Blog Católico, para os Católicos

BLOG CATÓLICO, PARA OS CATÓLICOS.

"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

sábado, 26 de novembro de 2016

ELIAS VOLTARÁ E A GLÓRIA DO SENHOR MANIFESTAR-SE-Á.



1ª Parte



Santo Elias:
O Homem Providencial,
no Antigo e no Novo Testamento.

Para melhor compreendermos a importância do Monte Carmelo e a vida que se propuseram os carmelitas, é preciso que voltemos o nosso olhar em primeiro lugar para a vida do Profeta Elias. Apesar de não ser verdadeiramente o fundador de nossa Ordem, Elias é o ideal que os primeiros carmelitas procuraram imitar.

Elias foi, diz São Bernardo, “modelo de justiça, espelho de castidade, exemplo de piedade, o propugnador da verdade, o defensor da fé, o doutor de Israel, o mestre dos incultos, o refúgio dos oprimidos, o advogado dos pobres, o braço das viúvas, o olho dos cegos, a língua dos mudos, o vingador dos crimes, o pavor dos poderosos, o martelo dos tiranos, o pai dos reis, o sal da terra, a luz do orbe, o Profeta do Altíssimo, o precursor de Cristo, o terror dos baalitas, o raio dos idólatras”.

Segundo uma monumental obra de Hagiografias, “Elias nasceu em uma povoação, situada além do Jordão, chamada Tesbis, da qual lhe veio o nome de Tesbita. A Sagrada Escritura o introduz como um outro Melquisedec, sem nos falar no seu nascimento nem no nome de seus pais. Santo Epifânio diz, que o pai se chamava Sebara, nobre e virtuoso cidadão de Tesbis. Outros afirmam, que foi santificado no ventre de sua mãe e confirmado em graça como o Batista”1




O Homem de Fogo

Pater et Dux Carmelitarum 
(Pai e Chefe dos Carmelitas)

O próprio nome Elias, que significa “Yahweh é Deus” ou “Yahweh é meu Deus”, já expressa seu caráter e sua função na história bíblica. Ele muito lutou em prol do monoteísmo de Yahweh. É ele quem mantém a fé do povo em Yahweh e quem luta com vigor pelos seus direitos. Sua árdua luta contra todo sincretismo religioso, faz desse profeta, que “surgiu como fogo e cuja palavra queimava como uma tocha”, uma figura de primeira linha na sucessão das duas Alianças. Enquanto o livro do Eclesiástico2 canta suas glórias, os livros dos Reis nos contam sua vida de forma ampla. Nessa narração distinguem-se dois ciclos: “ciclo de Elias”3, que se centra na atividade do profeta, e o “ciclo de Eliseu”4, que começa com o arrebatamento de Elias, momento em que Eliseu o sucede.

Originário de Tesbi, Elias exerceu seu ministério no reino do Norte, no século IX a. C., em tempos de Acab e de Ocozias.

A tocha o simboliza muito adequadamente. Com efeito, escreve Doroteu, Bispo de Tiro, no século IV, em sua Synopsis: “Quando Elias estava para nascer, seu pai, Sabacha, viu-o ser saudado por Anjos alvos e envolvido em faixas de fogo e ser alimentado pelas chamas. Tendo ido a Jerusalém relatou a visão e foi-lhe dito pelo oráculo que não temesse, pois o nascituro habitaria na luz e o que dissesse seria sentença segura e julgaria Israel com o gládio e pelo fogo”.

Destemida Increpação ao Rei

Em tempos de Elias, meados do século IX a. C., a terra ocupada pelos hebreus – a mesma originariamente prometida por Deus a Moisés – estava dividida em dois reinos: Israel e Judá. O Reino do Norte, Israel, caíra na idolatria e adorava Baal, servido por 850 sacerdotes por ordem do rei Acab e de sua mulher Jezabel, ela de origem fenícia.

Após o reinado de Salomão, entre os heróis e ilustres varões de Israel tornou-se eminente Elias, que extinguiu com seu zelo e força de alma a idolatria e a impiedade introduzidas por Salomão […] Deus suscitou Elias que, como fogo, ardia em zelo por Deus e pela verdadeira religião […] Efetivamente o zelo de Elias matou mais idólatras do que converteu”5.

Tomado de zelo pela causa do Senhor, Elias levanta-se e increpa o rei idólatra: “Viva o Senhor Deus de Israel em cuja presença estou, que nestes anos não cairá nem orvalho nem chuva, senão conforme as palavras de minha boca”6. Em seguida se retira para o deserto, onde corvos levam-lhe milagrosamente o alimento.

O Céu se fecha e torna-se pesado como o chumbo, a terra fica árida, rios e ribeiros secam-se, até mesmo o riacho no qual Elias se dessedenta. E o profeta sente ele mesmo o peso do terrível castigo imposto a Israel.

O grande São João Crisóstomo comenta nestes termos o prodígio eliático: “Quando Elias, profeta santíssimo, pôs os olhos no povo prevaricador que, desprezando o Senhor, cultuava Baal, movido pelo zelo de Deus, decretou contra a Judeia a sentença da seca e da esterilidade da chuva. Então, subitamente a terra lança vapores, o céu se fecha, os rios secam, as fontes se extinguem, o bronze ferve, a temperatura tortura, a tranquilidade fica penosa, as noites se tornam secas, os dias áridos, as searas se torram, os arbustos fenecem, os prados desaparecem, os bosques enlanguescem, os campos jejuam, a terra torna-se inculta, suas ervas morrem. a ira de Deus se manifesta sobre todas as criaturas” 7.




A Primeira Ressurreição
de que se tem Notícia na História

Elias refugia-se, então, em Sarepta, junto a uma viúva que, por ordem de Deus, deve alimentá-lo. Paupérrima, ela só tem um pouco de farinha, com a qual coze um pão para o profeta. Contudo, acontece algo inesperado. Morre o filho único da viúva, a qual, em seu desespero, repreende duramente o homem de Deus.

Elias, porém, lhe diz: “Dá-me o teu filho. E tomou-o do seu regaço e levou-o à câmara onde ele estava alojado, e o pôs em cima do seu leito. E clamou ao Senhor e disse: ‘Senhor, meu Deus, até a uma viúva que me sustenta como pode, afligiste, matando-lhe seu filho?’” Reclinando-se três vezes sobre o menino, pede a Deus: Senhor, meu Deus, faze, te rogo, que a alma deste menino volte às suas entranhas. E o Senhor ouviu a voz de Elias”8.

O filho da viúva de Sarepta volta à vida. É o primeiro caso de ressurreição que a História relata.

Foi no decurso desse flagelo, contudo, que o coração de Elias mostra-se também misericordioso. Invocando o poder de Deus, ele obtém a ressurreição do filho único da viúva de Sarepta que o hospedava enquanto a fome castigava Israel9. A esse propósito, Cornélio a Lapide observa: “Elias é o primeiro homem que, desde a criação do mundo, trouxe um morto para a vida”. Só Eliseu, seu seguidor e sucessor, iria depois repetir o milagre na Antiga Lei.



Profetas de Baal Exterminados por Elias

Entrementes a seca vai se tornando cada vez mais insuportável. O momento de agir em grande estilo se aproxima. O rei Acab, o perseguidor dos profetas de Deus e dos varões fiéis, vai ao encontro de Elias e o interpela: “Porventura és tu o perturbador de Israel?” E Elias responde: Não sou eu que perturbei Israel, mas és tu e a casa de teu pai, por teres deixado os Mandamentos do Senhor e por teres seguido Baal. Mas não obstante, manda agora, e fazer juntar todo o povo de Israel no Monte Carmelo, e os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal, e os quatrocentos profetas dos bosques que comem da mesa de Jezabel”. Mandou pois Acab chamar todos os filhos de Israel, e juntou os profetas no Monte Carmelo10.

Diante dos profetas de Baal, Elias increpa o povo: “Até quando claudicareis vós para os dois lados? Se o Senhor é Deus, segui-o; se, porém, o é Baal, segui-o. ...Eu sou o único que fiquei dos profetas do Senhor; mas, os profetas de Baal chegam a quatrocentos e cinquenta homens. Contudo, deem-nos dois bois, e eles escolham para si um boi, e, fazendo-o em pedaços, ponham-nos sobre a lenha, mas não lhe metam fogo por baixo; e eu tomarei o outro boi, e o porei sobre a lenha, e também não lhe meterei fogo por baixo. Invocai vós os nomes dos vossos deuses, e eu invocarei o nome do meu Senhor; e o Deus que ouvir, mandando fogo, esse seja considerado o verdadeiro Deus”.

Os profetas de Baal sacrificam o boi, colocam-no sobre a lenha e clamam, horas a fio, por seu falso deus. Baal não lhes responde. “Gritai mais alto, porque ele é um deus, e talvez esteja falando, ou em alguma estalagem, ou em viagem, ou dorme, e necessita que o acordem” – escarnece Elias.

Desesperados, os falsos profetas cortam-se com estiletes, oferecem sangue ao ídolo. Tudo em vão. O sangue idólatra corre, mas do Céu não desce fogo.

Elias, então, constrói um altar de doze pedras, simbolizando as doze tribos de Israel. Empilha a madeira, molha tudo com água, e sobre o altar coloca o boi sacrificado. E então, se dirige a Deus: “Senhor, Deus de Abraão e de Isaac e de Israel, mostra hoje que és o Deus de Israel e que eu sou teu servo, e que por tua ordem fiz todas estas coisas. Ouve-me, Senhor, ouve-me, para que este povo aprenda que Tu és o Senhor Deus, e que converteste novamente o seu coração”11.

Então desce fogo do Céu e consome o holocausto, não só o boi, mas a lenha, as pedras e até mesmo a água! Ao povo – que exclama, de rosto por terra, “o Senhor é o Deus, o Senhor é o Deus” – ordena Elias: Apanhai os profetas de Baal, e não escape deles nenhum só” 12.

Os falsos profetas de Baal são trucidados junto à torrente do Cison. Em parte pelo povo, em parte por Elias, ardendo de zelo pela causa do verdadeiro Deus. De onde comenta Cornélio a Lápide: “Verdadeiramente ignea a sua palavra, ignea a sua mão, com que converteu Israel”.

Essa sua ignipotência (poder sobre o fogo), Elias a manifestará prodigiosamente por três vezes13. E a esse respeito, Cornélio a Lapide comenta, admirado: “Quem portanto resiste a Elias saiba que tem diante de si um vitorioso e não um contendor, pois seus prélios são os triunfos das chamas - cuja pompa é a luz e cujo aplauso é o fragor dos incêndios”. Este é Elias, o ígneo, o ignipotente!




Fim da Terrível Seca,
Fuga e Nova Missão do Profeta.

E Elias se dirige ao rei Acab, prometendo-lhe o fim da terrível seca: “Vai, come e bebe, porque já se ouve o ruído de uma grande chuva”. Acompanhado de um criado, Elias sobe ao alto do Monte Carmelo, prostra-se e reza pedindo a chuva, até que o servo lhe comunica o aparecimento de uma pequenina nuvem. Nuvem precursora de uma grande tempestade, que interrompeu a seca que já perdurava por três anos, como castigo pelo pecado de idolatria em que caíra o povo eleito.

Jezabel, porém, fica sabendo da morte de seus profetas e jura matar Elias: “Os deuses me tratem com toda severidade, se eu, amanhã a esta mesma hora, não te fizer perder a vida, como tu a fizeste perder a cada um deles”14.

A ameaça de Jezabel enche Elias de temor. Elias que fechara os Céus, que enfrentara o poderoso rei Acab, que ressuscitara um morto, que desafiara e vencera os profetas de Baal; Elias, cujo nome significa “o Senhor é poderoso”, estremece com a ameaça da rainha. Contudo, comenta Cornélio a Lápide, seu temor não vinha tanto pelo medo da morte iminente, mas pelo receio de que, caso morresse, a verdadeira fé se extinguisse em Israel e Baal saísse vitorioso.

Elias foge para o deserto, onde um Anjo o alimenta com pão e água e lhe ordena que se dirija ao Monte Horeb. Quarenta dias e quarenta noites leva Elias para chegar ao Horeb. E chegando ao Monte do Senhor, Deus o interpela: “Que fazes aqui, Elias?”

– “Eu me consumo de zelo pelo Senhor Deus dos exércitos – responde Elias – porque os filhos de Israel abandonaram a tua aliança, destruíram os teus altares, mataram os teus profetas e eu fiquei só” 15.

Deus fala com Elias, não no terremoto, mas ao “sopro de uma brisa leve”. E lhe dá uma tríplice missão: Ungir Hazael como rei da Síria; a Jehu como rei de Israel; e a Eliseu como profeta “em teu lugar”, disse Deus.

Elias encontra Eliseu arando a terra e lança sobre ele seu manto. E desde então Eliseu é outro homem. De camponês torna-se seguidor do profeta e profeta ele mesmo.




Morte de Jezabel,
a Perseguidora do Profeta.

Entrementes a poderosa Jezabel confiscara à viva força a vinha de Nabot e o mandara matar. Caso típico de abuso de poder e ganância. O castigo divino não se faz esperar.

Deus ordena a Elias aparecer diante de Acab e exprobá-lo: “Neste lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabot, lamberão eles também o teu sangue”16. O profeta anuncia ainda o castigo de Jezabel: “Os cães comerão Jezabel no campo de Jesrael”. Apavorado, Acab faz penitência. E Deus não o castiga. Mas a cólera divina cai verticalmente sobre a cabeça da ímpia Jezabel. Jogada de uma janela de seu palácio, ela é esmagada por cascos de cavalos e devorada por cães. Quando os servos vão pegar seu corpo para enterrá-lo, só encontram o crânio e alguns ossos.

“… eunucos lançaram Jezabel fora pelas janelas do seu palácio; seu corpo foi pisado pelos pés dos cavalos e devorados pelos cães. Assim se realizavam os oráculos da justiça divina1718.

Acab é sucedido pelo rei Ocozias, o qual, adoecendo pouco tempo depois de subir ao trono, manda consultar um oráculo de Belzebu. Elias encontra-se com os mensageiros do rei e os interpela: “Porventura, não há um Deus em Israel para vós virdes consultar Belzebu, deus de Acaron?”19. E anuncia que o rei não se levantará mais da cama.

