"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
Ministério da Saúde publica manual de uso de medicamento abortivo
O Brasil assistiu consternado neste final de semana a uma das mais
tristes tragédias do país nos últimos anos. Enquanto os Estados Unidos
eram palco da maior Marcha pela Vida de sua história, 231 jovens
estudantes tinham suas vidas ceifadas em um trágico incêndio numa boate
em Santa Maria/RS, na madrugada de sábado para domingo, 26/01. A
presidente Dilma Rousseff, em seu breve discurso a respeito das vítimas,
não conseguiu conter as lágrimas. "Eu queria dizer para a população
brasileira e para a população de Santa Maria, neste momento de tristeza,
o quanto nós estamos juntos, e necessariamente, iremos superar e
mantendo a tristeza", declarou a presidente, citando também o apoio do
Ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Na tarde desta segunda-feira, 28/01, a página do Movimento Brasil Sem
Aborto publicou uma séria denúncia contra o Ministério da Saúde, a
respeito de uma cartilha produzida pelo setor, com orientações sobre
como usar o remédio abortivo Cytotec. Na nota, o movimento alerta que
apesar do material ser destinado, aparentemente, a um público
"especializado", a tiragem do manual - 268.108 exemplares - e a
linguagem objetiva e de fácil compreensão leva-nos a crer que o alvo
principal deste material seja o público em geral.
Diz a nota do Brasil sem Aborto:
- A 1ª edição tem uma tiragem de 268.108 exemplares, sendo que dados
recentes publicados no site da FEBRASGO (Federação Brasileira das
Associações de Ginecologia e Obstetrícia) indicam que há no Brasil
22.815 médicos em atividade nessa área. A publicação ultrapassa,
portanto, em mais de dez vezes, o número de profissionais aos quais
teoricamente se destinaria.
- Contrariamente ao que é habitual em protocolos para atuação médica,
o uso de Misoprostol não é comparado a outros medicamentos ou técnicas
que seriam possíveis na mesma situação. Por exemplo, indica-se a dose e
modo de uso para "indução do parto com feto vivo", uma utilização não
aceita pela FDA (Food and Drug Administration) americana, e para a qual
existem alternativas. Os próprios fabricantes do Misoprostol alertaram
para o risco de ruptura uterina quando ele é usado como indutor do
parto.
- Ao contrário do que se diz na apresentação, a linguagem do folheto,
especialmente em sua segunda parte, quando trata do uso, é sintética e
direta, facilmente compreensível por público leigo. Praticamente se
restringe às doses a serem utilizadas para o"esvaziamento uterino" no
primeiro, segundo e terceiro trimestres da gestação.
Em junho de 2012, a mídia divulgou as intenções do Ministério da
Saúde de preparar uma cartilha que ensinasse a mulher a abortar com
segurança. Na época, o secretário de Atenção à Saúde, sr. Helvécio
Magalhães, alegou que o projeto era parte de uma política de "redução de
danos" e que, portanto, não podia ser considerado um crime, pois o
crime seria o ato em si, e não o aconselhamento.
O site padrepauloricardo.org explicou por meio de dois episódios do programa Parresía (Legalização do aborto no Brasil, Governo Dilma prepara-se para implantar aborto no Brasil ) e de várias aulas ao vivo (A vida em risco),
a falsidade por trás desse discurso e o risco que o Brasil correrá caso
essa intenção do governo se concretize. Nesses programas, lembrávamos
que a ação do governo seria, sem sombra de dúvida, criminosa, pois,
segundo os artigos 29, 286 e 287 do Código Penal, comete crime não só
quem pratica o ato, mas também quem o incita de alguma maneira.
Causa-nos perplexidade, por conseguinte, que as mesmas pessoas que
choram na frente das câmeras tragédias familiares como as de Santa
Maria/RS, ajam sorrateiramente, sem qualquer compromisso de
transparência com a população, a favor de uma agenda abortista que é
contrária à opinião da maioria dos cidadãos brasileiros. Trata-se de um
golpe fatal à democracia e de um desrespeito vergonhoso aos compromissos
assumidos publicamente durante as eleições. Ações como essas nos levam a
questionar se é para o povo que o Governo trabalha ou para as Fundações
Internacionais que desejam o controle da natalidade.
Quais as consequências dessa política de Redução de Danos?
