1º. Escolher a Bem-aventurada Virgem por Mãe nossa, em qualquer dia de solenidade, e com a devoção de alguma Novena, renovando com frequência o propósito de amá-lA como a nossa Mãe e de obedecer-lhe, segundo costumava fazer São João Berchman; e pedindo-lhe a sua bênção, de noite e pela manhã, quando nos deitamos e levantamos do leito, segundo costumava o Bem-aventurado Estanislau.
2º. Nas tentações que nos acometam, recorrer a Ela recitando devotamente o “Sub tuum praesidium”, como fazia Maria Vela; e antes não aguardar a tentação, mas com o mesmo recurso preveni-la, conforme aconselhava São Filipe Neri, a quem contraíra maus hábitos.
3º. Visitar com devoção alguma igreja dedicada à Santíssima Virgem. Thomaz Sanchez, não menos ilustre pelas virtudes que pelas ciências, todas as vezes que saía de casa para qualquer negócio, visitava sempre uma igreja dedicada à Maria; e São Henrique, imperador, quando entrava em qualquer cidade, logo se endereçava à honrar a grande Virgem, em algum templo que mais especialmente lhe fosse dedicado; obséquio este que jamais omitia a Bem-aventurada Maria Ognacense, sem embargo dos estorvos do tempo ou da viagem. Ao contrário, ela aumentando com seus sofrimentos a valia da oferta costumava, durante o inverno, visitar descalça e à noite uma igreja consagrada a Nossa Senhora, e distante duas milhas; pelo que mereceu várias vezes ser acompanhada e amparada por Anjos. Quando não vos seja lícito sair de casa, voltai-vos para a Igreja da Virgem, e saudai-A do lugar em que estiverdes, como fazia a Bem-aventurada Viliana em Florença para a igreja de Santa Maria Novella.1
4º. Recitar devotamente o seu Ofício. Os religiosos do mosteiro Gamugense, por terem esquecido o Ofício de Nossa Senhora, passaram por grandes tribulações; dos quais prontamente se libertaram continuando a recitá-lo, a conselho de São Pedro Damião.2 Mas procurai não recitá-lo com demasiada pressa, por que de vós também não se lamente a Virgem, como se lamentou de alguns, que com semelhante irreverência lhe faziam tal obséquio.
March. Março 2. São Carlos, ocupado de tantos e tão graves negócios, recitava-o sempre de joelhos.
5º. Recitar todos os dias as ladainhas da Bem-aventurada Virgem, como entre outros costumava fazer a Venerável Úrsula Benincasa.3
6º. Solenizar as vigílias de Nossa Senhora com alguma penitência. O Cardeal Alexandre Orsini costumava flagelar-se até fazer-se sangue. March. I julho). E um soldado, que costumava jejuar, foi isento de três gravíssimas penas no Purgatório, como testifica Santa Brígida. March. Fevereiro I).
7º. Protestar a firme resolução de amar a Virgem mais do que a própria vida, à imitação de São Brinolfo, Bispo Scarense, na Suécia, de quem com singular complacência disse a Virgem a Santa Brígida: Hic est qui me dum vixit, vita habuit chariorem: este é aquele que, em quanto viveu, mais me estimava do que a sua própria vida.
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Fonte: O Sagrado Coração de Maria Virgem, proposto à Devoção dos Fiéis, pelo Padre João Pedro Pinamonti, S.J., Consideração I, pp. 35-38. Duprat & Comp., São Paulo/SP, 1904.
Oração ao Dulcíssimo
Coração de Maria Santíssima,
para obter a Santa Pureza.
Amabilíssimo Coração de Maria, faço o propósito de, por vosso amor, não consentir neste dia (ou nesta noite) em pensamento mau ou juízo temerário; auxiliai-me, minha Mãe, a repeli-los imediatamente. Ave Maria…
Amabilíssimo Coração de Maria, faço o propósito de, por vosso amor, não dizer neste dia (ou nesta noite) mentira alguma ou palavra menos conveniente. Purificai minha língua, ó Mãe carinhosa. Ave Maria…
Amabilíssimo Coração de Maria, faço o propósito de, por vosso amor, não praticar neste dia (ou nesta noite) nenhum ato mau e fugir de toda a ocasião de pecar. Alcançai-me, Virgem Santíssima, o dom preciosíssimo da castidade, e fazei que em todas as minhas ações eu seja agradável ao vosso Divino Filho, meu Senhor, assim como ao vosso puríssimo Coração. Ave Maria…
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Fonte: “Jardim de Devoção para os Bons Cristãos”, por Santo Afonso Maria de Ligório, Exercício Primeiro, pp. 14-16. Tradução do Pe. A. Luiz Moreira, Professor do Seminário dos Carvalhos, 3ª Edição, Casa Cruz, Rio de Janeiro, 1898.
1. Razz. Di SS. Tosc.
2. Baron ann 1159.
3. March. 24 julho.
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