Irritado, Ocozias manda um capitão e 50 homens para prenderem o profeta. Elias faz descer fogo do Céu, que consome os soldados. O rei manda novamente outro capitão com cinquenta homens, por sua vez consumidos também por fogo do Céu. Pela terceira vez, envia Ocozias um capitão com cinquenta soldados. Desta vez, o capitão pede misericórdia a Elias, que o poupa e a seus comandados. E Ocozias morre após o curto reinado de um ano.




Elias Não Morre,
mas é Arrebatado por Deus,
para Retornar no Fim do Mundo.

Elias executa o tríplice encargo divino. Aproxima-se então o momento de ele abandonar a Terra. Para o comum dos homens isso significa pua e simplesmente morrer. Porém, para Elias, o Profeta das grandes exceções, a Providência tem outros planos. Arrebatado num carro de fogo e levado por Deus para lugar desconhecido, o Profeta deixa seu manto a Eliseu, seu discípulo e sucessor.

São João Crisóstomo dá como causa do celeste rapto de Elias, seu zelo extraordinário. Do contrário, teria destruído a terra. Eis o diálogo que ele figura entre Deus e seu Profeta: “Já que não podes suportar os pecadores pelo excesso de teu zelo, suba ao Céu; e eu serei peregrino na terra. Pois se permaneces mais tempo acabarás com o gênero humano, continuamente subjugado por ti...”20.

E na sua Homilia De Ascensione Eliae, aquele Doutor da Igreja comenta: “Deus, Rei dos reis, quis levar .... o seu (profeta) Elias, zeloso de alma e de corpo .... depois dos muitos e penosos trabalhos, das gravíssimas fadigas e cruéis perseguições, das grandes e ilustres vitórias em tantos combates. Pois convinha que se trasladasse aos reinos celestes ... o guia do povo transviado, o governador dos sacerdotes, o dominador dos contendores voluptuosos, o condutor de Israel que reconduziu ao jugo do temor de Deus os espíritos lascivos e vagabundos....”.

Cerca de 900 anos se passam e, no Monte Tabor, na cena empolgante da Transfiguração de Jesus, Elias aparece, juntamente, com Moisés, ao lado de Nosso Senhor. Do misterioso lugar, onde presentemente se encontra, contempla ele o desenrolar da história da salvação, à espera do momento de voltar a intervir, diretamente, nos acontecimentos da Terra e preparar a segunda vinda de Cristo, antes do Juízo Final.

E então, mais do que nunca, aplicar-se-á a Elias o elogio que dele faz o Espírito Santo: E quem pode pois, ó Elias, gloriar-se como tu? Tu que fizeste sair um morto do sepulcro…, que precipitaste os reis na desgraça e desfizeste sem trabalho o seu poder…, que ouviste sobre o Sinai o juízo do Senhor, e sobre o Horeb os decretos de sua vingança; que sagraste reis para vingar crimes, e fizeste profetas para teus sucessores; que foste arrebatado num redemoinho de fogo…; tu, de quem está escrito que virás para abrandar a ira do Senhor, para reconciliar o coração dos pais com os filhos, e para restabelecer as tribos de Jacó. Bem-aventurados os que te viram e que foram honrados com a tua amizade”21.




A vinda de Santo Elias antes do Juízo: “E, depois de havê-los advertido de que se lembrariam da Lei de Moisés, prevendo que ainda ficariam muito tempo sem entendê-la espiritualmente, como se deve, acrescentou: ‘Enviar-vos-ei Elias de Tesbis, antes de vir o grande e luminoso dia do Senhor, que ao filho converterá o coração do pai e ao próximo o coração do homem, por temor de que, vindo, destrua a terra toda’. É crença muito difundida e arraigada no coração dos fiéis, que no fim do mundo, antes do juízo, os judeus, crerão no verdadeiro Messias, quer dizer, em nosso Cristo, graças ao admirável e grande Profeta Elias, que lhes explicará a Lei. Não carece de fundamento a esperança de que virá antes da vinda do Juiz e Salvador, pois, é com razão que ainda hoje o julgam vivo. É certo, dado o testemunho evidente e claro das Santas Escrituras, haver sido arrebatado em carro de fogo. Ao vir, exporá espiritualmente a Lei, entendida carnalmente pelos judeus...”22.

A crença na vinda de Elias no fim dos tempos, juntamente, com Enoch, é universal na Igreja já nos primeiros séculos do Cristianismo. O testemunho da Liturgia é eloquente nesse sentido: os ritos orientais da Igreja Católica celebram o Santo profeta, existindo até a Missa da Ascensão de Elias23.

Uma Pergunta se Faz Necessária

Se antes de Cristo as portas do Céu estavam fechadas aos homens, ninguém pode, pois ter subido até lá. Assim, pois, santo Elias não podia estar no Céu, também não poderia estar no inferno, pois era homem justo e santo. Para onde, portanto, levou Elias, a carruagem de fogo que o arrebatou, conforme a misteriosa descrição bíblica: “Eis que de repente um carro de fogo com cavalos de fogo os separou um do outro e Elias subiu ao céu num turbilhão”24?
Não há um consenso entre os exegetas e comentadores sobre o lugar para onde Elias foi levado. O consenso é somente de que não estava no Céu, pois suas portas estavam fechadas. Não ofendendo esta certeza, existem várias opiniões, da qual sobressaem-se quatro, enumeradas pelo exegeta Cornélio a Lápide25.
A primeira é defendida por São Jerônimo e Santo Ambrósio, segundo a qual Santo Elias teria sido arrebatado até o céu realmente, mas não o céu dos bem-aventurados – cujas portas só seriam abertas por Cristo após sua subida. No céu, Elias viveria uma vida quase celestial, até que possa usufruir dos bens celestiais em plenitude após a subida de Cristo.
A segunda opinião é defendida por Santo Irineu, São Justino, Santo Isidoro de Sevilha e Santo Tomás, e afirma que Santo Elias foi levado ao lugar na terra onde antigamente ficava o Paraíso do Éden, onde viviam Adão e Eva antes do pecado; lá, Elias não viveria uma vida quase celestial, como na hipótese de São Jerônimo, mas apenas a não corrupção de seu corpo, que deve estar livre de qualquer envelhecimento até hoje.
A terceira opinião é de São Gregório Magno e é quase eco desta segunda. São Gregório defende não que Santo Elias tenha sido levado ao Paraíso do Éden, mas a algum lugar desconhecido da terra naquela época.
A quarta opinião é de São João Crisóstomo, Santo Agostinho, São Cipriano e Teodoreto de Ciro e se dá justamente pelo mistério que envolve o arrebatamento de Santo Elias: estes santos exegetas afirmam tão somente que o local para onde foi Elias (e Enoque e Moisés) é incerto.
Todas estas opiniões são aceitas pela Igreja, que não possui um juízo definitivo a respeito. O grande exegeta Cornélio a Lápide afirma, que ele está “nos átrios da Casa do Senhor”. Tradição certa na Igreja é que Santo Elias não morreu.
Parece haver consenso entre o exegetas e comentadores, e esta é uma tradição que permeia a Igreja há muito tempo, que Santo Elias não morreu e assiste do lugar de onde está (seja qual for este lugar) o desenrolar da história da Salvação, esperando o fim dos tempos, nos quais, imediatamente antes do Retorno de Cristo, deverá retornar também ele (Santo Elias mesmo), pregar o Evangelho de Deus e lutar contra o Anticristo. E logo depois Cristo voltará. Este retorno de Santo Elias será um retorno de Santo Elias realmente, dele mesmo, e não o aparecimento de alguém com o seu caráter e vigor, como o foi São João Batista, que possuía a mesma índole de Santo Elias, mas não era ele.


Aparente Contradição entre
o Profeta da verdade e a mesma Verdade

Ocorrendo-nos à mente, porém, de outra leitura, uma sentença do Nosso Redentor, estas palavras de hoje26, veem suscitar uma questão complexa. Com efeito, em outro lugar, o Senhor, interrogado pelos Discípulos a respeito da vinda de Elias, respondeu: ‘Elias já veio, e não o conheceram, antes, fizeram dele o que quiseram. E, se vós quereis compreender, João mesmo é o Elias’27. Ora, João, interrogado, diz: ‘Eu não sou Elias’. Por que, irmãos caríssimos, aquilo que a Verdade afirma, o Profeta da verdade nega? Pois, são duas respostas contrárias: ‘ele é (Elias) e ‘não sou (Elias)’. Como é João Profeta da verdade, se não concorda com as palavras da própria Verdade? Mas, procurando-se com perspicácia a verdade, verifica-se não ser contrário o que apenas soa contrariamente. Realmente, o Anjo disse à Zacarias a respeito de João: ‘Ele irá adiante do Messias com o espírito e a virtude de Elias’28. Eis, porque se diz, que João vem no espírito e na virtude de Elias: como Elias antecederá a segunda vinda do Senhor, João antecedeu a primeira. Assim como Elias virá como Precursor do Juiz, João se fez Precursor do Redentor. João, portanto, em espírito, era Elias; em pessoa, porém, não era Elias. O que o Senhor afirma a respeito do espírito, João nega a respeito da pessoa, sendo justo que o Senhor falasse espiritualmente de João aos Discípulos e o mesmo João, corporalmente, à multidão carnal. Portanto, só na aparência, mas não de fato, João se afastou do Caminho da Verdade”29.
Este assunto fazia parte do ensino catequético, em algum lugar do passado; é o que nos ensina o Rev. Pe. Francisco Xavier Schouppe, S.J., no artigo sobre a “Consumação dos Séculos”: O Profeta Elias e o Patriarca Henoc voltarão à terra, para lutarem contra o Anticristo, esclarecer os judeus, e sustentar os cristãos na fé. Estes dois poderosos defensores da Fé, serão mortos pelo Anticristo, que ele próprio, por sua vez, será, enfim, confundido e esmagado pelo poder de Jesus Cristo3031.

 



Retrato Bíblico
do Profeta de Deus

É impossível descrever em poucas palavras a personalidade e obra desse grande profeta.

Lendo as poucas páginas bíblicas que nos falam dele, podemos tentar descobrir suas características principais. Eis aqui algumas:

1. O homem diante de Deus: Aparece com frequência a expressão “o Senhor a quem sirvo” ou “perante o qual estou”. Elias não compartilha com ninguém seu culto e quer que o povo faça o mesmo.

2. Levado pelo Espírito: Vede a resposta tão saborosa de Abdias em 1 Rs. 18, 12: “Mas quando eu me apartar de ti, o Espírito do Senhor te levará para não sei onde...” É desta docilidade, prontidão diante da vontade de Deus e de sua liberdade interior que procede a força da alma de Elias.

3. Sua fé sem divisões: Quando do sacrifício do Carmelo32, tenta forçar o povo a escolher entre o Deus vivo, pessoal, que intervém na história, e as forças naturais divinizadas, os baais. Como nós, Elias crê sem ver; porque Deus pede, anuncia a chuva…, mas sem vê-la cair33.

4. Sua intimidade com Deus: Sua visão de Deus34, como a de Moisés35, é o modelo da vida mística: é tudo o mais que se concede ao homem ver. Porém, Elias continua sendo um homem como nós, desanimado, medroso…

5. Solidariedade com os pobres: Diante do rei e dos poderosos, defende o pobre36.

6. Seu universalismo: Como crê em Deus sem divisões e se deixa conduzir pelo Espírito, é livre para tratar com os pagãos37; mas também pede à mulher pagã uma fé incondicional38.

O relato popular de 2 Reis 1, contribuirá, infelizmente, para fazer de Elias um personagem justiceiro que pede fogo do Céu contra os pecadores, ficando de lado valores tão positivos, que são para nós de maior importância, pois a estes valores é que somos convidados a imitar.




Retrato Feito Pelos Homens
do Poderoso Profeta do Senhor

Limitamo-nos ao que nos pintam dois célebres carmelitas:

1. O ilustre historiador Juan Bta Lezana (+1659) escreveu este magnífico epitáfio:

Elogio para alcançar a porta do paraíso terreno: Aqui vive, o mortal, aquele celeste zelador da honra divina, Elias é o duplo espírito, perfeito na pureza, rico em virtudes, paupérrimo em bens terrenos, grande amigo de Deus, inimigo do Diabo, amável com os bons, terrível para com os ímpios, nascido antes de Cristo, conversou com Cristo, reservado após Cristo contra o Anticristo; Patriarca exímio. Profeta celebérrimo. Sacerdote grande. Monge, Pai dos monges, sempre casto, Fênix singular. De Cristo, futuro apóstolo. Mártir, Precursor, Capitão, valente defensor, arauto da verdade, ardentemente religioso, maduro sem desalento, ancião sem velhice, mortal sem morrer, nutrido sem alimento, de uma longevidade sem achaques e – coisa admirável! - de uma vida santíssima que não se há de extinguir até a consumação dos séculos. Quem flagelou os tiranos, deu morte aos sacrílegos, fechou com suas palavras as nuvens e tornou a abri-las, ungiu Reis e instituiu Profetas defensores; pelos Anjos foi anunciado seu nascimento, alimentado em Carit, saudado em Horeb, de onde, em meio a fragorosa tempestade e comoção dos montes, cobrindo-se com seu manto o rosto, viu o quanto era talentoso para Deus, o qual se lhe manifestou na brisa suave...”

2. O venerável mariólogo Arnoldo Bostio (+1499) o chamou:

Varão Evangélico antes do Evangelho, Apostólico antes do tempo dos Apóstolos, depreciador do mundo e de todas as coisas perecíveis, apaixonado seguidor do eterno, primeiro Virgem, Monge e Eremita, resplendor de costumes, regra de virtudes, arauto da Virgem sagrada. Que com a instituição da virginal castidade antecedeu por muito tempo o Cordeiro sem mancha, aonde quer que tivesse de ir...”

No século XVIII, o Papa Benedito XIII concedeu permissão à Ordem Carmelitana para colocar na própria Basílica do Vaticano uma estátua do Santo Profeta Elias, o que se deu a 15 de fevereiro de 1727. E com a aprovação da Sagrada Congregação dos Ritos e de vários Soberanos Pontífices, somente os Carmelitas estão autorizados a cantar na Ladainha de Todos os Santos - Sancte Pater Elia, ora pro nobis; precisamente em razão de toda essa profunda vinculação de ordem histórica e de tradição.

