Não
é sem razão mística que a Igreja propõe hoje à nossa meditação, Jesus Cristo
predizendo a sua dolorosa Paixão. Deseja a nossa boa Mãe que nós, seus filhos,
nos unamos a ela na compaixão de seu divino Esposo, e o consolemos com os
nossos obséquios; porquanto os pecadores, nestes dias mais do que em outros
tempos, lhe renovam os ultrajes descritos no Evangelho. Nestes tristes dias os
cristãos, e quiçá entre eles alguns dos mais favorecidos, trairão, como Judas,
o seu divino Mestre e o entregarão nas mãos do demônio. Eles o trairão, já não
às ocultas, senão nas praças e vias públicas, fazendo ostentação de sua
traição! Eles os trairão, não por trinta dinheiros, mas por coisas mais vis
ainda: pela satisfação de uma paixão, por um torpe prazer, por um divertimento
momentâneo. Uma das baixezas mais infames que Jesus Cristo sofreu em sua
Paixão, foi que os soldados lhe vendaram os olhos e, como se ele nada visse, o
cobriram de escarros, e lhe deram bofetadas, dizendo: Profetiza agora, Cristo,
quem te bateu? Ah, meu Senhor! Quantas vezes esses mesmos ignominiosos
tormentos não Vos são de novo infligidos nestes dias de extravagância
diabólica? Pessoas que se cobrem o rosto com uma máscara, como se Deus assim
não pudesse reconhecê-las, não têm vergonha de vomitar em qualquer parte
palavras obscenas, cantigas licenciosas, até blasfêmias execráveis, contra o
Santo Nome de Deus. Sim, pois se, segundo a palavra do Apóstolo, cada pecado é
uma renovação da crucifixão do Filho de Deus. Ah! Nestes dias Jesus será
crucificado centenas e milhares de vezes” (Meditações).
Santa
Teresa dos Andes escreve: “Nestes
três dias de carnaval tivemos o Santíssimo exposto desde a uma, mais ou menos,
até pouco antes das 6 h. São dias de festa e ao mesmo tempo de tristeza.
Podemos fazer tão pouco para reparar tanto pecado…” (Carta 162).
“Por este
amigo, a quem o Espírito Santo nos exorta a sermos fiéis no tempo da sua
pobreza, podemos entender que é Jesus Cristo, que especialmente nestes dias de
carnaval é deixado sozinho pelos homens ingratos e como que reduzido à extrema
penúria. Se um só pecado, como dizem as Escrituras, já desonra a Deus, o
injuria e o despreza, imagina quanto o divino Redentor deve ficar aflito neste
tempo em que são cometidos milhares de pecados de toda a espécie, por toda a
condição de pessoas, e quiçá por pessoas que lhe estão consagradas. Jesus
Cristo não é mais suscetível de dor; mas, se ainda pudesse sofrer, havia de
morrer nestes dias desgraçados e havia de morrer tantas vezes quantas são as
ofensas que lhe são feitas.
É por isso
que os santos, a fim de desagravarem o Senhor de tantos ultrajes, aplicavam-se
no tempo de carnaval, de modo especial, ao recolhimento, à penitência, à
oração, e multiplicavam os atos de amor, de adoração e de louvor para com o seu
Bem-Amado. No tempo do carnaval, Santa Maria Madalena de Pazzi passava
as noites inteiras diante do Santíssimo Sacramento, oferecendo a Deus o sangue
de Jesus Cristo pelos pobres pecadores. O Bem-aventurado Henrique Suso
guardava um jejum rigoroso a fim de expiar as intemperanças cometidas. São
Carlos Borromeu castigava o seu corpo com disciplinas e penitências
extraordinárias. São Filipe Néri convocava o povo para visitar com ele
os santuários e realizar exercícios de devoção. O mesmo praticava São
Francisco de Sales, que, não contente com a vida mais recolhida que então
levava, pregava ainda na igreja diante de um auditório numerosíssimo. Tendo
conhecimento que algumas pessoas por ele dirigidas, que se relaxavam um pouco
nos dias de carnaval, repreendia-as com brandura e exortava-as à comunhão
frequente.
Numa palavra,
todos os santos, porque amaram a Jesus Cristo, esforçaram-se por santificar o
mais possível o tempo de carnaval. Meu irmão, se amas também este Redentor
amabilíssimo, imita os santos. Se não podes fazer mais, procura ao menos ficar,
mais do que em outros tempos, na presença de Jesus Sacramentado ou bem
recolhido em tua casa, aos pés de Jesus crucificado, para chorar as muitas
ofensas que lhe são feitas.
O meio para
adquirires um tesouro imenso de méritos e obteres do céu as graças mais
assinaladas, é seres fiel a Jesus Cristo em sua pobreza e fazer-lhe companhia
neste tempo em que é mais abandonado pelo mundo. Como Jesus agradece e retribui
as orações e os obséquios que nestes dias de carnaval lhe são oferecidos pelas
suas almas prediletas!” (Santo
Afonso Maria de Ligório, Meditações).
São Francisco de Sales dizia: “O carnaval: tempo
de minhas dores e aflições”. Naqueles dias, esse santo fazia o
retiro espiritual para reparar as graves desordens e o procedimento licencioso
de tantos cristãos.