Como estudamos naquele curso sobre o documento "A Nova estratégia Mundial do Aborto", a política de "redução de danos" nada mais é do que uma das fases para a implementação do aborto como um "direito reprodutivo".
Planejada há cerca de 10 anos, a política de "redução de danos" foi um
dos meios encontrados pelas fundações abortistas para introduzir o
aborto naqueles países cuja a população ainda se mostra resistente à
prática. Como dito no documento, a estratégia foi pensada "para produzir
um resultado fulminante e simultâneo em todos os países". Foi através
dessa política, implementada no Uruguai em 2004, que os abortistas
conseguiram abrir caminho para a legalização do aborto naquele país, em
outubro do ano passado.
Caso essa política seja adotada, e ao que parece tudo se encaminha
para isso, o Brasil mergulhará numa situação muito pior que a da
legalização do aborto. Isso porque em um país onde o aborto é
legalizado, ou seja, onde os hospitais são os responsáveis pela
operação, os médicos podem alegar objeção de consciência e
desestimularem a prática. Foi o que aconteceu, por exemplo, no México.
Já no caso dessa política da redução de danos, as próprias mulheres
farão o aborto, através dos medicamentos que serão disponibilizados nas
farmácias e das cartilhas de “aconselhamento” do Ministério da Saúde. A
mortandade de centenas de milhares de crianças que se seguirá nesta
política criminosa será inimaginável. Desse modo, se já é absurda e
impensável a legalização do aborto, tanto mais é a prática da “redução
de danos”, pois nesta situação serão as próprias mães as promotoras da
morte de seus filhos.
Ao contrário do que se é hipocritamente alardeado, esse tipo de ação
não visa a integridade da saúde feminina. Não. Trata-se puramente de um
lobby cuja finalidade é alargar as possibilidades e os números de aborto
para que, posteriormente, eles tenham uma situação calamitosa que
justifique o seu argumento de que "o aborto é um caso de saúde pública,
não de polícia". É dessa maneira que o Governo Federal doa 1,5 milhão de
dólares a fundações feministas que defendem ao aborto, enquanto mães
grávidas têm de dar à luz em corredores de hospitais em várias cidades
do país, como noticiado pela imprensa em julho de 2012.
O que fazer?
Há 40 anos, uma mentira defendida diante de um tribunal nos Estados
Unidos foi responsável pela morte de 55 milhões de crianças. Crianças
que tiveram suas vidas interrompidas por conta de uma prática selvagem e
egoísta, motivada por interesses financeiros e políticos. Neste último
final de semana, a população americana, num exemplo de cidadania e
coragem nunca antes vistos, marchou rumo à Casa Branca para dizer um
grande basta ao morticínio silencioso desses milhões de bebês.
A exemplo de nossos irmãos americanos, hoje, mais do que nunca,
somos chamados a travar esta batalha entre a vida e a cultura da morte.
Portanto, no nosso tempo, não há mais espaço para tibieza, para
letargia, para pusilanimidade. Definitivamente, não! Precisamos recobrar
a audácia dos primeiros cristãos, a fortaleza dos mártires. Somos
chamados a agir. E quais são as nossas armas? A oração, o estudo e a
ação.
Rezemos por todos aqueles que são responsáveis pelo governo do
Brasil, por nossas lideranças e, principalmente, pelas mães que se
encontram no dramático dilema de escolher entre a vida e a morte de seus
filhos. Rezemos para que elas escolham a vida.
Estudemos o histórico dessa cultura da morte, suas raízes e
pretensões para que possamos nos munir dos melhores argumentos e das
melhores estratégias de combate. Só podemos diagnosticar uma doença se,
necessariamente, a conhecermos e descobrirmos seus pontos fracos. Só
assim poderemos usar os remédios eficazes contra essa epidemia
anti-vida. Recomendamos, desse modo, o estudo das aulas sobre o
documento "A Nova estratégia Mundial do Aborto" disponíveis gratuitamente no site.
Por fim, lutemos contra os algozes da vida. Façamos valer nossa
cidadania. Entremos em contato com o Ministério da Saúde e com os demais
responsáveis e peçamos a suspensão imediata da distribuição dessas
cartilhas. Eis alguns contatos:
- Ministério da Saúde: Alexandre Padilha, Ministro da Saúde
Como disse o presidente do Movimento Pró-vida americano, Chris Smith, durante seu discurso na Marcha pela Vida, "sejamos a geração que colocará fim à lei do aborto". Que Deus nos proteja!
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