Unamo-nos, para concluir, ao culto que os maronitas prestam ao Santo Profeta, na missa do dia 20 de julho.
Elias se vestiu como a luz e sua palavra foi semelhante à chama. No seu zelo humilhou os reis e massacrou os profetas. Elias, ó Profeta eleito, tu te manifestas com zelo de fogo por Deus, terrível e aterrorizador para os homens da iniquidade, desembainhando tua espada aguçada. O Jordão não pôde resistir à tua palavra e te obedeceu: Único na coragem, possante na audácia, tu te entregas sem vacilar ao socorro da verdade. 6 Santo Elias, adversário dos reis ímpios, quem como tu? ”39.





2ª Parte


De Los Precursores Buenos
De La Segunda Venida De Cristo


Proemio


1. ¿Viven ahora Elías y Henoc?
2. ¿Que han de hacer o padecer bajo el Anticristo?
3. ¿Será Juan Evangelista o algún outro el precursor de la segunda venida?

1. Después que se ha hablado del Anticristo, que ha de preceder a la segunda venida de nuestro Salvador, no como su precursor, sino como acérrimo enemigo y perseguidor de Cristo y de los cristianos, síguese que disertemos de los precursores buenos de esa misma venida.

Porque así como en páginas anteriores, tratando de la primera venida de Cristo, pusimos por delante una disputa acerca de su precursor, San Juan Bautista, conviene en este lugar disertar acerca de los precursores de su segunda venida.

Pero hay una diferencia entre los precursores de ambas venidas, y es que San Juan Bautista nació, fué educado e hizo penitencia en aquellos tiempos en los que dió testimonio de Cristo, y cumplió con su ministerio u oficio de precursor y, por último, murió. En cambio, para antes de la segunda venida de Cristo no han sido prometidos en la Escritura precursores que en aquel tiempo han de nacer para dar testimonio de Cristo con nuevo ejemplo de vida y de doctrina, sino que, de entre aquellos antiguos hombres que nos precedieron hace ya muchos siglos, se cree que han de venir Henoc y Elías para preparar a los hombres, en especial a los judíos, a la segunda venida de Cristo.

2. Por lo cual, del linaje, condición de vida y eximia santidad que lograron mientras entre los hombres vivieron, no hay razón para que disertemos en este lugar. Porque todas estas cosas pertenecen (por así decirlo) a su antiguo estado de ellos y a outra manera de vida y de deberes que en otro tiempo tuvieron, cosas todas que están bastante claras y expresadas en el Antiguo Testamento.

Por lo tanto, nosostros tenemos que explicar, lo primero, de dónde han de venir y, en consecuencia, si actualmente viven y dónde y cómo viven; después tenemos que tratar cuándo y cómo han de venir, qué harán y qué fin han de tener por fin; en último lugar indagaremos si, además de estos dos, ha de haber otro compañero y precursor de Cristo [en su segunda venida].

Sección I

¿Viven actualmente Elias y Henoc?… ¿Dónde y cómo?…

Elias y Henoc

1. Acerca de este punto encuentro que no ha habido error alguno referente a Elías. En cambio, de Henoc ciertos judíos (según lo refiere Sixto Senense40) afirmaron que murió antes de tiempo para que la malicia no cambíara su corazón; exponiendo así aquello del Génesis41: No apareció más, porque lo llevó el Señor. Y es que la Escritura con este modo de decir suele significar la muerte, como en Job42: Porque no sé por cuánto tiempo he de subsistir y si después de poco me llevará mi Hacedor…

Henoc vive todavia – Objeción y Respuesta

2. Pero hay que decir en primer lugar que Henoc y Elías todavia no han pasado por la muerte, sino que viven en cuerpo y alma. Es de fe. Y en cuanto a Henoc, la cosa es patente por el predicho pasaje del Génesis. Porque aquella interpretación de los judíos no puede subsistir: primeramente, porque por el diverso modo de hablar, de Henoc y de los demás, consta que de él se dice algo especial.

En segundo lugar, eso lo manifiestan suficientemente las palabras precedentes43: Y anduvo [Henoc] con Dios, y no apareció más, porque lo llevó el Señor. Donde los Setenta, para explicar más el sentido, tradujeron: Porque lo trasladó Dios; y del mismo modo lee el pasaje Filón44.

En tercer lugar, abiertamente lo atestigua el Sabio45: Henoc agradó a Dios, y fué trasladado al paraíso para dar penitencia a las gentes; y más abiertamente aún San Pablo46: Henoc fué trasladado para que no viera o experimentara muerte.

Dirás: Por estas razones se prueba que no murió, cuando lo trasladó Dios; sin embargo, que, después de ser trasladado, nunca hubiera muerto allí, ¿de dónde consta?… Y es que Filón da a entender que aquella traslación tuvo lugar tan sólo por cierta separación del trato y convivencia de los hombres malvados a un sitio desconocido para el vulgo y tan sólo conocido para apenas unos pocos hombres, y ellos aventajadísimos. Con lo cual da a entender que fué tan sólo un trasladarlo a hacer una vida como eremítica; por lo tanto, no es necesario que todavia viva allí.

Se responde: Aunque por este pasaje del Génesis, tomado de por sí, no se prueba convincentemente [nuestro aserto], sin embargo, por la adición de los otros pasajes se concluye suficientemente. Porque San Pablo dice que fué trasladado para que no viera o experimentara muerte, sintiendo u opinando que no había de morir en el lugar adonde fué trasladado. Y también el Sabio, diciendo que fué trasladado [al paraíso] para dar penitencia a las gentes, opina que no ha de morir hasta que cumpla con esse oficio.

Añadese a esto la tradición común y el consentimiento de los Padres a quienes en seguida aduciremos.



Elías vive todavia

3. Acerca de Elías es claro el pasaje del libro de los Reyes47 en el que se cuenta que Dios trasladó a Elías al cielo en un torbellino; y más extensamente se dice en el libro Eclesiástico48: Recibido y envuelto en un torbellino e inscrito en los juicios de los tiempos, para amansar la ira de Dios, para conciliar el corazón del padre hacia el del hio y para restituir o restaurar las tribus de Jacob; y otros pasajes los traeremos después.

4. En segundo lugar se prueba por la tradición de los santos; así, San Agustín49 dice: Ni Henoc ni Elías se secaron por vejez en edad tan larga o prolongada; y en otra obra50, entre las cuestiones que no pertenecen a la fe, pone la cuestión de dónde están ahora Elías y Henoc, los cuales (dice) no dudamos de que viven em los cuerpos em los que nacieron; y lo mismo dice en su obra51 De Genesi ad litteram. Y San Jerónimo, en su carta a Pamaquio52, escribe: Henoc fué trasladado en carne, y Elías de carne también fué trasladado al cielo; todavia no han muerto y ya son colonos o habitantes del paraíso, y tienen los miembros com los que fueron arrebatados y trasladados. Lo que nosotros imitamos con nuestro ayuno, ellos lo poseen con su consorcio con Dios, teniendo por Señor al mismo a quien tienen por manjar. Lo mismo dicen San Ambrosio53, San Gregorio54 y San Cipriano55; y Tertuliano56 escribe: Trasladados fueron Henoc y Elías, ni se encontró su muerte, a saber, porque fué o está diferida; y por esta razón, en su libro Contra iudaeos57, llama a Henoc candidato de eternidad; y en otra obra58, hablando de ambos, dice: Candidatos de eternidad, aprendiendo [o experimentando] la inmunidad de su carne, de todo vicio, de todo daño o mal, de toda injuria y contumelia. Del mismo parecer es San Ireneo59 en su escrito Contra haereses, donde habla así de Henoc: Fué trasladado y es conservado hasta ahora testigo del justo juicio de Dios. Lo mismo enseña San Justino60, y muy bien San Crisóstomo61 y Teodoreto62, quienes aducen varias razones y congruencias; San Epifanio en su Haeresis 64 y óptimamente en su Anchoratum63; y San Atanasio64; y San Basilio65 escribe de Henoc: Séptimo desde que el hombre fué creado, no vió [no experimentó] muerte. Y de ambos afirma lo mismo Euquerio66; y, por último, todos los demás Padres que luego citaremos, por no ser más prolijos de lo justo.

En tercer lugar, como este privilegio tan inusitado depende de la ordenación divina, su razón a priori es la divina voluntad, y su congruencia o conveniencia hay que tomarla del próprio oficio o fin por el que Dios los conserva; y de eso hemos de hablar en la sección siguiente.

Y casi todos los Padres citados añaden la razón de congruencia tomada de la resurrección. Porque dicen que Dios quiso conservar a estos varones, después de tantos siglos, como a ejemplares y tipos de la resurrección, para confirmar la esperanza de la misma resurrección, y que por lo mismo eligió dos hombres, uno incircunciso, circunciso el otro; uno virgen, otro casado, para significar que la esperanza de la resurrección se concede a [todos los] hombres de cualquier estado y condición. Añade San Clemente67 que Dios en Henoc y Elías (a quienes no permite experimentar muerte) ha demostrado que hubiera podido conservar inmortales a los hombres si lo hubiera querido.

Henoc y Elías no Están Glorificados Todavía

5. En segundo lugar hay que decir que estos dos hombres todavía no son gloriosos en cuerpo y alma, sino que gozan de la divina contemplación y del divino amor por fe y por conocimiento abstractivo.

Este aserto es contra Procopio de Gaza68, quien afirma que Elías y Henoc ven la divina esencia y que reinan con Cristo en cuerpos gloriosos. La misma opinión mantienen Agustín Egubino69, y Catarino70; y a ellos parecen favorecer a veces San Epifanio y San Jerónimo, a quienes luego explicaremos.

Pues bien, la primera parte de la conclusión, en lo que pertenece a los cuerpos, la enseña San Agustín71, diciendo: Ni creo, sin embargo, que ellos están ya transformados en aquella cualidad [o modo de ser] del cuerpo cual se promete en la resurrección, que precedió la primera en el Señor.

Y parece que esto se prueba bastante convincentemente; porque a Elías y Henoc se les conserva para morir alguna vez (como lo demostraremos en la sección siguiente); luego no es verosímil que ahora están trasladados a poseer la gloria e inmortalidad del cuerpo. Porque tal estado del cuerpo glorioso es perpetuo, y a quien una vez se le da, nunca se le quita; y no estaría exento de temeridad el fingir o inventar en esto un nuevo milagro sin autoridad o ejemplo. Y de aquí se concluye ulteriormente que no son gloriosos en sus almas y que no gozan de la clara visión de Dios. Cosa, ciertamente, que por otro principio de fe es certísima en cuanto a todo el tiempo que precedió a la pasión de Cristo, porque entonces no estaba abierta para los hombres la puerta del reino [celestial]. En cambio, en cuanto al tiempo restante se prueba por las cosas dichas, porque tampoco ahora tienen cuerpos gloriosos; luego tampoco tiene la gloria del alma. La consecuencia es patente, ya porque a la gloria del alma sigue en seguida la gloria del cuerpo (y milagro y privilegio propio de Cristo fué poseer la gloria del alma en cuerpo mortal), ya también porque, cuando después vendrán para morir, no serán bienaventurados en cuanto al alma; luego ni ahora lo son, porque aquella bienaventuranza del alma es mucho más perpetua.

Y aunque algunos Padres hayan opinado que a San Pablo y a Moisés se les concedió [esa gloria del alma] para breve tiempo, por una parte muchos más lo niegan, y por otra es privilegio mucho mayor y más sobrenatural si eso se hubiese concedido a Elías y Henoc por tiempo tan prolongado. Y esto lo enseñó San Justino Mártir72, el cual, sin embargo, opina lo mismo de todos los santos que con Cristo reinan, de quienes cree que viven no en el cielo, sino en el paraíso celeste; y por lo mismo a Henoc y Elías los iguala con ellos.

Lo mismo da a entender San Gregorio Nacianceno en su oración o discurso 34, donde demostrando que ninguno (viviendo en cuerpo mortal) ha visto a Dios, dice: Henoc, aunque fué trasladado, però no consta que haya visto por comprensión [por visión immediata] a Dios. En cambio, en Elías (a quien elevó al cielo un carro de fuego) atestigua que está significada una singular virtud de aquel hombre, y virtud que sobrepuja la cumbre [lo más alto] de lo humano. Palabras en las que da a entender la segunda parte de nuestro aserto, a saber, que, aunque Elías después de su traslado o traslación no goza de la clara visión de Dios, sin embargo, tiene lograda cierta perfección de divina contemplación.

Y lo mismo significó San Jerónimo73, diciendo que ellos gozan del consorcio divino y de un manjar celestial; y San Epifanio74, escribiendo que ellos se alimentan con cierto manjar espiritual, cuyo procurador o proveedor es aquel que conoce las cosas ocultas y creó las invisibles, Dios...

Más abiertamente dice San Agustín75: Porque no hay que pensar, o que Elías está ya como estarán los santos cuando, terminado el trabajo del dia, recibirán su denario, o que está todavía como están los hombres que aun no han salido de esta vida. Así que ya tiene alguna cosa mejor, aunque todavía no tenga lo que sin fin ha de tener [como premio] por esta vida rectamente vivida.

Elangantísimamente San Bernardo76: Felices hombres (dice) aquellos por quienes se lee que fué prefigurada la ascensión del Señor: Henoc arrebatado, Elías trasladado, manifiestamente felices, quienes para solo Dios viven; a solo Dios están entregados, para entenderlo, amarlo, gozarlo.

Y la razón es clara: porque no se ha de pensar que aquellos santísimos varones y profetas están en un continuo dormir, sin operaciones de vida, sobre todo de vida intel·lectual; en consecuencia, se ocuparán mayormente en perpetua contemplación y amor de Dios. Porque (como lo veremos más abajo) gozan de grande concordia y tranquilidad de espírito y carne, y no tienen ningún impedimento para ejercitarse aun frecuentísimamente en tales actos. Ni es decoroso que estén ociosos, ni necesitan de acciones externas del cuerpo para estar ocupados.