Conta-se que, em represália aos
excessos do carnaval florentino, organizou Savonarola em 1496 uma procissão de
10.000 jovens, que desfilou pelas ruas principais da cidade cantando hinos
religiosos de penitência. Chegando a uma praça, onde se erguera uma grande
pirâmide de livros maus, recolhidos com antecedência, a um sinal dado,
colocaram-lhes fogo. Ao mesmo tempo soavam as trombetas da “Signoria”, repicavam
os sinos de São Marcos e a multidão prorrompia em aclamações. Encerrou-se a
função com uma missa solene no meio da praça, onde foi erguido um grande
Crucifixo.
Será que os Excelentíssimos senhores
Bispos e os Reverendíssimos senhores padres fazem o mesmo hoje? Será que
possuem essa coragem e convicção?" (Savonarola e o protesto contra
o Carnaval).
"Um oficial espanhol viu um dia São
Pedro Claver com um grande saco às costas.
— Padre, aonde vai com esse saco?
— Vou fazer carnaval; pois não é tempo
de folgança?
O oficial quer ver o que acontece:
acompanha-o.
O Santo entra num hospital. Os doentes
alvoroçam-se e fazem-lhe festa; muitos o rodeiam, porque o Santo, passando com
eles uma hora alegre, lhes reparte presentes e regalos até esvaziar
completamente o saco.
— E agora? – pergunta o oficial.
— Agora venha comigo; vamos à igreja
rezar por esses infelizes que, lá fora, julgam que têm o direito de ofender a
Deus livremente por ser tempo de carnaval" (São
Pedro Claver).
Como podem chamar-se divertimentos as embriaguezes, as noitadas, os
bailes e todas as desonestidades com e sem máscara? “Não divertimentos – clama São João Crisóstomo – mas sim, pecados e delitos”.
Tertuliano conta um
episódio que pode nos ensinar muitíssimo, mesmo nos nossos dias. Uma senhora,
apenas entrando em certo teatro, foi invadida pelo demônio. Arrastada perante o
Bispo, este, exorcizando-a, forçou o Espírito maligno a dizer por que ousara
molestar aquela mulher, que era boa e religiosa. “Se fiz isto – respondeu o
demônio – tinha o direito de fazê-lo. Invadi-a porque a surpreendi no que
é meu” (De Spect., cap. 26).
Pensai então, católicos, que pecado cometem esses pais indignos que
levam seus filhos pequenos às reuniões carnavalescas, ou a elas deixam ir suas
filhas! Aquelas mães da Síria que lançavam as suas criaturas na boca inflamada
do deus Baal, no dia do juízo terão mais misericórdia do que estas mulheres
cristãs que lançam seus filhos na boca ardente do fogo eterno.
Elas não têm tempo nem vontade de
lavá-las aos Sacramentos de Deus, e, no entanto, permitem que elas vão – ou,
pior, as acompanham – aos sacramentos do demônio. Assim chamava Santo
Agostinho aos divertimentos carnavalescos, porque, em vez de nos fazerem
amigos de Deus, eles nos fazem amigos do demônio; em vez de nos darem a graça,
dão-nos a desgraça; em vez de nos abrirem a porta do Paraíso, escancaram-nos a
porta do inferno.
Quanto às máscaras, direi só uma coisa:
“A primeira pessoa neste mundo a mascarar-se foi Satanás, quando se disfarçou
sob a forma de serpente, para arruinar Eva e todos nós que viemos depois” (Pe.
João Colombo).
Santo Ambrósio exortava, no princípio do carnaval, aos católicos do
seu tempo da seguinte maneira.
O herói Ulisses, voltando de Tróia
conquistada, devia passar pela ilha das sereias: dali elevava-se sempre uma
canção fascinante, aliciadora e irresistível. Mas todo nauta que cedia à
lisonja daquela música ia à ruína; e o recife já estava todo branco de ossadas
humanas. Para vencer a tentação, o astuto herói fez-se amarrar ao mastro da nau,
e pediu aos companheiros que não o desamarrassem senão depois de passado o
perigo. Só assim pôde salvar e rever Ítaca, seu reino e seu domicílio.
Católicos, o carnaval pode ter para nós
uma voz de sereia, irresistivelmente aliciadora: quem cede vai de encontro aos
brancos escolhos da eterna ruína. Amarremos nossa alma ao mastro da Cruz da
qual pende Deus que morre pela nossa salvação; meditemos o seu gemido e também
nós nos salvaremos de todo perigo.
Católico: abre o olho!
O que deve ser feito nos DIAS
da FESTA de SATANÁS, isto é, do CARNAVAL?
1. Mortificar a língua, isto é,
conversar moderadamente.
2. Jejuar. Evitar comer carne, frutas,
doces e refrigerantes.
3. Usar o cilício uma hora por dia.
4. Não olhar programas televisivos.
5. Meditar a Sagrada Paixão de Nosso Senhor
em São Mateus, São Marcos, São Lucas e São João.
6. Participar da Santa Missa todos os
dias e oferecer a Comunhão reparadora.
7. Visitar a Jesus Sacramentado aos
menos 5 vezes ao dia.
8. Rezar o Santo Terço diante do
crucifixo.
9. Confessar-se.
10. Não participar da maldita
“Cristoteca” nem do “Carnaval de Jesus”. Quem promove essas COISAS, usa do
MANTO e do NOME SANTÍSSIMO de JESUS para esconder as suas paixões vergonhosas.
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
Anápolis, 01 de janeiro de
2009
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