“Sangue de Cristo, inebriai-me”
Instituída em 1849 pelo Papa Pio IX, em ação de graças pela vitória alcançada pelos exércitos franceses e pontifícios sobre a Revolução, que expulsara de Roma o Pontífice. A festa do Preciosíssimo Sangue foi elevada a rito duples de 1ª classe por Pio XI, por ocasião da ocorrência do 1900º aniversário da morte do Salvador.
Deixando de parte as circunstâncias particulares que motivaram a instituição da festa, a liturgia dela recorda-nos sobretudo as graças de que somos devedores ao Preciosíssimo Sangue do Redentor. Para além da tragédia do Calvário e do golpe da lança que varou o lado de Jesus, procura fazer-nos compreender sobretudo o alcance que todo esse Mistério de um Deus padecente envolve sobre a salvação das nossas almas (Ev.). Com profundo sentimento de ação de graças, rodeemos de veneração e de amor o Sangue preciosíssimo de Jesus, que o Sacerdote oferece a Deus no altar.
“Quem é este que vem das bandas do Edon e de Bosra, com os vestidos tintos de púrpura? A sua túnica dá-lhe formosura. Vestia um hábito manchado de sangue, e chamava-se o Verbo de Deus. Por que é que as tuas vestes estão vermelhas como as de quem pisou uvas num lagar? Pisei todo o lagar sozinho e ninguém dentre o povo me veio ajudar”. (Ant. 1ª Vésperas)
“Meus irmãos, tendo chegado Cristo, Sumo Pontífice do Futuro, penetrou num tabernáculo maior e mais perfeito, que as mãos do homem não fizeram, quer dizer, que não é desta criação, e penetrou nele uma vez por todas, não com sangue dos novilhos e dos bodes, mas com o próprio Sangue, obtendo-nos deste modo a salvação eterna”. (Heb. 9, 11-12)
“Vós chegastes à montanha de Sião, à cidade do Deus vivo, à celeste Jerusalém, ao Mediador do Novo Testamento, a Jesus Cristo, enfim, à aspersão do Sangue que fala melhor que o de Abel”. (Heb. 12, 22 – Ant. de Magníficat)
“O Senhor resgatou-nos, com o Seu Sangue, de toda a tribu, de toda a língua, povo e nação, e fez de nós o reino do Nosso Deus”. (Intróito – Apoc. 5, 9-10)
Oremos: Deus eterno e onipotente, que constituístes o vosso Filho Unigênito Redentor do mundo, e Vos dignastes aplacar-Vos com o Seu Sangue, fazei que veneremos de tal modo o preço da nossa redenção e sejamos defendidos por Ele dos males desta vida, que mereçamos fruir da Bem-aventurança nos Céus. Pelo mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo… Amém.
“Os homens, diz Santo Agostinho, seguiam as partes do Demônio e eram seus escravos, mas foram resgatados do cativeiro. O Redentor veio e pagou o resgate: Derramou o Seu Sangue e resgatou o mundo inteiro. O Sangue de Cristo é salvação para quem O aceita e condenação para quem O repudia”.
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Fonte: “Missal Cotidiano e Vesperal”, por Dom Gaspar Lefebvre, O.S.B., 01 de Julho, pp. 1455-1461. Desclée de Brouwer & Cie, Bruges/Bélgica, 1952.
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