Duda y Respuesta – Henoc y Elías no están en Estado de Merecer

6. Pero preguntarás si están en estado de merecer, porque de las cosas dichas parece que se sigue que así hay que afirmar. Y es que, si peregrinan [alejados] del Señor, andan por el camino de la fe; luego pueden siempre merecer más y más, porque esto es andar o caminar [por el camino de la fe] hacia la bienaventuranza.

Asimismo, parecerían ser de peor condición que los demás bienaventurados y viandantes, porque estarían privados de la feliz presencia de aquéllos y de la útil ausencia de éstos. De donde resulta que estarían afectados por ciertas gran pena y muy prolongada, cual es la carencia de la visión divina, sin ninguna utilidad propia.

Sin embargo, parece más probable que estos varones solamente estuvieron en el estado de merecer y que solamente pudieron crecer en gracia hasta el tiempo aquel en el que fueron trasladados, y que al mismo estado de merecer han de volver cuando de nuevo vengan a preparar la segunda venida de Cristo. Porque entonces serán viandantes del mismo modo que antes, y serán verdaderamente mártires y conseguirán el fruto y la aureola del martirio; en cambio, en este tiempo intermedio es más verosímil que no merecen.

Lo cual se puede probar del inconveniente [que se seguiría]; porque en tiempo tan largo tendrían méritos infinitos, y fácilmente podrían aventajar en cúmulo de méritos a todos los santos y a la misma bienaventurada Virgen María.

Y es que, según la santa doctrina, a aumentar la gracia y la gloria no contribuye solamente la intensidad de los actos, sino que también contribuye muchísimo su multitud. Ya también porque ellos obrarán siempre con mayor intensidad y con toda su fuerza o virtud, porque (como lo acabamos de decir) están libres de todo impedimento para ejercitar las acciones de su mente.

Pero la razón propia hay que buscarla en la ordenación divina, de la que depende que a los hombres se les defina y determine el tiempo del mérito y demérito durante el estado de su vida mortal. Pero si bien estos dos varones no hayan muerto, sin embargo, su traslación, hecha por intervención divina, se les reputa como muerte para este efecto, porque se les trasladó o pasó a otro género de vida muy diverso de la manera de vivir en esta vida.

Henoc y Elías están Confirmados em Gracia

7. De aquí se sigue primeramente que en su misma traslación fueron confirmados en la gracia y en el bien, de tal manera que no pueden cometer pecado alguno; lo cual es gran parte de aquella felicidad (sea cual fuera) que ahora poseen. La razón es que, siendo justos y no pudiendo merecer, de ninguna manera conviene que puedan desmerecer, porque no hubiera sido justa o equitativa tal condición.

8. Infiero en segundo lugar que ellos de ninguna manera padecen movimientos desordenados del fómite ni corrupción alguna del cuerpo77, que ai alma da pesadez y deprime el sentido, que piensa en muchas cosas: ya porque esto es casi necesario para la perfecta pureza y tranquilidad del alma, ya también porque, privados como están de la perfecta felicidad y llevando pacientísimamente por el mismo Dios esa ausencia de Dios, es decoroso o conveniente que al menos gocen de los mayores bienes y goces, tanto en el alma como en el cuerpo.

Estas cosas las enseñó elegantemente San Bernardo en el pasaje poco ha citado, diciendo: Porque ni los cuerpos, que se corrompen, hacen pesadas aquellas almas, ni el domicilio terrestre deprime aquellos sentidos suyos, como si pensaran en muchas cosas aquellos de quienes se sabe que caminaron [o anduvieron] con Dios. Ya se les quitó de en medio todo impedimento; se les quitó toda ocasión, no se les dejó materia ninguna que dé peso a su afecto o deprima su intelecto. Porque del primeiro (esto es, de Henoc) recuerda la Escritura que fué arrebatado para que la malicia no venciera a la sabiduría y para que su entendimiento o alma no pudiera en adelante ser engañada o cambiada.

9. En tercer lugar deduzco que ellos gozan de las mayores consolaciones de Dios y de frecuentes ilustraciones y revelaciones divinas, al menos de aquellas cosas que son conformes a su estado. Por lo que no dudo de que tengan ya conocidas la venida de Cristo [al mundo] y la redención del mundo, consumada ya por él.

Porque antes tuvieron ya espresa fe de que había de venir y desearon por encima de todo su venida; luego no era decoroso que ahora se encontraran en tinieblas y en error. Más aún, de Elías consta por el Evangelio que en el día de la transfiguración vió a Cristo y habló con él; y lo mismo se puede pensar de Henoc, a saber, que alguna vez vió a Cristo. En cambio, si ahora lo ven, al menos en cuanto a su humanidad, es cosa incierta.

10. Por fin, de estas cosas se hace patente la respuesta a la dificultad propuesta. Porque no convenía permanecer por tanto tiempo en estado de merecer; por lo tanto, están ya en cierto modo fuera del camino [o del estado de viandantes], aunque no absolutamente en el término. Ni este como destierro lo sufren con algún trabajo o pena, porque su caridad y conformidad con la divina voluntad les proporciona gran consolación y suavidad.

Ni será esto sin gran utilidad de ellos, ya porque cuando de esta vida fueron transladados, entendiendo la divina voluntad y la gran dilación de su bienaventuranza, abrazándola con gran caridad y obediencia, merecieron muchísimo con aquel acto; ya también porque, habiendo de venir antes del día del juicio a resistir al Anticristo, han de conseguir grandes méritos y grande aumento de gloria; y esto es de mayor aprecio que la dilación temporal (por grande que sea) de la bienaventuranza.

Por lo cual, con esta esperanza de padecer por Cristo se rehacen muchísimo, y su ausencia de él la llevan con igualdad de ánimo.

11. Digo en tercer lugar: es más verosímil que Elías y Henoc no necesitan de manjares corporales, sino que son conservados por Dios sin ningún cambio o alteración del cuerpo.

Este aserto no es cierto, pues no es revelado, y porque Dios puede conservar vivos a los hombres por varios modos, durante prolongado tiempo, en cuerpo mortal. Por lo que San Agustín78, en dicho libro De peccatorum meritis, después de las palabras citadas, dice así: A no ser que éstos ni siquiera necesiten tal vez de esos manjares que rehacen a quien los come, sino que desde que fueron trasladados viven de tal manera que tengan la misma saciedad o hartura de aquellos cuarenta días en los que Elías vivió sin manjares por aquel vaso de agua y aquel bocado de pan. O si también hay necesidad de estos sostenes, tal vez son alimentados, en el paraiso, como Adán antes de que por el pecado mereciera salir de allí. Porque (por cuanto yo pienso) de los árboles frutales tenía refección contra la defección, y del árbol de la vida tenía estabilidad contra la vejez; y en otra obra79 dice que no ha de afirmar temerariamente si ahora se alimenta alguno con aquel manjar, a no ser tal vez Henoc y Elías. Lo cual afirma también de ellos alguna vez Santo Tomás, a quien hemos de citar más abajo.

En cambio, San Jerónimo80, en las palabras ya citadas, opina que ellos no necesitan de comida corporal, sino que se alimentan con sólo manjar espiritual. También a San Epifanio81 se le ha de entender así, cuando dice que ellos viven espiritualmente y no animalmente, por su traslación; y que existen en cuerpo o carne espiritual y que no necesitan ser alimentados por cuervos, sino que son alimentados con otro alimento espiritual, cuyo procurador [proveedor] es Dios, que conoce las cosas ocultas y que tiene cierto manjar ambrosíaco e incorruptible. La razón conjetural de esto es que tal modo de conservar la vida es fácil y más espiritual, y más abstraído de todos los cuidados de esta vida, y más digno del poder divino. Porque82 no de solo pan vive el hombre, sino de toda palabra que procede de la boca de Dios.

Así, pues, como conservó a Moisés en el monte durante cuarenta días sin ninguna comida ni bebida83, y como conservó por tantos años84 los vestidos de los israelitas sin ningún detrimento o desgaste, con la misma virtud conserva los cuerpos mortales de estos héroes en el mismo estado y sin ningún defecto, suspendiendo su influjo para que ninguna causa, ni externa ni interna, los pueda alterar.




Henoc y Elías, ¿ A Que Sitio Fueron Trasladados?

12. Digo en cuarto lugar: a qué sitio fueron trasladados Elías y Henoc, es cosa incierta. Así lo enseñan San Crisóstomo85, Teofilacto y Ecumenio86; Teodoreto87 y San Agustín88; y San Cipriano89 dice: Fué trasladado [Henoc] a donde Dios sabe... Porque la Escritura no nos descubrió esto. Pues si bien es verdad que en el Eclesiástico90 se dice que Henoc fué trasladado al paraiso, sin embargo, aquella palabra paraiso falta en los códices griegos y tiene varias significaciones. Porque puede significar paraiso terrestre, y así parece que la entendieron de aquel lugar los Padres que afirmaron que Elías y Henoc habían sido trasladados al paraiso; cosa que expresamente enseña San Ireneo91, y la confirma por la tradición de los presbíteros de Asia, que la recibieron de los apóstoles; y San Justino Mártir92; y San Atanasio, en la carta más arriba citada, dice que Adán, en cuanto fué creado, fué colocado en el paraíso, y que, en cambio, Henoc, tiempos después de su nacimiento, habiendo agradado a Dios, fué trasladado al paraíso. Lo mismo dan a entender San Agustín93 y San Jerónimo94, llamando éste a Elías y a Henoc colonos o moradores del paraíso. San Isidoro95 dice así: Henoc, el séptimo después de Adán, sin conocer o experimentar la muerte, mereció ser llevado a aquel sitio del que fué expulsado el protoplasta, a saber, a un domicilio igual de vida bienaventurada; y todavia permanece en su cuerpo; en el fin del mundo será devuello con Elías a la condición de vida mortal.

Del mismo parecer es Santo Tomás96 en cuatro pasajes, en el último de los cuales cree probable que es conservado por la ayuda del árbol de la vida.

Pero aquella palabra paraíso puede explicarse de otra manera, de suerte que no sea el nombre propio del sitio aquel en que fué creado Adán, sino el nombre general, que significa cualquier lugar ameno y hermoso y agradable. Porque éste es el significado primordial y muy usado de aquella palabra, como lo enseñan todos los intérpretes en el principio del capítulo 2 del Génesis97; y se hace patente por aquello del Cantar de los Cantares98: Tus emisiones son paraíso. Y en este sentido no se podrá colegir [lo que se desea] de aquel pasaje: que Henoc fué trasladado al paraíso aquel en el que fué creado Adán, sino solamente (como tratando de Elías escribe San Gregorio99) que fué arrebatado y llevado a alguna secreta región de la tierra, donde ya vive con grande tranquilidad de carne y de espíritu.

Por lo cual, Ruperto100 dice claramente que la Escritura nunca significa que Elías y Henoc fueron trasladados a aquel paraíso, donde puedan comer del árbol de la vida, sino a alguna secreta región de la tierra, como escribe San Gregorio.

En tercer lugar, aunque en aquel pasaje del Eclesiástico entendamos por el nombre paraíso el sitio aquel en que fué creado el primer hombre, y aunque, consiguientemente, confesemos que Henoc fué trasladado a aquel lugar, no resulta de ahí que ahora está en él ni que Elías fué trasladado allí; porque muchos piensan con probabilidad que el paraíso quedó desecho por las aguas del diluvio. Y esta opinión, aunque no sea antigua, se apoya, sin embargo, en tantas conjeturas fundadas en la Escritura, que no se la puede tener por improbable, como copiosamente diserta sobre ello Benedicto Pereiro101; y la tocó más brevemente y la afirmó más categóricamente Genebrardo102. Y lo mismo opinó Jansenio103 en su Concordia, y Oleastro104 y Agustín Egubino en el lugar ya citado. Y si eso es verdadero, habrá que decir que Henoc en el tiempo del diluvio fué trasladado a otro sitio, y así que es incierto dónde están ahora él y Elías.

En cuarto lugar no faltaron Padres que dijeran que Henoc y Elías fueron trasladados a algún lugar celeste, superior a todo lugar de la tierra. Así lo insinúa San Jerónimo105, porque dice que ellos subieron al cielo, y parece deducirse del contexto que no se habla del cielo aéreo. San Ambrosio106 dice de Henoc que fué arrebatado al cielo; y Doroteo107 escribe así de Elías: Es el primero de entre los hombres que indicó a los hombres la subida o carrera al cielo; el primero de los hombres que enseñó el camino único de los ángeles y de los hombres; el que había adquirido domicilio en la tierra, penetró también de repente en el cielo. Y con tal antítesis indica lo bastante que habla del cielo etéreo. Y explicando más la misma antítesis, añade: El que por la tierra andaba, vive entre ángeles a modo de espíritu.

De modo semejante, Alcimo Avito108, en su libro IV De diluvio, tratando de Noé, escribe en esta forma:

A proavo, quem prisca fides et conscia virtus in caelum sine morte tulit, sic celsa petenti successit magnis non imparell filius actis. Nec minimum est illum salvi cum corporis usu Terrenas liquisse domos, intrasse supernas...

«Del bisabuelo..., a quien su antigua fe y su virtud concienzuda llevó al cielo sin morir; así, a quien subía a las alturas, sucedió su hijo [o nieto], no desigual por sus grandes hechos; y no es el menor que él, usando de su cuerpo salvo, dejó la morada terrena y penetró en la celestial...»

Donde, oponiendo como opone la habitación celestial a la terrena, claramente opina que habla de la habitación o morada celestial, a la cual también escribe más abiertamente haber subido Elías:

Quanquam quo Noë proavus conscenderat Henoc, Elías cursu post tempora longa secutus, scribitur, ignitis scandens penetrasse quadrigis.

«Aunque a donde había ascendido o subido Henoc, bisabuelo de Noé, se escribe que Elías, siguiéndole en su curso tras largos tiempos, penetró [allá mismo], subiendo sobre quadrigas de fuego».

Y más abajo concluye diciendo:

Nos igitur satis est caelum potuisse mereri membrorum sub lege sitios...

«Para nosotros, pues, es bastante haber podido merecer el cielo, puestos como estamos bajo la ley de los miembros...»

Incertidumbre del Sitio en que Están Henoc y Elías

13. Por lo tanto, por estas considerciones consta suficientemente que hemos afirmado con verdad que el lugar en que habitan Henoc y Elías es desconocido, y que Sixto Senense109 afirmó con demasiada libertad ser contra la regla de la recta fe el negar que Henoc y Elías fueron trasladados al paraíso terrenal. Con más sabiduría niega San Agustín110 que esta cuestión sea de las que pertenecen a los dogmas de la fe.

Pero, si se ha de dar algún juicio o parecer, perece mucho más probable que ellos habitan algún lugar de la tierra, más bien que un sitio celestial, como lo afirman San Gregorio y Ruperto y lo suponem San Agustín y los demás Padres citados.

Por lo que casi todos los demás que escriben de la ascensión de Cristo muestro Señor, entre otras diferencias, ponen ésta entre la ascensión de Cristo y el rapto de Elías: que aquél subió verdaderamente al cielo etéreo para habitar en él; en cambio, Elías tan sólo fué elevado al cielo aéreo, no ciertamente para permanecer en él, sino para por él ser transportado a otra región de la tierra. Y de este modo piensan que se ha de entender aquello del libro IV de los Reyes111: Subió al cielo Elías en un torbellino; y aquello del libro I de los Macabeos112: Elías, mientras celante cela la ley, es recibido en el cielo. Y del mismo habrá que explicarse lo que de Henoc se dice en el Eclesiástico113:

Nadie nació en la tierra cual Henoc,
porque también él fué arrebatado de la tierra...

Y de esta materia puede leerse a San Crisóstomo114; óptimamente San Ambrosio115; San Gregorio Máximo y otros116, Teofilacto117; y de las cosas dichas más arriba se puede tomar la rezón conjetural.

Y es que Elías y Henoc todavia viven en sus cuerpos mortales; ahora bien, el lugar adecuado para tales cuerpos no es el del cielo, sino el de la tierra.

Por otra parte, si el paraíso terrenal subsiste todavia, ningún hombre prudente y cuerdo negará que estos santos varones habitan allí, ya por la autoridad de los Padres, ya también porque aquel lugar es muy adecuado a su vida feliz, que más arriba hemos descrito. Más aún, aunque concediéramos sin más ni más que la amenidad del paraíso se perdió por las aguas del diluvio, todavia se puede hacer la conjetura probable de que estos santos varones se pasean en aquel sitio de la tierra donde desde el principio estuvo situado el paraíso; porque el lugar aquel superaba a todos los otros lugares de la tierra, no solamente en el ornato y elegancia de los árboles y en la fecundidad del suelo, sino también mayormente en el clima o temple del aire y en la benignidad del cielo; ahora bien, dicho está, según el parecer de San Gregorio y de Ruperto, que ellos habitan alguna región secreta de la tierra, pero ótima y felicísima, según que a su estado conviene; y ninguna parece más apta que aquélla. Pero, ora sea ella, ora otra tal vez de igual! Comodidad y conocida de Dios, es verosímil, sin embargo, que el lugar que ellos habitan es hermosísimo y adornadísimo, no menos tal vez de lo que fué el paraíso terrenal.

Y si el sitio en que estaba Henoc fué cubierto y destrozado o disipado por el diluvio, mientra que él, o fué sacado de allí, o de otra manera conservado por divina intervención, también se puede creer que, pasado el diluvio, el sitio fué restituído o restaurado a su prístino estado y hermosura. Porque si Dios conservó a Henoc de modo tan admirable que lo llevó de nuevo a su primer sitio, ¿qué tiene de admirable que también restituyera o instaurara de modo semejante la hermosua y amenidad del sitio? Pues ¿por qué había de privarle (sin culpa) de los bienes que él le había concedido y de aquella parte (cualquiera que fuera) de su felicidad?

Por último, si Dios desde el principio plantó el paraíso de deleites por los hombres, de quienes sabía que habán de usar de él por aquel brevísimo tiempo, ¿ qué tiene de admirable que después del diluvio reparara aquel mismo sitio u otro semejante, tal vez desigual en grandeza, pero no desigual en ornato y elegancia, para que dos varones tan santos y para él tan queridos, quienes por su amor y obediencia carecen por tan prolongado tiempo de la bienaventuranza celestial, [para que varones tan santos, digo] lleven en la tierra al mismo tiempo una vida feliz en alma y cuerpo?

Por lo tanto, este pensamiento parece bastante verosímil, y, si no deseáramos evitar prolijidad, podría hacerse la opinión más verosímil con varias conjeturas.

Pero por estas cosas se puede conjeturar, finalmente, que estos dos varones habitam la misma región y el mismo sitio, y que habitan juntos, y que a veces hablan de cosas divinas.

Porque estos y semejantes bienes, que contribuyen de alguna manera a la felicidad de esta vida, y por otra parte no indican ningún inconveniente ni repugnancia, no hay por qué creer que se les hayan negado a ellos.


Sección II



¿Han de venir Elías y Henoc al tiempo del Anticristo?
¿Qué cosas han de hacer o padecer?

[Errores de Los Herejes Modernos]

1. Los hereges de este tiempo niegan que Elías y Henoc han de venir personalmente para oponerse al Anticristo y para disponer o preparar a los hombres a la segunda venida de Cristo. Porque de Henoc nada dice expresamente la Escritura. Ya que lo que en el Eclesiástico se dice118: Fué arrebatado para dar penitencia a las gentes, en griego se lee: Fué arrebatado como ejemplo de penitencia para las generaciones. Lo cual se puede rectamente interpretar (como también los católicos lo interpretan) que fué arrebatado, o porque había sido un ejemplo de penitencia para los hombres por su santidad de vida e inocencia de costumbres, o para que con tal ejemplo se incitasen los hombres a hacer penitencia, viendo honrado de tal manera por Dios a un hombre justo y santo. De aquí que no hayan faltado algunos Padres que nieguen a Henoc la prerrogativa de ser precursor de la segunda venida, a saber, San Hilario, Victorino y otros, que han de ser citados en la sección siguiente.

Y respecto a lo que en Malaquías se dice de Elías119, que vendrá antes del día del Señor, está explicado por el mismo Cristo de Elías, no en persona, sino en espíritu. Pues dice así, refiriéndose a San Juan Bautista120: El es Elías, que ha de venir. Y en el capítulo 17, a los discípulos que preguntaban121: ¿Qué es eso que dicen que conviene que primero venga Elías?, respondió Cristo: Elías ya ha venido y no le han conocido. Lo cual es necesario entenderlo de Elías en espíritu; así que de manera semejante se dice de Elías que vendrá antes de la segunda venida de Cristo, no en persona, sino en espíritu.

Por lo que San Jerónimo, al exponer el sobredicho pasaje de Malaquías, no lo entiende de la persona de Elías, sino que bajo ese nombre está significado todo el coro de profetas, que dan testimonio de Cristo. Y sobre el mismo pasaje, Ruperto, movido por la autoridad de San Jerónimo, nó se atreve a definir si el tal lugar hay que entenderlo de la persona de Elías; otros, en cambio, como el Burgense y Vátablo, lo interpretan de San juan Bautista.




Elías y Henoc Serán Precursores
de la Segunda Venida de Cristo

2. En primer lugar debe decirse que Elías y Henoc han de ser precursores de la segunda venida de Cristo.

Este aserto es o de fe o muy próximo a proposición de fe. Y se prueba primeramente porque en el Apocalipsis122 se dice que vendrán dos testigos divinos, vestidos de saco, los cuales profetizarán durante mil doscientos sesenta días en tiempo del Anticristo; y es evidente que por estos dos varones no se indican dos santos o predicadores de Cristo cualesquiera, sino dos hombres determinados de cierta santidad y virtud eximia. Pues de ellos se dice123: Estos son dos olivas y dos candelabros que están en la presencia del Señor de la tierra; y se añade que tendrán poder para realizar eximios prodigios y milagros, y que, por úlyimo, serán muertos, y que sus cuerpos permanecerán insepultos durante tres días y medio en las pazas de Jerusalén, y que los hombres impíos se han de gozar con la muerte de ellos124, porque estos dos profetas les atormentaron; y [se añaden] cosas semejantes que diremos más bajo, y que de ninguna manera se pueden entender sino de dos hombres determinados.

3. Ahora bien, que estos dos hombres hayan de ser Elías y Henoc, no lo declara abiertamente San Juan; però, consideradas todas las circunstancias de las personas que describe y las que en otros pasajes están escritas de Elías y Henoc, casi de común acuerdo de todos los expositores, más aún, de toda la Iglesia (como, comentado aquel pasaje, lo dice Aretas), ha sido creído que aquellos dos hombres no son otros que Elías y Henoc, quienes fueron trasladados y son conservados en vida mortal sin otro fin que el de oponerse o resistir al Anticristo al fin del mundo y el de dar testimonio de Cristo.

Así lo enseñan allí Beda, Anselmo, Santo Tomás, San Agustín y San Ambrosio (si son ellos tales comentarios), y Victorino Mártir, y San Gregorio125, y además todos los Padres citados en la sección anterior (quienes afirman que ellos viven) y otros que en seguida citaré.

4. En segundo lugar se prueba de Elías por el sobredicho pasaje de Malaquías126, el cual de ninguna manera se puede entender de Juan Bautista. Pues allí se trata del día del juicio, como claramente consta desde el principio del capítulo hasta el fin, y por aquellos epítetos127: Día del Señor, grande y horrible.

Ni tampoco puede entenderse de algún otro hombre que habría de revestirse del espíritu de Elías. Primero, por la propiedad del nombre; propiedad que no puede trasladarse a metáfora sin autoridad suficiente, sobre todo porque tambíen el sobrenombre de Tesbites parece que ha sido añadido allí por los Setenta Intérpretes, en cuanto se puede colegir de San Jerónimo y Teodoreto y de San Cirilo128, de Tertuliano129, San Agustín130, de Eutimio131 y Crisóstomo132.

Segundo, fácilmente se puede entender esto mismo comparando este pasaje con el capítulo 48 del Eclesiástico, donde sin duda ninguna se trata de la persona de Elías, de quien se dice133: Porque fué arrebatado en un torbellino de fuego para calmar la ira de Dios, para reconciliar el corazón del padre con el del hijo y para restaurar las tribus de Jacob. Y el sentido de estas palabras es que él ha sido destinado por Dios a desempeñar alguna vez estos cargos, a saber, a suavizar la ira de Dios y a convertir los corazones de los hombres. Y Malaquías, por su parte, casi con las mismas palabras, dice que él vendrá a estos mismos ministerios134: Y convertirá el corazón de los padres hacia los hijos, y el corazón de los hios hacia los padres, no sea que venga yo y hiera la tierra con anatema. Luego habla de la misma persona; más aún, el autor del libro Eclesiástico parece haber aludido a este pasaje y haberlo interpretado.

Además, Cristo nuestro Señor no excluye esta interpretación, sino más bien la supone, cuando al preguntarle los discípulos135: ¿Por qué, pues, los escribas dicen que primero tiene que venir Elías?, respondió ante todo: Elías vendrá y restaurará todas las cosas. En las cuales palabras no puede hablar de Juan Bautista, porque ya había venido y no había de venir más; ni se puede verificar en él que haya restituído todas las cosas, ni en ningún otro que no fuese el verdadero Elías, de quien hablaban los discípulos, y el cual convertirá muchos judíos y apóstatas a Cristo, y de quien por eso se dice que restaurará todas las cosas. Pero después, en cambio, cuando añade Cristo136: En verdad os digo que Elías ya ha venido, es cuando ya habla metafóricamente de Juan Bautista, por la semejanza del Espíritu y del ministerio.

Y así interpretan este pasaje todos los Padres: Orígenes137, San Hilario138 y el Crisóstomo139, y, comentando el mismo sitio de San Mateo, San Jerónimo, Beda, Anselmo, Teofilacto, Eutimio, los cuales casi todos unen el pasaje de Malaquías con las palabras de Cristo.

De la misma manera exponem estos textos Teodoreto y la Glosa140, Orígenes141 y San Gregorio Niseno142, San Gregorio Magno143, San Justino Mártir144; y egregiamente lo tratan Tertuliano145 y San Agustín146, el cual, por último, en el libro XX de La Ciudad de Dios (cap. 29) testifica que esta interpretación es celebérrima en las conversaciones y en los corazones de los fieles.

Henoc Será Precursor del Juicio Universal

5. En tercer lugar, de Henoc no tenemos tan expresos testimonios de la Escritura; se insinúa, con todo, en aquellas palabras del libro Eclesiástico147: Henoc fué arrebatado para dar penitencia a las gentes. Porque no sin causa es conservado hasta este día viviendo vida mortal. Por lo que en aquellas últimas palabras se significa que su predicación ha de tener lugar al fin del mundo.

Ni debe obstar a esto el que en griego se lea para ejemplo de penitencia a las generaciones, porque esta lectura no es contraria y admite el sentido que llevan consigo las palabras del Intérprete de la Vulgata, las cuales de ninguna manera deben ser rechazadas, sobre todo cuando todos los Padres citados y los que citaremos comprueban con este testimonio la futura venida de Henoc.

Asimismo, de ese sentido se colige una razón óptima de congruencia: para que antes de la segunda venida sean enviados dos precursores, siendo así que sólo vino uno antes de la primera venida. A saber, porque en la primera venida Cristo sólo fué enviado de una manera immediata para los judíos, según aquello148: No he sido enviado sino a las ovejas que perecieron de la casa de Israel; y por lo mismo solamente fué enviado un solo precursor, y éste de entre los judíos.

En cambio, en la segunda venida vendrá a la Iglesia universal, formada por judíos y gentiles; y por lo mismo se envía un precursor de entre los circuncidados, a quien se le atribuye especialmente la conversión de los judíos149: Y restaurar las tribus de Jacob; y otro, en cambio, vendrá de entre los gentiles, a quien en el predicho pasaje parece encomendársele especialmente la conversión de las gentes150: Para que dé penitencia a las gentes.

6. Por último, en cuarto lugar puede también añadirse la tardición de todos los Padres, que puede constar suficientemente por todos los aducidos, tanto en esta como en la precedente sección. Pero principalmente se pueden notar las palabras de San Ambrosio151 tratando aquel texto de San Pablo152: Porque pienso que Dios a nosotros los apóstoles nos exhibió como los últimos. Esto (dice San Ambrosio) lo juzga como propio de su persona, precisamente porque siempre estuvo en necesidad, habiendo padecido persecuciones y apreturas más que todos los demás, como las han de padecer Henoc y Elías, que han de ser apóstoles en los últimos tiempos. Pues tienen que ser enviados delante de Cristo, para preparar al pueblo de Dios, para unir las Iglesias y para resistir al Anticristo, de quienes la lectura del Apocalipsis atestigua que han de padecer persecuciones y muerte. Cosas parecidas repite153 comentando la primera Epístola a los Tesalonicenses.

Muy bien también Tertuliano en su libro De anima (capítulo 35), donde, disputando contra la transmigración pitagórica de las almas (según la cual interpretaban algunos herejes aquello de que Elías ya vino, esto es, el alma de Elías en Juan Bautista), dice: ¿Acaso también los judíos consultaban a Juan por opinión pitagórica: «¿Eres tú Elías?», y no más bien por predicción divina: «He aquí que os enviaré a Elías Tesbita»? Pues la metempsicosis de aquéllos es la vuelta de un alma hace tiempo muerta y venida de nuevo a otro cuerpo. Pero Elías no ha de venir, no, después de haber dejado la vida, sino después de haber sido trasladado; ni va a ser devuelto a un cuerpo del cual no ha sido separado, sino que va a ser devuelto al mundo, del cual fué trasladado; no vendría del umbral ulterior de la vida, sino de la realización de la profecía; él, y el mismo, con su propio nombre y con su propia humanidad. Y hablando de ambos (de Elías y de Henoc), dice en el capítulo 50: Son conservados para morir, para que con su sangre extingan al Anticristo.

Además, San Jerónimo154 afirma esto mismo de Elías comentando a San Mateo; aunque en Malaquías declara un sentido espiritual más bien que el literal. Lo mismo dice Doroteo155; Contra el Anticristo (habla de Elías) se le conserva como general de guerra, etc.

Casi lo mismo dicen Teofilacto156, Teodoreto157, Lactancio158, Juliano Pomerio159, el Crisóstomo160, los cuales, aunque sólo nombren uno, no excluyen, con todo, al otro. De Henoc, por su parte, dice San Agustín161: Aun se le reserva vivo, sin muerte, para testimonio del último tiempo. Y al mismo lo nombra162 junto con Elías, como lo nombran Próspero163 y el Damasceno164.

7. En último lugar se pueden traer algunas razones de congruencia por las que Dios haya querido preparar al mundo a su venida más bien por estos dos hombres que por otros.

Asimismo, por qué por hombres reservados de antiguas edade para este cometido, más bien que por hombres nacidos en aquella última edad. Porque estas y semejantes cosas, o no tienen otra razón fuera de la elección y voluntad divinas, o están ocultas en los tesoros de la sabiduría de Dios, el cual obra estas y semejantes cosas según el consejo o parecer de su voluntad.

Y dicen los escritores antiguos que Dios eligió a Henoc porque sobresalió grandemente entre los primeros hombres por su religiosidad y por su culto a Dios; y a Elías, porque fué el más celoso defensor de su culto y porque se distinguió sobremanera por el espíritu y la eficacia de la profecía. Las cuales cosas son verdaderas considerando el orden de la ejecución. Porque (si miramos la divina predestinación) más bien recibieron estos dones porque habían sido elegidos a cargo tan superior. Y quiso Dios reservar a estos hombres desde las primeras edades hasta el fin del mundo para este ministterio, por una parte, para que su predicación y su testimonio resultasen más maravillosos; por otra parte también, para que se hiciese ver el mismo Dios, autor de toda ley (de la de la naturaleza, de la escrita y de la gracia); y [para que se manifestase] el mismo Cristo, t la misma fe, que se predica desde el principio del mundo hasta su fin y que persevera en la misma Iglesia militante.




La Predicación de Henoc y Elías
Ha de Durar Breve Tiempo

- Objeción y Respuesta -

8. En segundo lugar debe decirse que Elías y Henoc terminarán muy en breve este su oficio de precursores y que por fin padecerán martirio.

Estos asertos constan por el Apocalipsis165, con la exposición o explicación que hemos confirmado valiéndonos de la tradición de los Padres.

Porque en primer lugar se dice, mejor dicho, se supone que estos dos varones aparecerán de repente. En cambio, de qué modo hayan de venir, a saber, si vendrán visiblemente trasladados por los aires en un carro de fuego o en una nube, o de una manera semejante; o si vendrán invisiblemente, esto es, apareciendo súbitamente en Jerusalén o en otro sitio, sin que a ningún hombre se le dé a conocer su traslación, esto ni se dice en la Escritura ni lo explican los Padres. No hay, por tanto, por qué investigar este assumpte; Dios obrará como le plazca.

En segundo lugar se dice166: Profetizarán durante mil doscientos sesenta días; donde se ve que el verbo profetizar no significa predicción de cosas futuras (que entonces no será necesaria), sino verdadera interpretación de la fe y de la Sagrada Escritura, propuesta y predicada con gran espíritu de Dios y confirmada con prodigios. Por lo que de ellos se dice que estarán167 vestidos de saco; con lo cual se significa aspereza de vida, pobreza y humildad, y después se explica con muchas palabras su virtud de poder: éste es, pues, el género de vida que llevarán durante aquellos mil doscientos sesenta días. Y por esto entendemos que su predicación será treinta días más breve que el imperio del Anticristo. Por lo cual se hace verosímil el que ellos vendrán cuando el Anticristo se haya adueñado de todas las cosas, como lo significa San Agustín168, diciendo que Elías vendrá para restablecer a aquellos que la persecución del Anticristo habrá perturbado; y esto mismo lo enseña con más claridad Anselmo169.

Y puede emplearse como razón el que estos santísimos varones vendrán para oponerse o resistir al Anticristo; luego vendrán cuando la persecución del Anticristo sea más abierta y poderosa.

También, porque (por lo que del mismo pasaje del Apocalipsis se colige) poco después de la muerte de estos precursores perecerá el Anticristo y cesará su persecución; por lo tanto, como esta persecución ha de durar mil doscientos sesenta días, se deduce que la predicación de los precursores comenzará juntamente con aquella persecución o poco después.

Dirás: ¿Cómo podrán en tan breve tiempo predicar por todo el mundo?...

Se responde:

En primer lugar no es necesario que enseñen en todas partes, sino que principalmente recorrerán aquellos sitios por onde más se mueva el Anticristo o sus más poderosos ministros.

Además, no se debe creer que Henoc y Elías andarán siempre juntos, sino que es más verosímil que recorrerán distintas regiones, hasta que a una señal de Dios se junten en el lugar donde ambos juntos deberán ser martirizados.

Por fin es creíble que no sólo de palabra, sino que también por escrito consolarán y confirmarán a los fieles, a quienes animará también o levantará muchísimo la fama de la virtud y del poder de ellos contra el Anticristo. Añaden también algunos que han de tener discípulos, a los que enviarán por todo el orbe.

En tercer lugar, después de este tiempo los matará el Anticristo, y sus cuerpos yacerán en las plazas de Jerusalén durante tres días y medio, a la vista de todos los habitantes de aquella tierra y de los que se gozarán de su muerte, quienes no permitirán que sus cuerpos sean sepultados. Así se enseña con bastante claridad en el Apocalipsis170. Y de este mismo pasaje se colige que, aunque el Anticristo les odie a estos varones desde el principio con odio capital, sin embargo no maquinará contra ellos la muerte desde el principio, porque nadie podrá prevalecer contra ellos por su increíble virtud y poder171: Y si alguien quisiese dañar a ellos, saldrá fuego de su boca de ellos y devorará a sus enemigos. Con las cuales palabras parece que San Juan alude a la historia del libro IV de los Reyes172, donde por mandato de Elías descendió fuego del cielo y mató a los ministros del rey; y a las palabras del libro del Eclesiástico173: Se levantó el profeta Elías como fuego, y su palabra ardía como hacha; con la palabra del Señor cerró el cielo y tres veces hizo caer fuego del cielo. Así, pues, en el caso presente se puede entender a la letra que también entonces hará descender fuego del cielo para defenderse de sus enemigos, o bajo esta señal o milagro se pueden entender también otros modos admirables de que usarán para aterrorizar a sus enemigos.

En cambio, después, cuando haya llegado el tiempo determinado por Dios, dejarán de hacer esos prodigios estupendos, y así serán muertos. Y el que sus cuerpos queden insepultos en público lugar, aunque será debido al odio y a la ira de los enemigos de Cristo, vendrá a ser, sin embargo, por especial providencia de Dios, para más ilustre confirmación de la fe.

En consecuencia, se añade en cuarto lugar que después de tres días y medio resucitarán ante el estupor de los hombres, que les verán resucitar, y que el cielo serán llamados con esta voz174: Subid aquí; y que en seguida subirán al cielo en una nube en presencia de todos, y se añade175: En aquella hora se produjo un gran terremoto, y la décima parte de la ciudad cayó, y murieron en el terremoto siete mil individuos de hombres, y los demás vinieron en temor y glorificaron a Dios.

Cosas todas tan claras que no necesitan explicación; y así (como el contexto lo lleva consigo) se entienden a la letra por todos los Padres arriba citados.

Sección III

Además de Elías y Henoc,
¿Ha de Haber Algún Otro Precursor
de la Segunda Venida de Cristo Nuestro Señor?
¿Será San Juan Evangelista o Algún Otro?


Jeremías no ha de ser Precursor de Cristo
Cuando Venga al Juicio Universal

1. Sólo de tres hombres encuentro que se haya opinado entre los católicos que han de ser precursores de Cristo, o a la vez con Elías y Henoc o en vez de uno de ellos.

La primera sentencia fué la de Victorino176, quien dijo que Jeremías sería uno de los precursores de la segunda venida, y parece opinar que solo él será el compañero de Elías. San Hilario177 afirma que ésta fué opinión de muchísimos, y puede apoyarse en aquellas palabras de Jeremías178:

Antes de que salieras del vientre te santifiqué
y te constituí profeta entre las gentes.

Ahora bien, Jeremías hasta ahora no ha sido profeta de las gentes, sino de los judíos; por lo tanto, tiene que venir de nuevo antes del día del juicio, para profetizar a las gentes. Y Victorino confirma esto con la tradición de los antiguos, que afirman que Jeremías vive todavia, porque su muerte no se encuentra en las Escrituras.

Pero esta opinión es justamente rechazada por San Hilario en el sobredicho lugar, y tácitamente es reprobada por todos los Padres arriba citados; quienes, afirmando que Henoc será el compañero de Elías y contando en todas partes dos únicos precursores, excluyen lo bastante esta opinión.

Además, no tiene en la Escritura fundamento alguno; porque no se predice de Jeremías que será profeta de las gentes por el heco de que alguna vez predicara a las gentes, sino o porque predicó no sólo en Judea, sino también en Babilonia y Egipto, escribiendo a los judíos que allí moraban; o también porque en sus profecías profetizó de cosas que no sólo pertenecían a los judíos, sino también a los gentiles, como a los asirios, egpcios y otros, como expone allí San Jerónimo.

Por lo tanto, es todavia mucho más frívolo el afirmar que Jeremías no ha muerto, porque en la Escritura no se describa su muerte; como si se hubiera de creer que viven eternamente todos aquellos cuya muerte no narran las Escrituras.

Y que fué muerto, apedreado y sepultado entre piedras por su pueblo en Egipto, es cosa que secriben San Epifanio179, San Isidoro180 y Doroteo181, quienes añade que fué sepultado en el sitio donde había habitado Faraón, y que su sepulcro era tenido en grande estima por los egipcios. Luego esta opinión debe ser rechazada como improbable.

Moisés no ha de ser Precursor de la Segunda Venida de Cristo

2. La segunda opinión es que con Elías vendrá Moisés. La sostuvo San Hilario182 en el referido canon, donde afirma que Moisés vive. Esta sentencia, en cuanto a su segunda parte, la tratamos más arriba, al hablar de la transfiguración; y en cuanto a sus dos partes la siguieron Catarino183 y Juan Arbóreo184. Pero éstos no afirman que vendrá Moisés con solo Elías, sino a la vez con Henoc. También se dice que tuvo esta sentencia el Abad Joaquín185, y, aunque de distinta manera, la siguió también Gagneo186; pues piensa que Moisés murió, sí, pero que resucitará en aquel tiempo para prevenir la segunda venida de Cristo.

El fundamento de San Hilario fué que Moisés y Elías fueron en la primera venida de Cristo testigos de su gloria y majestad en el día de la transfiguración; luego estos mismos serán testigos antes de su segunda venida.

Esto lo confirma Gagneo con aquellas palabras del Apocalipsis187: Tienen poder sobre las aguas para convertirlas en sangre y para castigar la tierra con toda clase de plagas. Porque vemos que sólo Moisés usó de esta potestad, y por lo mismo le cuadran muy bien estas palabras.

Sin embargo, esta sentencia tiene poca probabilidad: primero, por la antigua tradición de casi todos los antiguos, que (como vimos) afirman que Henoc vendrá con Elías.

Segundo, porque ya demostramos más arriba por las Escrituras que Moisés murió; de donde resulta que su alma estuvo con los Santos Padres en el seno de Abrahán antes de la muerte de Cristo y que después de ella reina y es feliz con él. ¿Y quién se atreverá temerariamente, sin autoridad o fundamento de razón, a exceptuar el alma de Moisés de esta ley general de la fe? Luego no es verosímil que haya de volver a cuerpo mortal, porque no debe ser privada de la gloria, que ya posee, ni será feliz en cuerpo mortal. Ambas cosas son milagro inusitado, que no se debe fingir sin gran fundamento, como más arriba argumentábamos acerca de Henoc y Elías.

Ademá, el haber aparecido Moisés en la transfiguración de Cristo no es argumento alguno para que haya de venir antes del juicio. Porque, ¿cual es la razón de esta consecuencia?... Y es que entonces apareció por conveniencias que entonces ocurrían, y que en su lugar tocamos. Y en cuanto a aquellas palabras del Apocalipsis, aunque parezcan aludir a los prodigios o señales obrados por Moisés en Egipto, no por eso indican que vendrá el mismo Moisés, que obró entonces aquellos prodigios, sino que significan tan sólo que Cristo puede otorgar con facilidad poder semejante a sus precursores.

3. La tercera sentencia es que con Elías y Henoc ha de ser precursor de la segunda venida de Cristo San Juan Evangelista. La cual opinión supone primeramente que todavía no ha muerto, por las palabras de Cristo188: Así quiero que él permanezca hasta que yo venga, ¿a ti qué?

Y es que allí Cristo habla de su segunda venida, cuando dice: Hasta que yo venga; porque no hay otra venida de Cristo después de la resurrección; luego por voluntad de Cristo permanecerá Juan así, esto es, sin morir hasta la segunda venida de Cristo; y así entendierón los discípulos las palabras de Cristo.

Y esta opinión se confirma con las historias, porque ni se cuenta la muerte de Juan Evangelista ni se encuentran por ninguna parte sus reliquias o restos mortales; lo único que de él se cuenta es que, habiendo esntrado vivo en el sepulcro, mandó retirarse de allí a sus discípulos, quienes, habiendo vuelto al día siguiente, no hallaron nada en aquel lugar.

De aquí se infiere en segundo lugar que permanece todavía en cuerpo mortal y que alguna vez ha de morir. Se prueba primero con aquella sentencia189: Está determinado que los hombres mueran una vez. Y con la otra190: ¿Quién es el hombre que vivirá y no verá la muerte? Luego tiene que volver para pagar su tributo de muerte, como acerca de Elías y de Henoc argumentan San Agustín191 y Santo Tomás192; y esto es lo que quiso corregir el mismo San Juan cuando escribió193: Y no dijo Jesús: «No muere», sino: «Así quiero que permanezca él hasta que yo venga». Porque, aunque hubieran entendido rectamente que Juan habría de permanecer así hasta la venida del Señor, se equivocaban deduciendo de ello que no moriría, porque eso ni lo había dicho Cristo ni se sigue de sus palabras.

Y es que aquellas palabras: Hasta que yo venga, no deben entenderse inclusive (por así decirlo), sino exclusive, esto es, hasta que sea inminente mi venida.

En segundo lugar se puede confirmar esto por otras palabras de Cristo194: Ciertamente que bebereis mi cáliz; donde el Crisóstomo195 las expone así: lograréis la corona del martirio, y saldréis de la vida con una muerte violenta, como yo. En consecuencia, como hasta ahora Juan Evangelista no ha padecido el martirio, es necesario (para que se cumplan estas palabras de Cristo) que alguna vez sufra martirio hasta padecer la muerte. De aquí, por fin, resulta verosímil que Juan Evangelista ha de venir con Elías y Henoc para dar testimonio de Cristo en el fin del mundo. Porque no parece que pueda quedar reservado para otro tiempo ni para otro fin.

Y se confirma por el capítulo 10 del Apocalipsis196, donde el ángel dijo a Juan: Conviene que tú profetices otra vez a las gentes, y a los pueblos, y a las lenguas, y a muchos reyes; pero es así que esto no se ha cumplido hasta ahora; luego deberá cumplirse por lo menos en la consumación del mundo.

Por último, se puede añadir una congruencia, y es que el testimonio de San Juan será aptísimo y eficacísimo, ya porque, si han de venir testigos de la ley natural y de la ley antigua, ¿por qué no también de la ley de gracia?; ya también porque San Juan será testigo ocular y el que durante más tiempo trató con Cristo, y el que predijo (con más extensión que ningún otro) cuanto al Anticristo y al día del juicio se refiere.

Y esta opinión la sostuvo estre los antiguos Hipólito197, y la indica el Damasceno198, donde, tratando de aquellas palabras de San Lucas199: Hay algunos de los que están aquí que no morirán hasta que vean al Hijo del hombre en su reino, dice así: Ciertamente, si hubiere dicho, como de uno solo: «Hay uno de los aquí presentes», quizá hubiésemos conjeturado que se significaba lo mismo por las palabras: «Así quiero que permanezca él hasta que yo venga, ¿a ti qué?» Lo cual se dijo de Juan el teólogo como de quien hasta la venida de Cristo ha de permanecer exento en absoluto de la muerte; pues así han expuesto ya este pasaje algunos hombres de eminente erudición.

Casi la misma sentencia la sostiene San Ambrosio200 tratando de las mismas palabras de San Lucas; y la misma refieren Teofilacto201 y Eutimio202, y la dejan como probable. También la sostuvo Simeón Metafraste203; y de entre los más recientes la defienden Sabélico204, y Jorge Trapezuncio205, y Catarino206. Asimismo, San Antonino207 nombra a Teófilo y a Juan Domínico en favor de esta sentencia, y él no se aparta de la misma. Lo mismo parece opinar Freculfo208.

Exposición del Texto de San Juan (21, 22)

4. Sin embargo, parece más probable que San Juan Evangelista ua murió. Primero, porque así lo atestiguan los Padres más antiguos y las historias: Eusebio209, quien lo refiere, tomándolo de Polícrates, cuyas palabras son muy de notar: En Asia se encuentran durmiendo el sueño de la muerte esclarecidos semilleros de nuestra religión, que resucitarán el último día de la venida del Señor; y más abajo: A éstos se añade Juan, el que descansó sobre el pecho del Señor, sacerdote, mártir y doctor, quien también durmió en Efeso [el sueño de la muerte].

El mismo Eusebio210 y luego San Jerónimo escriben: Consumido por la ancianidad, murió sesenta y ocho años después de la pasión del Señor, y fué sepultado junto a la misma ciudad. Lo cual repite San Jerónimo otras dos veces211; lo mismo escribió Nicéforo212; y Tertuliano213 dice: Murió también Juan, de quien vanamente hubo esperanza de que permanecería hasta la venida del Señor. San Ambrosio214 insinúa esta sentencia cuando dice: ninguno deseó para sí el permanecer así. Se pensó que eso se prometió a Juan, però no se creyó; tenemos las palabras, de ellas derivamos su sentido. El mismo Juan niega en su libro que se le hubiera prometido que no había de morir, para que con su ejemplo a nadie decepcionara una vana esperanza. San Agustín215 dice que Juan murió sin herida y sin tormento; y así expone (como diremos) las palabras del mismo San Juan216. Lo mismo trata y enseña más ampliamente en el tratado 124 in johannem; y así opinan también Beda217, Teofilacto y Eutimio en los pasajes arriba citados y el Crisóstomo218. Porque este último dice que San Juan habitó ciertamente en Asia en cuanto al cuerpo, pero en cuanto al alma se retiró a aquel sitio que le era idóneo y adecuado para obrar tales cosas por las que aboliera por completo las opiniones de los gentiles, mientras cada día se hicieran más ilustres sus enseñanzas. [Así] San Isidoro219; y Doroteo220 sólo dice que Juan vivió ciento veinte años; terminados los cuales, estando aún vivo, se sepultó a sí mismo en Efeso por voluntad del Señor Lo cual lo explicó más abiertamente San Epifanio en la Herejía 79, donde, habiendo igualado a Elías y a Juan en el don de la virgindad, añade: Pero ni Elías debe ser adorado, aunque se encuentre entre los vivos; ni Juan, aunque por sus propias preces haya hecho admirable su propia dormición; más aún, haya recibido más bien gracia del mismo Dios.

Además, en el Concilio de Efeso se dice así221: Arden en deseos de ver y de abrazar las sagradas reliquias de los santos y triunfadores mártires, principalmente del beatísimo Juan, teólogo y evangelista; y por su parte Celestino Papa222 dice: Ante vosotros principalmente conviene considerar y recordar una y otra vez; ante vosotros, a quienes el apóstol Juan predicó, cuyas reliquias honráis presentes. Casi lo mismo se encuentra en el séptimo Sínodo223, donde se cuenta el milagro de Juan el Anacoreta.

Por todas estas cosas consta bastantemente que San Juan murió y que su cuerpo está sepultado en Efeso. Porque lo que algunos fingieron (como San Agustín y San Isidoro lo cuentan más arriba) que San Juan fué, sí, verdaderamente sepultado, pero que se conserva bajo tierra vivo y, dormido, es increíble y fingido o inventado sin ningún fundamento. A esta sentencia da también gran crédito la autoridad de la Iglesia, como lo diré.

Ni se puede oponer nada (tomándolo de las palabras de Cristo) contra esta historia y tradición, recibidas y admitidas. Pues, dejando a un lado muchas cosas que se podrían decir de las varias lecciones o modos de leer de aquel pasaje (que se pueden ver en los recientes expositores de aquel texto y en Francisco Lucas en sus anotaciones; porque el leer si, o así, o si así quiero que él permanezca, no importa mucho ni varía el sentido de las palabras de Cristo), pasando, pues, por alto (como digo) estas cosas, tres son los sentidos probables.

Primero, que Cristo no habla sino de su venida para tomar venganza de los judíos, no por su presencia personal, sino por los efectos. Según esta exposición, Cristo quiso dar a entender que Juan había de perseverar vivo hasta la destrucción de Jerusalén. Esta sentencia la refiere Teofilacto y la sigue Francisco Toledo.

El segundo sentido es que Cristo habla de su segunda venida, pero que no afirmó nada, sino que iludió la curiosidad de Pedro, tan sólo con preguntarle con una frase condicional. Y este sentido parece seguir el Crisóstomo, y más claramente lo da San Cirilo.

El tercero es que Cristo afirmó solamente que San Juan no le habría de seguir por la cruz y por la muerte violenta del martirio, y que en este sentido dijo: Así quiero que permanezca él hasta que yo venga, a saber, hasta que yo le reciba conmigo. Así San Agustín en los pasajes citados, y a él le imitan Beda y Santo Tomás224.

San Juan Evangelista Goza ya de la Bienaventuranza

5. De este fundamento se colige que San Juan Evangelista reina ya con Cristo en la celeste bienaventuranza, como queda patente por las cosas que decíamos acerca de Moisés.

Porque es ley general de la fe que el hombre justo (perfectamente purgado) consiga la bienaventuranza inmediatamente después de su muerte.

Y esto lo confirma mucho la tradición de la Iglesia, que celebra la fiesta de San Juan Evangelista; siendo así que a nadie da culto si no es bienaventurado y si no goza ya de Dios; y esto lo supone abiertamente la Iglesia en todo el oficio de aquella festividad. Con lo que también se confirma lo que dijimos acerca de su muerte. Porque ningún hombre entra en la bienaventuranza antes de su muerte corporal.

En cambio, dijeron algunos que San Juan es bienaventurado no sólo en cuanto al alma, sino también en cuanto al cuerpo; no porque hubiese sido asunto o elevado a aquel estado sin pasar por la muerte, sino porque resucitó gloriosamente en seguida de morir. Lo cual confirman con las conjeturas arriba citadas: porque no aparecen sus reliquias o restos mortales y, además, porque parece que así se interpretan más propiamente las palabras de Cristo; pues por la brevedad de su muerte y rapidez de su resurrección puede decirse que siempre permanece así; porque aquella muerte puede reputarse como nada, como más arriba lo dijimos en un caso semejante, al exponer el pasaje de San Pablo a los tesalonicenses225. Y de esta sentencia hacen mención San Ambrosio226 y San Jerónimo227, y no la rechazan, como tampoco la rechazan Santo Tomás228, y la sigue Nicéforo en el lugar arriba citado.

Pero no tiene ningún fundamento suficiente, porque por testimonios ya referidos de los antiguos Padres consta que sus restos o reliquias permanecieron durante mucho tiempo en Efeso; más aún, San Juan Crisóstomo, habiendo dicho229: No sabemos dónde yacen los huesos de muchos de los apóstoles, añade: Bien manifiestos son los sepulcros de Pedro y Pablo, de Juan y Tomás; y manifiestamente habla del sepulcro en que se hallaban los huesos de San Juan, los cuales supone que estaban en Efeso. Pero después pudieron ser trasladados a otro lugar e ignorarse su paradero o perderse por cualquier accidente.

Y en cuanto a aquella historia de que entró vivo en el sepulcro, es apócrifa e incierta, sobre todo si damos crédito a Abdías230, quien cuenta la muerte de San Juan de distinta manera y afirma que él estuvo presente a ella.

Y aunque admitamos la primera historia, sólo podemos aceptar de ella (lo que referimos más arriba, tomándolo de San Epifanio) que San Juan murió de un modo singular y admirable.

San Juan Evangelista no será Precursor de la Segunda venida de Cristo

6. De todo esto se concluye que San Juan no vendrá con Elías y Henoc para ser precursor del último juicio.

Se prueba por las razones dichas, aplicando las expuestas para el caso de Moisés y de Jeremías. Porque el alma ya bienaventurada no debe unirse de nuevo al cuerpo mortal para padecer, sobre todo no habiendo ningún argumento para fingir este inusitado milagro.

Por último, se concluye que los únicos precursores de la segunda venida de Cristo serán Henoc y Elías. Se prueba por enumeración suficiente de las razones, y todas ellas se confirman por el testimonio del Apocalipsis231, donde de solos dos se dice que vendrán como precursores y que padecerán bajo el Anticristo.

Y lo que en el capítulo 10 dice de sí mismo San Juan232 que todavía ha de profetizar a las gentes, tiene este sentido: que en aquella revelación que cuenta en aquel capítulo entendió que él había de ver y escribir todavía otras muchas visiones proféticas relacionadas con las gentes.

Otros dicen que escribió aquellas palabras refiriéndose al Evangelho que después compuso, por medio del cual profetizó a muchas naciones y reinos.

Otros, más sencillamente, dicen que aquello se cumplió cuando predicó de nuevo en Asia, vuelto de la isla de Patmos, a la que había sido deportado.

Respuestas a los Argumentos Contrarios

7. Y con estas explicaciones casi se ha satisfecho a los fundamentos de la primera sentencia. Sólo falta que respondamos a aquellas palabras de Cristo233: Cierto que beberéis mi cáliz.

A las que responde San Jerónimo234 que esto quedó cumplido cuando a San Juan se le metió en el caldero de aceite hirviente, o en Efeso ( como escribe Abdías235), o en Roma (como escribe Tertuliano236) y lo confirma la antiquísima tradición de la Iglesia romana.

Porque, si bien entonces no hubiese nuerto, sin embargo, como se entregó voluntariamente a la muerte en testimonio de la fe, y la causa aquella era de por sí suficiente para producir la muerte, de no haber sido impedida milagrosamente, esto es suficiente para que se diga que bebió el cáliz de Cristo; por lo cual muchas veces lo llama mártir la Iglesia.

Añade Eutimio237 que el cáliz de Cristo lo bebe no sólo el que muere violentamente por Cristo, sino también el que por él padece destierros, azotes y otras cosas parecidas, y persevera luchando así hasta la muerte. Cosas todas que es manifiesto encontrarse en San Juan con gran perfección y dignidad.

8. Y a l'última congruencia es fácil responder diciendo que en la ley de gracia hay tantos testigos de Cristo que no es necesario entonces un nuevo testimonio de San Juan. Porque entonces habrá muchos santos y predicadores, que se juntarán a Elías y Henoc.

Ni el testimonio de la fe depende de la visión de los ojos, de modo que por eso sea necesario el testigo ocular. Y si también esto quisiéramos conceder, presente estará Elías, que vió a Cristo en carne mortal y en la claridad de la gloria en el día de la trasnfiguración.





 
_________________________

Fonte: Obras de Francisco Suarez, S.J., en la B.A.C., Tomo III, Teologia Cristologica y Mariana, «Misterios de la Vida de Cristo», version castellana del Padre Romualdo Galdos, S.J., Vol. 2º, Disputa LV, Sección I – III, pp. 956 – 990; Biblioteca de Autores Cristianos (BAC), Madrid, MCML (1950).

1.  Rev. Pe. Croiset, S.J., “Ano Cristão ou Devocionário Para Todos os Dias do Ano”, traduzido do francês, revisto e adaptado às últimas reformas litúrgicas pelo Rev. Pe. Matos Soares, Vol. VII, pp. 204-300, 20 de Julho; Tradutor Seminário do Porto, Porto, 1923.

2.  48, 1-11.

3.  1 Rs. 17 – 2 Rs. 1, 18.

4 2 Rs. 2 – 13.
5. Cornélio a Lápide, exegeta e teólogo jesuíta, Commentaria in Scripturam Sacram, in Ecclesiasticum, XVIII, 1.

6.  1 Rs. 17, 1.

7   II Sermo De Elia.

8.  1 Rs. 17, 22-23.

9  3 Rs. 17, 21.

10.  1 Rs. 18, 17-20.

11.  1 Rs. 18, 36.

12 1 Rs. 18, 40.

13 Eclo. 48, 3.

14.  1 Rs. 19, 2.

15.  1 Rs. 19, 10.

16.  1 Rs. 21, 19.

17  2 Rs. 9, 30-37.

18 Mons. Cauly, “Curso de Instrução Religiosa para uso dos Catecismos de Perseverança – História da Religião e da Igreja”, 1ª Parte, II. A Religião Mosaica, Cap. III, Art. I, Ponto III, p. 123; Livraria Francisco Alves e Cia., RJ/SP/BH.

19.  2 Rs. 1, 3.

20.  I Sermo De Elia, in fine.

21.  Eclo. 48, 4-11.

22 S. Agostinho, “A Cidade de Deus Contra os Pagãos”, Parte II, Livro 20º, Cap. XXIX, pp. 475-476; 3ª Edição, Editora Vozes, Petrópolis, 1999.

23 Cfr. Michel Hayek, Élie dans Ia Tradition Syriaque.
24.  II Rs. 2, 11.
25.  cf. Commentaria in Scripturam Sacram, In librum IV Regum, tomo IV.
26.  Jo. 1, 19-28.
27  Mat. 17, 12.
28.  Luc. 1, 17.
29.  S. Gregório Magno, “Homilia para o IV Domingo do Advento”, PL 76, 1099-1103.
30.  Cfr. Apoc. 11.
31. Rev. Pe. F. X. Schouppe, S.J., “Curso Abreviado de Religião ou Verdade e Beleza da Religião Cristã”, 2ª Parte – Dogmática, Cap. XVII, Art. III, pp. 220-221; 2ª Edição, Livraria Internacional de Ernesto Chardron, Porto, 1894.

32.  1 Rs. 18.

33.  1 Rs. 18, 41 ss.

34.  1 Rs. 19.

35.  Êx. 33, 18 ss.

36.  1 Rs. 21.

37   1 Rs. 17.

38.  1 Rs. 17, 13.

39   Michel Hayek, op. cit.

40.  Lib. 2. Bibliothecae Sanctae.

41.  Gen. 5, 24.

42.  Job 32, 22.

43.  Gen. 5, 24.

44.  In lib. De vita sapientis.

45.  Eccli. 44, 16.

46.  Hebr. 11, 5.

47.  4 Reg. 2, 1-12.

48.  Eccli. 48, 9 ss.

49.  Lib. 1, De peccatorum meritis, cap. 3.

50.  Lib. 2, De gratia Christi seu de peccato originali, cap. 23.

51.  Lib. 9, De Genesi ad litteram, cap. 6.

52.  Epist. 61 ad Pammachium.

53.  Lib. 4, De fide, cap. 1; et lib. 2, In Luc. sub finem.

54.  Lib. 9, Moralium, cap. 4; et lib. 21, cap. 36.

55.  Lib. De montibus Sina et Sion.

56.  Lib. De anima, cap. 35 et 50.

57.  Lib. Contra iudaeos, cap. 2.

58.  Lib. De resurrectione carnis, cap. 58.

59.  Lib. 4, Contra haereses, cap. 30.

60.  In q. 85 ad orthodoxos.

61.  Hom. 22, in epist. Ad Hebr.; et hom. 21, in Gen.

62.  Q. 45.

63.  Haeresi 9; latius haeresi 64, post fragmentum ex Methodio; et optime in Anchorato, satis post medium.

64.  In Epist. Quadam, continente decreta concilii Niceni contra haeresim arianam.

65.  Hom. II in Exameron.

66.  Lib. 1, In Gen. cap. 18.

67.  Lib. 5, Constitutionium, cap. 8 (alias 6).

68.  In Gen.

69.  In Recognitionibus Veteris Testamenti, in cap. 2 Gen.

70.  Opusculo De Consummata Gloria Christi.

71.  Lib. 1, De peccatorum meritis, cap. 3.

72.  IIIa quaestione 85.

73.  Dicta epist. Ad Pammachium.

74.  Dicta heresi 64.

75.  Lib. 9, De Genesi ad litteram, cap. 6.

76.  Serm. 6, de ascensione Domini.

77.  Sap. 9, 15.

78.  Dicto lib. De peccatorum meritis, cap. 3.

79.  Lib. 1, Contra adversarium legis, cap. 15.

80.  In epist. ad Pammachium verbis, supra citatis.

81.  Haeresi 64.

82.  Mat. 4, 4.

83.  Ex. 24, 12-18; 34, 1-28.

84.  Deut. 29, 5.

85.  Hom. 21, in Gen,; et Hom. 22, in ad Hebraeos.

86.  Ibi.

87.  In Gen. q. 45.

88.  Lib. 1, De peccato originali, cap. 2 et 3.

89.  Dicto libro De montibus Sina et Sion.

90.  Eccli. 44, 16.

91.  Lib. 5, Contra haereses, cap. 5.

92.  Q. 85 ad orthodoxos.

93.  Dicto lib. De peccatorum meritis, cap. 3.

94.  Dicta epist. ad Pammachium.

95.  Lib. De vita et obitu sanctorum, cap. 3.

96.  Supra, q. 49, art. 5 ad 2; et Iª p., q. 102, art. 2 ad 3; et in 2, dist. 29, q. única, art. 5 ad 4.

97.  Gen. 2, 15.

98.  Cant. 4, 13.

99.  Hom. 29, in Evangelia, agens de Elia.

100.  Lib. 3, De Trinitate et operibus eius, cap. 33.

101.  Tom. I, In Gen., lib. 3, disp. I, q. 5; et lib. 7, q. ultima totius libri.

102.  Lib. I, Chronographiae in prima aetate.

103.  In Concordia Evangeliorum, cap. 143.

104.  In cap. 2 Gen.

105.  In cap. 9 Am.

106.  Lib. De paradiso, cap. 3.

107.  In Synopsi.

108.  Lib. 4, De diluvio, cap. 6.

109.  Lib. 5, Bibliothecae, annotatione 36.

110.  Dicto lib. 2, De peccato originali, cap. 23.

111.  4 Reg. 2, 11.

112.  I Mac. 2, 58.

113.  Eccli. 49, 16.

114.  Hom. de ascensione Domini.

115.  Lib. 4, De fide, cap. 1.

116.  Homiliis de ascensione.

117.  In cap. 24 Luc.

118.  Eccl. 44, 16.

119.  Mal. 4, 5.

120.  Mat. 11, 14.

121.  Mat. 17, 10-13.

122.  Apoc. 11, 3.

123.  Apoc. 11, 4.

124.  Apoc. 11, 10.

125.  Hom. 12, In Ez.; et lib. 9, Moralium, cap. 3 (alias 4).

126.  Mal. 4, 5.

127.  Mal. 4, 5.

128.  Lib. 1, In Jo. cap. 24.

129.  Lib. De anima, cap. 35.

130.  Lib. 20, De civitate, cap. 29.

131.  In cap. 17 Mat.

132.  Hom. 58, in Mat.

133.  Eccl. 48, 9 s.

134.  Mal. 4, 6.

135.  Mat. 17, 10 s.

136.  Mat. 17, 12.

137.  Tract. 3, in Mal.

138.  Can. 17.

139.  Homil. 58, in Mal.

140.  Ibi [In cap. 17 Mat].

141.  Tom. 7, In Jo.

142.  Lib. Contra iudaeos de adventu Domini in carne parum a principio.

143.  Lib. 11, Moralium, cap. 9 (alias 10).

144.  In Dialogo cum Triphone circa medium.

145.  Lib. De anima, cap. 35.

146.  Tract. 4, in Jo.; et lib. 5, De Trinitate, cap. 14; et tandem lib. 20, De civitate, cap. 29.

147.  Eccl. 44, 16.

148.  Mat. 15, 24.

149.  Eccl. 48, 10.

150.  Eccl. 44, 16.

151.  In 1 Cor. 4.

152.  1 Cor. 4, 9.

153.  In 1 Thes. 5 in principio.

154.  In cap. 11 et 17 Mat.

155.  In Synopsi.

156.  In cap. 11 Mat.; et In cap. 9 Marc.

157.  In cap. 12 Dan.; et In cap. 4 Mal.

158.  Lib. 7, cap. 17.

159.  Lib. I, Contra iudaeos ante medium.

160.  Hom. 4, in 2 Thes.

161.  Lib. I, De mirabilibus Scripturae, cap. 3.

162.  Lib. 9, De Genesi ad litteram, cap. 6.

163.  In dimidio temporis, cap. 13.

164.  Lib. 4, cap. 27.

165.  Apoc. 11, 3.7.

166.  Apoc. 11, 3.

167.  Apoc. 11, 3.4-6.

168.  Lib. I, Quaestionum evangelicarum, q. 21.

169.  In Elucidario.

170.  Apoc. 11, 9.

171.  Apoc. 11, 5.

172.  4 Reg. I, 10.12.

173.  Eccl. 48, 1.3.

174.  Apoc. 11, 12.

175.  Apoc. 11, 13.

176.  In Expositione, cap. 11 Apoc.

177.  Can. 20, in Mat.

178.  Jer. 1, 5.

179.  Lib. De prophetarum vita et interitu.

180.  Lib. De vita et morte sanctorum.

181.  In Synopsi.

182.  Dicto can. 20 in Mat.

183.  In cap. 3 Gen.

184.  In Theosophia lib. II, cap. II.

185.  In Expositione super Apoc., cap. II.

186.  In cap. 11 Apoc.

187.  Apoc. 11, 6.

188.  Jo. 21, 22 s.

189.  Hebr. 8, 27.

190.  Ps. 88, 49.

191.  Lib. 9, De Genesi ad litteram, cap. 6.

192.  Ad Hebr. 11.

193.  Jo. 21, 23.

194.  Mat. 20, 23.

195.  Hom. 66.

196.  Apoc. 10, 11.

197.  Dict. Orat. de consummatione mundi.

198.  Orat. de transfiguratione.

199.  Luc. 9, 27.

200.  Lib. 7, In Luc.

201.  In Jo. 21.

202.  In Mat. cap. 43.

203.  In Vita Johannis.

204.  Lib. 1, De memorabilibus factis et dictis, cap. 8.

205.  In libello circa dicta verba Sic eum volo manere (Jo. 21, 22).

206.  In cap. 2 Gen.

207.  4ª p., tit. 13, cap. 4, § 3.

208.  In Chronico tom. 2, lib. 2, cap. 9.

209.  Lib. 3, Historiae, cap. 31 (alias 25); qui id refert ex Polycrate in epist. Ad Victorem Pontificem.

210.  Lib. 5, cap. 24; et Hieronymus lib. De scriptoribus ecclesiasticis.

211.  Lib. 1, Contra Jovinianum, circa medium; et In cap. 20 Mat.

212.  Lib. 1, Historiae, cap. 35; et lib. 2, cap. 42.

213.  Lib. De anima, cap. 50.

214.  Lib. De fide resurrectionis parum ante medium.

215.  Serm. 549 de tempore.

216.  Jo. 21, 23.

217.  Ibi [In cap. 21 Jo.].

218.  Hom. 1, in Jo.

219.  Lib. De vita et obitu sanctorum cap. 74.

220.  In Synopsi, in iohanne.

221.  Tom. 3, cap. 6, et tom. 2, cap. 4.

222.  In epist. Ad Synodum Ephesinam.

223.  Actione 5, prope finem.

224.  Super Jo.

225.  1 Thes. 4, 17.

226.  Serm. 20, in Ps. 118.

227.  In serm. De assumptione.

228.  In cap. 21, Jo. Lect. 5.

229.  Hom. 26, in epist. ad Hebr.

230.  Lib. 5, Historiae apostolicae, in fine.

231.  Apoc. 11, 3.

232.  Apoc. 10, 11.

233.  Mat. 20, 23.

234.  Ibi [in cap. 20 Mat.].

235.  Dicto lib. 5.

236.  Lib. De praescriptionibus haereticorum, cap. 36.

237.  In Mat. cap. 43.


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